sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Talking Heads – Once in a lifetime

O melhor da música popular dos anos 80 parece ter ficado irremediavelmente esquecida. Não sendo uma década com uma relação qualidade/quantidade/inovação como a década de 60, não teve no entanto a divulgação (nem proporcionalmente) que esta mereceu.

Se é verdade que houve em excesso de música Pop (tipo usar e deitar fora, “não importantes, comerciais” (digo eu) – Duran Duran, Thompson Twins, Wham, Orchestral Manouevres, etc), esta sim excessivamente divulgada, também é verdade que outros, em cima do legado dos anos 60, construíram sonoridades novas e belas dignas de um reconhecimento que infelizmente não tiveram (e continuam a não ter).
Alguns bons exemplos são os Joy Division, Associates, Durutti Column, Young Marble Giants, The Fall, Orange Juice, The Raincoats, The Jam e fazem parte do grupo que eu considero “importantes, não comerciais”.

Outros “interessantes, com êxito comercial” foram os The Cure, Police, Dire Straits, Dexys Midnight Runners, UB40, The Pretenders ou ainda Echo And The Bunnymen.

A década vai, no entanto, ficar marcada por um grande grupo “importante, razoável êxito comercial”: Talking Heads.
E é por estes que começo. Oito álbuns de originais, três ainda na década de 70 registam a importância dos Talking Heads de David Byrne. Nascidos na 2ª metade da década de 70 sob forte influência punk, rapidamente evidenciam qualidades muito além do redutor movimento punk (ouça-se “Psycho Killer”!) e atingem o brilhantismo em “Fear of Music” de 1979.


Deste álbum recordemos a inesquecível “Heaven”.


(David Byrne e Tina Weymouth antes da entrada em cena dos outros elementos do grupo no melhor filme/concerto que conheço: “Stop Making Sense” – 1983 realizado por Jonathan Demme.).


Numa época em que todos os caminhos do Rock pareciam esgotados eis que os Talking Heads rompem novas passagens e fazem a sua obra-prima: “Remain in Light” em 1980. A fusão perfeita da música moderna anglo-americana e os ritmos africanos, a beleza harmónica e a brutalidade do ritmo. “Once In A Lifetime” assim o demonstra e é uma das grandes canções de “Remain in Light”.



Talking Heads – Once in a lifetime
PS:
Ah! E agora não percam “Once in a lifetime” no filme/concerto “Stop Making Sense”


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Blood, Sweat & Tears - Variations On a Theme by Erik Satie (1st and 2nd Movement)

Este Regresso ao Passado remonta a 2014 então em passeio por França.

Deambolando por terras de França várias memórias musicais ocorreram, de José Mário Branco  (“vou andando por terras de França”) a Alan Stivell (o Bretão da música Celta).
Em Honfleur, pequena e imperdível vila piscatória da Normandia é incontornável a passagem pela casa de Erik Satie.




Erik Satie compositor e pianista dos finais do século XIX, início do século XX. Contemporâneo de Debussy e Ravel. Excêntrico (nas suas actuações achava que as pessoas deviam “mexer-se” e não estar “paradas a escutar”) e é hoje considerado precursor de quase tudo, da “música ambiente”, do “minimalismo”, do “Ragtime”.




E também de outros movimentos artísticos: impressionismo, dadaísmo, cubismo, surrealismo. Amigo de Picasso e Jean Cocteau. Numa parede na entrada da casa está escrito “…  Les Critiques me représentent comme etant drôle… ce n’est pas vrais… Je ne suis pas drôle,… ni ne désire l’être…”.





Quanto à música, essa é simplesmente bela como se comprova no tema que segue no final. Trata-se da “Première Gymnopédie” numa interpretação do pianista Daniel Varsano (1953-1988) de 1979.

Para quem se lembra do 2º álbum, de 1968, dos excelentes Blood, Sweat & Tears, Erik Satie não será totalmente desconhecido, a faixa de abertura era exactamente “Variations On a Theme by Erik Satie (1st and 2nd Movement)” para agora também recordar.




