sábado, 29 de julho de 2023

Andy Williams - (Where Do I Begin) Love Story

 mundo da canção


Andy Williams (1927-2012) foi um cantor muito popular nos anos 50 e 60 não só como intérprete de canções standards norte-americanas como também actor de cinema.

Era comum a edição de álbuns totalmente dedicado a versões e o LP "Love Story" de 1971 foi um deles.

Numa mescla de boas canções, como por exemplo "Your Song", "Something" e "Fire and Rain", com outras de êxito mais fácil tipo "Candida" ou "Rose Garden", lá se encontra a canção que dá título ao álbum sub-intitulada "(Where Do I Begin)".




Recorde-se: "Love Story" foi um filme romântico-dramático cujo banda sonora teve enorme relevância, tendo sido popularizado o tema "Theme from Love Story" na versão apenas orquestral de Henri Mancini. De seguida foi a versão com letra denominada "(Where Do I Begin) Love Story" na interpretação de Andy Williams sendo a letra publicada no nº 18 da revista "mundo da canção".



Andy Williams - (Where Do I Begin) Love Story

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Mungo Jerry - Baby Jump

mundo da canção


Vamos então para a música de expressão anglo-saxónica que de alguma forma era referida neste nº 18 da revista "mundo da canção", recordo, mais uma vez, que estamos em Maio de 1971.

E, como era habitual, o ecletismo constante na revista é enorme, indo desde o mais comercial e medíocre  até ao mais interessante e moderno que então se publicava. Num extremo temos por exemplo os Mungo Jerry no outro Bob Dylan.

Começo pelo menos interessante ou seja os Mungo Jerry. Depois do super êxito que foi, no Verão de 1970, "In The Summertime", primeiro lugar de vendas em quase todo o mundo. Vieram mesmo a Portugal tendo actuado a 3 de Janeiro de 1971 no Teatro Monumental em Lisboa.

Tentaram manter-se à tona mas a popularidade foi progressivamente diminuindo e rapidamente desapareceram de cena.





Em 1971 ainda lograram algum sucesso com "Baby Jump", que pertencia ao mesmo álbum,"Electronically Tested", que "In The Summertime", mas não mais alcançaram o sucesso desta. Confesso que já dela não me lembrava e também pouco se perde, de qualquer forma aqui vai.



Mungo Jerry - Baby Jump

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Serge Reggiani - Je Voudrais Pas Crever

   mundo da canção


Deste nº 18 da revista "mundo da canção", segunda e última passagem pela música francesa, a primeira foi para Claude Nougaro, esta vai para Serge Reggiani.

Serge Reggiani (1922-2004) já teve várias passagens neste meu blogue fruto da regular presença na revista "mundo da canção", lembro que estávamos em Maio de 1971 e que a música francesa teimava, apesar da invasão da música anglo-saxónica, em manter-se viva na cena internacional.

De origem italiana teve a sua vida artística dividida entre o cinema e a canção, foi na faceta de intérprete da canção francesa que o conheci melhor e de que guardo recordações.




Continuo pois a recordá-lo com todo o agrado, desta vez com a canção "Je Voudrais Pas Crever", pertencia ao álbum homónimo publicado em 1970 e saiu também em Single em 1971. Mais uma bela memória, espero que gostem.



Serge Reggiani - Je Voudrais Pas Crever

terça-feira, 25 de julho de 2023

Claude Nougaro - La Neige

  mundo da canção


Claude Nougaro (1929-2004) foi um compositor e cantor francês. 

Foi um dos muitos cantores que popularizaram a canção francesa nos anos 50 e 60 tais como Jean Ferrat, Boris Vian, Juliette Gréco, Serge Reggiani, Georges Brassens, Jacques Brel, Georges Moustaki, Léo Ferré e Colette Magny. Tempos em que a canção francesa era dominante antes da avalanche da música em língua inglesa ao longo dos anos 60.

Esta primeira passagem por Claude Nougaro deve-se à revista "mundo da canção" que no seu nº 18, em Maio de 1971, publica a letra da canção "La Neige".




Uma bela recordação de uma canção que eu já não me recordava de todo. Pertencia ao álbum ""Sour Âme" publicado em 1971.



