terça-feira, 30 de novembro de 2021

Lal & Mike Waterson - Bright Phoebus

 Raridades


Benditas reedições! Sim é verdade, para além de toda a política e aproveitamento comercial em volta das inúmeras reedições nos mais variados formatos que nos últimos anos têm proliferado, existem algumas que são verdadeiras pérolas que estavam praticamente e injustamente esquecidas.

A escolha de hoje é um desses casos que se não tivesse acontecido não seria possível tomar contacto  com tal relíquia. A proposta é Lal & Mike Waterson e o álbum é "Bright Phoebus" de 1972.

Lal Waterson (1943-1998), Mike Waterson (1941-2011) e ainda Norma Waterson (1939-) são três irmãos ingleses que em diversos formatos (de The Watersons a múltiplas outras formações) marcaram a cena Folk britânica principalmente nos anos 60 e 70 passados.

Sem mais delongas vou directo para o ano de 1972 quando Lal & Mike Waterson editaram este "Bright Phoebus" que contou com a colaboração de nomes ilustres como Tim Hart e Maddy Prior, Richard Thompson,  Ashley Hutchings, Dave Mattacks e Martin Carthy.


Duplo CD editado em 2017 com a ref: REWIGCD102X

Um disco não compreendido no seu tempo, "Too folk to be embraced by the rock world, yet not trad enough for the folk clubs where performing original material was tantamount to heresy..." - nas notas do CD, e hoje considerado uma obra prima, dele ficamos com o tema título "Bright Phoebus"

 Primeiro do CD2 "The 1971 Demos", uma verdadeira raridade.





Finalmente do CD1 "The Original Album", uma verdadeira preciosidade.





Lal & Mike Waterson - Bright Phoebus

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Shirley Collins - The False Bride

Raridades


Shirley Collins é uma referência da música Folk inglesa. As suas primeiras gravações tiveram início ainda nos anos 50 do século passado e actualmente com 86 anos continua nas lides musicais (lançou ainda este ano o EP "Crowling" com 5 composições) após uma longa interrupção que ocorreu de 1978 a 2016. Possuidora de uma voz austera, que se estranha a uma primeira audição, vai-se revelando, pouco a pouco, de uma profundidade e pureza que nos enleva e cativa.

Por entre a sua discografia, que vai desde  gravações a solo a colaborações com Davy Graham, a irmã Dolly Collins, os The Albion Country Band e os The Young Tradition, consta um EP publicado em 1963, que se encontrava perdido no tempo, denominado "Heroes In Love" composto por quatro canções tradicionais.


Edição do Reino Unido em CD, de 2019, com a ref: TTSCD003


E eis que a reedição em 2019 do álbum "The Sweet Primroses" de 1967 nos traz uma surpresa terminando com quatro faixas extra que compunham o referido EP.

"The False Bride" é a primeira dessas composições. Trata-se de um tradicional escocês de data incerta, pelo menos do século XVII, brilhantemente interpretado por Shirley Collins aqui ainda com uma voz na frescura da idade.

"The False Bride" tem sido sujeita a diferentes interpretações, inclusivé com outras designações ("I Loved a Lass","The Week Before Easter"), onde destaco a de Sandy Denny em 1967, Pentangle em 1968 e June Tabor em 1971.



Shirley Collins - The False Bride

domingo, 28 de novembro de 2021

Bert Jansch – Angie

  Raridades


Bert Jansch (1943-2011) é só por si uma raridade. Ou seja é um caso raro de qualidade no tocar da guitarra acústica, Neil Young considerou-o mesmo o Jimi Hendrix da guitarra acústica. Só por isso está justificada a escolha para hoje.

Figura proeminente do Folk britânico da década de 60, é referência para muitos músicos de diversos tempos, de Nick Drake e Donovan nos anos 60 a Johnny Marr (The Smiths) e Bernard Butler (Suede) nos tempos mais recentes. Na sua carreira teve crucial importância o período de 1967 a 1973 onde como membro dos Pentangle fez parte da aventura de fusão do Folk e do Jazz testemunhada em 6 excelentes álbuns. Mas a seu nome já era conhecido na cena Folk britânica, em particular a partir de 1963 nos clubes Folk londrinos como os famosos Troubadour e Les Cousins onde se cruzou, entre outros, com John Renbourn, Jackson C. Frank e Anne Briggs.


Edição em CD do reino Unido com ref: CMRCD204


O primeiro álbum teve edição em 1965, "Bert Jansch", e nele constava o tema "Angie" de Davy Graham figura de proa do Folk inglês e uma das suas principais influências. Verdadeiramente incrível e infelizmente, por cá, pouco conhecida. A edição em CD de 2001 contem duas faixas bónus sendo uma delas uma gravação amadora de "Angie" ao vivo de 1964. Era esta que eu tinha pensado para o Regresso ao Passado de hoje mas não tem a qualidade suficiente pelo que corria o risco de não se ficar com a melhor ideia de "Angie", assim sendo seguem as duas. Disfrutem!

"This is a story set in a strange man's world, where musical truths weave a blue maze.", da contra-capa do disco.



Bert Jansch – Angie (Live)





Bert Jansch – Angie

sábado, 27 de novembro de 2021

John Renbourn - To Glastonbury

 Raridades


Nova passagem pelo tema "Raridades", valha o nome o que se quiser numa época em que tudo está disponível a um click de distância. São genericamente canções que por qualquer motivo praticamente não tiveram qualquer divulgação tratando-se muitas vezes de gravações perdidas e mais tarde recuperadas, outras vezes gravações ao vivo, tantas vezes objecto de edições contrabandeadas, ou ainda gravações demo a merecerem ser conhecidas.  Assim sendo começo com John Renbourn.

