quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Nico - Janitor of Lunacy

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Nico é alemã de nascimento e ainda muito nova inicia-se como modelo em Berlim.
Aos 15 anos já está em Ibiza, ilha a que ficará sempre ligada, em Paris continua a sua carreira de modelo e ganha notoriedade.
Em 1959 participa no filme “La Dolce Vita” de Fellini. Em 1962 conhece o actor francês Alain Delon de quem virá a ter um filho. Após de em 1964 ter travado conhecimento com Brian Jones dos The Rolling Stones, surge a sua primeira gravação musical: “I´m Not Saying”, uma canção de Gordon Lightfoot com Jimmy Page na guitarra. Conhece Bob Dylan que lhe dá uma música “I´ll Keep It With You” a qual gravará no álbum “Chelsea Girl”. Este apresenta-a a Andy Wahrol que a introduz no movimento underground Nova-Iorquino. Filma com Paul Morrisey, grava com The Velvet Underground. Toca com Tim Hardin, Tim Buckley, Lou Reed e John Cale. Chega a viver com o então jovem (17 anos) Jackson Browne de quem grava algumas composições em “Chelsea Girls”. Conhece, influencia e é influenciada por Jim Morrison e Leonard Cohen. Tem um caso com Iggy Pop que conhece quando John Cale produzia o primeiro álbum dos The Stooges.
Grava os seus 3 primeiros discos “Chelsea Girls”, “Marble Index” e “Desertshore” entre 1967 e 1970. Todos produzidos por John Cale, aqui fica definida a originalidade do seu som, denso, experimental, profundo, melancólico, intrigante.
“Chelsea Girls” tem os contributos de Jackson Browne, Tim Hardin, Bob Dylan, Lou Reed e John Cale.
“Marble Index” seria dos três, o disco mais frio, distante, chega mesmo a ser arrepiante, é autora de todos os temas e toca harmónio, o qual ajudaria a caracterizar o som monocórdico. Um álbum fora de todas as convenções.



Edição alemã em CD , ref: 925 870-2



Finalmente “Desertshore” para muitos o seu melhor álbum. Mais uma vez todas as composições são assinadas por ela. Na linha do anterior mas mais belo e simultaneamente mais acessível.
É a este "Desertshore" (1970) que Miguel Esteves Cardoso, nas suas escolhas do ano de 1971, dá 4 estrelas, afirmando: "O álbum de Nico é complexo, fabulosamente misterioso e retém todo o seu encanto em 1980". Afirmação que em 2019 se mantém válida.

Fica a surpreendente "Janitor of Lunacy".




Nico - Janitor of Lunacy

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

John Cale - The Hall of Mirrors in the Palace at Versailles

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


A importância que tiveram na história do Rock e a influência que exerceram ao longo dos anos em muitos grupos é absolutamente ímpar, eles foram The Doors e The Velvet Underground.

Em 1971 praticamente já não existiam, nem uns nem outros, The Doors oficialmente terminaram em 1973, mas, na realidade, a morte de Jim Morrison em 1971 marca o fim dos The Doors que conhecemos, quanto aos The Velvet Underground oficialmente também terminaram em 1973, mas a saída de Lou Reed em 1970 e a edição nesse ano de "Loaded" marca o verdadeiro fim do grupo. Aliás já lá não estava John Cale e muito menos a "mal" amada Nico que só colaborou no primeiro LP.

Como já tinha dito em Regresso ao Passado anterior são os discos dos The Doors, Lou Reed, John Cale e Nico de 1971 que o Miguel Esteves Cardoso selecciona naquele ano e os vai considerar como marcantes no que seria o renascer do Rock no final da década de 70.
Depois de lembrar "L.A. Woman" e "Lou Reed", hoje é a vez de "Church of Anthrax" de John Cale ao qual Miguel Esteves Cardoso confere 3 estrelas.
Diga-se que "Church of Anthrax" não é um exclusivo de John Cale mas sim uma colaboração com Terry Riley, pioneiro no minimalismo musical.


https://en.wikipedia.org



"Church of Anthrax" é um disco de Rock experimental situando-se na vanguarda artística da época, era composto somente por 5 faixas onde destaco "The Hall of Mirrors in the Palace at Versailles" ponto de encontro do minimalismo com o Rock e o Jazz.




John Cale - The Hall of Mirrors in the Palace at Versailles

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Lou Reed - Lisa Says

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Entre 1967 e 1970 o grupo The Velvet Underground editou 4 álbuns seminais do Rock de vanguarda, os 4 tiveram a presença marcante de Lou Reed.

Em 1970 abandona The Velvet Underground, seguindo as pisadas de John Cale que já o tinha feito em 1968, entrando em estúdio no ano seguinte para a gravação do seu primeiro álbum a solo "Lou Reed" que viria a luz dos escaparates em 1972. Miguel Esteves Cardoso, inclui-o, no entanto, nas suas escolhas para 1971 dando-lhe 4 estrelas.


https://en.wikipedia.org/


Era o início de uma carreira impressionante de um dos mais importantes músicos do universo Rock.
Com algumas oscilações, é certo, mesmo na década de 70, soube entretanto envelhecer mantendo-se fiel ao seu estilo de Rock tantas vezes imitado, era um verdadeiro animal do Rock'n'Roll.

