Entre um Rock Progressivo em crescendo e o estertor da música popular “hippie”, “flower power” pós 1967, assim se situaram os melhores registos musicais do ano de 1971.
Nos primeiros, os Yes, Emerson, Lake & Palmer, Jethro Tull, Gentle Giant, Led Zeppelin e The Who, nos segundos Leonard Cohen, David Crosby, Ian Matthews, Stephen Stills, Mary Travers, Graham Nash, Cat Stevens, James Taylor, Tom Paxton e Loudon Wainwright III. E algures no meio The Doors, Blood, Sweat & Tears, Chicago, Seatrain, Comus e Procol Harum.
Por aqui passou o que de melhor o ano de 1971 nos deixou.
Hoje o destaque vai para os muito pouco conhecidos Comus. A origem musical é nitidamente “folk” mas o resultado é claramente "progressivo". É nesta simbiose que se desenvolve o som desta gravação única de nome “First Utterance”, estávamos no ano de 1971. Não tendo obtido qualquer êxito rapidamente desapareceram tendo regressado em 2008 para satisfação dos mais nostálgicos.
De seguida podemos ver os regressados Comus a tocar “The Herald” :
“And somewhere in the black distance
Another herald puts down his flute
And the dewy dawn creeps on
And the night withdraws”
Imperdível, para uma audição melhorada, mais cuidada, mais intensa, segue o original da mesma canção “The Herald” (12 minutos encantadores), entretanto deixemo-nos arrebatar pelo arauto e a sua flauta enquanto os dias seguem inexoravelmente o seu caminho.
Comus - The Herald
Esta canção (e todo o álbum) do estranhíssimo agrupamento Comus remexe muito comigo. Sinceramente, não me traz as melhores recordações, longe disso, o que não quer dizer que eu não goste de ouvir os Comus. Gosto, e muito. O que sucede é que eu me encontrava em Angola no ano de 1973, no cumprimento do serviço militar obrigatório e em condições psíquicas miseráveis. Já não estava em zona de guerra, mas sofria as suas consequências a nível mental, tendo acabado de regressar de umas consultas de psiquiatria. Um dia, recebi uma carta de uma irmã minha, dizendo-me que tinha saído um álbum fantástico dos Pink Floyd, chamado "The Dark Side of the Moon", e que me iria enviar uma cassete com o dito cujo álbum como prenda de Natal. Recebi a cassete com os Pink Floyd no lado A e, no lado B, o álbum "First Utterance" dos Comus. Eu nunca tinha ouvido falar dos Comus e fiquei fascinado pelo seu som. O "Dark Side of the Moon" era um grande álbum, é certo, mas correspondia ao que se poderia esperar dos Pink Floyd. Os Comus é que pareciam vindos de outra galáxia. Ouvi-os vezes sem conta. Ainda tenho a cassete. Está bastante estragada, é certo, mas ainda é "tocável" e está guardada num armário aqui atrás de mim.
ResponderEliminarO meu obrigado por partilhar aqui as suas memórias. Volte sempre!
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