John Renbourn (1944-2015), já marcou presença nestes meus Regresso ao Passado nas suas gravações iniciais com Dorris Henderson, com Bert Jansch e com os Pentangle onde permaneceu até ao seu fim em 1972.

É depois do fim dos Pentangle que John Renbourn grava um conjunto de temas que iriam ficar esquecidos e recuperados somente em 1996 resultando no álbum "Lost Sessions" que hoje aqui trago.


Edição alemã em CD com a ref: EDCD 490


Um disco muito calmo, relaxante onde tudo soa natural e é interpretado de uma forma diria tão fácil. Como diz John Renbourn: "... trying to cheer myself up by gathering together a bunch of friends to play a little music and have good time." Quanto às canções "... were mostly autobiographical, reflecting my move out of the city from an old sailing barge on the Thames - 'Riverside Song', and down to the West Country - 'To Glastonbury'."

Um disco que os fãs de John Renbourn devem adquirir, a juntar à longa e rica discografia que nos deixou.



John Renbourn - To Glastonbury

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Madeleine Peyroux and k.d.lang - River

  Grandes Versões


Teria terminado ontem esta minha segunda passagem pelo tema "Grandes Versões" não fora um comentário de Mário R. Gonçalves a sugerir Madeleine Peyroux, na realidade Madeleine Peyroux com k.d.lang, e a versão de "River", e ainda bem que o fez.

"River" é no original uma canção de Joni Mitchell e uma das que mais versões teve direito. Sou fã da Joni Mitchell há mais de 50 anos e considero-a um caso à parte na música popular, como Bob Dylan. Dificilmente se encontra alguém que reúna as qualidades que eu vejo nela deste a composição à produção e interpretação. É uma daquelas joias que eu mantenho bem guardadas e à qual volto com muita regularidade (imperdíveis as duas caixas de arquivo que recentemente foram editadas e que cobrem os anos de 1963 a 1971). Joni Mitchell é a minha cantora viva preferida.

Espero não ser mal interpretado mas é tal a minha admiração por Joni Michell que, genericamente, nunca dei grande atenção às inúmeras versões de canções que foram surgindo como "Both Side Know" e "River" para só citar as mais conhecidas. Ou seja, tenho o original para que quero cópias!

Sobranceria minha talvez em não dar atenção e só depois fazer a selecção, mas eis que, seguindo a sugestão de Mário R. Gonçalves, dei conta de estar perante, aqui com toda a propriedade, uma grande versão de "River".


https://www.discogs.com/


Madeleine Peyroux, cantora de Jazz e k.d. lang, cantora Country, cruzam-se nesta bela versão  protagonizando uma versão a todos os títulos recomendável, para ouvir muitas vezes...



Madeleine Peyroux and k.d.lang - River

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Robert Plant & Alison Krauss – Go Your Way

 Grandes Versões


Este cruzamento de músicos do Rock e do Folk é na realidade fascinante e é um campo infindável de influências. Esta ingerência faz-se nos dois sentidos se bem que os exemplos que tenho dado sejam mais do Folk pelo Rock. Mas lembremo-nos dos Led Zeppelin, grupo do Hard-Rock por excelência, tinham bem presente o Folk em alguns registos, ouça-se "Led Zeppelin III" ou mesmo no seguinte, o bem "pesado" álbum sem título,  é ouvir "The Battle of Evermore" com Robert Plant em dueto com Sandy Denny.


Edição em CD de 2017 com a ref: EARTHCD019

Anne Briggs é uma extraordinária cantora Folk inglesa cuja carreira musical se limitou, infelizmente, aos anos 60, início dos anos 70, tendo deixado 3 fundamentais álbuns. O primeiro LP só surge em 1971, são dez canções, oito das quais tradicionais e seis cantadas "a cappela", as outras duas, "Living In The Water" por ela escrita e "Go Your Way" em parceria com Bert Jansch.

Tudo indica que "Go Your Way" terá sido escrita em 1966, tendo Bert Jansch a incluído no álbum "Nicole" no ano seguinte com o nome "Go Your Way My Love".


https://www.discogs.com/


Estamos em 2021, passaram-se 55 anos e eis que volto a ouvir "Go Your Way" mas agora por quem? Robert Plant, claro, no segundo álbum em duo com Alison Krauss.

Desta vez não resisto e aqui ficam as duas. Espero que gostem...





Anne Briggs - Go Your Way



Robert Plant & Alison Krauss – Go Your Way

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Richard Thompson - Substitute

Grandes Versões


Mais um Regresso ao Passado em que o Folk e o Rock se cruzam. não fosse Richard Thompson um dos seminais e principais músicos do Folk-Rock.

Começo pelo Rock, o Rock do grupo inglês The Who que teima em se manter com os sobreviventes Roger Daltrey e Pete Townshend, e uma das suas primeiras canções, "Susbstitute".

"Substitute" foi editada em Single em 1966 e seria uma das canções escolhidas para o primeiro álbum ao vivo do grupo "Live at Leeds" de 1970, um disco que eu particularmente gostava quando este foi publicado. Toda a força e rebeldia do Rock num concerto histórico gravado a Universidade de Leeds em 1970, já The Who tinham atingido o estatuto de representantes do movimento Mod que culminaria anos mais tarde com o álbum e o filme "Quadrophenia".