Quanto a "Lou Reed" está longe de ser o seu melhor álbum, lugar discutido por outros registos como "Tranformer" (1972), "Berlin" (1973) ou "New York" (1989), é um disco de transição das influências dos The Velvet Underground (8 das 10 canções que compõem o álbum vêm de tempo anterior tendo inclusive sido tocadas por eles) e novos caminhos que começava a trilhar com novos temas ( "Going Down" e "Berlin").

Proponho "Lisa Says", canção que pode também encontrar-se nos álbuns "1969: The Velvet Underground Live" (álbum duplo ao vivo editado em 1974 de concertos de 1969) e "VU" (compilação editada em 1985 de gravações não anteriormente editadas pelos The Velvet Underground em 1968 e 1969).




Lou Reed - Lisa Says

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

The Doors - L.A. Woman

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

"Quatro álbuns que iriam ter uma responsabilidade maciça na nova vaga de 1978-1980", assim dizia Miguel Esteves Cardoso sobre quatro discos que ele colocava entre as suas escolhas do ano de 1971, são eles:
L.A. Woman - The Doors
Lou Reed - Lou Reed
Church of Anthrax - John Cale
Desertshore - Nico

Começo pelo primeiro "L.A. Woman", dos sempre bem vindos The Doors, que era o último do grupo com Jim Morrison vivo. Sobre ele referia Miguel Esteves Cardoso no seguimento da frase anterior: "O último dos Doors é menos evocador, mas agressivamente lírico.", 4 estrelas era quanto lhe atribuía.

Edição portuguesa em vinil com a ref: LP-S-58-9, data incerta




O álbum possuía 2 canções que particularmente se destacavam pela sua duração (mais de 7 minutos), mas não só, eram  "... ambas completa e poderosamente autobiográficas, e ambas lírica e musicalmente fortes." (em "Daqui Ninguém Sai Vivo" de Jerry Hopkins/Danny Sugerman). Era Jim Morrison e The Doors no seu melhor.

As canções eram as agora clássicas "Riders on the Storm" e "L.A. Woman", a primeira mais lenta e melódica, a segunda mais aguerrida e poderosa onde Jim Morrison homenageia a Cidade da Noite, Los Angeles.

...
If they say I never loved you
You know they are a liar
Driving down your freeways
Midnight alleys roam
Cops in cars, the topless bars
Never saw a woman so alone
...

Da edição do 40 aniversário dos The Doors (1967-2007), em CD, segue "L.A. Woman", tem mais 10 segundos que o original, no começo ouve-se a guitarra a tocar o hino dos EUA.



The Doors - L.A. Woman

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Traffic - Gimme Some Lovin'

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Os Traffic eram bons, eram mesmo muito bons. Tinham uma sonoridade própria, distinta que se projectava do Folk-Rock ao Jazz-Rock, eram um grupo de fusão, de misturas várias e altamente criativos. Constituíram-se em 1967, como quarteto, onde pontificavam, para além de Steve Winwood, Jim Capaldi, Dave Mason e Chris Wood.
No início de 1969 Steve Winwood abandona o grupo e este termina temporariamente. Já nos tinham deixado três álbuns de superior qualidade e algumas canções particularmente bem conseguidas: "Paper Sun", "Dear Mr Fantasy", "Feelin' Alright?", "Forty Thousand Headmen" e "Medicated Goo" são alguns exemplos.
Sem Dave Mason os Traffic regressam em 1970 com o muito bem recebido "John Barleycorn Must Die". Até esta data já aqui dei conta de alguns temas bem característicos dos Traffic.

E eis chegados a 1971 e às escolhas de Miguel Esteves Cardoso onde dos Traffic aparecem os dois LP por eles editados nesse ano.
Primeiro foi o álbum ao vivo "Welcome to the Canteen" de novo com Dave Mason acrescidos de Ric Grech, Rebop Kwaku Baah e Jim Gordon e que Miguel Esteves Cardoso deu 3 estrelas. Na realidade, apesar de ser considerado um álbum dos Traffic, o nome não aparece em nenhum sítio do LP, somente os nomes dos sete músicos que referi.

Edição portuguesa, data incerta, ref: ILPS 9166-P
Preço: 525$ cerca de 2,6€




O segundo, "The Low Spark of High Heeled Boys" gravado em estúdio, com os mesmos músicos do anterior menos, novamente, Dave Mason agora definitivamente fora do grupo. Para este Miguel Esteves Cardoso deu 4 estrelas acrescentando "... os Traffic aperfeiçoam a utilização melodramática dos teclados em "Low Spark" com efeito excitante".

Hoje é tempo de "Welcome to the Canteen" onde vou buscar "Gimme Some Lovin'", já anteriormente aqui lembrada no original dos The Spencer Davis Group, agora, ao vivo pelos Traffic.




Traffic - Gimme Some Lovin'

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Procol Harum - Broken Barricades

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Ainda no grupo "Mainstream", identificado por Miguel Esteves Cardoso nas suas preferências para o ano de 1971, mais um grupo por quem eu nutria um gosto particular, os Procol Harum.

