As 15 melhores canções de 1969 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Contrariamente à maioria dos programas então existentes, "Em Órbita" primou pela diferenciação, quer na forma, sóbria e didáctica, quer no conteúdo, inovador e de qualidade.
Era assim que o programa era visto na rubrica RÁDIO da revista "Vida Mundial" no nº 1578 de 5/9/1969:
"Numa estrutura de programa, de directriz radiofónica inerente ao senso comum, tida como inevitável e de acordo com o que preferem os radioouvintes, é uma metáfora que continua, à força de repetir-se, a servir de tabuleta pacóvia ou máscara de habilidade ardilosa à maioria dos nossos programadores.
Não o preferiu assim "Em Órbita" que, com as suas virtudes e defeitos conhecidos, tem procurado valorizar-se perscrutando o que melhor lhe convém e irá convir ao público. É um esforço tanto mais louvável quanto a programação puder resistir ao desfile de preferências anacrónicas.
É claro que não esquecemos que se trata de um programa «comercial», mas um programa em que a teorização crítica não está divorciada das diversas realidades de um programa radiofónico nas suas implicações técnicas e de meios propiciatórios ao que de melhor se faz na nossa rádio.
É claro também que, por ser um programa «comercial», o anunciozinho é indispensável, mas... Por anunciozinho: Por que motivo não serão outros os locutores a anunciar a banha-de-cobra em vez dos mesmos que orientam o programa?"
Quanto aos anúncios também aí o "Em Órbita" se diferenciava. Eram criteriosos na escolha, pelo menos a certa altura tiveram um patrocínio único, e distintos na apresentação que era feita pelos próprios e bem integrados no "clima" do programa.
Na divulgação musical, que é o que agora nos interessa, a escolha era feita, entre as mais recentes produções discográficas, muitas em primeira mão, pelo gosto dos autores e não "com o que preferem os radioouvintes", o que permitia ter acesso privilegiado ao que melhor se fazia em Inglaterra e Estados Unidos.
Para o 4º lugar das melhores canções do ano de 1969 a escolha recai sobre "Spinning Wheel" dos então emergentes Blood, Sweat and Tears.
Já sem Al Kooper os Blood, Sweat and Tears então reformulados tinham o grande David Clayton-Thomas como vocalista principal. Esta nova formação vai ter um êxito tremendo sendo "Spinning Wheel" um dos temas então mais conhecidos durante o ano de 1969. "Spinning Wheel" fazia parte do 2º LP "Blood, Sweat & Tears" editado em finais de 1968.
Blood, Sweat and Tears - Spinning Wheel
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