Quanto a Richard Thompson, já variadas vezes a ele recorri, como uma das figuras mais importantes do Folk e Folk-Rock britânico deste os primórdios dos Fairport Convention até aos nossos dias em ímpar carreira a solo. Desde o Folk mais tradicional a propostas mais arrojadas, com incursões pelo Rock mais pesado, em algumas gravações quando se apresenta como Richard Thompson Electric Trio.

Recordo-me por exemplo da interpretação de "White Room" dos Cream, mas também desta "Substitute" a solo e em formato acústico.


4º CD da caixa The Life & Music of Richard Thompson
de 2006 com a ref: FRQCD-55

Esta versão de "Substitute" consta na caixa "The Life & Music of Richard Thompson", no 4º de 5 CD intitulado "The Songs Pour Down Like Silver - The Covers & Sessions" e foi gravada ao vivo em Bradford, UK em 1992.



Richard Thompson - Substitute

terça-feira, 23 de novembro de 2021

The Doors - Gloria

  Grandes Versões


Tinha Van Morrison 18 anos quando compôs a canção "Gloria" que seria publicada pela primeira vez pelo seu grupo de então os Them em 1964 (muitos anos tem já o Rock!). A canção ocuparia o lado B do Single em que o tradicional  "Baby, Please Don't Go" era o tema principal.

Estaria Van Morrison, julgo eu, muito longe de imaginar a importância que esta canção iria ter, não só na voz de outros interpretes como na sua própria carreira. Ainda hoje a canta regular-me, vi-o a interpretá-la em Julho de 2018 no EDPCOOLJAZZ  em Cascais no hipódromo Manuel Possolo.

Quis o destino que os Them de Van Morrison actuassem em 1966 no famoso Whisky a Go-Go em Los Angeles, altura em que The Doors eram a banda residente. São vários os testemunhos desse encontro, por exemplo, no livro "Daqui Ninguém Sai Vivo" lê-se referindo-se os autores a Jim Morrison:

"Tinha passado duas semanas de grandes bebedeiras quando a banda inglesa Them tinha encabeçado o cartaz no Whiskey, visto que o cantor-compositor do grupo não só tinha o mesmo apelido que Jim, mas também muitos dos mesmos hábitos, Jim e Van estavam convencidos que eram aparentados e não deixaram de beber à saúde do parentesco."

O próprio Van Morrison recorda-o em entrevista à revista "Rolling Stones" e afirma em resposta ao jornalista sobre o dueto com Jim Morrison:

"We did “In the Midnight Hour” and “Gloria.” He was really raw. He knew what he was doing and could do it very well.



Edição portuguesa de 1983 com a ref: 755 96 0269-1


O que é certo é que The Doors passaram a incluir "Gloria" no seu reportório. É no segundo oficial álbum ao vivo do grupo, "Alive, She Cried", editado em 1983, com gravações efectuadas entre 1968 e 1970, que surge esta versão de mais de 6 minutos de "Gloria". Aqui vai.



The Doors - Gloria

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Robert Wyatt – I’m a Believer (versão longa)

 Grandes Versões


Neste tema de "Grandes Versões" já passei por Robert Wyatt a propósito da canção "Insensatez" de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Robert Wyatt, admirável compositor e intérprete, não se inibe de introduzir na sua obra algumas versões regra geral de muito bom gosto, mesmo quando o original parece não se prestar a isso. Veja-se o exemplo hoje, "I'm a Believer" à qual volto mas agora para uma versão mais longa.

Canção genuinamente Pop que teve na versão dos The Monkees em 1966 o seu maior sucesso, seria mais tarde recuperada por Robert Wyatt editando-a em Single em 1974, é esta que já se encontra aqui noutro Regresso ao Passado.


Edição Hannibal do Reino Unido. com ref: HNCD 1440


Em 1999 foi publicada uma caixa intitulada "eps" que continha 5 CD (de curta duração, vinte e poucos minutos no máximo) com temas editados entre 1974 e 1997 e remasterizados para esta compilação. A primeira das quais é exactamente "I'm a Believer" (previously unreleased extended version). Com produção de Nick Mason são os músicos seguintes que participam nesta canção: Fred Frith (Violino e guitarra), David MacCrae (Piano), Richard Sinclair (Guitarra Baixo), Nick Mason (Bateria) e Robert Wyatt (Voz). É do próprio Robert Wyatt o seguinte texto constante nesta compilação:

  "Mostly this is about asking musicians more accustomed to extende and extemporised music to focus their attention on something short and sweet: a pop format without the career structures associated with the genre.

 However, such mainstream aspirations were definitely becoming priorities for the record company. Opinions were expressed about musical details. Fred Frith's totally original violin break on 'I'm a Believer' might intimidate influential disc jockeys, etc.."

Boa memória esta!





Robert Wyatt – I’m a Believer

domingo, 21 de novembro de 2021

Joe Cocker - With a Little Help from My Friends

Grandes Versões


Já passei algumas vezes por Joe Cocker (1944-2014) mas não ainda pela canção, não diria de maior sucesso, essa terá sido "Up Where We Belong" (1982), mas, penso eu, aquela que foi a mais marcante da sua carreira ou pelo menos a que o catapultou a figurar entre os nomes mais reconhecidos da música popular. Essa canção foi "With a Little Help from My Friends" em 1968.

