sábado, 31 de março de 2018

Fotheringay - Winter Winds

1970 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Mais uma oportunidade para voltar a um dos meus discos preferido, "Fotheringay" do grupo homónimo. É mais um disco a que Miguel Esteves Cardoso, no posfácio do livro "POPMUSIC-ROCK", na categoria "soft", atribui 5 estrelas no ano que tenho estado a reviver de 1970.
Depois de afirmar que "...a Grã-Bretanha teve um dos melhores anos de sempre.", refere-se aasim a este disco:
"O álbum de 1970 é indiscutivelmente "Fotheringay" - a voz e as canções de Sandy Denny capturam todo o romantismo embriagado da altura, condensam todos os motivos do folk inglês e alcançam a eternidade com a sua inescapável beleza."


Da esquerda para a direita, Gerry Conway, Jerry Donahue, Sandy Denny,
 Trevor Lucas e Pat Donaldson

Este extraordinário quinteto que apesar de só ter editado um LP na sua curta duração tantas e tantas horas de prazer me proporcionaram era composto pelos cinco seguintes músicos:

Gerry Conway - baterista (desde 1998 na formação dos Fairport Convention)
Jerry Donahue - guitarra, voz (sem actuar desde 2016 devido a doença, passou também pelos Fairport Convention)
Sandy Denny - voz, guitarra e piano (faleceu em 1978 com 31 anos)
Trevor Lucas - guitarra, voz (faleceu em 1989 com 45 anos)
Pat Donaldson - baixo, voz (com Gerry Conway e Jerry Donahue reformularam temporariamente Fotheringay  em 2015)

Desta inesquecível formação recordamos mais um tema, mais uma canção saída do génio de Sandy Denny, "Winter Winds".




Fotheringay - Winter Winds

sexta-feira, 30 de março de 2018

Joni Mitchell - Big Yellow Taxi

1970 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Continuo com mais um disco de 1970 a merecer por parte de Miguel Esteves Cardoso a classificação de 5 estrelas, naquele que foi o posfácio que ele escreveu para o livro "POPMUSIC-ROCK", trata-se do terceiro trabalho da extraordinária cantora e compositora norte-americana Joni Mitchell e dava pelo nome de "Ladies of the Canyon".
Miguel Esteves Cardoso considerava mesmo que com este disco Joni Mitchell, tal como James Taylor, tinha chegado "... aos píncaros da música popular...". Claramente uma das melhores cantoras de sempre e que esteve na década de 70 no topo da música popular não só com este "Ladies of the Canyon", mas também, refira-se, com todos os restantes trabalhos editados com destaque particular para os consagrados "Blue" e "Hejira".


Edição USA, em CD de 1990, da etiqueta Reprise, referência 6376-2

Muito cedo aprendi, felizmente, a gostar de Joni Mitchell, penso que terá sido no programa "Página Um" que comecei a ouvi-la. "Big Yellow Taxi", se não foi a primeira, foi uma das primeiras que conheci e que ficaram para sempre no meu imaginário. É ela que agora recordamos.




Joni Mitchell - Big Yellow Tax

quinta-feira, 29 de março de 2018

Laura Nyro - Brown Earth

1970 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

"Eli and the Thirteenth Confession" (1968), "New York Tendaberry" (1969) e "Christmas and the Beads of Sweat" (1970), constituem uma trilogia de discos na obra da grande cantora que foi Laura Nyro.

Laura Nyro (1947-1997) foi uma cantora, compositora cujo sucesso ficou aquém do merecido. Algumas das suas canções foram êxito noutras interpretações que não a dela, por exemplo Blood, Sweat & Tears, The Fifth Dimension, Three Dog Night e Barbra Streisand. Curiosamente o seu disco mais vendido foi o Single "Up On The Roof", canção que não compôs, pertencia à dupla Gerry Goffin, Carole King, e fazia parte do LP "Christmas and the Beads of Sweat".


Lembro-me nitidamente de estranhar a forma dela cantar, era uma cantora branca que lembrava, na sua forma de compor e cantar, a música negra, o que era pouco vulgar para a época.
Para o disco "Christmas and the Beads of Sweat", Miguel Esteves Cardoso atribuiu 5 estrelas, considerando:
"Laura Nyro é apenas excepcional em três coisas - na beleza telúrica das suas letras, no seu notável talento para a composição, e na maneira idiossincraticamente fascinante  como canta e toca piano. Ou seja, em quase tudo, é uma intérprete-compositora da estirpe duma Joni Mitchell." no posfácio de "POPMUSIC-ROCK".

Edição USA, em CD de 1990, da etiqueta Columbia referência CK 30259

Deste álbum todo composto por Laura Nyro com excepção da referida "Up On The Roof" segue para audição a faixa de abertura "Brown Earth".




Laura Nyro - Brown Earth

quarta-feira, 28 de março de 2018

Tim Buckley - I Had a Talk With My Woman

1970 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

O ano de 1970 foi um ano particularmente importante na história da música popular no século passado.
Foram já muitas as referências que este blog fez àquele ano e muitos temas podem aqui ser recuperados podendo-se ficar com uma ideia dos sons que foram praticados naquele ano. Um ano a que regularmente voltaremos pois o material disponível é muito e genericamente de qualidade, nem que este blog fosse exclusivo do ano de 1970 daríamos vazão (exagero meu) a tudo o que deve ser conhecido.

Depois de identificar um conjunto de álbuns e de Singles significativos de 1970 Miguel Esteves Cardoso escreve no posfácio do livro "POPMUSIC-ROCK",:
"Como se vê, 1970 foi um ano riquíssimo, durante o qual o Rock se alastrou por quase todas as áreas da música procurando novos formatos."

Nesse longo texto, Miguel Esteves Cardoso classificava os álbuns em 3, 4 e 5 estrelas da seguinte forma:
"*** - Bom. Contém boas canções, mas uma ou outra canção indiferente ou medíocre.
**** - Muito bom. Contém sobretudo boas canções, mas um ou outro deslize de pouca importância.
***** - Excelente, sem reservas." 

