Mais uma passagem pela música ligeira que se fazia no nosso país no ano de 1971. Hugo Maia de Loureiro, um nome que gosto sempre de recordar. Lembro-me da sua passagem pelo programa da RTP "Zip-Zip" e da sua presença nos Festivais da RTP da Canção.
Primeiro foi o Festival de 1970 com o extraordinário tema "Canção de Madrugar", já recordei, em 1971 repete presença com a canção que hoje recordo "Crónica de Um Dia".
"Crónica de Um Dia" alcançou o 4º lugar, num Festival em que a Tonicha arrebatou o 1º lugar seguida por Paulo de Carvalho com a sua "Flor sem Tempo" e Fernando Tordo com "Cavalo à Solta", todos já disponíveis para audição nestes Regresso ao Passado.
Lamento a sua curta passagem pelo mundo da canção, se bem me lembro a última publicação foi o LP "Gesta" em 1973. Foi pena, pois, recordo-me bem, gostava muito das suas interpretações e torci por ele naqueles dois festivais.
O Single, edição "Zip-Zip" continha no lado B a canção "Semi-Dito", os arranjos iam para o Thilo Krasmann. Agora, ouça-se "Crónica de Um Dia".
Hugo Maia de Loureiro - Crónica de Um Dia
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
sábado, 30 de março de 2019
sexta-feira, 29 de março de 2019
Tonicha - Menina
Ainda o ano de 1971 na música popular portuguesa, ainda mais um nome feminino, a bem conhecida e popular Tonicha.
Se Tonicha nunca preencheu o meu ideário da melhor música portuguesa, lembro-me sempre do raio da "Zumba na Caneca", também é verdade que houve períodos em que, afastando-se da música ligeira, teve contribuições muito positivas numa vertente mais Folk e Pop.
Alguns destaques de Tonicha vão para a colaboração com José Cid entre 1968 e 1972, a interpretação de canções de Patxi Andión (1972), a participação no LP "Fala do Homem Nascido" (1972) com Carlos Mendes, Duarte Mendes e Samuel e o destaque de hoje a colaboração com o poeta José Carlos Ary dos Santos.
Ontem foi a colaboração de Ary dos Santos com a Teresa Silva Carvalho, hoje com a Tonicha.
É no Festival RTP da Canção de 1971 que se dá o encontro de Tonicha e de J.C. Ary dos Santos, com a canção "Menina (do alto da serra)" vence o Festival e representa Portugal no Festival da Eurovisão em Dublin obtendo o 9º lugar, a melhor classificação conseguida até então. A colaboração com Ary dos Santos prolongar-se-ia, ao que consegui apurar, até pelo menos 1976.
"Menina", editada pela "Zip-Zip", teve uma divulgação internacional significativa, com versões em castelhano, italiano, francês e inglês.
Tonicha - Menina
Se Tonicha nunca preencheu o meu ideário da melhor música portuguesa, lembro-me sempre do raio da "Zumba na Caneca", também é verdade que houve períodos em que, afastando-se da música ligeira, teve contribuições muito positivas numa vertente mais Folk e Pop.
Alguns destaques de Tonicha vão para a colaboração com José Cid entre 1968 e 1972, a interpretação de canções de Patxi Andión (1972), a participação no LP "Fala do Homem Nascido" (1972) com Carlos Mendes, Duarte Mendes e Samuel e o destaque de hoje a colaboração com o poeta José Carlos Ary dos Santos.
Ontem foi a colaboração de Ary dos Santos com a Teresa Silva Carvalho, hoje com a Tonicha.
https://www.discogs.com |
É no Festival RTP da Canção de 1971 que se dá o encontro de Tonicha e de J.C. Ary dos Santos, com a canção "Menina (do alto da serra)" vence o Festival e representa Portugal no Festival da Eurovisão em Dublin obtendo o 9º lugar, a melhor classificação conseguida até então. A colaboração com Ary dos Santos prolongar-se-ia, ao que consegui apurar, até pelo menos 1976.
"Menina", editada pela "Zip-Zip", teve uma divulgação internacional significativa, com versões em castelhano, italiano, francês e inglês.
Tonicha - Menina
quinta-feira, 28 de março de 2019
Teresa Silva Carvalho – Adágio
Mais um nome feminino, mais um nome que ainda por aqui não tinha passado, Teresa Silva Carvalho.
Teresa Silva Carvalho, fadista na sua essência, teve no LP "Ó rama, ó que linda rama" de 1977 , com produção de Vitorino, o seu trabalho mais interessante e o mais reconhecido. No entanto, a sua actividade musical começou muitos anos antes, na realidade nos anos 50, sendo as suas primeiras gravações , ao que julgo saber, do final dos anos 60. Em 1970 é-lhe mesmo atribuído o Prémio de Imprensa relativo à Revelação de 1969.
Em 1971 lança o EP "Adágio", com as seguintes faixas: "Adágio", "Canção Grata", "Balada para um Súbdito" e "Barca Bela", a primeira com letra de Ary dos Santos com a conhecida música "Adagio" de Albinoni. O próprio Ary dos Santos assinava o texto da contra-capa:
"Teresa Silva Carvalho não é apenas um caso do Fado. É também um caso da Poesia. De facto, foi ela uma das primeiras intérpretes portuguesas que, depois de Amália, deitou corajosamente mãos à difícil mas aliciante tarefa de cantar os nossos poetas, tirando-lhes os poemas dos livros aonde quantas vezes esquecidos, repousavam para gozo exclusivo de raros intelectuais e literatos, e emprestando-lhes música, alma e voz.
Desta obra notável - até agora levada a cabo com extremo bom-gosto e descrição parece-me ser este disco o ponto mais alto. E não estranharia que ele viesse trazer a Teresa Silva Carvalho - intérprete e autora musical - a gratidão dos muitos que, amando a poesia, a querem cantada, presente e actuante. Nesse número me incluo desde já e aqui lhe agradeço a força de um talento tão sensível quanto inteligente, a delicadeza de uma expressão tão musical quanto poética.".
Nesta passagem pela música portuguesa no ano de 1971, escolho precisamente "Adágio", na voz de Teresa Silva Carvalho, com arranjos e direcção de Thilo Krasmann.
Teresa Silva Carvalho – Adágio
Teresa Silva Carvalho, fadista na sua essência, teve no LP "Ó rama, ó que linda rama" de 1977 , com produção de Vitorino, o seu trabalho mais interessante e o mais reconhecido. No entanto, a sua actividade musical começou muitos anos antes, na realidade nos anos 50, sendo as suas primeiras gravações , ao que julgo saber, do final dos anos 60. Em 1970 é-lhe mesmo atribuído o Prémio de Imprensa relativo à Revelação de 1969.
https://www.discogs.com |
Em 1971 lança o EP "Adágio", com as seguintes faixas: "Adágio", "Canção Grata", "Balada para um Súbdito" e "Barca Bela", a primeira com letra de Ary dos Santos com a conhecida música "Adagio" de Albinoni. O próprio Ary dos Santos assinava o texto da contra-capa:
"Teresa Silva Carvalho não é apenas um caso do Fado. É também um caso da Poesia. De facto, foi ela uma das primeiras intérpretes portuguesas que, depois de Amália, deitou corajosamente mãos à difícil mas aliciante tarefa de cantar os nossos poetas, tirando-lhes os poemas dos livros aonde quantas vezes esquecidos, repousavam para gozo exclusivo de raros intelectuais e literatos, e emprestando-lhes música, alma e voz.
Desta obra notável - até agora levada a cabo com extremo bom-gosto e descrição parece-me ser este disco o ponto mais alto. E não estranharia que ele viesse trazer a Teresa Silva Carvalho - intérprete e autora musical - a gratidão dos muitos que, amando a poesia, a querem cantada, presente e actuante. Nesse número me incluo desde já e aqui lhe agradeço a força de um talento tão sensível quanto inteligente, a delicadeza de uma expressão tão musical quanto poética.".
Nesta passagem pela música portuguesa no ano de 1971, escolho precisamente "Adágio", na voz de Teresa Silva Carvalho, com arranjos e direcção de Thilo Krasmann.
Teresa Silva Carvalho – Adágio
quarta-feira, 27 de março de 2019
Rita Olivaes - Águas do Rio Mansôa
Segundo João Carlos Callixto, em "Canta, Amigo, Canta", "Rita Olivaes surge no mundo musical português como um dos poucos rostos femininos do então designado "movimento das baladas"."
David Mourão-Ferreira dizia logo na contra-capa do 1º EP de Rita Olivaes, compositora e intérprete, que as suas baladas inseriam-se "...embora numa genuína tradição “trovadoresca”, nem por isso deixam de ser profundamente “modernas”.", era o renovar da canção popular portuguesa que então se assistia.
Entre 1968 e 1973 publica 4 EP, sendo o 3º o que hoje me interessa por ter sido editado em 1971.
As quatro canções que compunham o disco eram:
- Águas do Rio Mansôa (Requiem pelos quatro deputados desaparecidos na Guiné em 25 de Julho de 1970)
- João dos Jornais
- Caravelas Moribundas
- Mulher Flor
Recorda-se hoje a primeira canção, "Águas do Rio Mansôa", dedicada, conforme sub-título, a quatro deputados mortos na Guiné em 1970 no seguimento de acidente de helicóptero aquando de visita àquela colónia. Um dos deputados era Pinto Leite da ala liberal do regime e irmão da Rita Olivaes.
Rita Olivaes - Águas do Rio Mansôa
David Mourão-Ferreira dizia logo na contra-capa do 1º EP de Rita Olivaes, compositora e intérprete, que as suas baladas inseriam-se "...embora numa genuína tradição “trovadoresca”, nem por isso deixam de ser profundamente “modernas”.", era o renovar da canção popular portuguesa que então se assistia.
Entre 1968 e 1973 publica 4 EP, sendo o 3º o que hoje me interessa por ter sido editado em 1971.
As quatro canções que compunham o disco eram:
- Águas do Rio Mansôa (Requiem pelos quatro deputados desaparecidos na Guiné em 25 de Julho de 1970)
- João dos Jornais
- Caravelas Moribundas
- Mulher Flor
Recorda-se hoje a primeira canção, "Águas do Rio Mansôa", dedicada, conforme sub-título, a quatro deputados mortos na Guiné em 1970 no seguimento de acidente de helicóptero aquando de visita àquela colónia. Um dos deputados era Pinto Leite da ala liberal do regime e irmão da Rita Olivaes.