Joe Cocker ficou conhecido principalmente pela sua capacidade de interpretar canções algumas das quais já bem conhecidas de nomes como The Beatles, Bob Dylan, Traffic, Leon Russel ou ainda Leonard Cohen. Logo o álbum de estreia de 1969, que tomou o nome de "With a Little Help from My Friends", estava recheado de versões de que a canção título será a mais conhecida.


https://www.discogs.com/


Com um arranjo completamente diferente do original, lembre-se a canção pertencia ao álbum " Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", de 1967, dos The Beatles, e uma capacidade interpretativa invulgar seria a versão ao vivo no Festival de Woodstock em 1969 que se tornaria mais conhecida, diria mesmo imagem de marca do Festival.

Para hoje a versão de estúdio de Joe Cocker a figurar entre as melhores versões de sempre.



Joe Cocker - With a Little Help from My Friends

sábado, 20 de novembro de 2021

Julie Driscoll, Brian Auger & The Trinity – This Wheel’s On Fire

Grandes Versões


Brian Auger & The Trinity, Julie Driscoll, Brian Auger & The Trinity ou ainda Brian Auger's Oblivion Express foram algumas das formações encabeçadas pelo pianista e organista Brian Auger figura importante na fusão do Jazz e do Rock no final dos anos 60.

Julie Driscoll já tinha, com Brian Auger, pertencido ao grupo Steampacket formado em 1965 onde também constavam nomes como Long John  Baldry e Rod Stewart. É da formação Julie Driscoll, Brian Auger & The Trinity que vem a sua popularidade ao dar voz a versões de canções como "Let The Sunshine In" do musical "Hair", "Light My Fire" dos The Doors, "This Wheel's On Fire" de Bob Dylan, "Season of the Witch" de Donovan e "Save The Country" de Laura Nyro, para citar as mais conhecidas.


Compilação em CD da Polydor com a ref: 847 859-2


"This Wheel's On Fire" é uma canção de Bob Dylan e Rick Danko, vocalista dos The Band, e gravada com estes em 1967 que iria surgir somente em 1975 no álbum "The Basement Tapes". Entretanto os próprios The Band publicam-na em 1968 no famoso álbum "Music From Big Pink" e no mesmo ano Julie Driscoll, Brian Auger & The Trinity também a editam em Single sendo um sucesso no Reino Unido.

É da compilação em CD com temas de 1967, 68 e 69 que recuperei "This Wheel's On Fire".



Julie Driscoll, Brian Auger & The Trinity – This Wheel’s On Fire

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Mike Bloomfield/Al Kooper/Stephen Stills – Season of the Witch

 Grandes Versões


Em 1966, Donovan publica o seu terceiro trabalho de estúdio, "Sunshine Superman", um dos primeiros discos da era psicadélica, onde constava a canção objecto do Regresso ao Passado de hoje. Trata-se de "Season of the Witch" e foi mais uma canção de grande sucesso deste autor escocês que tantas saudades deixa da sua música daqueles anos.

Se bem que escocês o álbum foi gravado nos Estados Unidos e é de lá que vem a surpreendente versão de "Season of the Witch" dois anos depois.



Edição portuguesa em vinil com a ref: 32208 da CBS



Mike Bloomfield tinha acabado com os The Electric Flag, Al Kooper tinha abandonado os Blood, Sweat and Tears logo após o primeiro álbum e Stephen Stills vinha dos recém terminados Buffalo Springfield. A iniciativa de gravação de "Super Sessions" partiu de Al Kooper que alugou um estúdio por dois dias tendo entre outros convidado Mike Bloomfield, tendo este não aparecido no segundo dia e sido substituído por Stephen Stills, assim o primeiro lado A do LP é Mike Bloomfield-Al Kooper e o lado B Stephen Stills-Al Kooper. É no lado B que vamos encontra a versão de "Season of the Witch" com os seus mais de 11 minutos.

Como diz Al Kooper na contra-capa do LP:  "a música neste disco foi tocada espontaneamente..." e assim saíram os 11 minutos de "Season of the Witch".



Mike Bloomfield/Al Kooper/Stephen Stills – Season of the Witch

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

David Bowie – God Only Knows

 Grandes Versões


Em 1966 The Beach Boys publicaram um dos discos mais importantes de sempre do Pop-Rock, "Pet Sounds" de seu nome é hoje em dia considerado pela generalidade da crítica como um dos trabalhos mais meritórios da música popular a par de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967) dos The Beatles e "Blue" (1971) da Joni Mitchel. São disco incontornáveis para quem quiser conhecer um pouco da história do Rock, quanto a "Pet Sounds" estava recheado de canções de um bom gosto indiscutível que iam muito além da canção Pop de usar e deitar fora.

Nele constava "God Only Knows", uma das melhores canções de sempre apresenta um requinte inaudito à altura em que foi publicada. Um tema que perdura nos tempo e que se redescobre a cada nova audição ou nova versão. Antes de irmos À versão escolhida para hoje, sugiro primeira passagem pelo original já aqui disponível, depois a versão comemorativa da BBC Music no vídeo seguinte de 2014.



Finalmente vamos para David Bowie e a sua versão de "God Only Knows" incluída no LP "Tonight" de 1984 quando David Bowie, numa vertente mais Pop, fazia chegar a sua música a novas gerações. Menos bem recebido pela crítica mas com uma voz inconfundível, eis "God Only Knows".