 Os primeiros discos dos Procol Harum que me lembro de ver à venda nas discotecas do Porto foram "Home" (1970) e "Broken Barricades" (1971). Recordo-me de tê-los na mão e de os ouvir (no tempo em que se ouviam os discos antes de os adquirir), nenhum deles acabei por comprar e ainda hoje não os possuo. Conhecia os Procol Harum da rádio e sabia da da existência de álbuns como "A Salty Dog" e "Shine On Brightly", conhecia canções como a evidente "A Whiter Shade of Pale" e também "Homburg", "A Salty Dog" e "Boredom", considerava então que aqueles não estavam à altura destes e acabei por fazer outras compras ("The Yes Album" dos Yes foi um deles).


http://www.progarchives.com


Para "Broken Barricades" Miguel Esteves Cardoso atribuía 3 estrelas sem qualquer referência em especial.  Reouvindo "Broken Barricades" mantenho a percepção que na época já tinha, ou seja sem ser um mau disco, não está ao nível de "A Salty Dog", o meu preferido.

"Broken Barricades", a canção título, prolongava os melhores momentos que se conhecia dos Procol Harum e é a minha proposta para hoje.

Depois destes anos todos a não perder nos próximos dias 26 e 27 de Abril nos Coliseus respectivamente de Lisboa e Porto, os Procol Harum dos dias de hoje onde só sobrevive da formação inicial Gary Brooker.




Procol Harum - Broken Barricades

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

The Who - Won't Get Fooled Again

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


A obra maior dos The Who foi a Ópera-Rock "Tommy" (1969), o álbum de maior popularidade foi "Who's Next" (1971).

No grupo "Mainstream", seleccionado por Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971, onde constavam também John Lennon, Paul and Linda McCartney, The Rolling Stones, Procol Harum, Traffic, lá estava The Who com o seu "Who's Next" e com 4 estrelas.

Não era fácil a posição dos The Who depois da realização da obra-prima que foi "Tommy", "Who's Next" é um disco contrastante, do Soft ("Behind Blues Eyes") ao Hard-Rock ("Won't Get Fooled Again"), pessoalmente, ao ouvi-lo hoje, gostaria que fosse um trabalho mais homogéneo, na época estava entre os meus preferidos.





"Who's Next" é, porventura, de toda a sua discografia dos The Who, o disco mais bem recebido por público e crítica e mantém-se como uma referência do Rock mais pesado do início da década de 70.

Miguel Esteves Cardoso relevava a utilização dos sintetizadores, referindo-se-lhes:
"Os Who utilizam o sintetizador com efeitos inovadores e (mais tarde) muito influentes em "Baba O'Reily" e "Won't Get Fooled Again", ..."


O melhor estava quase a passar (salvava-se ainda "Quadrophenia" de 1973) e o declínio do grupo seria galopante até ao final da década. Entre o melhor estava "Won't Get Fooled Again" que fechava o álbum e que agora se recorda.




The Who - Won't Get Fooled Again

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

The Rolling Stones - Sister Morphine

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


"Os Stones continuam brilhantes e o seu álbum de 71 contém algumas das suas mais sensíveis canções, veiculando um desespero genuíno. "Sister Morphine" ´é dum calibre semelhante à faixa "Cold Turkey" de John Lennon, sobre o mesmo tema da droga, e há também o lirismo viril de "Wild Horses" e o ritmo esfuziante de "Can't You Hear Me Knocking".", era assim que Miguel Esteves Cardoso falava de "Sticky Fingers" o álbum com que The Rolling Stones nos presentearam no ano de 1971 e para o qual MEC dava 4 estrelas.

Enquanto os seus rivais, The Beatles, nos abandonavam à sorte de cada um dos seus elementos, The Rolling Stones persistiam, e incrivelmente ainda o fazem hoje, e neste caso bem, "Sticky Fingers" era ainda um bom disco de Rock com algumas derivações para o Country como em "Dead Flowers"  e o grande êxito que foi "Wild Horses", o maior hit ia, no entanto, para a conhecida e bem esgalhada "Brown Sugar".


https://www.discogs.com/


A capa foi concebida por Andy Warhol e tratava-se da parte superior de umas calças Jeans vestidas pelo actor Joe Dallesandro com um zíper de verdade. Lembro-me bem da capa deste discos nas montras das discotecas do Porto e é um dos discos que lamento não ter adquirido nessa altura.

"Sister Morphine" é a faixa que escolhi, uma bela canção escrita pela dupla Mick Jagger e Keith Richard e também pela Marianne Faithfull que já a tinha gravado em 1969. Diga-se que prefiro esta, mas hoje é dos The Rolling Stones que se trata.




The Rolling Stones - Sister Morphine

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Paul McCartney - Too Many People

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Outro ex-Beatle marcava presença nas escolhas do Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971, era Paul McCartney, na realidade Paul and Linda McCartney, com o seu 2º álbum a solo de nome "Ram" e tinha 3 estrelas.

Também ele teve um percurso pós-Beatles menos interessante, para mim foi, dos quatro, a maior desilusão, sempre à espera de um disco ao nível do melhor dos The Beatles o que nunca chegou a acontecer. Se o primeiro álbum a solo "McCartney" (1970) não entusiasmava, já com o sucessor "Ram" se manifestavam melhorias assinaláveis com algumas faixas a ficarem-nos na memória como por exemplo "Uncle Albert/Admiral Halsey".

Miguel Esteves Cardoso manifestava-se a este período de Paul McCartney da seguinte forma:
"Paul McCartney lança o seu primeiro álbum a solo, antes da separação dos Beatles (McCartney). Embora desigual, revela uma sensibilidade reprimida pelo formato multi-talentado dos Beatles e constitui um esforço interessante que viria a surgir numa forma mais completa e conseguida em "Ram" e, especialmente, em "Wild Life", o primeiro dos Wings (ambos de 1971)."