Rita Olivaes - Águas do Rio Mansôa
terça-feira, 26 de março de 2019
Duo Ouro Negro - Yemanja
Já por aqui passaram nos anos de 1960, 1962 e 1964 e no ano de 1971 continuavam a dar cartas, era o Duo Ouro Negro.
Raul Indipwo (1936-2006) e Milo (1941-1986) eram os constituintes deste duo formado em 1956 e oriundos de Angola, então nossa colónia, pelo que as suas origens musicais desde sempre denotaram a origem africana.
Em 1970 efectuaram uma digressão pelo Canadá e Estados Unidos e travaram contacto com uma juventude em luta contra o apartheid e pela emancipação dos povos. "O contacto com o «movimento dos direitos civis» nos EUA, com os processos de formação das nações independentes africanas, a curiosidade que encontraram pela cultura africana nos locais onde actuaram e uma crescente oposição internacional ao regime do Estado Novo acentuaram, com a maior naturalidade, questões socioculturais e políticas abordadas pela sua produção poética, presentes de forma bastante codificada desde o início da sua carreira." em "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX".
É neste contexto que surge em 1971 o álbum "Blackground", "...um espectáculo cénico-musical baseado numa narrativa cosmogónica de R. Indipwo sobre o papel de África e das culturas africanas na formação das expressões culturais do mundo contemporâneo.", na mesma fonte.
"Blackground" contou com a colaboração do grupo Objectivo e de Fernando Girão, revelando "... fortes influências de estilos musicais afro-americanos (rythm'n'blues, soul, funk), com a secção rítmica de baixo, percussões e bateria a desempenhar um papel de destaque na manutenção de grooves e ritmos repetitivos.", ainda a mesma fonte.
Em 14 de Agosto, em Vilar de Mouros "Blackground" é apresentado pelo Duo Ouro Negro com a participação dos Objectivo.
Recorda-se o último tema deste trabalho, a conhecida "Yemanja".
Duo Ouro Negro - Yemanja
Raul Indipwo (1936-2006) e Milo (1941-1986) eram os constituintes deste duo formado em 1956 e oriundos de Angola, então nossa colónia, pelo que as suas origens musicais desde sempre denotaram a origem africana.
Em 1970 efectuaram uma digressão pelo Canadá e Estados Unidos e travaram contacto com uma juventude em luta contra o apartheid e pela emancipação dos povos. "O contacto com o «movimento dos direitos civis» nos EUA, com os processos de formação das nações independentes africanas, a curiosidade que encontraram pela cultura africana nos locais onde actuaram e uma crescente oposição internacional ao regime do Estado Novo acentuaram, com a maior naturalidade, questões socioculturais e políticas abordadas pela sua produção poética, presentes de forma bastante codificada desde o início da sua carreira." em "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX".
É neste contexto que surge em 1971 o álbum "Blackground", "...um espectáculo cénico-musical baseado numa narrativa cosmogónica de R. Indipwo sobre o papel de África e das culturas africanas na formação das expressões culturais do mundo contemporâneo.", na mesma fonte.
"Blackground" contou com a colaboração do grupo Objectivo e de Fernando Girão, revelando "... fortes influências de estilos musicais afro-americanos (rythm'n'blues, soul, funk), com a secção rítmica de baixo, percussões e bateria a desempenhar um papel de destaque na manutenção de grooves e ritmos repetitivos.", ainda a mesma fonte.
Em 14 de Agosto, em Vilar de Mouros "Blackground" é apresentado pelo Duo Ouro Negro com a participação dos Objectivo.
Recorda-se o último tema deste trabalho, a conhecida "Yemanja".
Duo Ouro Negro - Yemanja
segunda-feira, 25 de março de 2019
Sérgio Borges e o Conjunto João Paulo - Lavrador
Depois de fazer uma revisão alongada do ano de 1971 da música popular anglo-americana vou continuar com o mesmo ano, mas agora com a música por cá produzida.
Os anos 60, uma década de grandes transformações na música popular portuguesa, tinham passado foram anos de passagem do tradicional fado de Coimbra ao movimento das baladas: "o movimento da «balada» ou «trova», para alguns; a fase do canto do «canto de protesto» ou «canto de intervenção» para outros", no dizer de Mário Correia em "Música Popular Portuguesa".
Um novo salto qualitativo se iria verificar no início dos anos 70 (1971 concretamente), ultrapassando as limitações verificadas com o período das baladas. Que, apesar das suas limitações, continuando a citar Mário Correia: "De modo algum se poderá pensar que entre os início da década de 60 e os da década de 70, a nova música portuguesa se caracterizou por uma «escravidão» ou «seguidismo maniqueísta» da estrutura musical da balada. Longe disso, e as obras que entretanto foram surgindo aí estão a provar exactamente o contrário: um período de intenso e variado labor criativo, com um progressivo enraizamento na cultura portuguesa. Um período de avidez, de controvérsia, de bom gosto, de perseguições e proibições, um período que preparou o terreno para os eventos de 1971 (o Outono de 1971),..."
Os acontecimentos do Outono de 1971 foram as edições de "Cantiga do Maio" de José Afonso, "Gente de Aqui e de Agora" de Adriano Correia de Oliveira, "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" de José Mário Branco e ainda o EP "Romance de um Dia na Estrada" de Sérgio Godinho.
A eles irei.
O ano de 1971 foi fértil em vários géneros na música portuguesa, no fado, na música ligeira, no Folk, no Rock e no final do ano a surpresa(?) dos discos acima referidos, um pouco por todos eles irei passar. Começo aleatoriamente com o Sérgio Borges e o Conjunto João Paulo.
É verdade, em 1971, o Conjunto João Paulo ainda resistia, já não era o Conjunto Académico João Paulo, a ascensão e reconhecimento do vocalista Sérgio Borges impunha o seu nome na designação do grupo e o Académico tinha naturalmente caído.
Neste ano gravam mais um EP com 4 temas: "O EP Lavrador, inteiramente composto por canções originais, acabou por não ter a aceitação esperada e o grupo reestruturou-se em 1971.", lê-se na "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX".
Os ventos não estavam de feição e no ano seguinte termina a produção discográfica do grupo.
Recorda-se "Lavrador".
Sérgio Borges e o Conjunto João Paulo - Lavrador
Os anos 60, uma década de grandes transformações na música popular portuguesa, tinham passado foram anos de passagem do tradicional fado de Coimbra ao movimento das baladas: "o movimento da «balada» ou «trova», para alguns; a fase do canto do «canto de protesto» ou «canto de intervenção» para outros", no dizer de Mário Correia em "Música Popular Portuguesa".
Um novo salto qualitativo se iria verificar no início dos anos 70 (1971 concretamente), ultrapassando as limitações verificadas com o período das baladas. Que, apesar das suas limitações, continuando a citar Mário Correia: "De modo algum se poderá pensar que entre os início da década de 60 e os da década de 70, a nova música portuguesa se caracterizou por uma «escravidão» ou «seguidismo maniqueísta» da estrutura musical da balada. Longe disso, e as obras que entretanto foram surgindo aí estão a provar exactamente o contrário: um período de intenso e variado labor criativo, com um progressivo enraizamento na cultura portuguesa. Um período de avidez, de controvérsia, de bom gosto, de perseguições e proibições, um período que preparou o terreno para os eventos de 1971 (o Outono de 1971),..."
Os acontecimentos do Outono de 1971 foram as edições de "Cantiga do Maio" de José Afonso, "Gente de Aqui e de Agora" de Adriano Correia de Oliveira, "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" de José Mário Branco e ainda o EP "Romance de um Dia na Estrada" de Sérgio Godinho.
A eles irei.
O ano de 1971 foi fértil em vários géneros na música portuguesa, no fado, na música ligeira, no Folk, no Rock e no final do ano a surpresa(?) dos discos acima referidos, um pouco por todos eles irei passar. Começo aleatoriamente com o Sérgio Borges e o Conjunto João Paulo.
É verdade, em 1971, o Conjunto João Paulo ainda resistia, já não era o Conjunto Académico João Paulo, a ascensão e reconhecimento do vocalista Sérgio Borges impunha o seu nome na designação do grupo e o Académico tinha naturalmente caído.
Neste ano gravam mais um EP com 4 temas: "O EP Lavrador, inteiramente composto por canções originais, acabou por não ter a aceitação esperada e o grupo reestruturou-se em 1971.", lê-se na "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX".
Os ventos não estavam de feição e no ano seguinte termina a produção discográfica do grupo.
Recorda-se "Lavrador".
Sérgio Borges e o Conjunto João Paulo - Lavrador
domingo, 24 de março de 2019
The Pioneers - Let Your Yeah Be Yeah
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Chego hoje ao fim deste tema "1971 - Algumas Escolhas de Miguel Esteves Cardoso" que teve por base o longo texto intitulado "O Ovo e o Novo - (Uma) Discografia duma Década de Rock: 1970-1980" que serviu de posfácio à 2ª edição do livro "POPMUSIC-ROCK".
Recordei o ano de 1971, repleto de boas memórias, bons álbuns na música Soft-Rock, Folk-Rock, Rock Mainstream, Rock de Vanguarda, Fusão, Soul. Acabo com alguns "Singles representativos" e o último vai para The Pionners com "Let Your Yeah Be Yeah". Grupo e canção dos quais tinha somente uma vaga ideia e que portanto estaria longe de a considerar como representativa do ano de 1971.
The Pionners foram (são) um grupo criado em 1962 na Jamaica e portanto imbuídos do som Reggae característico daquelas paragens. Em 1970 mudam-se para o Reino Unido e no ano seguinte gravam o que terá sido o seu maior sucesso "Let Your Yeah Be Yeah".
"Let Your Yeah Be Yeah" é um original de Jimmy Cliff por ele também gravada no ano de 1975. Hoje, o que me interessa é a interpretação original deste grupo jamaicano, The Pionners, pois era a que se encontrava entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso. Dancemos pois ao som de "Let Your Yeah Be Yeah".