Identificou também algumas categorias "artificiais" mas que ajudava a diferenciar os estilos, assim:
"Soft - Rock de influência Folk, Country ou Blues ou caracterizado por uma utilização maioritária de instrumentos não-electrificados.
Mainstream - Rock "corrente", de influência R'n'B ou R'n'R, caracterizado por por instrumentos eléctricos - na sua forma mais simples, por viola rítmica, viola baixo e percussão.
Hard - Uma versão mais rápida e decibélica do Rock "corrente" com preponderância da viola-rítmica e "solos" frequentes. Vocalização agressiva, sem harmonias. O rock dito "pesado".
Fusão - Rock que incorpora influências exteriores ao desenvolvimento da música popular anglo-americana: seja do jazz, seja da música clássica, seja donde for."

Avanço pois com mais alguns temas de trabalhos por ele identificados e que ainda não foram aqui referenciados ou, se o foram, não tiveram o suficiente destaque e merecem novo retorno.

Em 1970, Tim Buckley, uma das minhas preferências de sempre, edita com 23 anos o seu já 5º LP de originais de nome "Lorca". Nos limites do cruzamento do Folk e o Jazz Tim Buckley continuava a surpreender e Miguel Esteves Cardoso deu-lhe 5 estrelas, considerava-o assim:
"Tão fulgurantemente original como o álbum anterior ("Happy/Sad", 69), "Lorca" marca a mistura sensual de influências jazz com a pureza folk, uma das primeiras experiências do género. Buckley é o trovador introspectivo, solitariamente perseguindo a alegria que acredita, mas não vê, existir. É raro encontrar a melancolia nesta forma esperançada e nada sentimental. Sempre o poeta honesto, constantemente a interrogar-se, o génio musical de Buckley ainda não recebeu a aclamação que merecia."



Edição em CD, alemã, da etiqueta Elektra com a referência 7559-61339-2



"Lorca" é um LP de somente 5 faixas sendo o tema mais curto "I Had a Talk With My Woman" de cerca de 6 minutos. Uma pequena pérola!



Tim Buckley - I Had a Talk With My Woman

terça-feira, 27 de março de 2018

The Carpenters - We've Only Just Begun

Canções que se ouviam no ano de 1970

The Carpenters foi um simpático duo norte-americano formado pelos irmãos Karen e Richard Carpenter.
Constituídos como duo no final da década de 60, tiveram nos anos 70, em particular nos primeiros anos da década, uma carreira de grande sucesso. A morte de Karen em 1983 por sofrer de anorexia poria fim a este duo, digo agora, de tão bom gosto musical.

À época não era o estilo de música que mais me atraía, a minha juventude puxava-me para sons mais elaborados e progressistas, no entanto nunca os deixei de ouvir. Logo em 1970 foram várias as canções que conheci, tendo-se destacado "(They Long to Be) Close to You" e a que escolhi para hoje "We've Only Just Begun", ambas pertencentes ao álbum "Close To You" que urge ouvir novamente.




A música dos The Carpenters, composta em parte por versões de canções já existentes, insere-se num estilo Pop, calmo e descontraído, de fácil audição o que não é necessariamente um mal. Pelo contrário, a simplicidade contagiante e alegre deste duo acaba por nos deixar saudades daquele tempo e infelizmente não se encontra hoje em dia nada igual. Finalmente, destaque para a bonita voz, num registo vocal de contralto, de Karen Carpenter.




The Carpenters - We've Only Just Begun

segunda-feira, 26 de março de 2018

Badfinger - No Matter What

Canções que se ouviam no ano de 1970

Em 1970 conheci duas canções do grupo de Rock britânico Badfinger, "Come and Get It" e "No Matter What".

Depois de serem o primeiro grupo a assinar para a etiqueta Apple Records fundada pelos The Beatles em 1968, The Iveys rebaptizaram-se de Badfinger e foram de certa forma apadrinhados por Paul McCartney.




"Come and Get It"  foi mesmo escrita e produzida por Paul McCartney e foi a primeira canção a entrar nos Top, seguiu-se "No Matter What". Tanto uma como a outra transpiram música Pop por todos os poros e a influência de grupos como The Beatles são bem notórias.

A tragédia iria estar associada a este grupo, primeiro com o suicídio de Pete Ham em 1975 e, já noutra reencarnação do grupo, o também suicídio de Tom Evans em 1983. Mas o sucesso do grupo tinha ficado circunscrito ao início da década de 70 e em particular ao ano de 1970.

"No Matter What" era a que eu mais ouvia, aqui vai.




Badfinger - No Matter What

domingo, 25 de março de 2018

Bobby Bloom - Montego Bay

Canções que se ouviam no ano de 1970

Mais uma canção que podemos considerar "one-hit wonder". Um cantor, um Single de sucesso e é tudo para hoje. O cantor é Bobby Bloom, a canção é "Montego Bay" e o ano continua a ser o de 1970.

Bobby Bloom (1946-1974) foi um cantor que se tornou conhecido em 1970 com a canção já referida, "Montego Bay". Faleceu poucos anos depois em sequência, segundo a wikipédia, de estar a limpar uma arma de fogo. Foi reduzida então a sua produção musical que se ficou por 2 LP de reduzido sucesso. Somente "Montego Bay" teve real notoriedade, por cá também que se ouvia com assiduidade, em concreto no programa "Página Um" da Rádio Renascença.





"Montego Bay" tem no título o nome de uma cidade da Jamaica e musicalmente identifica-se com a sonoridade Reggae que de lá vinha e então começava a despontar. Era um som novo e diferente do habitual por isso "Montego Bay" ficou-me na cabeça.




Bobby Bloom - Montego Bay

sábado, 24 de março de 2018

The Jackson 5 - I'll Be There

Canções que se ouviam no ano de 1970

Estiveram entre os grupos vocais negros mais prestigiados, eram The Jackson Five.