Blood, Sweat & Tears - Variations On a Theme by Erik Satie (1st and 2nd Movement)




Erik Satie - Première Gymnopédie

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Flora Purim - Bahia

Realizou-se este ano o 52º Festival de Jazz de Montreux. Festival de Jazz! Não, Festival de Boa Música! Veja-se a programação deste e de todos os outros, para rapidamente nos apercebermos do ecletismo musical que sempre caracterizou este Festival. Este ano, por exemplo, estiveram John Cale, Stanley Clarke, Massive Atack, Brad Mehldau, Charlotte Gainsbourg, Iggy Pop, Gilberto Gil, Jack White, Van Morrison (20ª participação no Festival!), Steve Winwood, Nick Cave, Chick Corea, para citar os melhores entre os mais conhecidos.

Ouvi falar no Festival de Jazz de Montreux, já ele ia no seu 8º ano, 1974 portanto, quando por lá passou a cantora brasileira Flora Purim. Desse concerto saiu mais tarde o LP “500 Miles High - Flora Purim At Montreux” que me cativou por completo e que agora aqui recupero.

Depois da promissora passagem pela formação Return To Forever (1972) de Chick Corea, Joe Farrell, Stanley Clarke e o marido, o percussionista Airto Moreira , Flora Purim inicia carreira a solo destacando-se logo em 1974 na sua passagem pelo Festival de Jazz de Montreux.

Eram  sons novos, mistura única e contagiante da música brasileira com o Jazz (na época destacavam-se igualmente Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti), os que se ouviam em “500 Miles High…”, alguns a chamar-lhe de Jazz Latino.


Edição portuguesa de 1976, Ref: LP-S-56-7 com o preço de 290$00 (1,45 €)





Gravado a 6 de Julho de 1974, há, portanto, 44 anos, a escolha de uma canção deste LP - custou-me 290$00 – de 7 faixas é tarefa ingrata. Desde o início encantador de “O Cantador”, passando pelo Jazzístico “500 Miles High” (Chick Corea), pelo inspirado “Cravo e Canela” de Milton Nascimento (com participação dele mesmo), até ao incrível “Jive Talk” (Hermeto Pascoal), venha o diabo e escolha… todas!

Tendo de optar, não resisto a “Bahia” de Ary Barroso composição de 1938, numa criadora interpretação de Flora Purim (Terá sido aqui que os Talking Head viriam a inspirar-se nos ritmos inebriantes de “Remain in Light” em 1980?).




Flora Purim - Bahia

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Neil Young - Philadelphia

Os últimos e mais alguns próximos Regresso ao Passado não obedecem a critério nenhum. São simplesmente canções que às duas por três me vêm à cabeça e merecem aqui serem divulgadas.  É o que acontece com a recordação de hoje.
Assim há tarefas que se tornam fáceis quando à partida se afigurava complicado, ou seja escolher uma canção de Neil Young para este Regresso ao Passado. Largas centenas de canções gravadas ao longo de mais de 4 décadas de actividade; os iniciais Buffalo Springfield, os esporádicos Crosby, Stills, Nash & Young e a sua regularíssima carreira a solo tornariam esta escolha um quebra-cabeças. A produção de discos é de tal forma regular que fica a ideia que um pouco mais de contenção e todos os álbuns seriam de 5 estrelas. Ficou fácil porque a música vem-me regularmente à memória.

Trata-se de “Philadelphia”, música do filme com o mesmo nome de 1994 e que passou quase despercebida, a música, que o filme teve bastante sucesso. Assim como teve a outra Philadelphia, a “Streets of Philadelphia” de Bruce Springsteen, que, de longe, não tem a intensidade da “Philadelphia” de Neil Young.

O filme termina justamente com a música de Neil Young, aqui vai.





Para audição, esta pequena pérola (entre muitas) de Neil Young que não está incluída em nenhum dos álbuns originais.




Neil Young - Philadelphia

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Elvis Costello - Shipbuilding

Uma boa parte das músicas que tenho recuperado têm 40 ou mais anos e obedecem a variadíssimas razões: ou estão esquecidas, ou são pouco conhecidas, ou destacam-se pela qualidade (boa ou má) ou muito simplesmente porque fizeram parte da minha juventude. Outras há que, não tendo ainda os 40 anos, se impõem que sejam recordadas desde já, sem mais demoras, pois fazem parte de uma uma pequena lista de culto. É a escolha de hoje.

