mundo da canção
Perto do fim desta passagem pela música portuguesa de algum modo referida no nº 18 da revista "mundo da canção". Recordo que estávamos no mês de Maio de 1971, parece que foi ontem. Tinha eu 14 anos, idade suficiente para saber o que se passava no país política e culturalmente. Tempo da chamada Primavera Marcelista que em pouco resultou, a liberalização do regime não se verificou, a democracia não foi instalada e manteve-se a guerra colonial.
Musicalmente, em termos de música popular portuguesa, 1971 foi um anos importante não só pela crescente onda de "badaleiros", alguns com propostas bem interessante, com, e principalmente, pelo surgimento de Sérgio Godinho e José Mário Branco que de França publicavam os seus primeiros trabalhos.
Por cá seriam os trabalhos de José Afonso, "Cantigas do Maio" e Adriano Correia de Oliveira com "Gente de Aqui e de Agora" que se iriam destacar. Seriam os trabalhos deste quatro músicos que iriam estar na origem de uma verdadeira revolução no que diz respeito ao panorama musical português. Outros houve, como por exemplo o Padre Fanhais, cuja aparição em 1969 o torna uma voz incómoda para o regime e para a igreja tradicionalista.
O último disco de originais que o Padre Fanhais gravou foi um EP, "Corpo Renascido", com 4 canções, editado em 1971, onde constava "Porque" cuja letra vinha publicada no nº da revista "mundo da canção" que estou a recordar. Suspenso das suas funções religiosas pela hierarquia católica, parte para França em Abril de 1971 e este disco já aparece assinado como Francisco Fanhais.
Com letra de Sophia de Mello Breyner vamos ouvir "Porque".
Padre Fanhais - Porque
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