Confesso que hesitei um pouco ao incluir este disco nesta listagem, que diga-se foi feita sem grande preocupação, eram os discos que mais depressa me vinham à memória. Feita noutra altura, se bem que muitos se mantivessem, seria forçosamente diferente.
Tinha acabado de ser editado quando o adquiri, tinha feito então os meus 17 anos, há, portanto, 46 anos. Estávamos no ano de 1973 e trata-se, actualmente, de um dos mais referenciados álbuns da história da música popular: "Dark Side of the Moon" dos ingleses Pink Floyd.
Aquando da sua publicação abriram-se as hostilidades com os meus amigos que partilhavam os mesmos gostos musicais que eu. Basicamente a discussão estava centrada entre os que achavam que com "Dark Side of the Moon" estávamos no início do fim dos Pink Floyd e aqueles que consideravam que pelo contrário era somente o fim do início do grupo.
Para os primeiros o argumento principal era que os Pink Floyd tinham-se tornado comerciais, já não tinham nada a ver com com os Pink Floyd de Syd Barrett de "The Piper at the Gates of Dawn", nem com os ensaios mais vanguardistas de "Ummagumma" ou "Atom Heart Mother". Assim, fui mesmo alvo de algum "gozo" de alguns colegas que partilhavam esta opinião e que consideravam que não devia ter adquirido "Dark Side of the Moon", ou seja, estava a fazer concepções ao comercialismo.
Para os outros, estávamos na presença de uma obra-prima e a partir daqui augurava-se o melhor para o futuro musical dos Pink Floyd.
Passados alguns anos, concretamente em 1980, Miguel Esteves Cardoso ao analisar a discografia dos Pink Floyd escrevia lucidamente:
“Todos os defeitos e todas as qualidades dos Floyd encontram-se neste álbum [refere-se, claro, a “Dark Side of the Moon”] – por um lado, um ênfase excessivo sobre a produção que conferia uma prioridade nunca vista ao estúdio (e a consequente perda de espontaneidade e de pureza emotiva) e, pelo outro, uma capacidade épica que conseguia tocar sem se degradar em sentimentalismo.”
E terminava:
“Com os seus melhores trabalhos editados entre os anos de 1969 e 1973, não parece que os Pink Floyd tenham quaisquer propostas excitantes para pôr à década de 80.”
Agora, passados tantos anos, é fácil de concluir que quer uns quer outros tinham a sua quota-parte de razão, por um lado a produção pós 1973, pese o nível sempre superior de execução, foi regra geral muito menos interessante, por outro “Dark Side of the Moon” era o culminar de uma fase, era a síntese final da grandiosidade musical que os Pink Floyd então revelavam, foi o disco exemplar. Para gáudio meu tenho a edição portuguesa da Valentim de Carvalho de 1973 em óptimo estado, a fazer, quem sabe, cobiça a quem na altura o menosprezou.
Edição portuguesa de 1973, ref: SHVL 804 |
"Dark Side the Moon" dos ingleses Pink Floyd é, sem dúvida, um marco na história do grupo e da música Rock, em particular da década de 70.
Para ouvir "The Great Gig In The Sky".
Pink Floyd - The Great Gig In The Sky
PS: Incluídos nesta edição os posters e auto-colantes reproduzidos.
Continua a acertar em cheio!! Por mim, subscrevo inteiramente todas as escolhas!
ResponderEliminarAguarda-se a próxima selecção...
P. S.: Tentei contactá-lo por mail, mas parece que não é possível...
Penso que já está disponível o meu mail. Esteja à vontade para utilizá-lo. Qualquer problema diga.
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