Claude Nougaro - La Neige

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Patxi Andión - Doña Anita

 mundo da canção


Lá consegui mais uma referência à música espanhola neste nº 18 da revista "mundo da canção". Trata-se de um parágrafo na rubrica "mc Notícia" onde, entre pequenas notícias de edições discográficas se refere o nome de Patxi Andión.

Muito provavelmente vi e ouvi Patxi Andión pela primeira vez no programa televisivo "Zip-Zip" no ano de 1969. Apesar de muito novo foi um programa que me marcou e os nomes que por lá passaram, muitos deles não mais esqueci.




Eis a notícia: "Patxi Andión, nome bem conhecido dos portugueses através das actuações na Televisão e dos discos lançados o ano passado, tem agora novo «single». São de ouvir as duas canções de sua autoria incluídas neste 45 rotações: «Doña Anita» e «Lupe»."

Para ouvir "Doña Anita".





Patxi Andión - Doña Anita

domingo, 23 de julho de 2023

Aguaviva - La Ciudad Es de Goma

mundo da canção


Antes de abordarmos os temas em língua inglesa passagem pela língua espanhola e francesa que também constavam no nº 18 da revista "mundo da canção".

Relativamente à música espanhola pouco há a adiantar. O destaque maior vai para os Aguaviva que naqueles anos monopolizavam a atenção que que concerne às novas sonoridades provenientes do país vizinho.

"Aguaviva o novo espectáculo chama-se "Apocalipse"" assim se intitulava o texto que ocupava uma página na revista "mundo da canção" nº 18 editada em Maio de 1971.

"Apocalipsis" era o segundo trabalho dos Aguaviva, comandados por Manolo Diaz, e terá sido concebido, de acordo com o texto, em 35 dias e gravado em 72 horas. Lembro-me bem de ouvir alguns temas na nossa rádio, em particular no programa "Página Um" que seguia diariamente. Eram sons completamente novos em relação ao que era habitual vindo de Espanha, nomeadamente do Festival da Eurovisão, e que nunca mais esquecerei.







Para hoje mais um tema de "Apocalipsis", "La Ciudad Es de Goma" é a canção.



Aguaviva - La Ciudad Es de Goma

sábado, 22 de julho de 2023

Teresa Paula Brito - Existem Pedras

  mundo da canção


Mais um retorno a Teresa Paula Brito. Vai-se lá saber porquê, mas a Teresa Paula Brito não teve o reconhecimento popular que devia ter tido. Multifacetada no estilo utilizado, do Pop ao Jazz, teve o seu valor distinguido em 1970 com o Prémio da Casa da Imprensa na categoria de música ligeira. Mas o melhor estaria para vir no ano seguinte com o EP "Minha Senhora de Mim" por já por diversas vezes evocado.

Tito Lívio, em artigo na revista "mundo da canção" nº 18, faz-lhe justiça e começa assim:
"Antes de mais um excelente trabalho de equipa: para a poesia crua de Maria Teresa Horta a música forte de Nuno Filipe, a inteligência dos arranjos de Rui Ressurreição entendendo perfeitamente o mundo poético de Teresa Horta, os instrumentistas que colaboraram na gravação, num trabalho válido e positivo, o notável registo de som de Jean François Beaudet. O que, em conjunto transforma o disco «Minha senhora de mim» na gravação de música portuguesa mais importante do ano."






Nunca é demais recordar este disco, hoje volto a "Existem Pedras".




Teresa Paula Brito - Existem Pedras

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Padre Fanhais - Porque

 mundo da canção


Perto do fim desta passagem pela música portuguesa de algum modo referida no nº 18 da revista "mundo da canção". Recordo que estávamos no mês de Maio de 1971, parece que foi ontem. Tinha eu 14 anos, idade suficiente para saber o que se passava no país política e culturalmente. Tempo da chamada Primavera Marcelista que em pouco resultou, a liberalização do regime não se verificou, a democracia não foi instalada e manteve-se a guerra colonial.

Musicalmente, em termos de música popular portuguesa, 1971 foi um anos importante não só pela crescente onda de "badaleiros", alguns com propostas bem interessante, com, e principalmente, pelo surgimento de Sérgio Godinho e José Mário Branco que de França publicavam os seus primeiros trabalhos.