The Pioneers - Let Your Yeah Be Yeah
Chego hoje ao fim deste tema "1971 - Algumas Escolhas de Miguel Esteves Cardoso" que teve por base o longo texto intitulado "O Ovo e o Novo - (Uma) Discografia duma Década de Rock: 1970-1980" que serviu de posfácio à 2ª edição do livro "POPMUSIC-ROCK".
Recordei o ano de 1971, repleto de boas memórias, bons álbuns na música Soft-Rock, Folk-Rock, Rock Mainstream, Rock de Vanguarda, Fusão, Soul. Acabo com alguns "Singles representativos" e o último vai para The Pionners com "Let Your Yeah Be Yeah". Grupo e canção dos quais tinha somente uma vaga ideia e que portanto estaria longe de a considerar como representativa do ano de 1971.
The Pionners foram (são) um grupo criado em 1962 na Jamaica e portanto imbuídos do som Reggae característico daquelas paragens. Em 1970 mudam-se para o Reino Unido e no ano seguinte gravam o que terá sido o seu maior sucesso "Let Your Yeah Be Yeah".
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"Let Your Yeah Be Yeah" é um original de Jimmy Cliff por ele também gravada no ano de 1975. Hoje, o que me interessa é a interpretação original deste grupo jamaicano, The Pionners, pois era a que se encontrava entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso. Dancemos pois ao som de "Let Your Yeah Be Yeah".
The Pioneers - Let Your Yeah Be Yeah
sábado, 23 de março de 2019
Curtis Mayfield - Move On Up
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Curtis Mayfield (1942-1999) foi um famoso cantor e compositor Soul norte-americano que antes de iniciar carreira a solo, se destacou como vocalista do grupo Soul e de Rhythm'n'Blues The Impressions entre 1958 e 1970
"For Your Precious Love" (1958), "Gypsy Woman" (1961), "It's All Right" (1963), "Keep On Pushing" (1964), "Amen" (1964), "People Get Ready" (1965), "Choice of Colors" (1969), encontram-se entre os seus maiores êxitos.
A carreira a solo começa em 1970 editando um primeiro LP de nome simplesmente "Curtis". Curtis Mayfield não estava, na época, na minha lista de preferências, então mais virado para o Rock e o Folk-Rock, pelo que não tenho memória deste álbum e da canção "Move On Up" que Miguel Esteves Cardoso coloca entre os "Singles representativos do ano de 1971
Curtis Mayfield considerado um dos maiores do Soul e do Funk, aqui fica com a sua "Move On Up"
No álbum "Move On Up" ultrapassava os oito minutos, a que segue é a edição mais curta em Single no ano de 1971.
Curtis Mayfield - Move On Up
Curtis Mayfield (1942-1999) foi um famoso cantor e compositor Soul norte-americano que antes de iniciar carreira a solo, se destacou como vocalista do grupo Soul e de Rhythm'n'Blues The Impressions entre 1958 e 1970
"For Your Precious Love" (1958), "Gypsy Woman" (1961), "It's All Right" (1963), "Keep On Pushing" (1964), "Amen" (1964), "People Get Ready" (1965), "Choice of Colors" (1969), encontram-se entre os seus maiores êxitos.
A carreira a solo começa em 1970 editando um primeiro LP de nome simplesmente "Curtis". Curtis Mayfield não estava, na época, na minha lista de preferências, então mais virado para o Rock e o Folk-Rock, pelo que não tenho memória deste álbum e da canção "Move On Up" que Miguel Esteves Cardoso coloca entre os "Singles representativos do ano de 1971
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Curtis Mayfield considerado um dos maiores do Soul e do Funk, aqui fica com a sua "Move On Up"
No álbum "Move On Up" ultrapassava os oito minutos, a que segue é a edição mais curta em Single no ano de 1971.
Curtis Mayfield - Move On Up
sexta-feira, 22 de março de 2019
T. Rex - Hot Love
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Lembro-me bem, muito bem, primeiro foi "Hot Love", seguiu-se "Get It On" e depois "Jeepster", todas lançadas no ano de 1971. Lembro-me do estilo inovador que estas canções representavam, de ter gostado de "Hot Love", menos de "Get It On" e menos de "Jeepster". Estava longe de identificar a importância que os T. Rex e o seu líder Marc Bolan (1947-1977) tinham, bem como iriam ficar na história do Rock da primeira metade da década de 70.
A canção de hoje, que muito bem Miguel Esteves Cardoso incluiu nos "Singles representativos" do ano de 1971, é "Hot Love", a canção que os tornou populares, e, embora já não fosse muito habitual, não foi incluída no álbum posteriormente editado, o famoso "Electric Warrior" e que continha as outras duas canções acima referidas.
À semelhança de "Back Street Luv" dos Curved Air ontem recordada, "Hot Love" teve também, em 1971, edição portuguesa, sendo a distribuição assegurada pela etiqueta "Zip-Zip" e encontra-se igualmente à venda em www.discogs.com.
Muito se ouviu no Verão de 1971 e é o que agora se sugere.
T. Rex - Hot Love
Lembro-me bem, muito bem, primeiro foi "Hot Love", seguiu-se "Get It On" e depois "Jeepster", todas lançadas no ano de 1971. Lembro-me do estilo inovador que estas canções representavam, de ter gostado de "Hot Love", menos de "Get It On" e menos de "Jeepster". Estava longe de identificar a importância que os T. Rex e o seu líder Marc Bolan (1947-1977) tinham, bem como iriam ficar na história do Rock da primeira metade da década de 70.
A canção de hoje, que muito bem Miguel Esteves Cardoso incluiu nos "Singles representativos" do ano de 1971, é "Hot Love", a canção que os tornou populares, e, embora já não fosse muito habitual, não foi incluída no álbum posteriormente editado, o famoso "Electric Warrior" e que continha as outras duas canções acima referidas.
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À semelhança de "Back Street Luv" dos Curved Air ontem recordada, "Hot Love" teve também, em 1971, edição portuguesa, sendo a distribuição assegurada pela etiqueta "Zip-Zip" e encontra-se igualmente à venda em www.discogs.com.
Muito se ouviu no Verão de 1971 e é o que agora se sugere.
T. Rex - Hot Love
quinta-feira, 21 de março de 2019
Curved Air - Back Street Luv
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Foi com "Back Street Luv" que tive o primeiro contacto com a música dos Curved Air. Quando a ouvi achei-a de certo modo desconcertante, face por um lado a agressividade musical do tema e por outro a voz diria celestial de Sonja Kristina, de quem fiquei logo apreciador. Era o Rock progressivo no seu melhor, procurando elevar a música Rock para níveis mais dignos de apreciação do que propriamente a generalidade do Pop-Rock de então (e de agora) mais comercial e de consumo rápido.
"Back Street Luv" está entre os "Singles representativos" nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971 e fazia parte do segundo LP do grupo, "Second Album".
"Back Street Luv", sem dúvida uma canção representativa de uma sonoridade que que foi perdendo força ao longo da década de 70, em parte devido à megalomania de alguns dos seus autores, até praticamente desaparecer ou tornar-se pouco suportável com o surgimento do Punk.
"Back Street Luv" teve edição portuguesa, em Single e encontra-se disponível em www.discogs.com, mas antes de qualquer aquisição sugere-se a audição seguinte.
Curved Air - Back Street Luv
Foi com "Back Street Luv" que tive o primeiro contacto com a música dos Curved Air. Quando a ouvi achei-a de certo modo desconcertante, face por um lado a agressividade musical do tema e por outro a voz diria celestial de Sonja Kristina, de quem fiquei logo apreciador. Era o Rock progressivo no seu melhor, procurando elevar a música Rock para níveis mais dignos de apreciação do que propriamente a generalidade do Pop-Rock de então (e de agora) mais comercial e de consumo rápido.
"Back Street Luv" está entre os "Singles representativos" nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971 e fazia parte do segundo LP do grupo, "Second Album".
"Back Street Luv", sem dúvida uma canção representativa de uma sonoridade que que foi perdendo força ao longo da década de 70, em parte devido à megalomania de alguns dos seus autores, até praticamente desaparecer ou tornar-se pouco suportável com o surgimento do Punk.
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"Back Street Luv" teve edição portuguesa, em Single e encontra-se disponível em www.discogs.com, mas antes de qualquer aquisição sugere-se a audição seguinte.
Curved Air - Back Street Luv
quarta-feira, 20 de março de 2019
Buffy Sainte-Marie - Soldier Blue
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Conheci mal a música de Buffy Saint-Marie, em parte porque por cá foi muito pouco, mas mesmo muito pouco divulgada e nos anos 60 e 70 se um músico não passava na rádio, não era fácil conhecê-lo. Sobrava a imprensa escrita especializada e as discotecas de venda de discos, onde se podia ouvir os discos antes de os adquirir, mas não me lembro de ver os álbuns dela à venda. A música hoje em causa é "Soldier Blue", que bem conheci pela passagem no programa de rádio "Página Um", e, constato agora, pelo menos um EP com esta canção foi editado em Portugal e é possível adquiri-lo actualmente em www.discogs.com entre 10 e 20 €.
Buffy Sainte-Marie é uma cantora canadiana, indígena que cultivou a música Folk desde o início dos anos 60. Não teve a projecção dos seus conterrâneos Leonard Cohen, Neil Young e Joni Mitchell com quem conviveu naquela época. Gravou canções de Joni Mitchell ("The Circle Game", por exemplo), de Neil Young ("Helpless") e Leonard Cohen ("Bells"), compôs "Universal Soldier" que ficou conhecida na voz de Donovan ou ainda a super conhecida "Up Where We Belong" sucesso maior de Joe Cocker.
"Soldier Blue", foi sem dúvida a sua canção mais conhecida e de maior sucesso e está entre as canções que Miguel Esteves Cardoso considerou "representativas" do ano de 1971 e é assim o motivo da sua recordação hoje.