Constituídos na década de 60, tornaram-se famosos no final da década com o promissor álbum de estreia "Diana Ross Presentes The Jacksons 5". Tiveram um início fulgurante com  os primeiros quatro Singles a chegarem a 1º lugar nas tabelas dos Estados Unidos.
As quatro canções foram: "I Want You Back" (1969), "ABC", "The Love You Save" e "I'll Be There" (todas em 1970). Destas as que me lembrava melhor eram "ABC" (cheguei a ter, em Ovar, o Single na mão e ter sido quase opção de compra) e a canção escolhida para hoje "I'll Be There", provavelmente eram as que mais passavam na rádio.





"I'll Be There" é o primeiro Single a sair do já terceiro álbum, precisamente "Third Album". Com Michael Jackson e a sua notável voz de 12 anos, eis "I'll Be There".




The Jackson 5 - I'll Be There

sexta-feira, 23 de março de 2018

Eric Burdon and War - Spill The Wine

Canções que se ouviam no ano de 1970

Eric Burdon é um nome histórico do Pop-Rock. Com quase 60 anos de actividade foi nos anos 60 que teve o início da sua carreira. Primeiro à frente da formação do grupo inglês The Animals, onde conheceu o êxito estrondoso, logo em 1964, com a famosa versão de "The House Of The Rising Sun", depois como Eric Burdon and The Animals (1966-1969) e, antes de começar carreira a solo em 1971, ainda em grupo com, desta vez, o grupo norte-americano de Funk-Rock War.




Foi ainda em 1969 que conheceu e se juntou ao referido grupo War. Sob a designação de Eric Burdon and The War 1970 vê surgirem 2 LP, primeiro "Eric Burdon Declares "War"" e de seguida o duplo "The Black-Man's Burdon".

Hoje é o primeiro LP que nos interessa pois é onde se encontram duas grandes canções: "Spill The Wine" e o entretanto standard do Blues "Tobacco Road", aqui numa versão de 13 minutos.

Qualquer uma delas podia-se ouvir, naquele ano, no programa de rádio "Página Um" que eu seguia com regularidade.




Eric Burdon and War - Spill The Wine

quinta-feira, 22 de março de 2018

Edwin Starr - War

Canções que se ouviam no ano de 1970

A música negra norte-americana revelou-se de enorme importância na história da música popular do século passado. Em particular nas suas manifestações mais genuínas como o Soul, o Rhythm'n'Blues e o Jazz mas também num universo mais Pop de fusão com a música maioritariamente de origem branca.
As décadas 60 e 70 do século passado são um fértil terreno onde se desenvolveu a melhor música negra, de Ray Charles a Aretha Franklin, de Sam Cook a Smokey Robinson, de John Coltrane a Miles Davis.

Estamos agora no ano de 1970 e facilmente encontramos nomes da música negra que dominaram os Top, James Brown, Aretha Franklin, The Jackson Five, Smokey Robinson & The Miracles, Stevie Wonder, Sly & The Family Stone foram alguns deles. Mas a escolha de hoje recai sobre alguém pouco conhecido, mas cujo êxito naquele ano muito ouvi.




Edwin Starr (1942-2003) foi um cantor norte-americano cujas primeiras gravações datam de 1965, sendo, no entanto, no ano de 1970 que obtém o maior sucesso ao chegar a nº 1 com a canção "War", fazia parte do 4º álbum de estúdio "War & Peace".

 Agora que a música negra me parece toda homogeneizada quão bem sabe recuar a 1970 e ouvir este "War".




Edwin Starr - War

quarta-feira, 21 de março de 2018

Three Dog Night - Mama Told Me Not To Come

Canções que se ouviam no ano de 1970

Mais um grupo que descobri no ano de 1970, os Three Dog Night.
Os Three Dog Night eram uma banda norte-americana formada em 1967 e que no ano que os conheci editaram 2 álbuns, o 3º e 4º LP de títulos "It Ain't Easy" e "Naturally".




Um dos grandes êxitos dos Three Dog Night foi a canção "Mama Told Me Not To Come", um original de Randy Newman que também a gravou em 1970, sendo, no entanto, a primeira versão a de Eric Burdon ainda no ano de 1967. Sem dúvida a melhor interpretação vai para estes Three Dog Night emprestando ao tema uma energia que as outras não possuem.

Porque foi com "Mama Told Me Not To Come" que conheci os Three Dog Night, porque foi o primeiro nº 1 do grupo e porque sabe bem recordar este sucesso de 1970 aqui vai: "Mama Told Me Not To Come".




Three Dog Night - Mama Told Me Not To Come

terça-feira, 20 de março de 2018

Neil Diamond - Cracklin' Rosie

Canções que se ouviam no ano de 1970

Agora que Neil Diamond anunciou, aos 77 anos, por razões de saúde, a sua retirada dos palcos, altura para fazer a sua primeira passagem por este Regresso ao Passado.

Desde os meus 13, 14 anos que me lembro de Neil Diamond. Rapidamente o identifiquei como uma estrela Pop com êxitos, atrás de êxitos de consumo rápido. Nunca esteve entre as minhas preferências, longe disso, mas havia algo que me chamava a atenção e que eu gostava em particular, era a sua voz.





Em concreto no ano de 1970, foram várias as canções de que me lembro e que catapultaram Neil Diamond como um dos mais populares cantores norte-americanos. Lembro-me de "Soolaimón", "Cracklin' Rosie", "Solitary Man" e a versão de "He Ain't Heavy, He's My Brother".

"Cracklin' Rosie" foi a que teve maior êxito, foi o primeiro nº 1 de Neil Diamond e a que por cá mais se ouvia. Recordemos.




