sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Talking Heads – Once in a lifetime

O melhor da música popular dos anos 80 parece ter ficado irremediavelmente esquecida. Não sendo uma década com uma relação qualidade/quantidade/inovação como a década de 60, não teve no entanto a divulgação (nem proporcionalmente) que esta mereceu.

Se é verdade que houve em excesso de música Pop (tipo usar e deitar fora, “não importantes, comerciais” (digo eu) – Duran Duran, Thompson Twins, Wham, Orchestral Manouevres, etc), esta sim excessivamente divulgada, também é verdade que outros, em cima do legado dos anos 60, construíram sonoridades novas e belas dignas de um reconhecimento que infelizmente não tiveram (e continuam a não ter).
Alguns bons exemplos são os Joy Division, Associates, Durutti Column, Young Marble Giants, The Fall, Orange Juice, The Raincoats, The Jam e fazem parte do grupo que eu considero “importantes, não comerciais”.

Outros “interessantes, com êxito comercial” foram os The Cure, Police, Dire Straits, Dexys Midnight Runners, UB40, The Pretenders ou ainda Echo And The Bunnymen.

A década vai, no entanto, ficar marcada por um grande grupo “importante, razoável êxito comercial”: Talking Heads.
E é por estes que começo. Oito álbuns de originais, três ainda na década de 70 registam a importância dos Talking Heads de David Byrne. Nascidos na 2ª metade da década de 70 sob forte influência punk, rapidamente evidenciam qualidades muito além do redutor movimento punk (ouça-se “Psycho Killer”!) e atingem o brilhantismo em “Fear of Music” de 1979.


Deste álbum recordemos a inesquecível “Heaven”.


(David Byrne e Tina Weymouth antes da entrada em cena dos outros elementos do grupo no melhor filme/concerto que conheço: “Stop Making Sense” – 1983 realizado por Jonathan Demme.).


Numa época em que todos os caminhos do Rock pareciam esgotados eis que os Talking Heads rompem novas passagens e fazem a sua obra-prima: “Remain in Light” em 1980. A fusão perfeita da música moderna anglo-americana e os ritmos africanos, a beleza harmónica e a brutalidade do ritmo. “Once In A Lifetime” assim o demonstra e é uma das grandes canções de “Remain in Light”.



Talking Heads – Once in a lifetime
PS:
Ah! E agora não percam “Once in a lifetime” no filme/concerto “Stop Making Sense”


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