Buffy Sainte-Marie - Soldier Blue
Conheci mal a música de Buffy Saint-Marie, em parte porque por cá foi muito pouco, mas mesmo muito pouco divulgada e nos anos 60 e 70 se um músico não passava na rádio, não era fácil conhecê-lo. Sobrava a imprensa escrita especializada e as discotecas de venda de discos, onde se podia ouvir os discos antes de os adquirir, mas não me lembro de ver os álbuns dela à venda. A música hoje em causa é "Soldier Blue", que bem conheci pela passagem no programa de rádio "Página Um", e, constato agora, pelo menos um EP com esta canção foi editado em Portugal e é possível adquiri-lo actualmente em www.discogs.com entre 10 e 20 €.
https://www.discogs.com/ |
Buffy Sainte-Marie é uma cantora canadiana, indígena que cultivou a música Folk desde o início dos anos 60. Não teve a projecção dos seus conterrâneos Leonard Cohen, Neil Young e Joni Mitchell com quem conviveu naquela época. Gravou canções de Joni Mitchell ("The Circle Game", por exemplo), de Neil Young ("Helpless") e Leonard Cohen ("Bells"), compôs "Universal Soldier" que ficou conhecida na voz de Donovan ou ainda a super conhecida "Up Where We Belong" sucesso maior de Joe Cocker.
"Soldier Blue", foi sem dúvida a sua canção mais conhecida e de maior sucesso e está entre as canções que Miguel Esteves Cardoso considerou "representativas" do ano de 1971 e é assim o motivo da sua recordação hoje.
Buffy Sainte-Marie - Soldier Blue
terça-feira, 19 de março de 2019
Bill Withers - Ain't No Sunshine
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Quanto a álbuns estamos entendidos, já estão arrumadas as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971. Faltam, para terminar, alguns Singles que Miguel Esteves Cardoso considera "representativos" do ano:
"O melhor single do ano é "Ain't no Sunshine" do fabuloso Bill Withers. Mas o paladar do ano foi apanhado por Judy Collins (Amazing Grace), James Taylor (You've Got a Friend), Byrds (Chestnut Mare), Buffy St. Marie (Soldier Blue), Curved Air (Back Street Luv), T. Rex (Hot Love), Curtis Mayfield (Move on Up), Pioneers (Let Your Yeah be Yeah), e, evidentemente, "American Pie" de Don McLean..."
"Amazing Grace", "You've Got a Friend", "Chesnut Mare" e "American Pie" já foram recordadas neste blogue, avanço para as restantes.
Começo com "Ain't No Sunshine" de Bill Withers.
Bill Withers, actualmente com oitenta anos, foi um cantor norte-americano de Soul e Blues com os condimentos Pop certos, cuja carreira profissional se desenrolou fundamentalmente nos anos 70 do século passado.
O seu primeiro LP, "Just As I Am", data de 1971 e logo o catapultou para o sucesso, eram dele canções como "Grandma's Hands", "Harlem" e a inesquecível "Ain't No Sunshine". Faça-se justiça, um disco muito equilibrado e ainda hoje muito agradável de se ouvir, numa mistura de estilos muito bem conseguida e que nos dias de hoje não é fácil de encontrar.
Fica-se, claro, com "Ain't No Sunshine".
Bill Withers - Ain't No Sunshine
Quanto a álbuns estamos entendidos, já estão arrumadas as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971. Faltam, para terminar, alguns Singles que Miguel Esteves Cardoso considera "representativos" do ano:
"O melhor single do ano é "Ain't no Sunshine" do fabuloso Bill Withers. Mas o paladar do ano foi apanhado por Judy Collins (Amazing Grace), James Taylor (You've Got a Friend), Byrds (Chestnut Mare), Buffy St. Marie (Soldier Blue), Curved Air (Back Street Luv), T. Rex (Hot Love), Curtis Mayfield (Move on Up), Pioneers (Let Your Yeah be Yeah), e, evidentemente, "American Pie" de Don McLean..."
"Amazing Grace", "You've Got a Friend", "Chesnut Mare" e "American Pie" já foram recordadas neste blogue, avanço para as restantes.
Começo com "Ain't No Sunshine" de Bill Withers.
Bill Withers, actualmente com oitenta anos, foi um cantor norte-americano de Soul e Blues com os condimentos Pop certos, cuja carreira profissional se desenrolou fundamentalmente nos anos 70 do século passado.
https://www.qualityrecords.com.au |
O seu primeiro LP, "Just As I Am", data de 1971 e logo o catapultou para o sucesso, eram dele canções como "Grandma's Hands", "Harlem" e a inesquecível "Ain't No Sunshine". Faça-se justiça, um disco muito equilibrado e ainda hoje muito agradável de se ouvir, numa mistura de estilos muito bem conseguida e que nos dias de hoje não é fácil de encontrar.
Fica-se, claro, com "Ain't No Sunshine".
Bill Withers - Ain't No Sunshine
segunda-feira, 18 de março de 2019
Isaac Hayes - The Look of Love
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Já perto do final deste tema dedicado às escolhas de Miguel Esteves Cardoso referentes ao ano de 1971, ainda tempo para referenciar mais um álbum e alguns Single daquele ano ainda repleto de boa música popular nas suas mais diversas matizes.
O álbum, ou melhor dois, são de Isaac Hayes a saber, "...To Be Continued" e "Shaft", embora o primeiro fosse editado ainda em 1970. Miguel Esteves Cardoso dava-lhes 3 estrelas e dizia: "O primeiro é semelhante às suas experiências anteriores, mas a banda sonora que o Soul havia de tomar na década de 70 (levando, inevitavelmente ao "Disco") com o uso generoso de instrumentos electrónicos."
De 1971 era ainda "Black Moses" que Miguel Esteves Cardoso não considera pois, "O álbum "Black Moses, lançado ainda em 1971, apresentado como "magnum opus" do artista era excessivamente melodramático e, ultimamente, vazio. Era o fim de Isaac Hayes, que depois iria tomar o Disco a sério e perder todo o encanto cabotino que tinha."
Como já recordei "Shaft", fica para hoje "...To Be Continued" do qual a faixa que mais ouvia era "The Look of Love" um tema de Burt Bacharach interpretado originalmente, em 1967, por Dusty Springfield, grande versão esta (no tempo também, são mais de 11 minutos!).
Isaac Hayes - The Look of Love
Já perto do final deste tema dedicado às escolhas de Miguel Esteves Cardoso referentes ao ano de 1971, ainda tempo para referenciar mais um álbum e alguns Single daquele ano ainda repleto de boa música popular nas suas mais diversas matizes.
O álbum, ou melhor dois, são de Isaac Hayes a saber, "...To Be Continued" e "Shaft", embora o primeiro fosse editado ainda em 1970. Miguel Esteves Cardoso dava-lhes 3 estrelas e dizia: "O primeiro é semelhante às suas experiências anteriores, mas a banda sonora que o Soul havia de tomar na década de 70 (levando, inevitavelmente ao "Disco") com o uso generoso de instrumentos electrónicos."
De 1971 era ainda "Black Moses" que Miguel Esteves Cardoso não considera pois, "O álbum "Black Moses, lançado ainda em 1971, apresentado como "magnum opus" do artista era excessivamente melodramático e, ultimamente, vazio. Era o fim de Isaac Hayes, que depois iria tomar o Disco a sério e perder todo o encanto cabotino que tinha."
http://www.allposters.com.br/ |
Como já recordei "Shaft", fica para hoje "...To Be Continued" do qual a faixa que mais ouvia era "The Look of Love" um tema de Burt Bacharach interpretado originalmente, em 1967, por Dusty Springfield, grande versão esta (no tempo também, são mais de 11 minutos!).
Isaac Hayes - The Look of Love
domingo, 17 de março de 2019
John McLaughlin - Goodbye Pork Pie Hat
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
John McLaughlin é dos músicos mais conceituados na área da música de fusão. Uma longa carreira iniciada no final dos anos 60 e longa discografia, quer a solo, quer com a sua Mahavishnu Orchestra, ou ainda com diversas colaborações entre as quais se destaca aquela que por ventura lhe deu maior popularidade, o álbum gravado ao vivo "Friday Night in San Francisco" de 1981 com Al Di Miola e Paco de Lucia.
Muito provavelmente só tomei conhecimento de John McLaughlin em 1973 com o LP "Birds of Fire" já com a referida Mahavishnu Orchestra, um disco de referência do Rock progressivo no seu período áureo.
Miguel Esteves Cardoso não deixou passar despercebido o seu já terceiro LP a solo, "My Goal's Beyond" de 1971, atribuindo-lhe 3 estrelas, embora pareça que não estava entre as suas melhores preferências dizendo: "John McLaughlin consegue antecipar o jazz-rock com grandes influências orientais que viria a querer exprimir uma espiritualidade indefinida, sem o conseguir de todo."
Neste álbum John McLaughlin apresenta-se com guitarra acústica, a solo no lado B, enquanto no lado A preenchido somente por duas composições se faz acompanhar por músicos reconhecido do Jazz e afins como Charlie Haden, baixo, Jerry Goodman (The Flock), violino, Airto Moreira, percussão, Billy Cobham, bateria e Dave Liebman, flauta e saxofone.
Não sendo possível a audição completa, que aconselho vivamente, proponho "Goodbye Pork Pie Hat", um tema de Charles Mingus, que abria o segundo lado, ou seja John McLaughlin a solo.
John McLaughlin - Goodbye Pork Pie Hat
John McLaughlin é dos músicos mais conceituados na área da música de fusão. Uma longa carreira iniciada no final dos anos 60 e longa discografia, quer a solo, quer com a sua Mahavishnu Orchestra, ou ainda com diversas colaborações entre as quais se destaca aquela que por ventura lhe deu maior popularidade, o álbum gravado ao vivo "Friday Night in San Francisco" de 1981 com Al Di Miola e Paco de Lucia.
Muito provavelmente só tomei conhecimento de John McLaughlin em 1973 com o LP "Birds of Fire" já com a referida Mahavishnu Orchestra, um disco de referência do Rock progressivo no seu período áureo.
Miguel Esteves Cardoso não deixou passar despercebido o seu já terceiro LP a solo, "My Goal's Beyond" de 1971, atribuindo-lhe 3 estrelas, embora pareça que não estava entre as suas melhores preferências dizendo: "John McLaughlin consegue antecipar o jazz-rock com grandes influências orientais que viria a querer exprimir uma espiritualidade indefinida, sem o conseguir de todo."
http://differentperspectivesinmyroom.blogspot.com |
Neste álbum John McLaughlin apresenta-se com guitarra acústica, a solo no lado B, enquanto no lado A preenchido somente por duas composições se faz acompanhar por músicos reconhecido do Jazz e afins como Charlie Haden, baixo, Jerry Goodman (The Flock), violino, Airto Moreira, percussão, Billy Cobham, bateria e Dave Liebman, flauta e saxofone.