O álbum começava com "Too Many People" e abria as hostilidades a John Lennon e Yoko Ono. A resposta de John Lennon ouvimo-la ontem com "How Do You Sleep?", fica hoje a provocação de Paul McCartney.


"Too many people going underground ...."



Paul McCartney - Too Many People

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

John Lennon - How Do You Sleep?

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Depende dos gostos, mas muito provavelmente o melhor trabalho de um ex-Beatle vai para John Lennon e o seu "Imagine" decorria o ano de 1971.
Miguel Esteves Cardoso dá-lhe mesmo 5 estrelas e considera que "O álbum do ano, no Reino Unido, é "Imagine" - menos dramático do que o anterior, mas mais equilibrado, com quatro composições potentes ("Give me Some Truth", "How Do You Sleep", "Crippled Inside" e "Jealous Guy") e uma nova acuidade lírica. Este seria o último álbum verdadeiramente indispensável de Lennon, apesar de momentos fulgurantes em "Wall and Bridges" (74)."

Efectivamente John Lennon (à semelhança dos restantes ex-Beatles), terá tido o seu melhor período nos primeiros anos da separação, caindo posteriormente em progressiva desinspiração.
Socorro-me ainda de Miguel Esteves Cardoso que se lhe refere da seguinte maneira: "Até ao ano de 1975, altura em que Lennon lança o seu último da década ("Rock'n'Roll"), não consegue recapturar a garra irrequieta que inscrevera nas obras-primas de 1970, se bem que nunca tenha deixado de se manter fiel aos seus princípios."



https://www.amazon.co.uk

Fugindo à super conhecida "Imagine", a escolha recai sobre "How Do You Sleep?", resposta de John Lennon aos supostos ataques de Paul McCartney no álbum "Ram" desse mesmo ano.




John Lennon - How Do You Sleep?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Cat Stevens - Father and Son

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Mais um autor oriundo de Inglaterra com dois álbuns de grande êxito em 1971, mais 3 estrelas para estes trabalhos atribuídos por Miguel Esteves Cardoso nas suas escolhas para aquele ano, era Cat Stevens. Os álbuns são "Tea for the Tillerman" e "Teaser and the Firecat", o primeiro editado, na realidade, em finais de 1970.

Dois belíssimos discos aos quais se volta sempre com enorme nostalgia dos tempos em que Cat Stevens era um dos músicos da área do Folk-Rock mais apreciados. Impressionante a quantidade de canções que se destacavam, no total de 21, quase todas se tornaram populares e passavam com regularidade na rádio, de "Where Do the Children Play" a "Peace Train".

Algumas ouviram-se muitas vezes, mesmo muitas, e eram "excelentes", mas, segundo Miguel Esteves Cardoso "... algumas canções de Cat Stevens ("Peace Train", "Father and Son") que os anos, cruelmente, tornaram insuportáveis."


Edição em CD, data incerta, com a ref: 258 153/CID 9135


Naqueles anos gostava tanto de Cat Stevens que depois de ter partilhado numa aula de Física e Química com a professora esse meu gosto, um amigo meu chamou-me então de "Gato Esteves".

Em particular para os mais novos que não conheceram este disco quando ele saiu, proponho "Father and Son", uma grande canção.




Cat Stevens - Father and Son

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Elton John - Tiny Dancer

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


1971 foi ainda um grande ano para Elton John. Depois dos inigualáveis "Elton John" e "Tumbleweed Connection" do ano anterior, 1971 vê serem publicados 3 álbuns a não desmerecer: o álbum ao vivo "17-11-70", a música do filme "Friends" e o novo disco de estúdio e de originais "Madman Across the Water".

Dizia Miguel Eeteves Cardoso relativamente a estes dois últimos álbuns:
"Elton John lança "Friends", banda sonora dum filme com o mesmo nome, que contém provas deslumbrantes das capacidades de composição do autor, e "Madman Across the Water", o último gtande álbum de Elton John e até hoje [1980] o mais perturbantemente enigmático e atmosférico."


Edição portuguesa da DJM com a referência  DJLPH 420, de 1971




Os dois constavam, com 3 estrelas, nas suas escolhas relativamente ao ano de 1971, para MEC "Madman Across the Water" tinha "... duas faixas excelentes (a faixa-título e 'Holiday Inn')...",
eu não poria de lado canções como "Tiny Dancer" e "Indian Sunset".
Já recordei "Indian Sunset", hoje proponho "Tiny Dancer". Repare-se a foto, a data de gravação foi no dia 9 de Agosto, no dia 8 Elton John tinha actuado no Festival Vilar de Mouros.




Elton John - Tiny Dancer

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Donovan - The Star

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Donovan teve sempre uma predilecção por canções para crianças, no seu primeiro álbum duplo, "a gift from a flower to a garden" (1968), o segundo LP, "For Littles Ones", era composto por canções para crianças. Em 1971 é editado novo álbum duplo  desta vez totalmente concebido com canções supostamente infantis.
É a este trabalho, "... uma alegria sincera no álbum-para-crianças-adultas de Donovan ...", que Miguel Esteves Cardoso coloca entre as escolhas dele de 1971 atribuindo-lhe 3 estrelas.