David Bowie – God Only Knows

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Tindersticks - A Man Needs a Maid

Grandes Versões


Por vezes é difícil desligarmo-nos da versão original tal é a força que ela tem que não a imaginamos cantada por mais ninguém, é o caso de hoje. Para isso temos que recuar ao ano de 1972 ao álbum "Harvest" de Neil Young onde consta o original, é de "A Man Needs a Maid" que se trata.

"Harvest" é talvez o álbum de maior sucesso de Neil Young e que o consagrou definitivamente a solo. Neste LP constam algumas das canções mais conhecidas de Neil Young e ainda outras duas que eu não as colocava entre as minhas preferidas, "A Man Needs a Maid" e "There's a World", ambas gravada com a London Symphony Orchestra, que, para mim, destoavam do resto do álbum.

De qualquer forma "A Man Needs a Maid", independentemente do arranjo, transpira Neil Young por todos os poros e não a via interpretada por qualquer outro artista.


Edição em CD com as refs: Lucky Dog 27 / Slang50349


Até que no início deste ano surge "Distractions" dos Tindersticks e nele constava precisamente "A Man Needs a Man". A primeira reacção foi de estranheza, quase repulsa, por esta prestação de Stuart Staples e restantes Tindersticks. Da exuberância do original para o intimismo e minimalismo justificaram as dúvidas iniciais. mas insisti e continuei a ouvi-la e pouco a pouco a célebre frase "primeiro estranha-se depois entranha-se" começou a fazer sentido. Portanto a minha sugestão é ouçam-na regularmente... os Tindersticks sabem o que fazem.



Tindersticks - A Man Needs a Maid

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Bryan Ferry - A Hard Rain's A-Gonna Fall

 Grandes Versões


Bryan Ferry deu-se a conhecer ao mundo musical nos passados anos 70, dando voz ao grupo de Rock progressivo Roxy Music. Soaram sempre bem os contrastes entre os arranjos vanguardistas deste grupo e os cantos melancólicos e retro que Bryan Ferry imprimia. Era uma mistura empolgante que revelou grande eficácia em particular nos primeiros LP do grupo.

Mas Bryan Ferry nunca enganou ao que vinha, desde cedo (1973) alimentou carreira a solo onde toda a elegância e sentimentalismo da sua voz mais se revelava. Como verdadeiro "cronner" nunca se inibiu de cantar canções de outros artistas independentemente do género e época e logo no primeiro trabalho a solo, "These Foolish Things" (1973), foi totalmente ocupado por versões.


https://www.discogs.com/


Se bem que a presença sonora dos Roxy Music estivesse presente, era na voz de Bryan Ferry que se encontrava o maior encanto deste álbum. Lembro-me de à época, tendo o Rock perdido em 1971 a sua melhor voz (Jim Morrison dos The Doors),  Bryan Ferry ser considerado o seu sucedâneo pela qualidade vocal que apresentava. E eu gostava muito!

Este primeiro LP abria com "A Hard Rain's A-Gonna Fall" uma canção de Bob Dylan de 1963 e era uma grande apresentação de Bryan Ferry, ao contrário dos Regresso ao Passado anteriores, era o Rock a fazer uma grande versão de um tema Folk. Lógica invertida, qualidade total.



Bryan Ferry - A Hard Rain's A-Gonna Fall

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Kate Rusby - Friday I'm In Love

Grandes Versões


Ao Rock o que é do Rock, ao Folk o que é do Folk? Não, sempre apreciei a mistura de géneros e sempre me tenho mantido fiel ao Folk-Rock, expressão tão rica e popular da melhor música praticada nas últimas décadas.

E músicos Folk a interpretarem canções de grupos Rock?  Nem sempre resulta bem mas não me posso esquecer de algumas interpretações, como por exemplo da June Tabor, Norma Waterson, Richard Thompson, para dizer que sim quando é feito por quem sabe.


The Cure é um grupo de Rock revelada no final dos anos 70 e com grande sucesso na década de 80. São claramente mais uma banda pós Punk, tendo em Robert Smith a sua figura carismática, representativos de um rock alternativo com forte adesão na juventude da época. Com boa parte dos sucessos centrados nos anos 80 a canção hoje em causa é deles pertença e fazia parte do álbum "Wish" de 1992, a canção é "Friday I'm In Love".


https://www.discogs.com/


Kate Rusby é uma cantora, compositora surgida nos anos 90 e que se tem revelado como uma das mais interessantes propostas do Folk inglês. O seu último álbum, "Hand Me Down", data de 2020 e é constituído por versões de canções que vão de James Taylor aos ditos The Cure, precisamente com "Friday I'm In Love".

Particularmente, gosto desta versão bem aveludada pela voz ternurenta de Kate Rusby. Gostam, não gostam? digam de vossa justiça.



Kate Rusby - Friday I'm In Love

domingo, 14 de novembro de 2021

Devine & Statton – Bizarre Love Triangle

   Grandes Versões


Com o fim dos Joy Division em 1980 devido ao suicídio do seu líder Ian Curtis, poucos adivinhariam que os seus sucedâneos New Order iriam ser uma das bandas mais importantes dos anos 80. A música, essa mudou substancialmente, do vanguardismo Pós Punk da obra-prima que foi "Closer" (Joy Divison-1980) para o minimalismo repetitivo das canções de sucesso das pistas de dança como "Blue Monday" e "Bizarre Love Triangle" (New Order, respectivamente 1983 e 1986). Progressivamente foram-se afastando da herança Joy Division e igualmente o meu entusiasmo por eles.

