terça-feira, 23 de abril de 2019

Sérgio Godinho - A Linda Joana

Se é verdade que o grande impacto de Sérgio Godinho só se verificou no ano de 1972 com a publicação de "Sobreviventes", o seu primeiro disco de longa duração, também é verdade que o EP que saiu em 1971, ao mesmo tempo que "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" de José Mário Branco, já tinha todos os ingredientes para se identificar que ali estava algo de novo e verdadeiramente diferente do que era habitual ouvir-se na música de expressão portuguesa.

Pouco depois de serem editados, o EP de Sérgio Godinho e o LP de José Mário Branco, já eu, então  com os meus 15 anos, os tinha e ouvia em casa dos meus pais, chegaram lá via Manuel Freire que os disponibilizou ao meu pai, pois nessa altura eram colegas de trabalho.
"Romance de um dia na estrada", assim se intitulava o EP e a sua canção principal, ainda o mantenho comigo, e a ele volto com alguma regularidade com as recordações que ele me trás de um tempo em que me abria para o mundo onde grassava a miséria e a injustiça e onde, tudo que se manifestava na luta por um país melhor, era por mim rapidamente absorvido. Sérgio Godinho é de todos os cantores portugueses revelados naquela época o que maior discografia apresenta e o que melhor perdurou no tempo, ouça-se "Nação Valente" de 2018.


EP com  ref: 2000 002 da Guilda da Música, "Made in France"

Eduardo M. Raposo, escreve em"Canto de Intervenção 1960-1974":
"Composto por quatro temas: «Romance de um dia na estrada»; «Linda Joana»; «Charlatão» e "AEIOU», sendo Romance de um dia na estrada, sem dúvida um dos acontecimentos mais importantes do ano, é-o, certamente, em grande parte, através da voz espontânea, fresca e intencional de Sérgio Godinho."


Revelava-se assim um dos principais protagonistas na renovação do panorama musical que hoje mais uma vez recordo, hoje com "A Linda Joana".




Sérgio Godinho - A Linda Joana

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