Não sendo possível a audição completa, que aconselho vivamente, proponho "Goodbye Pork Pie Hat", um tema de Charles Mingus, que abria o segundo lado, ou seja John McLaughlin a solo.
John McLaughlin - Goodbye Pork Pie Hat
sábado, 16 de março de 2019
Osibisa - Music For Gong Gong
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Foram inovadores e tiveram algum êxito nos distantes anos 70, foram os Osibisa.
Se nos EUA era Santana que introduzia as percussões africanas e misturava a música latina com o Rock, em Inglaterra foram os Osibisa a fazer a fusão dos ritmos africanos com a música moderna ocidental, do Jazz ao Pop.
Oriundos do Gana e Nigéria, é em Londres, no final dos anos 60, que os Osibisa se constituem, tendo o primeiro LP sido gravado e editado no ano de 1971. Destaque para a produção do álbum a cargo do conhecido Toni Visconti (produziu David Bowie, Strawbs, T. Rex, Gentle Giant, Magna Carta e muitos, muitos mais) e o desenho da capa de Roger Dean (ficaram famosas as capas que desenhou para os Yes).
Miguel Esteves Cardoso coloca os Osibisa entre as suas escolhas do ano de 1971, atribuindo a "Osibisa" 3 estrelas e afirmando: "O primeiro álbum dos Osibisa foi uma surpresa excitante, com uma proposta de incorporação de percussão africana que revitalizava o Rock - era mais uma "novidade" do que um trabalho de peso, mas acabou por merecer o seu lugar na música popular."
Segue "Music For Gong Gong", apreciem.
Osibisa - Music For Gong Gong
Foram inovadores e tiveram algum êxito nos distantes anos 70, foram os Osibisa.
Se nos EUA era Santana que introduzia as percussões africanas e misturava a música latina com o Rock, em Inglaterra foram os Osibisa a fazer a fusão dos ritmos africanos com a música moderna ocidental, do Jazz ao Pop.
Oriundos do Gana e Nigéria, é em Londres, no final dos anos 60, que os Osibisa se constituem, tendo o primeiro LP sido gravado e editado no ano de 1971. Destaque para a produção do álbum a cargo do conhecido Toni Visconti (produziu David Bowie, Strawbs, T. Rex, Gentle Giant, Magna Carta e muitos, muitos mais) e o desenho da capa de Roger Dean (ficaram famosas as capas que desenhou para os Yes).
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Miguel Esteves Cardoso coloca os Osibisa entre as suas escolhas do ano de 1971, atribuindo a "Osibisa" 3 estrelas e afirmando: "O primeiro álbum dos Osibisa foi uma surpresa excitante, com uma proposta de incorporação de percussão africana que revitalizava o Rock - era mais uma "novidade" do que um trabalho de peso, mas acabou por merecer o seu lugar na música popular."
Segue "Music For Gong Gong", apreciem.
Osibisa - Music For Gong Gong
sexta-feira, 15 de março de 2019
Procol Harum - Whaling Stories
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Pela segunda vez os Procol Harum surgem nas escolhas de 1971 de Miguel Esteves Cardoso. Primeiro foi com o álbum "Broken Barricades", aqui recordado há alguns dias atrás, associado ao Rock "mainstream" e uma segunda vez com o LP ao vivo "Procol Harum Live: In Concert with the Edmonton Symphony Orchestra", desta vez no grupo dos discos de "Fusão (sinfónico)", que apesar de ter sido gravado no ano de 1971 na realidade foi editado em 1972, deu-lhe 3 estrelas.
Foi o primeiro álbum dos Procol Harum que adquiri, num tempo em que os grupos Rock alargavam as suas experiências tocando com orquestras sinfónicas. Era o caso, os Procol Harum levavam mais longe a sua música progressiva e aventuravam-se, ao vivo, a gravar alguns dos seus melhores temas com uma orquestra sinfónica, neste caso a de Edmonton (Canadá), onde decorreu o concerto.
Se Miguel Esteves Cardoso não parece ter gostado do álbum por aí além ao afirmar: "Os Procol Harum experimentam ser sinfónicos, mas arrependem-se..." já eu na época gostava bastante deste disco ao sentir que a fusão grupo de Rock e orquestra era empolgante.
Hoje em dia não tem o impacto que naquela altura tinha, mas não deixa de ser um disco histórico de um género que se esgotou rapidamente. Os próprios Procol Harum, para meu gosto, decaíram de seguida, não gostei de "Grand Hotel", o álbum seguinte que teve particular êxito, e deixei de os seguir.
"Whaling Stories", que já recordei na versão original do álbum "Home", aí está para provar a qualidade destes Procol Harum na sua aventura sinfónica. Gary Brooker, como sempre, muito bem na voz, grande cantor.
Procol Harum - Whaling Stories
Pela segunda vez os Procol Harum surgem nas escolhas de 1971 de Miguel Esteves Cardoso. Primeiro foi com o álbum "Broken Barricades", aqui recordado há alguns dias atrás, associado ao Rock "mainstream" e uma segunda vez com o LP ao vivo "Procol Harum Live: In Concert with the Edmonton Symphony Orchestra", desta vez no grupo dos discos de "Fusão (sinfónico)", que apesar de ter sido gravado no ano de 1971 na realidade foi editado em 1972, deu-lhe 3 estrelas.
Foi o primeiro álbum dos Procol Harum que adquiri, num tempo em que os grupos Rock alargavam as suas experiências tocando com orquestras sinfónicas. Era o caso, os Procol Harum levavam mais longe a sua música progressiva e aventuravam-se, ao vivo, a gravar alguns dos seus melhores temas com uma orquestra sinfónica, neste caso a de Edmonton (Canadá), onde decorreu o concerto.
Edição alemã de 1972, Ref: 6307 503 D; (CHR 1004) |
Se Miguel Esteves Cardoso não parece ter gostado do álbum por aí além ao afirmar: "Os Procol Harum experimentam ser sinfónicos, mas arrependem-se..." já eu na época gostava bastante deste disco ao sentir que a fusão grupo de Rock e orquestra era empolgante.
Hoje em dia não tem o impacto que naquela altura tinha, mas não deixa de ser um disco histórico de um género que se esgotou rapidamente. Os próprios Procol Harum, para meu gosto, decaíram de seguida, não gostei de "Grand Hotel", o álbum seguinte que teve particular êxito, e deixei de os seguir.
"Whaling Stories", que já recordei na versão original do álbum "Home", aí está para provar a qualidade destes Procol Harum na sua aventura sinfónica. Gary Brooker, como sempre, muito bem na voz, grande cantor.
Procol Harum - Whaling Stories
quinta-feira, 14 de março de 2019
Gentle Giant - Nothing at All
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
3 estrelas é quanto Miguel Esteves Cardoso dava ao primeiro e homónimo LP dos Gentle Giant. Editado em finais de 1970 e encontra-se entre as escolhas por ele feitas para o ano de 1971 no que diz respeito às publicações na área da "Fusão (sinfónico)". Pelos Gentle Giant parecia não morrer de amores ao afirmar: "Os Procol Harum experimentam ser sinfónicos [referia-se ao álbum "In Concert with the Edmonton Symphony"], mas arrependeram-se e aparecem os Gentle Giant, que faziam pouca falta."
Cá por mim gostei dos Gentle Giant, em particular dos 3 primeiros LP que logo os adquiri.
Mas o primeiro teve um sabor especial, pois estávamos na presença de mais um grupo claramente experimental a desbravar caminhos anteriormente não percorridos.
Uma panóplia de instrumentos muito pouco usuais na música Rock, violinos, instrumentos de sopro diversos, teclados e sintetizadores, e vocalizações estranhas mas lindas compunham o universo sonoro de mais um novo grupo a não se ficar pelo simplismo da música Rock e Pop mais primária e comercial.
Infelizmente não tiveram o sucesso de outras bandas do mesmo género, mas passadas quase cinco décadas da sua edição é ainda uma verdadeira aventura a sua audição, senão ouçam "Nothing at All", a composição que então eu mais gostava.
Gentle Giant - Nothing at All
3 estrelas é quanto Miguel Esteves Cardoso dava ao primeiro e homónimo LP dos Gentle Giant. Editado em finais de 1970 e encontra-se entre as escolhas por ele feitas para o ano de 1971 no que diz respeito às publicações na área da "Fusão (sinfónico)". Pelos Gentle Giant parecia não morrer de amores ao afirmar: "Os Procol Harum experimentam ser sinfónicos [referia-se ao álbum "In Concert with the Edmonton Symphony"], mas arrependeram-se e aparecem os Gentle Giant, que faziam pouca falta."
Cá por mim gostei dos Gentle Giant, em particular dos 3 primeiros LP que logo os adquiri.
Mas o primeiro teve um sabor especial, pois estávamos na presença de mais um grupo claramente experimental a desbravar caminhos anteriormente não percorridos.
Uma panóplia de instrumentos muito pouco usuais na música Rock, violinos, instrumentos de sopro diversos, teclados e sintetizadores, e vocalizações estranhas mas lindas compunham o universo sonoro de mais um novo grupo a não se ficar pelo simplismo da música Rock e Pop mais primária e comercial.
Edição do Reino Unido com a ref: 6360020. Preço 216$00 (cerca de 1 €) |
Infelizmente não tiveram o sucesso de outras bandas do mesmo género, mas passadas quase cinco décadas da sua edição é ainda uma verdadeira aventura a sua audição, senão ouçam "Nothing at All", a composição que então eu mais gostava.
Gentle Giant - Nothing at All
quarta-feira, 13 de março de 2019
King Crimson - Formentera Lady
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Já fiz várias passagens pelos King Crimson, sem dúvida um dos grupos com as propostas mais consistentes que o Rock progressivo conheceu. É verdade, os King Crimson, contrariamente a muitos outras formações de Rock da mesma área , foram dos que melhor cultivaram e desenvolveram a música Rock dita progressiva surgida no final dos anos 60. Talvez a presença de Robert Fripp, elemento fundador e o único permanente ao longo de toda a história do grupo até aos nossos dias, o justifique. Na verdade, King Crimson e Robert Fripp confundem-se e terá sido a visão deste que tem permitido a sobrevivência a um nível qualitativo superior daquela proposta musical.