Por cá seriam os trabalhos de José Afonso, "Cantigas do Maio" e Adriano Correia de Oliveira com "Gente de Aqui e de Agora" que se iriam destacar. Seriam os trabalhos deste quatro músicos que iriam estar na origem de uma verdadeira revolução no que diz respeito ao panorama musical português. Outros houve, como por exemplo o Padre Fanhais, cuja aparição em 1969 o torna uma voz incómoda para o regime e para a igreja tradicionalista.




O último disco de originais que o Padre Fanhais gravou foi um EP, "Corpo Renascido", com 4 canções, editado em 1971, onde constava "Porque" cuja letra vinha publicada no nº da revista "mundo da canção" que estou a recordar. Suspenso das suas funções religiosas pela hierarquia católica, parte para França em Abril de 1971 e este disco já aparece assinado como Francisco Fanhais.

Com letra de Sophia de Mello Breyner vamos ouvir "Porque".




Padre Fanhais - Porque

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Adriano Correia de Oliveira - Canção com Lágrimas

mundo da canção


Depois de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, duas figuras ímpares da renovação musical portuguesa e da luta contra o fascismo antes do 25 de Abril de 1974.

Adriano Correia de Oliveira (1942-1982) foi um cantor que começou por se distinguir na interpretação da canção de Coimbra evoluindo para canções de protesto onde são evidenciadas questões relacionadas com a luta pela liberdade e injustiças sociais. Foram várias as canções onde utilizou a poesia de Manuel Alegre para o fazer.




Neste nº 18 da revista "mundo da canção" de Maio de 1971 é publicada a letra completa do poema "Canção com Lágrimas e Sol"  que Adriano Correia de Oliveira interpretou como "Canção com Lágrimas" com alguma simplificação na letra.

Pertence ao excelente álbum "Cantaremos" publicado em 1970.





Adriano Correia de Oliveira - Canção com Lágrimas

segunda-feira, 17 de julho de 2023

José Afonso - Canta Camarada, Canta

  mundo da canção


Continuo com a música popular portuguesa que de alguma forma tinha expressão no nº 18 da revista "mundo da canção", decorria o mês de Maio do ano de 1971. E presença obrigatória lá se encontrava José Afonso, figura maior da renovação da nossa música popular, em particular no anterior ao 25 de Abril de 1974.
Desta feita eram publicadas, em páginas distintas (qual seria a razão?), a letra de duas canções de José Afonso, respectivamente "Canta Camarada" e "Os Eunucos".








Esta última pertencia ao álbum "Traz Outro Amigo Também" (1970), obra fundamental na discografia do autor e que já recordei em Regresso ao Passado mais antigo.
Quanto a "Canta Camarada, Canta" ou melhor somente "Canta Camarada" como consta, como lado B, do Single "Menina dos Olhos Tristes" em que foi editada no ano de 1969.

 
Como sempre que seja uma boa recordação para quem a conhece e, para os mais novos, uma boa descoberta dos tempos difíceis que então se passavam.



José Afonso - Canta Camarada, Canta

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Teresa Paula Brito - Meu Aceso Lume - Meu Amor

 mundo da canção


"Até que enfim. Ao que parece Nuno Filipe deixou de cantar! Bela medida. Congratulemo-nos todos. Nuno Filipe, de agora em diante, só comporá e divulgará a poesia de Maria Teresa Horta, poeta que merece ser cantado, mas não por seu cunhado, que, em boa verdade não tem voz nem poder interpretativo. Escolheram Teresa Paula Brito e deram efectivamente no 20. O que não se ouvia passou a ser escutado com atenção." começava assim o texto "Brik a Brak" disponível no meu último Regresso ao Passado. Não concordando no que diz respeito à satisfação por Nuno Filipe ter deixado de cantar, penso que tinha muitas potencialidades, tem a a minha satisfação por ter composto, com letras de Maria Teresa Horta, para a cantora de linda voz Teresa Paula Brito.

Pena foi que esta colaboração fosse única e que tivesse resultado somente num EP de 3 canções que já tive oportunidade de recordar noutros propósitos.




Neste nº 18 da revista "mundo da canção" com data de edição de Maio de 1971 era reproduzida a letra de uma dessas canções, exatamente "Meu Aceso Lume - Meu Amor". Do melhor que então se fazia neste país,



Teresa Paula Brito - Meu Aceso Lume - Meu Amor

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Manuela Machado - Queimem-me

mundo da canção


Mais dois textos do nº 18 da revista "mundo da canção".