Da mesma geração Pós Punk os Young Marble Giant fizeram um único e excelente álbum "Colossal Youth" também de 1980 após o qual se dividiram em diversos projectos. Para Alison Statton, a vocalista, seguiu-se a experiência Weekend e no final da década com o guitarrista Ian Devine forma o duo Devine & Statton.


Edição em CD, Les Disques du Crépuscule, com a ref:TWI 873-2

Desta parceria resultam dois álbuns sendo no primeiro, "The Prince of Wales", que se encontra a versão de "Bizarre Love Triangle".

Versão encantadora liberta da frieza dos sintetizadores e respectiva electrónica e ganhando na simplicidade instrumental e na voz lindíssima de Alison Statton.



Devine & Statton – Bizarre Love Triangle

sábado, 13 de novembro de 2021

Judy Dyble – See Emily Play

  Grandes Versões


Judy Dyble ficará para sempre conhecida como cantora do Folk-Rock britânico e ter pertencido à formação inicial dos seminais Fairport Convention nos anos de 1967-8. Depois de um longo afastamento das lides musicais retornaria em carreira a solo já neste milénio com gravações até à sua morte no ano de 2020.

Musicalmente ficará sempre ligada ao Folk-Rock mas também é verdade que não se inibiu de fazer incursões pelo Rock Progressivo quer ainda nova (pós Fairport Convention) nos Giles, Giles and Fripp (percursores dos King Crimson) quer quando regressou às gravações após 2004, ouça-se por exemplo o seu último álbum "Between a Breath and a Breath" com David Longdon.

Compositora de muitas das suas canções não deixou de interpretar temas que também aqui foram do Folk (ex: Joni Mitchell) ao Rock Progressivo (ex: Pink Floyd)

É verdade até os Pink Floyd ela cantou! Para isso recuemos ao ano de 2006 e ao álbum "Spindle" onde a faixa inicial era, nada mais nada menos, que "See Emily Play" dos Pink Floyd iniciais, ou seja trata-se de uma canção de Syd Barrett e constituiu o 2º single dos Pink Floyd ainda numa fase bem psicadélica. Ouça-se aqui o original.


https://www.discogs.com/


A versão agora escolhida é bem mais "pesada" que o original, parecendo que podia ser bem adequada às pistas de dança, nela sobressaindo a voz suave de Judy Dyble.



Judy Dyble – See Emily Play

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Eva Cassidy – Songbird

 Grandes Versões


Eva Cassidy foi uma extraordinária cantora prematuramente falecida em 1996 com apenas 33 anos. Quis a sua qualidade vocal e capacidade de interpretação de temas de todos os géneros que não fosse devidamente explorada em vida pela indústria musical sempre ávida de catalogação e de abordagens mais comerciais, tendo assim, em vida, sido publicado um único álbum em nome próprio. Mesmo assim, tratava-se de um álbum ao vivo, "Live at Blues Alley", e editado por conta própria. De estúdio ficou um único álbum "Eva By Heart" editado em 1997 já Eva Cassidy tinha falecido. No entanto vários álbuns têm surgido no mercado com gravações de estúdio e ensaios por ela efectuados e que dariam azo a muitos Regresso ao Passado de qualidade indiscutível.

Vamos devagar, para hoje reservei "Songbird", um excelente tema que constava no álbum "Eva By Heart" de 1997.


Edição do Reino Unido em CD com a ref: G2-10147


"Songbird" é um original de Christine McVie e que surge no famosíssimo álbum "Rumours" dos Fleetwood Mac no ano de 1977. E se já aqui se tratava de uma bela canção que dizer desta versão da Eva Cassidy, mais uma vez, para mim, a versão a ultrapassar o original o que não é muito habitual nos meus gostos.



Eva Cassidy – Songbird

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

The Flying Burrito Brothers – Wild Horses

Grandes Versões

Retomo hoje o tema "Grandes Versões" cujo nome acaba por não traduzir exactamente o que eu pretendia inicialmente, ou seja versões, conhecidas ou não, melhores ou não que os originais, o que é sempre discutível, correspondem a novas interpretações, por vezes pouco prováveis, que, de alguma forma, julgo merecerem ser recuperadas.

Aqui vai a primeira desta segunda série. E esta tem a particularidade de ter surgido primeiro que o original, para o efeito recuo ao ano de 1970 ao grupo de Country-Rock The Flying Burrito Brothers e a canção é "Wild Horses". Esta versão foi ou é pouco conhecida, o original, pelos The Rolling Stones, constituiu mais um êxito para o grupo e foi um dos Singles extraídos do álbum "Sticky Fingers" de 1971.


Edição portuguesa em vinil da A & M com a ref: PPSP 4258



É sabida a amizade entre Keith Richard e Gram Parsons iniciada após a saída deste dos The Byrds em 1968 e que levou Gram Parsons, já com The Flying Burrito Brothers, a tomar conhecimento antecipado da canção e a incluí-la no 2º LP, infelizmente de pouco sucesso, diga-se, "Burrito Deluxe" publicado em 1970.

Magnífica esta interpretação de Gram Parsons à frente dos The Flying Burrito Brothers, sem dúvida uma grande versão a não dever nada à dos The Rolling Stones. Ouça-se!



The Flying Burrito Brothers – Wild Horses

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Tonicha - Resineiro

mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


E este é o último Regresso ao Passado tendo por base o nº 14 da revista "mundo da canção" editado no início de 1971.