Clive Langer é um produtor musical e escreveu uma das canções mais bonitas de sempre (não estou a exagerar). A música foi entregue a Robert Wyatt (músico enorme e único na cena popular dos últimos 50 anos) mas acabaria por ser ElvisCostello a escrever a letra. A primeira gravação é, no entanto, de Robert Wyatt (onde Elvis Costello participa na guitarra e voz) e é de 1982. Em 1983 também Elvis Costello fez a sua própria versão com uma brilhante participação de Chet Baker (1929-1988) no trompete. Temos assim dois génios (Robert Wyatt e ElvisCostello) para a mesma grande canção.

Ficamos com as duas excelentes versões, qual delas a melhor?

No vídeo temos a versão de Robert Wyatt, superiormente interpretada.





Afinal os anos 80 também têm os seus encantos! Para desfrutar com o som alto e em múltiplas audições segue em anexo a versão de Elvis Costello (pelo particular do trompete, incrível).




Elvis Costello - Shipbuilding

domingo, 26 de agosto de 2018

Ney Matogrosso - Bandolero

“Que linda voz, como se chama a cantora que estavas a ouvir?” – perguntou-me a minha mãe.

“Não é uma cantora, é um cantor, chama-se Ney Matogrosso e é brasileiro”respondi eu.

Estávamos em 1978 e tinha acabado de comprar o novo álbum de Ney Matogrosso de nome “Feitiço”. Depois do êxito dos Secos e Molhados (1973/74), Ney Matogrosso, em carreira a solo, editava um dos discos que eu mais gosto, precisamente, “Feitiço”. Com uma capa a escandalizar, na época, meio mundo (Ney Matogrosso nu em pose provocante), “Feitiço" continha temas inesquecíveis e superiormente interpretados como “Bandolero”, “Mal Necessário”, “Dos Cruces” ou ainda “Não Existe Pecado ao Sul do Equador”.





Sempre que ouço Ney Matogrosso, em particular “Feitiço”, lembro-me da minha mãe. Agora, que ela partiu, e a saudade aperta, recordo o tema de abertura: “Bandolero”, “Eu, bandoleiro, no meu cavalo alado, Na mão direita o fado, Jogando sementes nos campos da mente…”



Ney Matogrosso - Bandolero

sábado, 25 de agosto de 2018

Michael Holm - Mendocino

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

Mais uma canção que não me lembrava de todo, mas, felizmente, nada perdi. "Mendocino" de Michael Holm está na linha de "Walter Walter" de Johnny Tame, as duas mais banais canções das quais o "mundo da canção" publicava as respectivas letras no seu nº 6. As duas, coincidência ou não, vêm da Alemanha e devia ser do mais fraco que por lá se fazia.




"Mendocino" foi uma canção original de um grupo norte-americano de nome Sir Douglas Quintet e pelo que apurei com grande sucesso na Europa. A "Mendocino" que me trás hoje aqui é a versão do alemão Michael Holm e ao que parece foi o disco mais vendido na Alemanha em 1969. Sucesso comercial tantas vezes inversamente proporcional à qualidade, "Mendocino" é disso exemplo.




Michael Holm - Mendocino

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Simon and Garfunkel - Cecilia

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

O ano de 1970 foi o ano de Simon and Garfunkel.
Ao 5º e último álbum alcançam a unanimidade, a crítica era claramente favorável e o público aplaudiu como não tinha feito em relação aos álbuns anteriores. "Bridge Over Troubled Water", não era o álbum perfeito, nem o mais bem conseguido, mas foi o que melhor aceitação teve e era sem dúvida um grande disco, ainda hoje o é.
"Bridge Over Troubled Water" é um álbum ecléctico na composição, variando de pequenas maravilhas como a canção título, "So Long, Frank Lloyd Wright" e "The Only Living Boy in New York", à música tradicional peruana com o arranjo de "El Condor Pasa", ao Pop-Rock de "Keep the Customer Satisfied", à popular "Cecilia", à grandiosidade de "The Boxer". Um disco cheio de boas recordações.




A revista "mundo da canção" publicou então várias letras de canções que compunham este disco histórico, para muitos o melhor do ano de 1970, entre as quais constava "Cecilia" que vinha no nº 6 de Maio daquele ano.




Simon and Garfunkel - Cecilia

Dana - All Kinds Of Everything

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

A 21 de Março de 1970 realizou-se em Amsterdão o Festival da Eurovisão da Canção. O tal que Portugal não participou em protesto com o resultado, penúltimo lugar, no Festival do ano anterior onde Portugal foi representado pela Simone de Oliveira com a canção "Desfolhada".

