Estou entre o melhor que o ano de 1971 nos deixou no que diz respeito à música popular portuguesa. Ontem foi o inesquecível Carlos Paredes e o seu "Movimento Perpétuo" e ainda faltam algumas preciosidades que nesse ano se iriam revelar e contribuir definitivamente para o virar de página que então ocorreu. Falta o José Afonso, o Adriano Correia de Oliveira, o Luís Cília, o José Jorge Letria, o Sérgio Godinho e o escolhido para hoje, Manuel Freire.
O sucesso de Pedra Filosofal no ano anterior tinha sido enorme e Manuel Freire encontrava-se já entre os consagrados cantores de intervenção. Na realidade ele já era conhecido desde 1968, altura do primeiro EP onde se destacava a conhecida "Livre". A popularidade de Manuel Freire, não ficou por aqui e iria prolongar-se por toda a década de 70.
Em 1971 surge o EP sucessor de "Pedra Filosofal" e, sem alcançar o êxito daquele, era ainda um trabalho inspirado. Referindo-se a trabalhos, a merecerem "haver memória", do ano de 1971 Mário Correia afirma em "Música Popular Portuguesa":
"... dele [Manuel Freire] se conhecem temas de grande qualidade, tais como Poema da malta das naus, Dulcineia, Fala do Velho do Restelo ao Astronauta e Canção, com poemas respectivamente de António Gedeão, José Ferreira [José Gomes Ferreira], José Saramago e Eduardo Olímpio".
Deste EP escolho "Poema da Malta das Naus", letra de António Gedeão, música de Manuel Freire e arranjos de Thilo Krasmann.
Manuel Freire – Poema da Malta das Naus
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