"The Golden Era of the singer/songwriter came when Donovan, one of the first and most successful singer/sonwriters, was making albuns for children! He should not br derided for what might look like a foolish change of direction - he had become a major international star with a string of hit records, butm more important to him was the fact that he was about to become a father; his wife, Linda Lawrence (an ex-girl friend of Rolling Stone Brian Jones), produced a daughter named Astrella in October, 1970, just three months after the 'HMS Donovan' album was released, and the album must have largely recorded at a time when his thoughts were conceivably to some extend on his impending fatherhood.", contextualizava John Tobler em 1997.


28 canções de encantar compõem o álbum, a escolha vai para a pequena "The Star", nada mais que a tradicional "Twinkle, Twinkle, Little Star"




Donovan - The Star

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Ian Matthews - If You Saw Thro' My Eyes

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Continuo no ano de 1971, continuo nas escolhas do Miguel Esteves Cardoso, continuo no manancial da boa música Folk-Rock oriunda de Inglaterra.

Depois de Nick Drake, Steeleye Span e Roy Harper é  a vez de Ian Matthews.

O ano de 1969 tinha sido bastante atribulado para o grupo britânico Fairport Convention, a sua composição no final do ano sofria bastantes alterações em relação ao seu início, somente Simon Nicol e Richard Thompson se mantinham. Num dos últimos Regresso ao Passado (referente aos Steeleye Span) tinha dado nota da saída de Ashley Hutchings e de Sandy Denny, mas antes já tinha havido mais alterações, substituição do baterista por morte de Martin Lamble e ainda antes a saída de Ian Matthews.

Depois da saída dos Fairport Convention seguiram-se anos super produtivos tendo realizados alguns discos verdadeiras antologias do melhor Folk-Rock então praticado. 1970 viu serem editados 3 álbuns com a marca Matthews Southern Comfort, sendo no entanto o primeiro "Matthews' Southern Comfort" na realidade um álbum a solo.

Em 1971 segue a sua carreira a solo tendo Miguel Esteves Cardoso atribuído 4 estrelas a "If You Saw Thro' My Eyes" e 3 estrelas a "Tigers Will Survive" (na realidade este álbum é de 1972, penso eu), os quais me lembro tão bem de os ouvir na rádio. O meu exemplar é uma edição em CD editada em 1993 com os dois álbuns incluídos.


Edição Vertigo com a ref: 514 167-2, 1993


"Over twenty years and more than two dozen albuns later 'If You Saw Thro' My Eyes' remains one of my favourites.", dizia o próprio Ian Matthews aquando desta dupla edição, também para mim "If You Saw Thro' My Eyes" mantem-se entre os meus favoritos não só dele como do Folk-Rock em geral.

Escolho o tema título com o particular de termos a Sandy Denny no piano e na segunda voz. Boas memórias.




Ian Matthews - If You Saw Thro' My Eyes

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Roy Harper - The Same Old Rock

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Um músico muito subestimado e por cá muito pouco divulgado foi (é) Roy Harper.

O disco que teve alguma divulgação na nossa rádio foi "Bullinamingvase" de 1977 e é o único que dele possuo. Pouco, muito pouco para um músico da qualidade de Roy Harper. No entanto a Wikipédia refere que o álbum "HQ" (1975) foi considerado em Portugal (por quem?) o álbum do ano, passou-me despercebido.

Roy Harper é um músico da área do Folk-Rock cuja importância e influência é reconhecida por músicos como Jimmy Page, Robert Plant e Ian Anderson ou ainda a mais recente Joanna Newsom. O tema "Hats Off to (Roy) Harper" que fecha o 3º LP dos Led Zeppelin é um tributo a ele. O álbum "Ys" da harpista "Joanna Newsom teve como fonte de inspiração o LP "Stormcock" (1971) de Roy Harper, realmente aquele álbum é composto por canções longas, líricas complexas à semelhança deste que é a razão de ser deste Regresso ao Passado.


http://www.royharper.co.uk


"Stormcock" teve 3 estrelas nas escolhas do ano de 1971 de Miguel Esteves Cardoso o que parece, ouvindo o álbum hoje, ter ficado aquém do merecido. Composto somente por 4 longas canções "Stormcock" é um grande disco de Folk Progressivo característico dos anos 70 fazendo lembrar desde Bert Jansch aos Led Zeppelin. Recomenda-se!

Segue a longa "The Same Old Rock" onde se pode ouvir Jimmy Page na guitarra, aqui creditado como S. Flavius Mercurius.




Roy Harper - The Same Old Rock

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Steeleye Span - The Blacksmith

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Ashley Hutchings é um dos mais importantes músicos  do Folk-Rock britânico estando na origem de algumas das bandas mais importantes daquele género que teve nos finais dos anos 60 uma verdadeira explosão. Esteve ele na origem dos Fairport Convention (1967), Steeleye Span (1969) e The Albion Band (1971).
Hoje são os Steeleye Span que me interessam.

No período em que esteve nos Fairport Convention, ou seja de 1967 a 1969, estes gravaram 4 discos fundamentais, hoje, referências obrigatórias do Folk-Rock, ou seja da renovação da música tradicional britânica com instrumentos electrificados oriundos do mundo do Rock. Ainda antes do final do ano de 1969 Ashley Hutchings abandona o grupo para formar os ditos  Steeleye Span seguido por Sandy Denny para formar os episódicos e únicos Fotheringay.

Pelos vistos Ashley Hutchings pretendia seguir uma via mais tradicional que a que se verificava nos Fairport Convention. O primeiro trabalho de nome "Hark! The Village Wait" sai em 1970, mas é no ano seguinte que é editado o disco objectivo de hoje e que deu a conhecer os Steeleye Span ao mundo, trata-se de "Please To See the King".