O primeiro, "Brik a Brak", onde se crítica muito e muitos como por exemplo, Wilson Simonal, Jorge Ben, Maria Bethânia, um tal Vittorio Santos e onde se enaltece Nuno Filipe por ter deixado de cantar (infelizmente deixou, digo eu).




O segundo intitulado "Poesia e Música de Jazz ou as Poéticas, Dialéticas, e outras coisas mais ou menos intelectuais" dedicado ao disco "Poesia e Música Jazz".




E das duas uma ou já não me lembrava de todo ou não cheguei a conhecer este disco. Trata-se de uma gravação "... que contém poemas escritos e declamados pela actriz Manuela Machado, com temas jazzísticos de Paulo Gil, executados pelo próprio, Jean Sarbib e Rui Cardoso"

O lado A intitulado "Os Outros" continha as faixas:

 A1. Grito Universal
A2. Tragédia 67
A3. Préstito Fúnebre
A4. Ao Povo do Meu País
A5. Poema de Natal
A6. Liberdade

e o lado B:

B1. Quando Vim Ao Mundo
B2. Em Cada Um
B3. A Ti
B4. A Minha Fé
B5. Quando o Momento Chegar
B6. Queimem-me

A proposta de audição vai para a faixa final "Queimem-me" referida no texto como "revelação". Aqui vai na voz de Manuela Machado.



Manuela Machado - Queimem-me

terça-feira, 11 de julho de 2023

Duarte Mendes - Dulce Neia

   mundo da canção


Mais um texto referente à música de produção nacional que foi publicado no nº 18 da revista "mundo da canção" do mês de Maio do ido ano de 1971.

Desta vez é sobre a música ligeira portuguesa, em pleno movimento de renovação, que teve alguns intérpretes como Paulo de Carvalho e Fernando Tordo oriundos do Pop-Rock dos anos 60 como principais impulsionadores. Mas houve mais e neste texto intitulado "da Balada a DUARTE MENDES" dá-se conta precisamente de Duarte Mendes, o qual "Demonstra grandes potencialidades interpretativas", e porque tem um um reportório que "... não fez (e promete não fazer) concessões ao obscuro, ao pires, à comercialite...".




É num registo Pop que ainda em 1971 é publicado o 3º Single com as canções "Vou Dançar nas Manhãs de Janeiro" e "Dulce Neia". Para ouvir esta última composta pela parceria António Pinho e Luís Linhares, era a renovação da música dita ligeira.



Duarte Mendes - Dulce Neia

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Hugo Maia de Loureiro - Semi-Dito

  mundo da canção


Ainda ontem referia a proliferação de festivais de música que se iniciou no ano de 1971 e para hoje mais um: o II Festival Musical da Juventude.

Dele dava conta a revista "mundo da canção" no seu nº 18 estávamos em Maio de 1971 que em artigo intitulado "MINI-FESTIVAL TV em ALMADA" desancava em mais um festival onde as canções "... eram todas muito más."

Mais um "tesourinho deprimente" a juntar-se a juntar-se a outros certames que na altura por cá se realizavam. Eis o texto.





A complementar o referido Festival por lá terão passado, "Para além de alguns baladistas (José Barata Moura e Deniz Cintra) e de algumas outras figuras ligadas ao movimento de «renovação» da música ligeira: Hugo Maia de Loureiro ( a fazer humor!), José Manuel Osório (apupado), Nuno Filipe, Teresa Paula Brito, que cantou acompanhado de Carlos Alberto Moniz e José Jorge Letria (impedido de actuar sozinho), etc. E até lá foram (imaginem!) o José Cheta e o Nino Sanchez."




Hoje, recorda-se Hugo Maia de Loureiro com "Semi-Dito" cuja letra era transcrita neste nº da revista "mundo da canção".



Hugo Maia de Loureiro - Semi-Dito

domingo, 9 de julho de 2023

Beatnicks - Cristine Goes to Town

 mundo da canção


Em 1971 os festivais em Portugal começaram a proliferar, não como hoje em dia que se realização de todos os tipos e feitios em qualquer lugar ao virar da esquina e cuja qualidade é maior parte das vezes de veras questionável, e já não era o, por muitas vezes já por mim referido, Festival da RTP da Canção. Foram os famosos primeiro Festival de Vilar de Mouros e o 1º Festival de Jazz de Cascais. Infelizmente nem todos com a qualidade destes dois últimos, também naquele ano realizou-se um tal Festival Pop-71 realizado em Coimbra e de gosto mais que duvidoso.