Neil Diamond - Cracklin' Rose

segunda-feira, 19 de março de 2018

B.B. King - The Thrill Is Gone

Canções que se ouviam no ano de 1970

1970 foi um ano particularmente rico no que diz respeito à música Rock e às suas múltiplas influências noutros géneros musicais. Do Folk ao Jazz ouvia-se um pouco de tudo e o Blues ganhava particular notoriedade. O Blues ganhava terreno no Rock influenciando nomes como, por exemplo, os Cream, Jimi Hendrix, John Mayall, os Canned Heat e os Led Zeppelin e também em nome próprio com nomes sendo o nome de B. B. King o que então eu melhor conhecia.


B. B. King (1925-2015), um dos expoentes maiores do Blues e do Blues-Rock, deixou-nos algumas dezenas de álbuns gravados ao longo de quase 6 décadas. Quando conheci o tema de hoje, "The Thrill Is Gone" B. B. King era já um músico consagrado, admirado e referência para muitos músicos brancos com influência do Blues.





Não sei onde, nem quando, muito provavelmente no ano de 1970, terei ouvido pela primeira vez mas lembrava-me bem de "The Thrill Is Gone" e uma coisa é certa, esta canção mantêm-se hoje tão irresistível como quando B. B. King a editou.
"The Thrill Is Gone" não se cingiu ao universo do Blues e foi ouvido e muito bem recebido pelo público do Pop e do Rock então aberto ao cruzamento das mais diversas sonoridades, era o meu caso.




B.B. King - The Thrill Is Gone

domingo, 18 de março de 2018

Norman Greenbaum - Spirit In The Sky

Canções que se ouviam no ano de 1970

Ouvi bastante esta "Spirit In The Sky" durante o ano de 1970. Foi um sucesso em vários pontos do globo tendo chegado a nº 1 em diversos países. E foi mais uma que me ficou na cabeça e que agora recordo.
Ficou-me a canção que não o seu autor e intérprete de nome Norman Greenbaum. Confesso que já não me lembrava do nome deste cantor norte-americano que pese a wikipédia referir que se mantém em actividade desde 1968 não mais se ouvir falar (por cá). Norman Greenbaum um verdadeiro "one-hit wonder" com a canção "Spirit In The Sky".




À semelhança de outras canções desta época, "Spirit In The Sky" manifestava uma singularidade diferenciadora que a tornava facilmente reconhecível e talvez por isso também o sucesso que alcançou.

Na realidade editada pela primeira vez em 1969, eis "Spirit in The Sky".




Norman Greenbaum - Spirit In The Sky

sábado, 17 de março de 2018

The Guess Who - American Woman

Canções que se ouviam no ano de 1970

E agora mais algumas recordações referentes ao ano de 1970.
Não têm a ver com as melhores canções ou álbuns do ano, algumas das quais já recordei, também não estão no lote das mais fracas do ano como "Ma Belle Amie" dos Tee Set, "Candida" dos Dawn ou ainda "Yellow River" dos Christie que tanto se ouvia na rádio naquele ano, são simplesmente canções que ouvi e que de alguma forma ficaram no ouvido e que, agora, sabe bem voltar a ouvir.

Começo com "American Woman" dos canadianos The Guess Who.





The Guess Who (anteriormente The Guess Who?) tiveram em "American Woman" o seu maior êxito internacional e foi quando os ouvi, julgo eu, pela primeira vez. Recordo-me de à época, sendo o acesso à informação tão difícil, de, inicialmente, os confundir com os The Who. Seriam o mesmo grupo? derivariam um do outro? rapidamente a confusão desapareceu face ao reconhecimento da diferença de sonoridade entre eles e a imposição dos The Who como o grande grupo que já era.

Com forte influência do Blues, "American Woman" é um belo exemplo da boa música que se ouvia na nossa rádio. Alcançou o 1º lugar nos Estados Unidos na tabela dos Singles, segue a versão completa do álbum com o mesmo nome.




The Guess Who - American Woman

sexta-feira, 16 de março de 2018

Frank Sinatra - Strangers in the Night

A pior canção de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"

Incompreensível para os tempos de hoje a atribuição, pelo programa de rádio "Em Órbita", de pior canção do ano de 1966 para "Strangers in the Night" de Frank Sinatra. Mesmo naquele tempo não terá sido a escolha mais acertada. Mas era o sinal do tempo, Frank Sinatra representava o passado e não se enquadrava na revolução musical que então se operava. De qualquer forma, repito, escolha errada, "Strangers in the Night" não era de todo a pior canção do ano, longe disso.

Não estava na ordem no dia nas manifestações mais de vanguarda da música popular. Para uma juventude irreverente e protestatária Frank Sinatra representava o caduco e ultrapassado e não era devidamente reconhecido.



Em caixa com o título ""Strangers in the Night" a pior gravação do ano!" eis o texto publicado, segundo entrevista aos autores do "Em Órbita",  no "Século Ilustrado" de 14 de Janeiro de 1969 (ver artigo completo em http://portadaloja.blogspot.pt/ ):
"Na escolha que fizeram da pior gravação do ano, os colaboradores e responsáveis de "Em Órbita" tomaram uma decisão que tem qualquer coisa de escândalo: «Strangers in the Night»!
No texto que foi lido aos microfones do R. C. P. sobre essa escolha, «Em Órbita» não deixou de referir que, em termos absolutos, naturalmente que existem piores gravações que o último êxito de Frank Sinatra. Mas o combate que se propõe a determinado número do que considera defeitos em termos de música ligeira se tornam particularmente mais patentes quando podem ser apontados numa música que desfrutou de uma aceitação pública universal. Quanto à gravação propriamente dita, «Em Órbita» disse:

«Em Órbita» considera como a pior gravação do ano «Strangers in the Night».

1º - O nome e a pessoa de Frank Sinatra estão absolutamente fora de discussão, pois se trata de um vocalista e de uma das personalidades mais notáveis, sob muitos dos aspectos, dos últimos vinte anos.