Edição Shanachie de 1990 com a ref: 79075




"Please To See the King" é um álbum composto exclusivamente por tradicionais, que o jornal "Melody Maker" vai considerar o álbum Folk do ano, enquanto o nosso Miguel Esteves Cardoso atribui-lhe 4 estrelas dizendo a propósito "Na Inglaterra, o ano pertence aos Steeleye Span e a Ian Matthews, ..." (este último outro ex-Fairport Convention numa fase super criativa).

Lembro a constituição dos Steeleye Span neste disco, todos músicos importantes na cena Folk naquela época:
- Maddy Prior
- Martin Carthy
- Tim Hart
- Ashley Hutchings
- Peter Knight
(ver na capa o que cada um toca)

Proponho para audição "The Blacksmith", canção tradicional que já conheceu diversas versões, os próprios Steleye Span gravaram-na no primeiro e neste sendo álbum, Planxty, Pentangle, Bert Jansch e Shirley Collins são mais algumas.




Steeleye Span - The Blacksmith

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Nick Drake - Pink Moon

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Continuo com as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971. Foram muitas e variadas as gravações a merecerem referência e diversos os estilos que se destacaram. Segue-se mais um conjunto de discos, agora oriundos de Inglaterra na área do Folk e Folk-Rock.
O primeiro é "Pink Moon" e o músico é Nick Drake.

Nick Drake encontra-se na lista reduzida das minhas preferências, já tive oportunidade de o recordar por diversas vezes, mas ainda não passei pelo disco de hoje "Pink Moon" na selecção de 1971 de Miguel Esteves Cardoso tinha 3 estrelas.


Edição norte-americana em CD, ref: HNCD 4436, de 1992




Prematuramente desaparecido não teve a satisfação de saborear o reconhecimento tardio da genialidade da sua música. Nick Drake (1948-1974) deixou-nos, em vida, 3 registos imprescindíveis, a saber: “Five Leaves Left” (1969), “Bryter Layer” (1970) e “Pink Moon” (1972).
Sozinho em estúdio, grava, em duas noites, quase de uma assentada só, “Pink Moon”, e o resultado final é um pequeno álbum de 28 minutos de uma pureza inultrapassável. “Pink Moon” é um álbum profundamente intimista (como poucos) completamente despido de arranjos (contrariamente aos dois anteriores), só Nick Drake, a voz, a sua poesia, a viola (e piano no tema titulo); nada de convidados, nada dos amigos dos Fairport Convention e/ou Pentangle, nada de vanguardismos de John Cale (Bryter Layter).

Agora fiquem com o tema título, “Pink Moon”, que só terá sido editado em 1972, são dois minutos únicos



Nick Drake - Pink Moon

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Commander Cody - Lost In the Ozone

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Neste pequeno grupo de grupos norte-americanos da área do Folk-Rock e Country-Rock, que Miguel Esteves Cardoso escolheu entre os melhores do ano de 1971, estava, para além dos America, The Byrds e New Riders of the Purple Sage que recordei nos últimos dias, estava ainda a proposta de hoje, "... o ecletismo Country de Commander Cody  ...".

Pois é, por vezes é assim, cruzamo-nos com um nome que não nos lembramos de todo, é o caso de hoje. Tal era o manancial de nova música de qualidade que era então produzida que ainda hoje descobrimos algo de novo, o que também não é muito de admirar se considerarmos as condições em que por cá se vivia naquele tempo e a má divulgação que uma boa parte das propostas musicais então surgidas tiveram.


https://www.allmusic.com/


Commander Cody é de nome verdadeiro George Frayne e o grupo tomou, na realidade, o nome estranho de Commander Cody and His Lost Planet Airmen, foram mais um grupo de Country-Rock a surgir na segunda metade da década de 60.
O primeiro LP aparece em 1971 a merecer a inclusão com 3 estrelas nas escolhas do ano de 1971 de Miguel Esteves Cardoso. "Lost In the Ozone" é um disco que atravessa diversos estilos, daí o "ecletismo", do Country-Rock ao Western, no que hoje se designa por Americana.
Escolho a faixa título "Lost In the Ozone".




Commander Cody - Lost In the Ozone

domingo, 10 de fevereiro de 2019

New Riders of the Purple Sage - I Don't Know You

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


New Riders of the Purple Sage são uma banda de Country-Rock norte-americana formada no final da década de 60.
Foi a partir de alguns concertos informais de Jerry Garcia e alguns amigos nos intervalos das turnés dos Grateful Dead que surgiu a primeira formação do que seria denominado New Riders of the Purple Sage. Essa formação conta para além de John Dawson e David Nelson com Jerry Garcia, Mickey Hart e Phil Lash, os três dos históricos Grateful Dead. Situação que viria a revelar-se incompatível, em finais de 1971 já estes três últimos tinham abandonado o projecto.


https://www.discogs.com


No primeiro e homónimo álbum do grupo ainda Jerry Garcia dele fez parte.
É este LP, "New Riders of the Purple Sage", que Miguel Esteves Cardoso vai incluir nas suas escolhas de 1971, dando-lhe 3 estrelas, era "...o Country-Rock dinâmico dos New Riders...".

Apreciemos então este Country-Rock dos bons velhos tempos, "I Don't Know You" é a faixa inicial.




