José Afonso, Sérgio Godinho (só editado em 1973) e José Mário Branco estão de regresso com novos álbuns. José Jorge Letria estreia-se com um muito bom álbum. São os destaques maiores do ano de 1972.
Recupero, agora, mais uma vez, José Afonso.
Depois do magnífico “Cantigas de Maio”, José Afonso surpreende-nos com “Eu Vou Ser Como a Toupeira”. Depois do muito produzido e quase inultrapassável “Cantigas de Maio”, José Afonso regressa à (aparente) simplicidade.
O título do artigo de 1 de Dezembro de 1972, do nº 5, do recém aparecido jornal “musicalíssimo”, relativo ao novo disco de José Afonso era: “simples mas quase genial”, e destacava "Ti Alves" e "Por Trás Daquela Janela” como "verdadeiras obras-primas de simplicidade e bom gosto."
Terminava o artigo, assim:
“Sendo, portanto, visível em “Eu vou ser como a toupeira” a preocupação de enriquecer cada um dos temas sem o complicar ao nível da encenação sonora, torna-se também evidente que José Afonso trocou o “modernismo” elaborado pela simplicidade actuante.”
Edição Orfeu, Referência STAT 012, de 1972 |
“Sete Fadas Me Fadaram”, “O Avô Cavernoso”, “Ó Ti Alves”, “É para Urga” e mesmo “Eu Vou Ser Como a Toupeira” são temas que ficaram relativamente pouco conhecidos e, talvez por isso, o sempre agradável retorno a este disco. E também, provavelmente pelas mesmas razões, quando penso qual será o melhor álbum de José Afonso é “Eu Vou Ser Como a Toupeira” que me ocorre em primeiro lugar. “Por Trás Daquela Janela” e “Fui à Beira do Mar” foram as mais conhecidas, a escolha para hoje fica em “No Comboio Descendente” com letra de Fernando Pessoa e música do José Afonso, simplesmente um encanto, aí vai.
José Afonso - No Comboio Descendente
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