2º - Em consequência disso, não há justificação possível para Sinatra, com todo o seu prestígio, ter gravado e lançado, com o aparato publicitário esmagador só ao alcance da sua organização, um disco «single» fundamentalmente mole, inexpressivo, fácil, deslocado da sua época, incoerente com a personalidade e a vida do seu intérprete, um disco concebido deliberadamente para fazer aumentar a cotação de Sinatra no mercado mundial do disco.

3º - A uma melodia vulgar acrescentou-se uma letra de péssimo gosto, de intenções duvidosas, poeticamente mal construída, feita para agradar a espíritos anestesiados."

Lido aos microfones de R. C. P. em 29 de Dezembro de 1966."




Frank Sinatra - Strangers in the Night

quinta-feira, 15 de março de 2018

The Beatles - Eleanor Rigby

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


Entre os trabalhos mais elogiados dos The Beatles encontra-se o álbum "Revolver" que data do ano de 1966.
Um trabalho vanguardista no contexto da época e da música popular. Sofisticado na produção alargava o conceito do álbum como trabalho artístico iniciado com "Rubber Soul" e expandia os horizontes da música Pop para níveis inéditos. Talvez a decisão de deixarem de actuar ao vivo, e portanto a não necessidade de reproduzir o que era gravado, tenha contribuído para a exploração de técnicas de estúdio que confinaram "Revolver" em novos padrões da música popular.

Volto agora ao artigo publicado pelo "Século Ilustrado" de 14 de Janeiro de 1967, onde são entrevistados os autores do programa de rádio "Em Órbita", programa maior na divulgação da melhor musica Pop de então. Lembro que o referido texto está disponível em http://portadaloja.blogspot.pt/.




Nesse artigo com foto dos The Beatles e a seguinte legenda:
"John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, eles são os «Beatles». Em quatro anos revolucionaram a música ligeira inglesa, criaram um estilo de vida, constituem uma expressão de uma juventude que os aceita porque eles a exprimem. Musicalmente, criaram uma forma nova de actuação, uma sonoridade nova, aproveitando a herança de toda a música ligeira popular em Inglaterra. Expressão significativa da sua qualidade, os «Beatles» têm evoluído na sua expressão musical, aproveitando as lições de um movimento que eles próprios originaram. As suas letras são hoje poemas com preciosos significados nos contextos sociais em que inserem"

E chegamos ao 1º lugar na lista das melhores canções do ano de 1966 que o "Em Órbita" então elaborou e que era ocupado, nem mais nem menos, pelos The Beatles com a canção "Eleonor Rigby" que pertencia ao álbum "Revolver".

Foi o seguinte o texto lido, no programa "Em Órbita" em 29 de Dezembro de 1966:
"Em primeiro lugar, com quatro primeiros lugares e cinco segundos nas listas individuais do júri, é o melhor disco do ano, na nossa opinião.
Um conjunto quase perfeito de melodia, vocalização, instrumentação. Um tema actual, sentido universalmente, dito em versos lapidares, quase cruéis, fazem dela uma gravação válida, uma afirmação e uma opinião.
Juventude é um estado de espírito quando se manifesta de maneira eficaz, quando no seu inconformismo se procura manter e exercitar uma atitude crítica perante a vida e a sociedade. «Eleonor Rigby» é uma mensagem de juventude."




The Beatles - Eleanor Rigby

quarta-feira, 14 de março de 2018

The Kinks - Dead End Street

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"

The Kinks eram, e continuam a ser, um dos meus grupos preferidos dos anos 60. Sempre tive uma atração particular pela sonoridade deste grupo inglês que nos deixou 24 álbuns de estúdio nas mais de três décadas que durou.
Foram, a par com The Beatles, o conjunto mais importante do Pop-Rock inglês. Em 1966 eram já bem conhecidos e tinham uma produção discográfica assinalável, iam no 4º álbum de originais e uma série de Singles bem conhecidos e sucedidos, alguns deles nº 1 em Inglaterra, "You Really Got Me", "Tired Of Waiting For You" e Sunny Afternoon".

Junto com uma fotografia dos The Kinks (que reproduzo), o artigo que tenho vindo a seguir publicado pelo "Século Ilustrado" de 14 de Janeiro de 1967 e está disponível em http://portadaloja.blogspot.pt/, trazia a seguinte legenda:
"O conjunto americano «The Kinks», responsável por algumas das grandes sátiras à sociedade americana. Êxitos como «Dead End Street» assinalam já a carreira deste grupo. A sua principal figura, Ray Davies, é considerado como dos melhores autores de letras de música «pop»"
(erro na legenda, The Kinks não eram americanos mas sim ingleses)




Eles eram também do gosto do programa de rádio "Em Órbita" (no seu início teve mesmo o tema "Revenge" dos The Kinks como indicativo) que elege "Dead End Street" como a 2ª melhor canção do ano.
Não sendo dos meus temas preferidos naquele ano, teria preferido por exemplo "Dandy","Rosy Won't You Please Come Home", "Sunny Afternoon" ou ainda "Dedicated Follower of Fashion", segue a escolhida pelo "Em Órbita".




The Kinks - Dead End Street

terça-feira, 13 de março de 2018

The Beach Boys - Good Vibrations

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


Quando com os meus 11 anos ouvia "Good Vibrations" estava longe de saber da importância do que estava a ouvir. Com aquela idade é normal que gostasse de "Good Vibrations" como de tantas outras canções Pop que se ouviam na rádio.  Aos meus ouvidos era uma canção simples, fácil de decorar no seu refrão final ("Good, good, good, good vibrations"), estava longe de perceber a complexidade que a canção possuía e muito menos da importância que ela viria a ter na história recente da música popular.


Do álbum "Brian Wilson Presents Smile" de 2004


Com letra de Mike Love, a música de "Good Vibrations" foi composta pelo génio de Brian Wilson e revestiu-se de uma complexidade que não se adivinha de imediato. A canção, editada em Single em 1966, foi pensada para o álbum, então inacabado "Smile" (só viu a luz do dia em 2004) e acabaria por fazer parte do álbum substituto "Smiley Smile" publicado no ano seguinte.