New Riders of the Purple Sage - I Don't Know You

sábado, 9 de fevereiro de 2019

The Byrds - Chestnut Mare

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


The Byrds foram um dos grupos mais influentes no Folk-Rock norte-americano. Existiram de 1964 a 1973 e deixaram gravados 12 álbuns de estúdio. Roger McGuinn foi o único músico constante num grupo por onde passaram nomes tão importantes como David Crosby, Chris Hilman, Gram Parsons e Clarence White, alguns com saída e posterior regresso.
A composição variável do grupo terá contribuído por um lado para a diversificação sonora do grupo ,do Folk-Rock ao Country-Rock passando pelo Rock Psicadélico, por outro por alguma inconsistência na qualidade dos álbuns editados.


https://en.wikipedia.org


Quando em 1970 é editado o nono álbum do grupo designado "(Untitled)" já só restava Roger McGuinn da formação original. Tratava-se de um duplo LP, sendo o primeiro uma gravação ao vivo e o segundo de estúdio. É este álbum que Miguel Esteves Cardoso incluiu nas suas escolhas de 1971 com a classificação de 4 estrelas dizendo que com este trabalho "...voltavam momentaneamente à força dos seus primeiros LPs ...".
Lembro-me bem da sua edição e da canção que então se destacava "Chestnut Mare", mais uma grande canção dos The Byrds.




The Byrds - Chestnut Mare

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

America - A Horse With No Name

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

O Folk-Rock norte-americano teve nos The Byrds e Crosby, Stills, Nash and Young os seus melhores intérpretes. Uma legião de outro grupos se formaram à boleia da fórmula de sucesso  que aqueles tiveram. Os America foram um deles, constituídos como trio no ano de 1970, o qual se manteve até 1977, continuando como duo até aos nossos dias.
Característica principal do grupo eram as belas harmonias vocais, a lembrar Crosby, Stills and Nash, que se traduziram em canções inesquecíveis como "A Horse With No Name", "I Need You", "Ventura Highway", "Tin Man", "Lonely People", "Sister Golden Hair", todas dos anos 70, ou ainda "You Can Do Magic" já nos anos 80 numa vertente mais Pop-Rock.


https://murodoclassicrock4.blogspot.com


Na realidade é nos dois primeiros LP que se centra o maior interesse deste grupo, caindo posteriormente numa fórmula repetitiva, menos inspirada e também de menor êxito.

"America" foi o álbum saído em 1971 e o que eu melhor conheci. Miguel Esteves Cardoso coloca-o também entre as escolhas do ano dando-lhe 3 estrelas e dizendo que "Os America foram prazer passageiro e ténue",  concordo plenamente.

Deste álbum escolho a evidência, ou seja "A Horse With No Name".




America - A Horse With No Name

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Don McLean - American Pie

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Tive o prazer de em 1971 me encontrar entre os privilegiados que ouviram temas do álbum "American Pie" de Don McLean editado naquele ano. E acreditem o gozo da audição de canções como "American Pie"  e "Vincent", as mais conhecidas do LP, era enorme e que, infelizmente, foi-se perdendo com o tempo. Há canções que parecem ter uma dimensão diferente quando escutadas em determinado ano, normalmente o ano de edição, com determinada idade, tinha eu 14 anos e ainda em determinadas circunstâncias, no caso a estudar. Em concreto, tinha de parar de estudar tal a envolvência que estas canções exigiam, atenção e descontracção total.

Don McLean é um cantor norte-americano, mais um na galeria do Folk-Rock que então vivia ainda um período de excelência. Encontrava-se entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso, que tenho vindo a seguir, a cujo álbum dava 4 estrelas.


http://therockasteria.blogspot.com/


Uma das "Três revelações excelentes" (as outras eram Jackson Browne e Loudon Wainwright), no caso de Don McLean "sobretudo pela canção título, que apanha como mais nenhuma outra a desilusão do abrir da década...", reconhecendo que "McLean não viria a escrever outra canção dessa estatura", dizia Miguel Esteves Cardoso.

Agora é fingir que estamos em 1971 com menos 48 anos de idade e deixarmo-nos levar por "American Pie". De notar ainda os 8 minutos da canção, não muito vulgares então e agora.




Don McLean - American Pie

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Loudon Wainwright III - Glad To See You've Got Religion

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Loudon Wainwright III tem uma carreira artística de mais de 50 anos que se destingiu em várias frentes,  escritor e interprete de canções Folk, humorista e actor. É de 1970 o seu primeiro álbum homonimamente chamado e julgo ser este a que Miguel Esteves Cardoso se refere quando coloca "Loudon Wainwright I" entre as escolhas de 1971 atribuindo-lhe 4 estrelas.

Não me recordo de na época ouvir este disco, só conheci "Album II" este sim de 1971, e infelizmente depois não mais se ouviu por cá Loudon Wainwright III. É também verdade que a parte humorística foi ganhando espaço e, vejo agora, de menor interesse, mas sem dúvida que os seus primeiros trabalhos necessitam de ser redescobertos.


https://www.discogs.com


Este disco é, ainda hoje, altamente recomendável, em particular para os amantes da música Folk daquele período musical. Sugiro para audição "Glad To See You've Got Religion", excelente esta canção. Era um novo Bob Dylan que se anunciava.