Para o fim ficou um texto assinado por Arnaldo Jorge Silva sob o título "Casos" onde o autor parodia com a situação musical portuguesa, "... dizem as más línguas que: Aretha, Ella Fitzgerald, Baez , Mahaila e Melanie estão deveras preocupadas pois sabem que popularidade e contratos estão em perigo devido ao aparecimento das duas portuguesas no mercados mundial."

As "duas portuguesas" referidas aparecem na imagem colagem e eram "insinuantes intérpretes de FOLK (Resineiro Ingraçado), JAZZ (Os Teus Olhos Verdes)..." e só podiam ser a Tonicha e a Lenta Gentil, duas vozes da música ligeira menos interessante do que cá se fazia, mais a segunda que a primeira.




"Resineiro Engraçado" tema popular da Beira-Baixa teve uma bela versão na voz de José Afonso que a publicou no álbum "Cantares de Andarilho", mas não tão bem conseguida pela Tonicha que não faz esquecer a de José Afonso.

"Resineiro" foi publicada em EP no ano de 1969, numa altura em que o reportório de Tonicha assistiu a um incremento de canções de raiz folclórica.



Tonicha - Resineiro

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Leonard Cohen - You Know Who I Am

  mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


A década de 60 não terminaria sem a confirmação de Leonard Cohen como um dos maiores, e mais tarde influentes, cantautores que se conheceu até hoje. "Songs From a Room" era o segundo e maravilhoso álbum que Leonard Cohen publicava e que abria portas para o seu sucedâneo "Songs of Love and Hate" que só apareceria dois anos mais tarde.

Este ainda não tinha sido editado aquando da publicação do nº 14 da revista "mundo da canção" que neste nº continuava a dar a conhecer a poesia de Leonard Cohen que tão bem ele transportava para melodias e interpretações particularmente genuínas. Ouvia-se e já se sabia, só podia ser Leonard Cohen, inconfundível.

Talvez ainda não se advinha-se a importância e o impacto que a sua música viria a ter ao longo de décadas até à sua morte em 2016 mas era já inquestionável que estava ali algo de verdadeiramente novo no universo da música popular.




"You Know Who I Am" era a letra então publicada e é mais uma das muitas que ficaram para sempre na história da melhor música popular alguma vez feita.



Leonard Cohen - You Know Who I Am

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Family - Strange Band

 mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


Family foi uma banda de Rock Progressivo das mais interessantes da sua época e que menos reconhecimento teve. Na realidade quem é que menciona este grupo, originário de Inglaterra, quando se aborda o fenómeno do Rock no virar dos anos 60 para os de 70? fala-se muito dos Yes, Genesis, King Crimson, Emerson, Lake and Palmer, para citar somente alguns mas é raro ver o nome Family incluído.

Os Family praticavam um rock vanguardista, fusionista por vezes, com uma multiplicidade de instrumentos pouco usuais como o vibrafone, saxofone, flauta e o violino, sem valor na voz invulgar, diria mesmo impressionante e uma das mais ignoradas que o Rock produziu, de Roger Chapman, líder do grupo.

Por cá pouco se ouviu, lembro-me de "In My Own Time" e pouco mais, mas alguns dos seus álbuns apareciam nos escaparates das discotecas. Também publicações como "DISCO MÚSICA & MODA" e o "mundo da canção" deram alguma ajuda na sua divulgação.




A revista "mundo da canção" publicava no seu nº 14 a letra da canção "Strange Band" que fazia parte do LP "Anyway" de 1970. Neste álbum metade era uma gravação ao vivo, onde estava incluída "Strange Band", a outra metade com temas gravados em estúdio. Também em 1970 foi editado um Single com  uma versão de estúdio de "Strange Band" que é a aqui fica para audição.



Family - Strange Band

domingo, 7 de novembro de 2021

The Moody Blues - Ministrel's Song

mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


O afastamento dos The Moody Blues dos álbuns conceptuais correspondeu a uma diminuição de qualidade que se iria prolongar pelos primeiros anos da década de 70 levando à dissolução temporária em 1974. O retorno em 1977 não mais iria corresponder à memória que deles tinha ficado do período de 1967 a 1972.

"A Question of Balance" é o 5º álbum da formação clássica dos The Moody Blues e era o menos conseguido até então, mas mesmo assim tinha um conjunto de canções extremamente agradáveis de se ouvir, lembram-se de "Question" ou de "Melancholy Man"? Faltava, no entanto, argamassa que ligasse e desse unidade e outra dimensão a um trabalho que tinha sido feito para ser mais fácil de ser tocado ao vivo.


 



É de John Lodge, talvez o músico dos The Moody Blues que eu menos apreciava, a estranha canção "Minstrel's Song" mas com uma bela mensagem, resta agora "Listen to the one who sings of love".



The Moody Blues - Ministrel's Song

sábado, 6 de novembro de 2021

Christie - San Bernardino

 mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


Por contraste ao Regresso ao Passado de ontem, The Beatles com "Come Together", para hoje recorda-se Christie com o seu "San Bernardino". Ou seja do Rock mais interessante que então se fazia ao Pop mais descaradamente popularucho que nos era dado ouvir. 

Christie era um grupo inglês, centrada na figura de Jeff Christie, surgida no final da década de 60 e que teve o seu apogeu no ano de 1970 onde teve dois êxitos. Primeiro o super sucesso que foi "Yellow River" que se ouvia um pouco por todo o lado e á aqui recuperada, depois foi a canção "San Bernardino" que apesar de bem divulgada já não alcançou o sucesso da anterior. Depois não mais ouvi falar deles e também nada de importante se perdeu...




