A riqueza musical do período que vai de 1965 a 1972/3 é de tal forma que não encontro paralelo até aos nossos dias. A originalidade de muitas das propostas musicais então surgidas é tal que são como os pontos de singularidade na Matemática (A singularidade marca um ponto de transição entre dois «domínios», ou dois «mundos», num ponto ou instante - http://tecnociencia.etikweb.com/Article-33-A+Singularidade.html), ou seja foram momentos excepcionais onde o que nos era dado ouvir não tinha similitude com o até então vigente. Assim alguns autores e alguns temas foram tão marcantes que podemos considerá-los, quando surgiram, como únicos e absolutamente inovadores; lembro-me, sem me alongar nos exemplos, de: “Salty Dog” dos Procol Harum, “Bookends” de Simon & Garfunkel, “My God” dos Jethro Tull, “The End” dos The Doors, “Epitaph” dos King Crimson, “Third Movement” dos Deep Purple, “Flatback Caper” dos Fairport Convention.
Line Up do álbum "Full House" da esquerda para a direita: Simon Nicol, Dave Swarbrick, Richard Thompson, Dave Pegg, Dave Mattacks |
Fiquemos por aqui e recordemos os velhos (à época muito novinhos) Fairport Convention de 1970 com uma formação de luxo: Dave Mattacks, Simon Nicol, Dave Pegg, Dave Swarbrick e Richard Thompson, só faltava a Sandy Denny acabada de sair para outras singulares aventuras.
Recordo-me de ouvir “Flatback Caper” no programa “Em Órbita” (julgo que só aqui é que se conseguia ouvir) e de aguardar, diariamente, pelo momento em que divulgavam “Flatback Caper”, retirado do excelente, ainda hoje, “Full House”.
E porque nunca tinha ouvido nada assim, aqueles momentos eram em si mesmos “pontos de singularidade”, onde as leis da física ficavam esquecidas.
Em 1970 “Flatback Caper” era um ponto de singularidade, ora ouçam.
Fairport Convention - Flatback Caper
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