Nascida em Moçambique, onde o Conjunto de Oliveira Muge, oriundo da minha terra, Ovar, iria fazer enorme sucesso (“A Mãe”, talvez a canção mais ouvida pelos militares portugueses, chegou a ter problemas com a censura.), dá os primeiros passos para a música em 1967 ao formar, com a irmã Teresa, o duo Irmãs Muge.
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O universo sonoro de Amélia Muge é recorrentemente considerado como um cruzamento do passado e do presente, do antigo e do moderno, do popular e do erudito “desafiando as fronteiras dos géneros e dos estilos” (http://mocambiquesempre.spaces.live.com/blog/).
Num registo antigo das Irmãs Muge, é possível “ver” as influências da música popular moçambicana, uma das muitas que a Amélia Muge preserva ao longo da sua carreira. Ainda não se ouvia falar em “World Music” (termo surgido nos finais dos anos 80 para caracterizar “práticas híbridas em que confluem características estilísticas associadas ao local e ao global, à «tradição» e à «modernidade» …”- Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX) e já nós navegávamos por essas águas (aqui, não esquecer também o Duo Ouro Negro).
A escolha vai então para “Muianá” (tema popular) pelas Irmãs Muge, decorria o ano de 1971, tinha Amélia Muge 18 anos e era estudante do 7º ano de Letras, conforme informação da contra-capa do EP (os arranjos e direcção musical são do Pedro Osório).
Irmãs Muge - Muianá
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