A edição de 1970 teve por vencedora a canção "All Kinds Of Everything" representante da Irlanda na voz de Dana, o segundo lugar ia para a Mary Hopkin, que representava o Reino Unido, com "Knock Knock (Who's There").

O nº 6 da revista de divulgação musical "mundo da canção" de Maio de 1970, publicava precisamente aquelas duas letras e são agora o pretexto para recordar aquelas canções. Ontem foi "Knock Knock (Who's There?)", hoje é a vez de "All Kinds Of Everything" da irlandesa Dana.




Dana tinha 19 anos quando surpreendeu o Festival da Eurovisão com uma voz angelical e uma bonita e simples canção. Com uma produção discográfica considerável, tendo as canções de cariz religioso vindo a ganhar destaque, não alcançou mais o sucesso que a recordação de hoje teve. Eis, então, "All Kinds Of Everything".




Dana - All Kinds Of Everything

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Mary Hopkin - Knock Knock (Who's There?)

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970


Com a produção entregue a Paul McCartney e a interpretação à então desconhecida Mary Hopkin, "Those Were The Days" foi em 1968 um tremendo êxito. O maior que esta bonita voz teve.

O sucesso desta jovem galesa teria novo impulso em 1970 quando representou o Reino Unido no Festival da Eurovisão da Canção com o tema "Knock Knock (Who's There?)". Recorde-se que o Festival neste ano foi boicotado por alguns países, entre os quais Portugal, contra as más e injustas classificações obtidas no ano anterior. Sérgio Borges teria sido o representante de Portugal.


"Knock Knock (Who's There?)" conquistou o 2º lugar atrás da vencedora Irlanda com "All Kinds Of Everything" na voz de Dana (amanhã é esta a recordação).




"Knock Knock (Who's There?)" era a letra que vinha publicada na revista "mundo da canção" no seu nº 6 de Maio de 1970.




Mary Hopkin - Knock Knock (Who's There?)

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Norman Greenbaum - Spirit In The Sky

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

Desta lembro-me bem, ouvia-se muito e ficou-me no ouvido. Por vezes vem-me à memória e por isso já em tempos a lembrei sob o tema "Canções que se ouviam no ano de 1970".
Desta vez o propósito é a revista "mundo da canção" que em Maio de 1970, no seu nº 6, publicava a letra:
"When I die and they lay me to rest
Gonna go to the place that's the best
When I lay me down to die
Goin' up to the spirit in the sky..."

É novamente "Spirit In The Sky" e o cantor o norte-americano Norman Greenbaum.






Pouco mais há dizer, apesar de ainda hoje se manter musicalmente activo, em termos de gravações elas centraram-se entre 1969 e 1972 e entre elas a que teve efectivamente grande notoriedade foi sem dúvida este "Spirit In The Sky" que bem sabe recordar.




Norman Greenbaum - Spirit In The Sky

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Johnny Tame - Walter Walter

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

De consumo rápido, muito rápido. Depois de usar deitar fora. Esquecer e passados quase 50 anos a ela voltar a propósito do nº 6 da revista "mundo da canção". "Walter Walter" de Johnny Tame é essa canção.

Johnny Tame foi um cantor alemão de nome verdadeiro Uwe Reuss e dele já não me lembrava de todo. Foi circunstancial e relativamente localizado o seu sucesso, deixou algumas gravações em nome próprio, integrado em formações Pop-Rock ou ainda em duo destacando-se Tame & Maffay no final dos anos 70.




A letra condizia com a qualidade da música: "Walter, Walter / Where is your daughter / Where is the girl who should marrie me..." e lembrar a música alemã de cariz mais popular, cantarolemo-la neste momento de lazer.
Ah! é verdade, diz a wikipédia que actuou na TV e rádios de vários países entre os quais Portugal, alguém se lembra?




Johnny Tame - Walter Walter

domingo, 19 de agosto de 2018

Anja Garbarek - Stay Tuned

Regresso de férias, de volta a mais um Regresso ao Passado.