Face à longevidade do grupo, a discografia de estúdio é relativamente curta, 13 álbuns de originais dos quais 6 entre 1969 e 1974, ou seja no período de ouro do Rock progressivo, em contrapartida são inúmeras as gravações ao vivo que se conseguem encontrar.
"Islands", de 1971, está entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso, com 3 estrelas, referindo-se-lhe que consegue "... obedecer ao mesmo padrão de excelência dos LPs anteriores."
Um excelente disco, sem dúvida um dos registos que levou mais longe a música popular na minha juventude. A capa não tinha qualquer referência ao grupo ou nome do disco, era uma fotografia da Trifid Nebula na constelação de Sagittarius como que a propormo-nos um longa viagem.
Ela começava com "Formentera Lady".
King Crimson - Formentera Lady
Já fiz várias passagens pelos King Crimson, sem dúvida um dos grupos com as propostas mais consistentes que o Rock progressivo conheceu. É verdade, os King Crimson, contrariamente a muitos outras formações de Rock da mesma área , foram dos que melhor cultivaram e desenvolveram a música Rock dita progressiva surgida no final dos anos 60. Talvez a presença de Robert Fripp, elemento fundador e o único permanente ao longo de toda a história do grupo até aos nossos dias, o justifique. Na verdade, King Crimson e Robert Fripp confundem-se e terá sido a visão deste que tem permitido a sobrevivência a um nível qualitativo superior daquela proposta musical.
Face à longevidade do grupo, a discografia de estúdio é relativamente curta, 13 álbuns de originais dos quais 6 entre 1969 e 1974, ou seja no período de ouro do Rock progressivo, em contrapartida são inúmeras as gravações ao vivo que se conseguem encontrar.
Edição alemã, 1978, com a ref:2344 073 |
"Islands", de 1971, está entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso, com 3 estrelas, referindo-se-lhe que consegue "... obedecer ao mesmo padrão de excelência dos LPs anteriores."
Um excelente disco, sem dúvida um dos registos que levou mais longe a música popular na minha juventude. A capa não tinha qualquer referência ao grupo ou nome do disco, era uma fotografia da Trifid Nebula na constelação de Sagittarius como que a propormo-nos um longa viagem.
Ela começava com "Formentera Lady".
King Crimson - Formentera Lady
terça-feira, 12 de março de 2019
Yes - I've Seen All Good People
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Sempre tive um fraquinho pelo grupo que hoje mais uma vez recordo, os Yes. Sempre, é uma maneira de dizer, na realidade aprecei este grupo inglês de Rock progressivo num período de tempo bastante curto ou seja de 1970 a 1974, período em editaram 6 discos de antologia. Período esse em que nos Yes se podiam encontrar os seguintes músicos: Jon Anderson, vocalista e principal compositor, Steve Howe, exímio guitarrista, Chris Squire (1948-2015), baixista, Bill Bruford, baterista, Alan White, baterista, Tony Kaye, teclados, Rick Wakeman, teclados. Actualmente sobrevivem no grupo Steve Howe e Alan White.
Em 1971, os Yes estavam a viver o sua melhor face e começavam a ser reconhecidos por uma juventude ávida de novos sons e novas experiências. Infelizmente o interesse por este grupo iria desaparecer rapidamente atacados pela doença da megalomania originária em Rick Wakeman.
Naquele ano publicaram dois LP, "The Yes Album" e "Fragile", respectivamente com 3 e 4 estrelas nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso.
"The Yes Album" foi o primeiro disco que deles adquiri e era considerado por alguma crítica portuguesa (jornal "a memória do elefante") o melhor disco do ano.
Era um disco somente com seis faixas onde os temas longos começavam a dominar no Rock progressivo. "I've Seen All Good People" é das composições mais interessantes dos Yes e com os seus quase sete minutos passava na nossa rádio, outros tempos claro!
Yes - I've Seen All Good People
Sempre tive um fraquinho pelo grupo que hoje mais uma vez recordo, os Yes. Sempre, é uma maneira de dizer, na realidade aprecei este grupo inglês de Rock progressivo num período de tempo bastante curto ou seja de 1970 a 1974, período em editaram 6 discos de antologia. Período esse em que nos Yes se podiam encontrar os seguintes músicos: Jon Anderson, vocalista e principal compositor, Steve Howe, exímio guitarrista, Chris Squire (1948-2015), baixista, Bill Bruford, baterista, Alan White, baterista, Tony Kaye, teclados, Rick Wakeman, teclados. Actualmente sobrevivem no grupo Steve Howe e Alan White.
Em 1971, os Yes estavam a viver o sua melhor face e começavam a ser reconhecidos por uma juventude ávida de novos sons e novas experiências. Infelizmente o interesse por este grupo iria desaparecer rapidamente atacados pela doença da megalomania originária em Rick Wakeman.
Naquele ano publicaram dois LP, "The Yes Album" e "Fragile", respectivamente com 3 e 4 estrelas nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso.
Edição norte-americana de 1971 com a ref:: SD 8283 |
"The Yes Album" foi o primeiro disco que deles adquiri e era considerado por alguma crítica portuguesa (jornal "a memória do elefante") o melhor disco do ano.
Era um disco somente com seis faixas onde os temas longos começavam a dominar no Rock progressivo. "I've Seen All Good People" é das composições mais interessantes dos Yes e com os seus quase sete minutos passava na nossa rádio, outros tempos claro!
Yes - I've Seen All Good People
segunda-feira, 11 de março de 2019
Pink Floyd - One of These Days
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Em 1971 os Pink Floyd atravessavam o seu melhor período. Já tinham deixado para trás álbuns emblemáticos do melhor que então se fazia na área do experimental e de vanguarda, de "The Piper at the Gates of Dawn" (1967) a "Atom Heart Mother" (1970) cada um escolha o seu preferido.
Depois da mini-sinfonia que constituía o tema "Atom Heart Mother", os Pink Floyd regressam a uma maior simplicidade (sem coros nem orquestra), mas não menos inspirados. "Meddle" é o álbum que surge em 1971 e que é incluído nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso com a atribuição de 4 estrelas.
Para além da longa suite "Echoes" que ocupa todo o lado B do disco, destacava-se a faixa inicial "One of These Days", uma das minhas preferidas de sempre, que segundo reza a história terá sido composta num quarto de hora. Trata-se um instrumental composto pelos quatro, David Gilmour, Roger Waters, Rick Wright e Nick Mason, que dura cerca de seis minutos, bem gastos a ouvi-lo de seguida.
Pink Floyd - One of These Days
Em 1971 os Pink Floyd atravessavam o seu melhor período. Já tinham deixado para trás álbuns emblemáticos do melhor que então se fazia na área do experimental e de vanguarda, de "The Piper at the Gates of Dawn" (1967) a "Atom Heart Mother" (1970) cada um escolha o seu preferido.
Depois da mini-sinfonia que constituía o tema "Atom Heart Mother", os Pink Floyd regressam a uma maior simplicidade (sem coros nem orquestra), mas não menos inspirados. "Meddle" é o álbum que surge em 1971 e que é incluído nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso com a atribuição de 4 estrelas.
Edição portuguesa de data incerta com as ref: 11C 080 04917; 8E 062-04 917. Custou 530$00, cerca de 2,65€ |
Para além da longa suite "Echoes" que ocupa todo o lado B do disco, destacava-se a faixa inicial "One of These Days", uma das minhas preferidas de sempre, que segundo reza a história terá sido composta num quarto de hora. Trata-se um instrumental composto pelos quatro, David Gilmour, Roger Waters, Rick Wright e Nick Mason, que dura cerca de seis minutos, bem gastos a ouvi-lo de seguida.
Pink Floyd - One of These Days
domingo, 10 de março de 2019
Genesis - The Musical Box
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Já vai longa esta passagem pelas escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971, mas a variedade e qualidade que este ano ainda mostrou bem justificam continuar com aquelas escolhas.
Sigo com um conjunto de álbuns que na classificação de Miguel Esteves Cardoso ficou designada por "Fusão", ou seja nas palavras dele, "Rock que incorpora influências exteriores ao desenvolvimento da música popular anglo-americana: seja do jazz, seja da música clássica, seja donde for."
E o primeiro álbum vai para os Genesis com "Nursery Crime" que levava com 4 estrelas.
Diga-se que em 1971 os Genesis ainda não eram por cá conhecidos. Verdadeiramente conhecidos ficaram no ano seguinte com a edição do incomparável "Foxtrot". "Nursery Crime" era no entanto já o 3º LP do grupo e, se a memória não me atraiçoa, só foi por cá publicado após o sucesso de "Foxtrot". Algumas pesquisas agora feitas apontam para que tenha por cá sido editado em 1971, eu só adquiri-o depois de "Foxtrot".
É o primeiro disco com a formação "clássica" dos Genesis ou seja: Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel, Steve Hackett e Mike Rutherford. Talvez por isso é nitidamente um disco de transição entre a indefinição sonora dos dois primeiros discos e o som que os caracterizou até 1976.
Mas era já um disco de Rock progressivo, um dos mais interessantes que conheço, pleno de originalidade.
"The Musical Box" é o ponto alto deste álbum e a fonte de inspiração para o desenho da capa. Ouçam com atenção, são mais de 10 minutos mas vale a pena.
Genesis - The Musical Box
Já vai longa esta passagem pelas escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971, mas a variedade e qualidade que este ano ainda mostrou bem justificam continuar com aquelas escolhas.
Sigo com um conjunto de álbuns que na classificação de Miguel Esteves Cardoso ficou designada por "Fusão", ou seja nas palavras dele, "Rock que incorpora influências exteriores ao desenvolvimento da música popular anglo-americana: seja do jazz, seja da música clássica, seja donde for."
E o primeiro álbum vai para os Genesis com "Nursery Crime" que levava com 4 estrelas.