Considerada uma das composições mais importantes de sempre da história do Rock, "Good Vibrations" dos The Beach Boys seria para o programa de rádio "Em Órbita" a 3ª melhor canção do ano de 1966.




The Beach Boys - Good Vibrations

segunda-feira, 12 de março de 2018

The Lovin' Spoonful - Summer In The City

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


The Lovin' Spoonful foi um conjunto norte-americano bastante popular no seu primeiro curto período de existência (1965-1969). O grupo era liderado por John Sebastian (também é normal aparecer John B. Sebastian), um multi instrumentista bastante popular no meio musical Pop-Rock daquele tempo.

Já com alguns êxitos como "Do You Believe In Magic", "Daydream" e "Did You Ever Have to Make Up Your Mind?", é com "Summer In The City" no Verão de 1966 que The Lovin' Spoonful alcançam um reconhecimento mais alargado.

Por cá "Summer In The City" foi bastante popular, senão veja-se, logo em 1966 o Conjunto Sousa Pinto incluiu o tema naquele que era já o seu 6º EP. Também o programa de rádio "Em Órbita" destaca a canção colocando-a em 4º lugar na lista das melhores canções do ano.




É portanto "Summer In The City" que ocupa a recordação de hoje, fazia parte do 4º LP "Hums of the Lovin' Spoonful".




The Lovin' Spoonful - Summer In The City

domingo, 11 de março de 2018

Simon and Garfunkel - The Dangling Conversation

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"

"Das 19 e 14 às 20 e 52 [isto é que era precisão], a frequência modulada de Rádio Clube Português transmite um dos programas radiofónicos de maior popularidade em Portugal. «Em Órbita», um programa que é responsável pela divulgação de nomes como Bob Dylan, Peter, Paul & Mary, Simon and Garfunkel, etc.." assim começava o artigo publicado no Século Ilustrado de 14 de Janeiro de 1967 onde eram entrevistados os principais autores do programa "Em Órbita". Texto que pode ser lido na integra em http://portadaloja.blogspot.pt/, onde fui obter a informação para estes Regresso ao Passado relativos às 15 melhores canções de 1966 de acordo com aquele mesmo programa de rádio.

E em 5º lugar lá estava uma das preferências do "Em Órbita", o duo norte-americano Simon and Garfunkel com a canção "The Dangling Conversation", preferência essa que se iria manter nos anos seguintes com sucessivas classificações nos primeiros lugares das listas então elaboradas anualmente.


Edição do Reino Unido,com data incerta, referência 62860; SBPG 62860
da CBS. The Dangling Conversation em destaque na lista das canções.

Etiqueta com preço 260$00, cerca de 1,3€

Simon and Garfunkel um dos expoentes maiores da música popular dos anos 60 apareciam pois nesta lista com a referida "The Dangling Conversation" que pertencia ao 3º LP "Parsley, Sage, Rosemary and Thyme", mais uma pequena maravilha da discografia deste duo que tantas saudades me trazem.
Para ouvir de preferência na quietude da noite aqui fica "The Dangling Conversation".




Simon and Garfunkel - The Dangling Conversation

sábado, 10 de março de 2018

Ike and Tina Turner - River Deep, Mountain High

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


O sucesso vinha já do início da década mas é em 1966 que Ike and Tina Turner conhecem maior projeção com "River Deep, Mountain High". Tema que não passou despercebido ao programa de rádio "Em Órbita" cujas classificações tenho vindo a recordar. Pelo contrário, "River Deep, Mountain High" vais ser votada pelo programa como a 6ª melhor canção do ano de 1966.




De notar que, apesar de ter sido creditada a Ike and Tina Turner, na realidade só Tina Turner intervém nesta canção. A controversa relação deste casal iria prolongar-se pela década de 70 até à consumação do divórcio em 1978.

É a este tema cheio de energia e alvo de uma excelente interpretação por parte de Tina Turner que hoje voltamos a recordar.




Ike and Tina Turner - River Deep, Mountain High

sexta-feira, 9 de março de 2018

Donovan - Guinevere

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


Pela segunda vez surge Donovan na classificação das 15 melhores canções, de acordo com o programa de rádio "Em Órbita", referente ao ano de 1966.

Logo em 1966 Donovan marca presença dupla, presença essa que seria constante até 1970, o último ano em que o "Em Órbita" elaborou listagens com as melhores canções e álbuns do ano. Presença assídua a deste escocês que ficou símbolo do melhor Folk-Rock e Folk Psicadélico daqueles anos. Dono de uma discografia ímpar no período de 1965 a 1973, o sua melhor fase, da qual nos deixou canções inesquecíveis.
Entre elas constava "Guinevere" que o "Em Órbita" considera a 7ª melhor do ano.


Edição austríaca em CD da etiqueta EPIC com a referência 474602 2,
 ano de edição não identificado. É a versão,capa e conteúdo, da edição original
nos US.

"Guinevere" pertencia ao álbum "Sunshine Superman" onde se podia também encontrar esse exemplar único do Folk Psicadélico que foi "Season of the Witch" (já aqui recordada na versão de Mike Bloomfield, Al Kooper & Steve Stills).

Agora, a atracção de Donovan pelos temas medievais, é a balada "Guinevere". Na cítara pode-se ouvir Shawn Phillips.