Na Noruega ouvi muito Edvard Grieg (1843-1907) e o seu trabalho mais conhecido “Peer Gynt” que é um “incidental music” para a peça de teatro com o mesmo nome do norueguês Ibsen. Mal cheguei a casa voltei a ouvir “Peer Gynt”, agora com o devido sossego, numa edição em vinil de 1958 que era do meu pai.

Edição  Decca de 1958 , do Reino Unido, com a referência
SXL 2012; SXL.2012



Grieg arrumado virei-me para outras músicas e recorri a Jan Garbarek.
Jan Garbarek é um conhecido saxofonista de Jazz, actualmente com 71 anos e também ele norueguês. Julgo que desde os anos 70, 80, tempos em que colaborou com Keith Jarrett e também com Bill Frisell, que não o ouvia.
Nas terras distantes de Bergen (onde nasceu e morreu Grieg) descobri um disco que não conhecia. Edição de 2012 de um concerto de 1981, em trio de Jan Garbarek com o brasileiro Egberto Gismonti (guitarra e piano) e o norte-americano Charlie Haden (1937-2014) (Baixo). Disco de Jazz, de fusão de várias influências, dá pelo nome português de “Mágico: Carta de Amor”.
A ouvir com atenção.





Depois da audição deste duplo CD, Jan Garbarek recordado, seguiu-se a música experimental alternativa de Anja Garbarek, filha daquele. Com uma discografia curta para uma carreira que já vem desde os anos 90 do século passado Anja merece uma atenção redobrada na descoberta daquela que, para alguns, é um génio ignorado da música popular actual.
Uma boa entrada para a conhecer é a proposta de hoje, “Stay Tuned” do ano de 2001 que foi retomada brilhantemente por Robert Wyatt em 2007 no seu magnífico “Comicopera”.


www.last.fm

Ficamos então com o original, “Stay Tuned”, de Anja Garbarek entre a melhor música oriunda da Noruega.




Anja Garbarek - Stay Tuned

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Bob Dylan - Peggy Day

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

Se bem que já conhecesse-se alguma da boa música que Bob Dylan já tinha publicado, foi o álbum "Nashville Skyline" (1969) o primeiro que me lembro da sua publicação. E dele, em particular "Lay Lady Lay" a canção que mais passou na rádio e também um dos grandes sucessos do cantor.
Musicalmente seguia as esteiras do anterior "John Wesley Harding" (1967) ou seja a música Country que era então a sua maior influência, uma fase que se prolongaria até "Pat Garrett & Billy the Kid" (1973).

Como disse "Lay Lady Lay" era a mais divulgada de todas as que compunham "Nashville Skyline", mas também ficou no ouvido "Girl From The North Country", em dueto com Johnny Cash, "I Threw It All Away" ou ainda "Tonight I'll Be Staying Here With You".






Já "Peggy Day" era menos conhecida, era, no entanto, a letra publicada pela revista "mundo da canção" de Maio de 1970 e como tal a recordação de hoje.




Bob Dylan - Peggy Day

domingo, 5 de agosto de 2018

Julie Rogers - Almost Close to You

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

A origem do Regresso ao Passado de hoje é o mesmo de ontem, ou seja a pequena notícia que constava no nº 6 da revista "mundo da canção" intitulada "Discos Zip Apresentaram em Portugal Lee Lynch e Julie Rogers".  Nela se dava conta da edição pela nossa editora "Zip-Zip" de 2 EP dos artistas referenciados no título e que tinham actuado a 20 de Abril de 1970 no Teatro Villaret.




Ontem foi a vez de Lee Lynch, hoje recupera-se Julie Rogers.
Actualmente com 75 anos, Julie Rogers teve o seu sucesso maior, em Inglaterra, de onde era originária, e nos Estados Unidos, na primeira metade da década de 60. As suas gravações efectuaram-se sobretudo naquela década e na seguinte.
Quando ao disco cá editado pela "Zip-Zip", tratava-se de um EP composto pelas seguintes canções: "Almost Close To You", "Come Tomorrow", "You Better Sit Down Kids" e "This Is Me".

Dentro do género da música ligeira, então em queda face ao predomínio do Pop-Rock, segue para audição o tema principal "Almost Close To You".




Julie Rogers - Almost Close to You

sábado, 4 de agosto de 2018

Lee Lynch - Stay Awhile

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970


"Zip-Zip" foi, para além do programa televisivo que passou na RTP no ano de 1969, uma editora discográfica nacional que maioritariamente se dedicou, na década de 70, à publicação de música portuguesa, tendo no entanto também editado alguma música Pop internacional.