Diga-se que em 1971 os Genesis ainda não eram por cá conhecidos. Verdadeiramente conhecidos ficaram no ano seguinte com a edição do incomparável "Foxtrot". "Nursery Crime" era no entanto já o 3º LP do grupo e, se a memória não me atraiçoa, só foi por cá publicado após o sucesso de "Foxtrot". Algumas pesquisas agora feitas apontam para que tenha por cá sido editado em 1971, eu só adquiri-o depois de "Foxtrot".
Etiquetas: 6369 916; 629905 - A primeira na capa "Printed in Germany", editora Philips, a segunda na rodela do disco, texto em português e editora Charisma |
É o primeiro disco com a formação "clássica" dos Genesis ou seja: Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel, Steve Hackett e Mike Rutherford. Talvez por isso é nitidamente um disco de transição entre a indefinição sonora dos dois primeiros discos e o som que os caracterizou até 1976.
Mas era já um disco de Rock progressivo, um dos mais interessantes que conheço, pleno de originalidade.
"The Musical Box" é o ponto alto deste álbum e a fonte de inspiração para o desenho da capa. Ouçam com atenção, são mais de 10 minutos mas vale a pena.
Genesis - The Musical Box
sábado, 9 de março de 2019
The Beach Boys - Surf's Up
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
"Cinco álbuns que marcaram presença grata no ano, com a grande surpresa dos Beach Boys terem regressado com um álbum que fazia lembrar glórias há muito passadas, o que não repetiriam ao longo da década.", dizia Miguel Esteves Cardoso nas escolhas do ano de 1971, espelhadas no posfácio à 2ª edição ao livro "POPMUSIC-ROCK" tantas vezes já aqui citado. Os cinco álbuns em causa eram:
"Shooting at the Moon" - Kevin Ayers
"Tupelo Honey" - Van Morrison
"Surf's Up" - The Beach Boys
"Live" - Johnny Winter
"Ring of Hands" - Argent
Recordei-os nos últimos dias, falta "Surf's Up" que ficou para hoje.
Pois é, em 1971 The Beach Boys já tinham uma década de vida e uma discografia impressionante. "Surf's Up" era já o 17º álbum de estúdio, para trás tinham ficado discos, agora históricos, como "Pet Sounds" (1966) e um conjunto enorme de canções que tanto animaram a minha adolescência, de "I Get Around" a "Good Vibrations".
Sem nenhuma faixa que fosse evidente em termos de êxito, sobrava no final a bela "Surf's Up" que já vinha de 1966 da abortada realização de "Smile".
The Beach Boys - Surf's Up
"Cinco álbuns que marcaram presença grata no ano, com a grande surpresa dos Beach Boys terem regressado com um álbum que fazia lembrar glórias há muito passadas, o que não repetiriam ao longo da década.", dizia Miguel Esteves Cardoso nas escolhas do ano de 1971, espelhadas no posfácio à 2ª edição ao livro "POPMUSIC-ROCK" tantas vezes já aqui citado. Os cinco álbuns em causa eram:
"Shooting at the Moon" - Kevin Ayers
"Tupelo Honey" - Van Morrison
"Surf's Up" - The Beach Boys
"Live" - Johnny Winter
"Ring of Hands" - Argent
Recordei-os nos últimos dias, falta "Surf's Up" que ficou para hoje.
https://www.udiscovermusic.com/ |
Pois é, em 1971 The Beach Boys já tinham uma década de vida e uma discografia impressionante. "Surf's Up" era já o 17º álbum de estúdio, para trás tinham ficado discos, agora históricos, como "Pet Sounds" (1966) e um conjunto enorme de canções que tanto animaram a minha adolescência, de "I Get Around" a "Good Vibrations".
Sem nenhuma faixa que fosse evidente em termos de êxito, sobrava no final a bela "Surf's Up" que já vinha de 1966 da abortada realização de "Smile".
The Beach Boys - Surf's Up
sexta-feira, 8 de março de 2019
Argent - Rejoice
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971 estava um grupo relativamente pouco conhecido, dava pelo nome de Argent, designação vinda do seu líder, o teclista e vocalista Rod Argent. Rod Argent que anteriormente pertenceu aos The Zombies, célebres pelo álbum "Odessey and Oracle" hoje em dia cotado como um dos álbuns mais importantes da década de 60.
Terminados The Zombies (1968) é tempo de nova formação, os ditos Argent, mais um grupo a integrar a cena do Rock Progressivo, e suas variantes, então em crescendo no Reino Unido.
Entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso, figurava precisamente o segundo álbum denominado "Ring of Hands" o qual recebeu 3 estrelas.
Não foi um disco que na época tivesse conhecido pelo que as memórias dele são nulas, são por isso impressões tardias, muito tardias que deste álbum tenho. Em boa verdade, não ficou nada de entusiasmante, fórmulas gastas até à exaustão, que na época poderia ter o seu quê de atraente, mas entediantes nos dias de hoje. Recomenda-se para os ainda fãs do Rock progressivo do início dos anos 70, fica bem na colecção.
Para os interessados aqui vai "Rejoice"
Argent - Rejoice
Entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1971 estava um grupo relativamente pouco conhecido, dava pelo nome de Argent, designação vinda do seu líder, o teclista e vocalista Rod Argent. Rod Argent que anteriormente pertenceu aos The Zombies, célebres pelo álbum "Odessey and Oracle" hoje em dia cotado como um dos álbuns mais importantes da década de 60.
Terminados The Zombies (1968) é tempo de nova formação, os ditos Argent, mais um grupo a integrar a cena do Rock Progressivo, e suas variantes, então em crescendo no Reino Unido.
Entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso, figurava precisamente o segundo álbum denominado "Ring of Hands" o qual recebeu 3 estrelas.
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Não foi um disco que na época tivesse conhecido pelo que as memórias dele são nulas, são por isso impressões tardias, muito tardias que deste álbum tenho. Em boa verdade, não ficou nada de entusiasmante, fórmulas gastas até à exaustão, que na época poderia ter o seu quê de atraente, mas entediantes nos dias de hoje. Recomenda-se para os ainda fãs do Rock progressivo do início dos anos 70, fica bem na colecção.
Para os interessados aqui vai "Rejoice"
Argent - Rejoice
quinta-feira, 7 de março de 2019
Johnny Winter - Jumpin' Jack Flash
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
A minha percepção era que a música oriunda dos Estados Unidos da América era, nos anos 60 e 70, mais difícil de cá chegar, provavelmente o factor distância naquela época contribuía para o efeito.
Se compararmos com a oriunda do Reino Unido penso que a evidência é clara, embora, logicamente, se possam encontrar excepções. Quem era mais divulgado, Jethro Tull, Procol Harum, The Moody Blues ou The Doors, The Velvet Underground e Grateful Dead?, e por exemplo nos guitarristas, Jimmy Page, Jeff Beck, Pete Townshend ou Mike Bloomfield, Stevie Ray Vaughan e Johnny Winter (claro que Jimi Hendrix está fora desta "guerra", mas mesmo assim não tão divulgado quanto se possa pensar)?
Isto para chegar a Johnny Winter.
Johnny Winter (1944-2014) foi um virtuoso guitarrista norte-americano que se revelou no final da década de 60 como um eminente músico de Blues-Rock. Terei visto uma fotografia dele com o seu longo cabelo branco, que na altura me intrigou, e que mais tarde vim a descobrir tratar-se de albinismo, aliás o mesmo acontecendo ao seu irmão Edgar Winter também guitarrista. O primeiro contacto que tive com a música de Johnny Winter (aliás de ambos) foi na colectânea "Rock On" que já anteriormente referi, onde constava a canção "Guess I'll Go Away" que pertencia ao álbum "Johnny Winter And" (1970).
Gravado ao vivo, no Fillmore East, no mesmo ano e editado em 1971 foi o álbum seguinte "Live Johnny Winter And" e era este que Miguel Esteves Cardoso considerava nas suas escolhas do ano de 1971, com 3 estrelas.
Deste álbum com apenas um original de Johnny Winter e várias versões de canções bem conhecidas de Rock'n'Roll escolho o tema original dos The Rolling Stones, "Jumpin' Jack Flash".
Johnny Winter - Jumpin' Jack Flash
A minha percepção era que a música oriunda dos Estados Unidos da América era, nos anos 60 e 70, mais difícil de cá chegar, provavelmente o factor distância naquela época contribuía para o efeito.
Se compararmos com a oriunda do Reino Unido penso que a evidência é clara, embora, logicamente, se possam encontrar excepções. Quem era mais divulgado, Jethro Tull, Procol Harum, The Moody Blues ou The Doors, The Velvet Underground e Grateful Dead?, e por exemplo nos guitarristas, Jimmy Page, Jeff Beck, Pete Townshend ou Mike Bloomfield, Stevie Ray Vaughan e Johnny Winter (claro que Jimi Hendrix está fora desta "guerra", mas mesmo assim não tão divulgado quanto se possa pensar)?
Isto para chegar a Johnny Winter.
Johnny Winter (1944-2014) foi um virtuoso guitarrista norte-americano que se revelou no final da década de 60 como um eminente músico de Blues-Rock. Terei visto uma fotografia dele com o seu longo cabelo branco, que na altura me intrigou, e que mais tarde vim a descobrir tratar-se de albinismo, aliás o mesmo acontecendo ao seu irmão Edgar Winter também guitarrista. O primeiro contacto que tive com a música de Johnny Winter (aliás de ambos) foi na colectânea "Rock On" que já anteriormente referi, onde constava a canção "Guess I'll Go Away" que pertencia ao álbum "Johnny Winter And" (1970).
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Gravado ao vivo, no Fillmore East, no mesmo ano e editado em 1971 foi o álbum seguinte "Live Johnny Winter And" e era este que Miguel Esteves Cardoso considerava nas suas escolhas do ano de 1971, com 3 estrelas.
Deste álbum com apenas um original de Johnny Winter e várias versões de canções bem conhecidas de Rock'n'Roll escolho o tema original dos The Rolling Stones, "Jumpin' Jack Flash".
Johnny Winter - Jumpin' Jack Flash
quarta-feira, 6 de março de 2019
Van Morrison - You're My Woman
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Três anos para trás e três anos para a frente e apanhamos o período histórico de Van Morrison, aquele que nos deu "Astral Weeks", mas também "It's Too Late to Stop Now". O ano agora em causa é o de 1971 onde tenho estado a seguir as escolhas feitas por Miguel Esteves Cardoso. E lá estava mais um disco indispensável de Van Morrison, "Tupelo Honey" de seu nome, e aprovado com 3 estrelas.