A revista "mundo da canção" nº 18 de Maio dedica-lhe nada mais nada menos que três páginas o que não se percebe face à descrição altamente negativa que faz. Ou então era essa mesmo a intenção, chamar a atenção da má qualidade do mesmo, só o título já diz tudo: "Vamos brincar aos Festivais? (ou... Era uma vez um Festival Pop.71)".

Para os que tiverem interesse e paciência aqui ficam reproduzidas essas páginas.






Para quem não teve paciência, directos para a canção vencedora do dito certame:"Cristine Goes to Town" interpretada pelo grupo de Pop-Rock Beatnicks que naqueles tempos chegou a ter alguma notoriedade.



Beatnicks - Cristine Goes to Town

sexta-feira, 7 de julho de 2023

José Jorge Letria - Arte Poética

  mundo da canção


Vamos lá passar em revista mais um nº de o "mundo da canção" no seu nº 18 encontrávamo-nos em Maio de 1971. E vejamos o que nos espera no que diz respeito à música popular portuguesa.

Para começar uma entrevista a José Jorge Letria com o título "a palavra FESTIVAL assusta-me" porque o que interpretava "... não é música para festival" distanciando-se assim, nomeadamente do Festival da RTP da Canção  acontecimento importante naqueles tempos, pois tinha "... todo o meu desacordo com o sentido competitivo de um festival...".





Diz ao terminar a entrevista que "... estou preparando o meu novo single onde incluo «Pare, Escute eOlhe» e «Arte Poética»" duas canções marcantes na carreira de José Jorge Letria e que viriam a ser incluídas no primeiro e bom álbum que foi "Até ao Pescoço" em 1972.

Hoje, recordo, novamente, "Arte Poética".





José Jorge Letria - Arte Poética

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Emerson, Lake and Palmer - Tank

 mundo da canção


Avanço para mais um nº da revista "mundo da canção". Vou para o nº 18 com data de publicação de 20 de Maio de 1971. Na capa uma fotografia dos Emerson, Lake and Palmer.





Em 1971 e nos próximos poucos anos o Rock progressivo encontrava-se no seu apogeu. Resplandecia por todos os lados e muitos eram os grupos que se aventuravam desde os finais da década de 60 por sonoridades novas. Rico instrumentalmente, liricamente poético, o Rock Progressivo avançava na descoberta de novos sons, alguns dos grupos fazendo, paradoxalmente, a fusão com a música Clássica.

Os Emerson, Lake and Palmer eram um bom exemplo, em particular nos álbuns que mais apreciei, os 4 primeiros publicados de 1970 a 1972. À data da publicação deste nº 18 da revista "mundo da canção" os Emerson, Lake and Palmer tinham somente editado um álbum, para mim o melhor, donde tinha sido extraído "Lucky Man" que teve algum sucesso nas rádios e nas vendas.

Curta ainda o sua existência mas que já justificava a elaboração de uma ficha com a história do grupo, lembre-se que os três músicos já eram conhecidos de anteriores grupos, respectivamente Nice, King Crimson e Atomic Rooster.






Segue "Tank" "a faixa onde os três músicos encontram maiores afinidades e um som comum".



Emerson, Lake and Palmer - Tank

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Banda do Casaco - Morgadinha dos Canibais

 

E eis a última passagem pela música popular portuguesa do ano de 1976. Para mim o melhor trabalho editado naquele ano: "Coisas do Arco da Velha" da Banda do Casaco.

António Pinho (ex-Filarmónica Fraude) e Nuno Rodrigues (Ex- Música Novarum) encontraram-se à frente deste projecto que existiu entre 1974 e 1984 e que nos deliciou com diversos álbuns nomeadamente este, "Coisas do Arco da Velha" o segundo trabalho do grupo (o primeiro tinha sido "Dos Benefícios dum Vendido no Reino dos Bonifácios" no ano anterior). Um projecto bem diversificado ao longo dos ano nomeadamente nos convidados, neste caso iam de Carlos Zíngaro a Cândida Branca-Flor.