Sob o título "Discos Zip Apresentaram em Portugal Lee Lynch e Julie Rogers", o nº 6 da revista "mundo da canção" dá a conhecer a actividade da recém criada editora.






Ficamos assim a saber que a editora tinha trazido a 20 de Abril de 1970, ao Teatro Villaret, os artistas Lee Lynch e Julie Rogers para a presentação dos EP entretanto cá editados.

Lee Lynch (1937-2012) foi um cantor e autor de canções nascido na Irlanda, no início dos anos 60 começa carreira artista em Inglaterra, sendo em 1969 que se destaca internacionalmente. De acordo com o seu site (http://www.leelynch.co.uk/):
"In 1969, Lee represented Great Britain in an international song contest in Belgium with a song called 'Stay Awhile', which soon went to the top of the Belgian charts and was a huge success in various countries."

O EP editado pela "Zip-Zip" contém precisamente "Stay Awhile" e ainda "A Bad Time To Stop Loving Me", "They've Taken Our Childhood Away" e "Don't Hold On To Yesterday".

Para audição proponho "Stay Awhile".




Lee Lynch - Stay Awhile

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Melanie - Beautiful People

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

Aquando da publicação deste nº da revista "mundo da canção", Melanie ainda não era por cá tão conhecida como rapidamente o viria a ser. Era Melanie a escolhida para a rubrica "figuras", com uma fotografia e um pequeno texto de apresentação.



À data eram 2 os trabalhos já por ela editados, respectivamente os álbuns "Born To Be" (1968) e "Affectionately Melanie" (1969), tendo, no entanto, ganho maior notoriedade com a sua passagem pelo Festival de Woodstock (1969).


http://woodstock.wikia.com

É do 2º álbum, foi uma das 7 canções que ela interpretou em Woodstock e foi, provavelmente, a primeira canção que eu conheci dela, chama-se "Beautiful People".




Melanie - Beautiful People

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Aphrodite's Child - Rain and Tears

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

Continuo com a recordação das canções cujas letras vinham publicadas no nº 6 da revista de divulgação musical "mundo da canção" de Maio de 1970. Entre elas constava uma canção que já aqui recordei e que é hoje repetida, trata-se de "Rain and Tears" e era um original dos gregos Aphrodite's Child.

"Rain and Tears" é uma bela canção e encontra-se entre o melhor que o grupo de Vangelis Papathanassiou e Demis Roussos nos deixou. Como é sabido, e referido na revista, a canção é um "Arranjo sobre motivos do: «Canon de Pachelbel» de E. Papathanassiou" (Evángelos Papathanassiou, vulgo Vangelis), sendo a letra de Boris Bergman.




Muito ouvida na época era este merecido retorno a "Rain and Tears", de notar ainda a interpretação de Demis Roussos.




Aphrodite's Child - Rain and Tears

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

The Beatles - Honey Pie

mundo da canção nº 6 de Maio de 1970

Os rumores já corriam há algum tempo, a confirmação veio a 10 de Abril de 1970, era o fim dos The Beatles. Terminava assim a história dos 4 rapazes de Liverpool que na década anterior tinham revolucionado a música popular e alterado comportamentos, usos e costumes de toda uma geração de jovens ávida de protagonismo.

A edição de Maio de 1970 da revista "mundo da canção" era omissa ao fim dos The Beatles, mas publicava em páginas diferentes mais três letras de músicas do quarteto mais famoso de sempre, eram elas: "Eleanor Rigby", "Honey Pie" e "Octopus's Garden", respectivamente dos álbuns "Revolver" (1966), "The White Album" (1968) e "Abbey Road" (1969).
Escolho, do excelente e eclético duplo álbum branco, "Honey Pie".




A canção creditada, como era usual, a Lennon-McCartney, foi na realidade composta exclusivamente por Paul McCartney e correspondia a uma vontade deste de escrever uma canção à moda de um music-hall a lembrar-lhe a sua infância. Não sendo propriamente das canções mais populares dos The Beatles não deixa de ser uma bela recordação de um dos melhores álbuns do grupo.


Foto da edição em CD de 2018 com referência 00600753817230




The Beatles - Honey Pie