A sucessão de álbuns de excelência era uma constante, anteriormente tinha sido (esquecendo, por agora, o discutível primeiro LP "Blowin' Your Mind!" de 1967) "Astral Weeks" (1968), "Moondance" (1970) e "His Band and the Street Choir" (1970), "Tupelo Honey" não era excepção e continuava as experiências anteriores, consolidando um percurso musical esse sim de excepção.
Centrado no Blues, mas longe de a eles estar preso, Van Morrison constrói uma sonoridade própria e única com incursões pelo Jazz, o Country e o Soul.
A canção "Tupelo Honey" é mais uma dádiva dos deuses que Van Morrison tão bem agarrou e nos prendou. Uma pequena maravilha. Dou agora conta que já aqui lembrei "Tupelo Honey" pelo que passo para "You're My Woman" mais uma pérola saída do cultivo de Van Morrison.
Van Morrison - You're My Woman
Três anos para trás e três anos para a frente e apanhamos o período histórico de Van Morrison, aquele que nos deu "Astral Weeks", mas também "It's Too Late to Stop Now". O ano agora em causa é o de 1971 onde tenho estado a seguir as escolhas feitas por Miguel Esteves Cardoso. E lá estava mais um disco indispensável de Van Morrison, "Tupelo Honey" de seu nome, e aprovado com 3 estrelas.
A sucessão de álbuns de excelência era uma constante, anteriormente tinha sido (esquecendo, por agora, o discutível primeiro LP "Blowin' Your Mind!" de 1967) "Astral Weeks" (1968), "Moondance" (1970) e "His Band and the Street Choir" (1970), "Tupelo Honey" não era excepção e continuava as experiências anteriores, consolidando um percurso musical esse sim de excepção.
Edição portuguesa de 1972 com a referência WAR 46114 |
Centrado no Blues, mas longe de a eles estar preso, Van Morrison constrói uma sonoridade própria e única com incursões pelo Jazz, o Country e o Soul.
A canção "Tupelo Honey" é mais uma dádiva dos deuses que Van Morrison tão bem agarrou e nos prendou. Uma pequena maravilha. Dou agora conta que já aqui lembrei "Tupelo Honey" pelo que passo para "You're My Woman" mais uma pérola saída do cultivo de Van Morrison.
Van Morrison - You're My Woman
sábado, 2 de março de 2019
Kevin Ayers - May I?
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Ainda não tinha recordado Kevin Ayers, uma falha imperdoável. Mas, mais tarde que nunca e eis-me perante a primeira, espero de muitas, passagens por Kevin Ayers, um nome relativamente pouco conhecido.
Em boa verdade já me referi a ele por mais de uma vez a propósito dos Soft Machine, grupo importantíssimo no desbravar de novos caminhos para a música Rock nos anos 60, dos quais foi elemento fundador e donde partiu em 1968, tendo somente participado na gravação do primeiro álbum do grupo.
O primeiro LP de Kevin Ayers (1944-2013) foi "Joy of a Toy", sai ainda em 1969 e revela um universo musical inteiramente novo, difícil de caracterizar, Pop?, Rock?, Jazz?, diria um pouco de cada com uma dose avultada de experimentalismo, no que viria a ficar conhecido por música psicadélica.
Segue-se, em 1970, "Shooting At The Moon" que de acordo com as notas de Martin Wakeling de Setembro de 2006 para a edição em CD dizia ter "surprised contemporary reviewers and listeners. All could detect a cphesion with Joy Of A Toy, yet there was a difference, a darkness, a "diversity". e continuava, "At the outset of what was to be a long and rich carrer, Ayers was already signalling the way markers that would see him confound and defy popular categorisation."
"Shooting At The Moon" é mais um álbum, pese ser uma edição ainda de 1970, a ser considerado por Miguel Esteves Cardoso na sua selecção de 1971, obtinha 3 estrelas, ou seja "Bom".
Proponho "May I?" e a belíssima voz de Kevin Ayers.
(No grupo que acompanha Kevin Ayers de nome The Whole World constava um tal de Mike Oldfield que quando o disco começou a ser gravado tinha ainda 16 anos!)
Kevin Ayers - May I?
Ainda não tinha recordado Kevin Ayers, uma falha imperdoável. Mas, mais tarde que nunca e eis-me perante a primeira, espero de muitas, passagens por Kevin Ayers, um nome relativamente pouco conhecido.
Em boa verdade já me referi a ele por mais de uma vez a propósito dos Soft Machine, grupo importantíssimo no desbravar de novos caminhos para a música Rock nos anos 60, dos quais foi elemento fundador e donde partiu em 1968, tendo somente participado na gravação do primeiro álbum do grupo.
O primeiro LP de Kevin Ayers (1944-2013) foi "Joy of a Toy", sai ainda em 1969 e revela um universo musical inteiramente novo, difícil de caracterizar, Pop?, Rock?, Jazz?, diria um pouco de cada com uma dose avultada de experimentalismo, no que viria a ficar conhecido por música psicadélica.
Segue-se, em 1970, "Shooting At The Moon" que de acordo com as notas de Martin Wakeling de Setembro de 2006 para a edição em CD dizia ter "surprised contemporary reviewers and listeners. All could detect a cphesion with Joy Of A Toy, yet there was a difference, a darkness, a "diversity". e continuava, "At the outset of what was to be a long and rich carrer, Ayers was already signalling the way markers that would see him confound and defy popular categorisation."
Edição, em CD, americana com a ref: water189 de 2006 |
"Shooting At The Moon" é mais um álbum, pese ser uma edição ainda de 1970, a ser considerado por Miguel Esteves Cardoso na sua selecção de 1971, obtinha 3 estrelas, ou seja "Bom".
Proponho "May I?" e a belíssima voz de Kevin Ayers.
(No grupo que acompanha Kevin Ayers de nome The Whole World constava um tal de Mike Oldfield que quando o disco começou a ser gravado tinha ainda 16 anos!)
Kevin Ayers - May I?
sexta-feira, 1 de março de 2019
Sérgio Godinho - Delicado
Mais um belo concerto de Sérgio Godinho realizou-se ontem à noite no Coliseu do Porto. Com 73 anos continua a ser um dos mais lúcidos cantautores da nossa música popular, é também dos que apresenta uma regularidade discográfica muito significativa, tendo no ano passado editado o seu 18º álbum de originais de nome "Nação Valente".
"Nação Valente" revela uma frescura impressionante, trazendo-nos mais um punhado de canções que vão ficar rapidamente na nossa memória colectiva.
"Grão da mesma mó", "Artesanato", Baralho de Cartas", "Mariana Pais, 21 anos", "Tipo Contrafacção", "Noite e Dia", "Até Já, Até Já", todas deste último álbum, foram algumas das que passaram ontem pelo Coliseu e que tiveram a adesão do público conhecer e com certeza com saudades de o ver ao vivo.
Claro que revisitou, com novas roupagens, alguns dos seus clássicos e que gostamos sempre de ouvir. Gostava de ter ouvido "Delicado", do último álbum, como tal não foi possível, segue hoje aqui para complementar o concerto de ontem.
Sérgio Godinho - Delicado
"Nação Valente" revela uma frescura impressionante, trazendo-nos mais um punhado de canções que vão ficar rapidamente na nossa memória colectiva.
"Grão da mesma mó", "Artesanato", Baralho de Cartas", "Mariana Pais, 21 anos", "Tipo Contrafacção", "Noite e Dia", "Até Já, Até Já", todas deste último álbum, foram algumas das que passaram ontem pelo Coliseu e que tiveram a adesão do público conhecer e com certeza com saudades de o ver ao vivo.
Claro que revisitou, com novas roupagens, alguns dos seus clássicos e que gostamos sempre de ouvir. Gostava de ter ouvido "Delicado", do último álbum, como tal não foi possível, segue hoje aqui para complementar o concerto de ontem.
Sérgio Godinho - Delicado
David Bowie - Changes
1971 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Em 1971 David Bowie publicava o seu 4º, de 25, álbum de originais de toda a sua discografia.
Iria ser particularmente bem recebido e lançar o seu nome a um público mais vasto. São dele canções bem conhecidas como "Oh! You Pretty Things" e "Life on Mars?".
Na selecção referente ao ano de 1971 Miguel Esteves Cardoso destaca este disco com 5 estrelas dizendo sobre ele:
"O primeiro álbum monumental de Bowie, com influências dos Velvets (em "Queen Bitch", uma ode decadente à bissexualidade) mas com uma visão inteiramente nova que em 1980 ainda não foi exorcizada - o mundo da moda, da roupa, do hedonismo exaltado é traçado com relevo impressionante em canções soberbas, impregnadas de surrealismo e de fantasia. "Bewlay Brothers", "Changes", "Oh You Pretty Things" e "Life on Mars" estão entre as canções fundamentais da década."
Termino hoje com "Changes", mais uma grande canção de David Bowie.
David Bowie - Changes
Em 1971 David Bowie publicava o seu 4º, de 25, álbum de originais de toda a sua discografia.
Iria ser particularmente bem recebido e lançar o seu nome a um público mais vasto. São dele canções bem conhecidas como "Oh! You Pretty Things" e "Life on Mars?".
Edição portuguesa em vinil com a ref: PL 13844. 680$00 (3,2€) em Junho de 1986 |
Na selecção referente ao ano de 1971 Miguel Esteves Cardoso destaca este disco com 5 estrelas dizendo sobre ele:
"O primeiro álbum monumental de Bowie, com influências dos Velvets (em "Queen Bitch", uma ode decadente à bissexualidade) mas com uma visão inteiramente nova que em 1980 ainda não foi exorcizada - o mundo da moda, da roupa, do hedonismo exaltado é traçado com relevo impressionante em canções soberbas, impregnadas de surrealismo e de fantasia. "Bewlay Brothers", "Changes", "Oh You Pretty Things" e "Life on Mars" estão entre as canções fundamentais da década."
Termino hoje com "Changes", mais uma grande canção de David Bowie.
David Bowie - Changes
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