“Que linda voz, como se
chama a cantora que estavas a ouvir?”
– perguntou-me a minha mãe.
“Não é uma cantora, é um cantor, chama-se Ney Matogrosso e é brasileiro”
– respondi eu.
Estávamos em 1978 e tinha acabado de comprar o novo álbum de Ney Matogrosso de
nome “Feitiço”. Depois do êxito dos Secos e Molhados (1973/74), Ney
Matogrosso, em carreira a solo, editava um dos discos que eu mais gosto,
precisamente, “Feitiço”. Com uma capa a escandalizar, na época, meio mundo (Ney
Matogrosso nu em pose provocante), “Feitiço" continha temas inesquecíveis e
superiormente interpretados como “Bandolero”, “Mal Necessário”, “Dos Cruces” ou
ainda “Não Existe Pecado ao Sul do Equador”.
Sempre que ouço Ney Matogrosso, em particular “Feitiço”, lembro-me da minha
mãe. Agora, que ela partiu, e a saudade aperta, recordo o tema de abertura:
“Bandolero”, “Eu, bandoleiro, no meu cavalo alado, Na mão direita o fado,
Jogando sementes nos campos da mente…”
Ney Matogrosso - Bandolero
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