Donovan - Guinevere

quinta-feira, 8 de março de 2018

The Hollies - I Can't Let Go

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


"Aparecidos em 1963, os «Hollies» sofreram já duas modificações na sua estrutura. O conjunto britânico, com uma figura destacada, Graham Nash, o segundo da esquerda - afirmou-se com uma excepcional harmonia vocal, «Bus Stop» e «I Can't Let Go» foram os seus êxitos de melhor qualidade.", esta era a legenda a uma foto que o Século Ilustrado publicava a 14 de Janeiro de 1967 no seguimento do artigo onde eram entrevistados os autores do excelente programa de rádio "Em Órbita". O artigo pode ser encontrado no blog http://portadaloja.blogspot.pt/. A foto era a seguinte:





Não ficou entre as mais conhecidas dos The Hollies mas para o programa "Em Órbita" ela valia o 8º lugar entre as melhores canções de 1966, foi "I Can't Let Go".
Para além da edição em Single, "I Can't Let Go" saiu no LP, também de 1966, "Would You Believe?", as vozes são de Graham Nash e Allan Clarke respectivamente o segundo e terceiro a contar da esquerda na seguinte fotografia da época.






The Hollies - I Can't Let Go

quarta-feira, 7 de março de 2018

Donovan - Sunshine Superman

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


Iniciado em Abril de 1965 no Rádio Clube Português em frequência modulada, vulgo FM, o programa de rádio "Em Órbita" teve,desde o seu início, entre as suas preferências o músico escocês Donovan Leitch, ou simplesmente Donovan. É também, entre os cantautores da década de 60, uma das minhas preferências.

Antes de mais um esclarecimento que o artigo, já anteriormente referido, publicado na revista Século Ilustrado de 14 de Janeiro de 1967 e que eu fui "buscar" ao blog http://portadaloja.blogspot.pt/, dá quando à votação que o programa fez para determinar as melhores canções do ano de 1966. Diz o artigo em caixa sob o título «Sobre a Votação»:
"Acerca do verdadeiro significado da votação a que se procedeu, é necessário tornar públicos alguns esclarecimentos:
« 1º - Foi considerado fora de votação todo o material gravado e editado por Bob Dylan. Os motivos desta deliberação estão no lugar completamente à parte que Dylan ocupa no panorama da música popular em todo o Mundo, lugar simultaneamente acima e fora de tudo o que se produz nesse campo em Inglaterra e nos Estados Unidos.
2º - Muito embora se incluam com regularidade no programa «Em Órbita», foram também excluídas as gravações de «jazz» e de Folk (por exemplo: os «singles» de Ramsey Lewis e os «singles» e LP´s de Peter, Paul and Mary).
3º - Não foram também considerados como sujeitos a votação as gravações por intérpretes negros que mais se aproximam das formas de música popular negra norte-americana que vulgarmente se designa por Blues, Folk Blues ou Rythm & Blues.
4º - Inclui-se Donovan , uma vez que este intérprete deixou de poder considerar-se como um cantor Folk no sentido rigoroso desse termo.» - Lido aos microfones do R. C. P. , em 29 de Dezembro de 1966."

 Critérios que não se mantiveram iguais ao longo dos anos, veja-se a inclusão de Peter, Paul and Mary em 1967 e 1969. Quanto a Donovan aí está ele na classificação de 1966.


Edição austríaca em CD da etiqueta EPIC com a referência 474602 2,
 ano de edição não identificado.  É a versão,capa e conteúdo, da edição original
nos US.

Donovan aparece em 9º lugar com a canção "Sunshine Superman" editada em Single em Julho de 1966, era também a faixa de abertura do álbum homónimo do mesmo ano. Um regalo para o ouvido, melhor que agora ouvir "Sunshine Superman", só mesmo ouvir o álbum por completo.




Donovan - Sunshine Superman

terça-feira, 6 de março de 2018

The Beach Boys - God Only Knows

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


Para além dos The Byrds, mais um grupo viu 2 canções estarem colocadas entre as 15 melhores do ano de 1966, isto de acordo com a escolha do então programa da rádio "Em Órbita", foram The Beach Boys. A primeira a aparecer na lista, em contagem decrescente como tenho vindo a fazer, foi a conhecida "God Only Knows" que pertencia ao agora histórico álbum "Pet Sounds".

Composta numa altura de grande disputa com The Beatles, "God Only Knows" apresenta, à semelhança de outras composições dos The Beach Boys daquele tempo, uma sofisticação fora do vulgar, quer nas vocalizações, harmonias e instrumentação utilizada. Pode-se ler nas Notas da Produção da edição canadiana em CD de 2001:
"Instrumentally, the magnificient French Horn, the sleigh bells, the clip-clop percussion, the harpsichord and the strings are most prominent, but Brian also used flutes, bass clarinet and accordion to enhance one of his most beautiful recordings."





"God Only Knows" uma obra prima música popular do século passado. Para o programa "Em Órbita" foi a 10ª melhor canção do ano de 1966.




The Beach Boys - God Only Knows

segunda-feira, 5 de março de 2018

Four Tops - Reach Out, I'll Be There

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"



Os Four Tops foram (são) um quarteto vocal negro, com origem nos anos 50 do século passado, de Rhythm'n'Blues e música Soul com particular destaque nos anos 60 ficando para sempre ligados ao que se classificou como o som Motown (a etiqueta para a qual gravaram Diana Ross, The Supremes, Jackson 5, Marvin Gaye, Stevie Wonder, etc.)

Já os recordei em dois grandes sucessos  "Baby I Need Your Loving" e "Reach Out, I'll Be There", esta última precisamente a canção a que hoje volto.





Um êxito enorme, como já não se ouve, da música negra norte-americana. Sem dúvida uma das melhores canções de 1966, o programa de rádio "Em Órbita" classificou-a em 11º lugar.




Four Tops - Reach Out, I'll Be There

domingo, 4 de março de 2018

The Byrds - Fifth Dimension

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


Entre as melhores 15 canções do ano de 1966 seleccionadas pelo programa de rádio "Em Órbita" aparecem em dose dupla The Byrds. Depois do 13º lugar com "Eight Miles High", logo em 12º nova canção deste excelente grupo norte-americano aparecia. Desta feita o tema "Fifth Dimension", canção que dava o título ao álbum publicado naquele ano.