Loudon Wainwright III - Glad To See You've Got Religion

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Graham Nash - Better Days

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Numa carreira de mais de 50 anos Graham Nash tem somente seis álbuns gravados a solo. Muitos mais se contabilizam se considerarmos as suas gravações com The Hollies, Crosby, Stills, Nash and Young e suas variações.
Para hoje o que me interessa é o primeiro LP a solo editado em 1971, de nome "Songs for Beginners" e que se encontra entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso com 3 estrelas.




"Songs for Beginners" foi o seu melhor trabalho e o que conquistou maior reconhecimento pelo público e pela crítica. O êxito de "Déjà Vu" dos Crosby, Stills, Nash and Young estava ainda fresco e os seus elementos aventuravam-se a solo em busca de igual sucesso. Graham Nash teve a sua quota parte ao compor canções como "Chicago", "Military Madness", "I Used To Be a King", "Simple Man" ou "We Can Change the World" que tanto ouvi naquela época.

Não está entre as mais conhecidas, mas é bem representativa da sonoridade desde disco, é "Better Days", simplesmente bonito!




Graham Nash - Better Days

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Tim Buckley - Song To the Siren

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Editado em finais de 1970 "Starsailor" de Tim Buckley ia constar nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso do ano de 1971. Era, no espaço de 5 anos, o 6º LP de originais de Tim Buckley, que inconstante no género musical se aventurava por áreas experimentais de fusão de géneros. O Folk, e o Folk-Rock são menos evidentes e e o Jazz e o Pop ganham espaço. É ainda um grande disco de Tim Buckley que iria posteriormente persistir em novos rumos, nomeadamente o Funk e o Soul, mas menos bem conseguidos.


Edição norte-americana de 2007 com a ref: 4M134




É deste álbum uma das suas canções mais conhecidas que tinha sido já composta em 1967 e é a que mais se aproxima do seu Folk inicial. "Song To the Siren" é mais uma pequena maravilha que podemos hoje recordar na  versão original. Lembra-se que "Song To the Siren" foi bastante popular em 1983 na versão dos This Mortal Coil e já foi aqui recuperada.




Tim Buckley - Song To the Siren

domingo, 3 de fevereiro de 2019

James Taylor - Hey Mister, That's Me up on the Jukebox

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Considerado por Miguel Esteves Cardoso como um dos "náufragos" da década de 70 pela evolução negativa da sua produção discográfica ao longo desses anos, dizia ele que "...tendo caído num ócio despreocupado que deu cabo da razão de ser da sua música e nunca mais haveria um trabalho de James Taylor que correspondesse à promessa e à realização dos dois álbuns de 70 e de 71...".

Sim, James Taylor gravou dois LP fundamentais "Sweet Baby James" (1970) e "Mud Slide Slim and the Blue Horizon" (1971), a este último Miguel Esteves Cardoso dá-lhe 3 estrelas nas suas escolhas relativas ao ano de 1971. Dadas a afinidade que sempre tive a este disco, julgo que seria levado a dar-lhe 4 estrelas, fosse por "I've Got a Friend", "Mud Slide Slim", "You Can Close Your Eyes" ou ainda "Long Ago and Far Away".


Edição portuguesa de 1971 com a ref: WAR 46085




Para MEC "James Taylor lançaria apenas um outro álbum que faria justiça ao conteúdo excelente de "Sweet Baby James" - "Mud Slide Slim and the Blue Horizon", no ano seguinte".

Desde álbum recordo "Hey Mister, That's Me up on the Jukebox" onde James Taylor "...tentava exorcizar o demónio da fama e do contentamento que ameaçava secar a angústia, e consequentemente a inspiração".




James Taylor - Hey Mister, That's Me up on the Jukebox

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Jackson Browne - Doctor, My Eyes

1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso

Jackson Browne é um nome importante da música Rock e Folk-Rock norte-americana. Infelizmente passou-me um pouco ao lado, conheci uma ou outra canção do início da sua carreira, mas não conheci, na devida altura, suficientemente bem a sua música. Vai-se sempre a tempo de minimizar estas falhas e nada como começar a (re)descobrir este alemão de nascença.

É ainda nos anos 60 que Jackson Browne começa a sua carreira musical integrando a formação inicial do grupo de Country-Rock Nitty Gritty Dirt Band, chegando estes, já sem Jackson Browne no grupo, a gravar várias canções dele, nomeadamente "These Days", canção primeiramente conhecida na interpretação de Nico, com quem ele tinha, em 1967, uma relação. Nico que no seu primeiro álbum contou, em algumas faixas, com a sua colaboração na guitarra eléctrica.


https://www.jacksonbrowne.com


A primeira prestação a solo verifica-se somente em 1972 no álbum homónimo "Jackson Browne" e é hoje uma relíquia. Em https://www.jacksonbrowne.com pode-se ler:
"It's not often that a single album is sufficient to place a new performer among the first rank of recording artists. Jackson Browne's long-awaited debut album chimes in its author with the resounding authority of an Astral Weeks, a Gasoline Alley, or an After the Gold Rush.
Jackson Browne's sensibility is romantic in the best sense of the term: his songs are capable of generating a highly charged, compelling atmosphere throughout, and-just as important-of sustaining that pitch in the listener's mind long after they've ended.
Don't miss it. (RS 103)"
Bud Scoppa, Rolling Stone, 1972

Miguel Esteves Cardoso coloca-o erradamente em 1971 e atribui-lhe 4 estrelas. É deste álbum a bem conhecida "Doctor, My Eyes", a proposta de audição de hoje.




Jackson Browne - Doctor, My Eyes