quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Filarmónica Fraude – Canção de Embalar

Como ontem disse, a par do Quarteto 1111, a Filarmónica Fraude foi das propostas mais interessantes surgidas nos anos 60 na renovação da música popular portuguesa num contexto Pop-Rock. Com um poder satírico único, fizeram evoluir, com mestria, a música tradicional portuguesa para novos patamares que só com as influências do Pop e do Folk-Rock anglo-saxónicas foi possível.

Donovan, Canned Heat, The Moody Blues e os nacionais José Afonso e Carlos Paredes são influências por eles reconhecidas, mas é no estudo do levantamento do folclore nacional efectuado por Fernando Lopes Graça e Michel Giacommeti que vão buscar a sua principal fonte de inspiração.

É António Pinho que o reconhece, em "E Tudo Acabou em 69" quando afirma ter ido, em 1968, ao cinema Império "Mas antes havia um documentário sobre as recolhas de música tradicional portuguesa feitas por Michel Giocometti e Fernando Lopes Graça. Fiquei apanhadinho pelas músicas do documentário. Liguei logo ao Sousa. «Tens de vir ver um documentário que  está no Império.»

E continua o autor do livro, Rui Miguel Abreu: "Nada tinha que ver com o que habitualmente ouviam na televisão tocado por ranchos folclóricos. Sousa ficou de tal modo impressionado, que logo tratou de adquirir os quatro famosos LP com capas de serapilheira com as recolhas de Giocometti e Lopes Graça, numa edição limitada a 250 discos da Valentim de Carvalho para o SNI (Secretariado Nacional de Informação)."






Para a história ficaram dois EP e um LP publicados em 1969 e que são do melhor que a década de 60 nos deixou.
Segue do 2º EP "Canção de Embalar" de Luís Linhares sobre motivo popular.




Filarmónica Fraude – Canção de Embalar

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