Bela sonoridade este "Fifth Dimension", canção e álbum, um som perdido na já longínqua e irrepetível década de 60. Um consolo para os ouvidos e para a alma estes The Byrds. Sem terem atingido o estatuto de grande banda como The Beatles, The Rolling Stones, ou os conterrâneos The Beach Boys, não lhes foram menores no contributo que deram na segunda metade dos anos 60 à música popular.




The Byrds - Fifth Dimension

sábado, 3 de março de 2018

The Byrds - Eight Miles High

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"


The Byrds foram uma das bandas Folk-Rock mais importantes da década de 60 com origem nos Estados Unidos da América. Foram mesmo um dos iniciadores daquele género musical de fusão do Folk com o Rock então dominante. Já em 1965, quando editaram os 2 primeiros LP, "Mr. Tambourine Man" e "Turn! Turn! Turn!", tiveram o devido reconhecimento em particular com as canções que davam título aos LP que eram versões de temas, respectivamente de Bob Dylan e Pete Seeger.


The Byrds reduzidos a quarteto em 1966
(David Crosby, Michael Clarke, Chris Hillman, Roger McGuinn)


Em 1966 vão continuar na senda do êxito com a publicação do 3º trabalho de longa duração, "Fifth Dimension", um disco mais experimental que os anteriores a antever o psicadelismo que então se começava a desenvolver.

"Eight Miles High" constitui disso prova sendo mesmo apontada como a primeira canção de Rock Psicadélico, tendo sido mesmo banida de algumas rádios sob a suspeita de defesa do consumo de drogas. A revista Mojo em 2016 assim a considerava:
"THE BYRDS' EIGHT MILES HIGH was the song that raised the curtain on the psychedelic era, a pioneering pop explosion that employed jazz harmony, Indian raga and drug-inspired lyrics and prepared the way for the cultural voyages of 1966."

Para o programa "Em Órbita", "Eight Miles High" era a 13ª entre as 15 canções de 1966. Ei-la.




The Byrds - Eight Miles High

sexta-feira, 2 de março de 2018

The Moody Blues - Life's Not Life

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"



Diria que surpreendentemente a canção que é considerada a 14ª melhor do ano de 1966 pelo programa de rádio "Em Órbita" foi "Life's Not Life" dos The Moody Blues.

Não que os The Moody Blues fossem uns desconhecidos, apesar de a sua formação histórica só se vir a constituir precisamente nesse ano, pois já tinham um álbum editado "The Magnificent Moodies" e "Go Now" tinha chegado, no Reino Unido, a nº 1 na tabela dos Singles, mas porque "Life's Not Life" passou, efectivamente, quase despercebida.




Recorde-se, a formação inicial dos The Moody Blues (1964-1966) era constituída por: Graeme Edge - bateria, Denny Laine - voz e guitarra, Mike Pinder - voz e teclados, Ray Thomas - voz e harmónica e Clint Warwick - voz e baixo e neste período praticavam um som próximo do Rhythm'n'Blues então tão influente nos grupos britânicos. Longe, portanto, da sonoridade clássica que viria a caracterizar-los a partir de 1966.

A surpresa é pois por "Life's Not Life" ser um tema, ainda hoje, quase desconhecido da discografia dos The Moody Blues o que significa que o "Em Órbita" estava mesmo atento às novidades e em particular a este, agora, histórico grupo de Rock. Ainda mais estranho é encontrar todas as referências a este Single como sendo de 1967, quando esta classificação diz respeito a 1966.

"Life's Not Life" foi mesmo a última canção composta por Denny Laine para o grupo, sendo entretanto substituído pelo conhecido Justin Hayward. Ouviríamos falar mais tarde de Denny Laine integrado no grupo Wings formado por Paul McCartney em  1971.




The Moody Blues - Life's Not Life

quinta-feira, 1 de março de 2018

The Spencer Davis Group - Gimme Some Lovin'

As 15 melhores canções de 1966 segundo o programa de rádio "Em Órbita"

Relativamente a 1967, 68, 69 e 70 já dei conta das listagens que o programa de rádio "Em Órbita" elaborava naquele tempo. O programa tinha tido início em Abril de 1965 e eu não tinha memória se existiam listagens anteriores a 1967, mas desconfiava bem que sim até porque era sabido que havia "uma pior canção de 1966" e que ia para o Frank Sinatra.

Até que dei com o blog http://portadaloja.blogspot.pt/ onde encontrei  imagens da revista Século Ilustrado de 14 de Janeiro de 1967 referentes ao artigo intitulado "A Pop Music - Em Órbita. entrevista com os autores do principal programa de música Pop da rádio portuguesa". É tendo por base este artigo, onde era publicada a listagem das 15 melhores e a pior canção de 1966, que se fazem este e os próximos Regresso ao Passado.

Começamos com a canção classificada em 15º lugar entre as melhores de 1966, era "Gimme Some Lovin'" dos britânicos The Spencer Davis Group.

"O primeiro grupo inglês que impôs os «blues» ao público britânico: Spencer Davis Group. Conta cerca de quatro anos de existência e é composto por um pianista e vocalista (Steve Winwood, o segundo a contar da esquerda, a figura mais destacada), um bateria, um viola-baixo e um viola-solo. Os seus maiores êxitos: «Keep on Running», «Somebody Help Me», »Gimme Some Lovin'»" lia-se no citado artigo como comentário de uma fotografia do grupo:






Bastante popular, este grupo de Rock e Rhythm'n'Blues britânico teve êxitos que me lembro perfeitamente de, ainda muito novo, ouvir na nossa rádio, "Keep On Running" e este "Gimme Some Lovin" foram os principais.





"Gimme Some Lovin" foi primeiramente editado em Single em 1966, mas o meu destaque vai para a versão longa ao vivo no álbum "Welcome to the Canteen" de 1971 (fica para uma próxima oportunidade), já com Steve Winwood nos seus Traffic.
Para já é a "Gimme Some Lovin'" de 1966.




The Spencer Davis Group - Gimme Some Lovin'