Eu, que sempre fui amante do Folk-Rock via na Banda do Casaco como sendo os nacionais Fairport Convention ou os Steeleye Span que tanto apreciava. E na realidade "Coisas do Arco da Velha" era bem a simbiose entre a nossa música tradicional e as propostas sonoras modernas que uma panóplia de instrumentos eléctricos proporcionavam.


Edição em CD, de 1993, com a ref: 518758-2


“Coisas do Arco da Velha” é um caso sério. É um álbum difícil de igualar e está entre os melhores discos de música portuguesa, pelo menos da década de 70. Poucos se lhe equiparam, “Cantigas de Maio” do José Afonso e poucos mais.

No ano de 1976, as influências do 25 de Abril eram ainda muito evidentes, mas a Banda do Casaco rasgava claramente com todos os convencionalismos e aventurava-se por territórios onde se cruzavam figuras tão díspares como a cantora Cândida Branca Flor e o violinista Carlos Zíngaro anteriormente referidos. Por entre arranjos de canções tradicionais e originais o álbum desenvolve-se de forma irrepreensível ao longo de 11 canções a saber:

Morgadinha dos Canibais
Ai Mé André
Romance de Branca Flor
Rigolindo
Olá Margarida
Canto de Amor e Trabalho
É Triste não Saber Ler
Virgolino Faz o Pino
A Mulher do Regedor
Era Uma Vez Uma Velha
Cantiga D’Embalar Avozinhas

E para recordar ficamos logo com “Morgadinha dos Canibais”.





Banda do Casaco - Morgadinha dos Canibais

domingo, 2 de julho de 2023

Sérgio Godinho - O Namoro

 

Do que melhor se fez em Portugal no ano de 1976 encontra-se Sérgio Godinho. Iniciado na edição de álbuns em 1972 com o histórico "Os Sobreviventes", em 1976 publica o seu 4º trabalho de nome "De Pequenino se Torce o Destino".

"É toda uma crónica que perpassa pelas canções do DE PEQUENINO SE TORCE O DESTINO: a crónica de um país contado como só Sérgio Godinho sabe contar, muito ao jeito de quem pede licença para nos apresentar a nós próprios, através de cantos com palavras e os sentimentos do nosso dia-a-dia." pode-se ler em "Música Popular Portuguesa - um ponto de partida" de Mário Correia.


Edição em CD, de 2001, com a ref: 848 104-2


Com em estilo muito próprio de compor e cantar, com influências musicais que vão da canção francesa ao Pop-Rock anglo-saxónico dos anos 60, Sérgio Godinho construiu uma carreira ímpar na renovação da nossa música popular onde, aqui e ali, se denúncia, conforme a situação politica, as condições de vida do povo português. São disso exemplo canções como "Um Tractor" e "Foi a Trabalhar" que integram este álbum.

Possuidor de uma unidade estética impressionante as suas canções percorrem todo o universo de emoções do ser humano onde o amor marca presença regular. Ouça-se "O Namoro", canção incontornável em toda a obra de Sérgio Godinho.



Sérgio Godinho - O Namoro

sábado, 1 de julho de 2023

José Afonso – Os Índios da Meia-Praia

 

E eis o meu Top 3 de álbuns portugueses de 1976. Começo com José Afonso.

É sabido que dos 14 álbuns de originais que José Afonso gravou, os 7 primeiros anteriores ao 24 de Abril de 1974 são aqueles mais conhecidos e os que reúnem particular carinho por quantos viveram aqueles tempos e davam conta da importância que tais gravações tinham na luta anti-fascista. Alguns álbuns encontram-se entre os melhores de sempre da nossa música popular, o que é inegável.

Diga-se que a discografia pós 25 de Abril não teve o mesmo impacto o que não significa que seja propriamente uma obra menor.


https://www.discogs.com/


É o primeiro álbum gravado em Portugal após o 25 de Abril, depois dos cinco anteriores, talvez os melhores da sua discografia. Um álbum com ritmos africanos acentuados, musicalmente bastante rico, mas com algumas letras a não serem imunes ao processo revolucionário que então começava a desvanecer, por vezes mesmo panfletário.

Sobressai neste álbum "Os Índios da Meia-Praia", mais uma pequena maravilha de José Afonso.



José Afonso – Os Índios da Meia-Praia