Neste nº 14 da revista "mundo da canção", que tem vindo a ser suporte a estas minhas recordações, trazia a letra de "San Bernardino". Aproveitem e por uns momentos toca a cantarolar.



Christie - San Bernardino

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

The Beatles - Come Together

mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


Em 1969, 1970 tinha eu os meus 12, 13, 14 anos. Foram anos cruciais para a formação do meu gosto musical, por alguma razão, até hoje, são os anos com mais entradas neste meu Regresso ao Passado. As novidades sucediam-se em catadupa e ainda por cima, apesar de toda a música mais comercial que ocupavam maior parte das estações de rádio, foram anos em que a qualidade da música popular se revelou a uma juventude ávida de novas propostas que também por cá começavam a ter o seu espaço.

Claro que entre os mais conhecidos e consensuais estavam The Beatles que tinham revolucionado a música popular ao longo de quase uma década. Eles próprios foram uma causa e efeito dessa revolução, veja-se a evolução musical neles ocorrida, quem os influenciou no início do grupo, quem eles influenciaram e as novas influencias que sofreram. Do Rock'n'roll inicial ao Rock mais avançado no final da década.

"Abbey Road" foi o último trabalho gravado pelos The Beatles (penúltimo a ser editado) e é comummente considerado um dos melhores álbuns de sempre de Pop-Rock sendo extraordinariamente variado do Pop ("Oh! Darling") mais simples ao Rock Progressivo de "I Want You (She's So Heavy)". Para mim os pontos altos eram o Medley do lado B, "Something" e "Come Together".




Era a pauta musical de "Come Together" que vinha publicada na revista "mundo da canção" no seu nº 14 do início de 1971 e é o pretexto para mais este retorno, The Beatles entre as melhores recordações.



The Beatles - Come Together

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Manfred Mann Chapter Three - Happy Being Me

 mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


Manfred Mann Chapter Three prolongamento do que já se conhecia de Manfred Mann da década de 60, antecedente dos mais populares Manfred Mann's Earth Band.

Manfred Mann, teclista e vocalista, é uma figura em destaque no Pop britânico dos anos 60 com a formação que tomou o seu nome, responsável por inúmeros sucessos que tiveram fim em 1969. O novo grupo Manfred Mann Chapter Three, que navegava pelas águas do Jazz-Rock teve curta duração (1969-1970) e deixou dois LP que não tiveram a projeção desejada.

Lembro-me bem do segundo LP "Manfred Mann Chapter Three Volume Two" onde constavam várias canções que eu à época apreciava.




"Happy Being Me" foi a que teve maior notoriedade, gostava em particular da versão mais extensa que constava no LP de mais de 15 minutos. Uma pequena nota na revista "mundo da canção" dava conta da edição desta canção num EP ou seja com uma duração bem mais pequena, quase 4 minutos. É a vez de a conhecer.



Manfred Mann Chapter Three - Happy Being Me

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Bee Gees - Man For All Seasons

mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


Paulatinamente, aqui vou recordando um grupo pelo qual nunca nutri grande simpatia, mas que agora, tenho de reconhecer, são tão agradáveis de recordar, talvez pelas memórias associadas, não interessa, interessa mesmo é recordá-los, eram os Bee Gees.

Os Bee Gees que no início da minha adolescência associava, em parte com razão, a música fácil, comercial de consumo rápido, o meu distanciamente ainda foi maior quando em meados da década de 70 aderiram ao Disco e foram um dos principais protagonistas do género.




Depois das desavenças entre os irmão Gib no final da década de 60, em 1970 voltam a juntar-se e o primeiro LP que gravaram foi "2 Years On" que incluía o sucesso "Lonely Days". "Man For All Seasons" era outra das faixas e as letras das duas vinham publicadas no nº 14 da revista "mundo da canção". A primeira já se encontra neste blogue pelo que segue-se "Man For All Seasons".



Bee Gees - Man For All Seasons

terça-feira, 2 de novembro de 2021

The Kinks - Apeman

  mundo da canção nº 14 de Janeiro de 1971


Sempre admirei The Kinks pela qualidade dos seus trabalhos, que se prolongaram, muito além dos seus contemporâneos The Beatles, até meados dos anos 90.

Constituidos em torno dos irmãos Ray e Dave Davies e ainda Mick Avory (a wikipédia dá-nos conta que estão novamente juntos desde 2018), deixaram-nos 24 álbuns de estúdio dos quais destaco "Face to Face" (1966), "Something Else by the Kinks" (1967), "The Kinks Are the Village Green Preservation Society " (1968), "Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire)" (1969), "Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Part One" (1970), "Muswell Hillbillies" (1971) e "Misfits" (1978)

Hoje, retorno ao álbum de 1970, "Lola...", um disco conceptual algo satírico da indústria musical da época e que foi um dos grandes sucessos do grupo. Era dele faziam parte as canções "Lola" e "Apeman" também editadas em Single.




Com letra e música de Ray Davies a canção "Apeman" tinha a letra publicada no nº 14 da revista "mundo da canção". É uma canção a que gosto sempre de voltar, Ray Davies e The Kinks grandes referências do melhor Pop-Rock que até hoje se fez. Ouçam com atenção.



The Kinks - Apeman