quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Emerson, Lake and Palmer - Bitches Crystal

 a memória do elefante


Quem pelo ano de 1971 passou sabe que o ano foi fértil no crescimento do Rock Progressivo. O Rock perdia a sua simplicidade inicial e aventurava-se por territórios que lhe conferia uma complexidade acrescida. Um dos grupos que mais se notabilizou foi Emerson, Lake and Palmer (Keith Emerson, ex-The Nice, Greg Lake, ex-King Crimson e Carl Palmer, ex-Atomic Rooster). 

No ano anterior tinham editado o aclamado álbum homónimo inicial, para mim o melhor que fizeram, e a expectativa era grande quanto ao sucessor que ocorreu no ano em apreço. "Tarkus" assim se designou, segundo o tema principal de mais de 20 minutos que ocupava todo o lado A do disco e que já recordei no tema "O Rock Progressivo nos anos 70". O lado B era uma miscelânea de composições de diferentes estilos que não me cativou.




Para o jornal "a memória do elefante" "Tarkus" foi o 8º melhor álbum do ano considerando que "Emerson Lake and Palmer têm aqui a sua via amadurecida se bem que nos pareça que muito mais está ao seu alcance.". Na realidade, para meu gosto os Emerson, Lake and Palmer estavam prestes a esgotarem-se e, a partir de 1972 deixei de os seguir.

Do lado B fica "Bitches Crystal"





Emerson, Lake and Palmer - Bitches Crystal

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Stephen Stills - Sit Yourself Down

a memória do elefante


Publicava o jornal "a memória do elefante" no seu nº 7 já em Fevereiro de 1972 as escolhas do jornal dos melhores álbuns e temas do ano de 1971 e verifica-se o desfilar de grandes música que aquele ano ainda nos deixou. Para hoje o 9º lugar na lista de álbuns, cuja escolha recaiu sobre Stephen Stills e o seu álbum de estreia a solo "Stephen Stills I". Também na lista dos temas figurava em 13º lugar com o tema "Church" o qual já recordei.

Apesar de ser o seu primeiro trabalho a solo, Stephen Stills era já uma figura bem conhecida e reconhecida. Primeiro como elemento fundador dos excelentes Buffalo Springfield cuja curta duração (1966-1968) não impediu a gravação de dois álbuns bem recomendáveis. Entretanto (1968), um álbum de colaboração com Mike Bloomfield e Al Kooper designado "Super Sessions". Depois foram os históricos "Crosby, Stills & Nash" (1969) e "Déjà Vu" (1970) este já com Neil Young

Pena que depois deste "Stephen Stills I" a sua carreira tenha indo perdendo fôlego sem atingir o brilhantismo de Neil Young, por exemplo.





"Resultado duma imaginação que ainda não se prostituira, o primeiro Trabalho de Stephen Stills é uma obra das melhores do anos 71", afirmava-se no "a memória do elefante".





Stephen Stills - Sit Yourself Down

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Seatrain - Song of Job

a memória do elefante


 O final dos anos 60, início da década de 70 foi fértil no desenvolvimento de diversas matizes musicais centradas no Rock. O Folk-Rock foi uma delas e teve notoriedade maior quer no Reino Unido, com grupos como Fairport Convention, Steeleye Span, Pentangle, Trees, quer nos Estados Unidos onde os Crosby, Stills, Nash e Joni Mitchell terão sido das melhores propostas.

Outras ramificações se verificaram próximas do Folk-Rock com laivos de Country e Blues e é aqui que encontramos os Seatrain de curta duração (1969-1973). Publicaram 4 álbuns mas é o 2º e 3º, que tiveram a produção de George Martin, os que proporcionam melhor prazer auditivo.

Para o jornal "a memória do elefante" os referidos dois álbuns, "Seatrain" e "Marblehead Messenger" mereceram respectivamente  o 17º e 26º lugar entre os melhores do ano, enquanto que a canção "Song of Job" destacava-se no 9º lugar dos melhores temas do ano de 1971.





"... SONG OF JOB onde o virtuosismo musical e a sobriedade necessária se fundem num equilíbrio estético de rara beleza.", afirmava-se no texto.

Sem dúvida uma boa recordação de tempos de em que éramos surpreendidos quase todos os dias por novas propostas musicais. Será que agora também é assim e eu é que não estou suficientemente atento?





Seatrain - Song of Job

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Mary Travers - Children One and All

 a memória do elefante


Do 10º melhor tema de 1971 para o 10º melhor álbum do mesmo ano. Estou a seguir as escolhas do jornal "a memória do elefante" publicadas no seu nº 7. E o 10º melhor álbum vai para: "Mary" de Mary Travers.

Mary Travers (1936-2009) ficou mais conhecida por ser a voz feminina do trio Peter, Paul and Mary que nos deixou, nos anos 60, uma obra muito rica na área do Folk norte-americano.

Depois da separação do trio em 1970, e antes de se reagruparem novamente em 1978, isoladamente efectuaram uma série de gravações das quais se destacam os respectivos primeiros álbuns. O de Mary Travers designado somente "Mary" mereceu a escolha do jornal "a memória do elefante" que o elegeu como o 10º melhor de 1971. No pequeno texto referente a este álbum que reproduzo de seguida, lê-se:

"MARY é música popular de elite e essencialmente um exercício de bom gosto,"




Deste álbum é também escolhida uma canção que na lista dos melhores temas fica em 8º lugar, é a maravilhosa "Children One and All".

Eis o texto publicado sobre esta canção.





"Prova dum sentido grande de beleza e de honestidade, CHILDREN ONE AND ALL é a imagem duma América irremediavelmente dividida e um bom momento de música popular."





Mary Travers - Children One and All

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Emitt Rhodes - The Man He Was

  a memória do elefante


Retomo hoje a passagem pelo nº 7, Janeiro/Fevereiro de 1972, do jornal "a memória do elefante" onde se fazia a selecção do melhor que o ano de 1971 tinha deixado, concretamente 27 temas e 27 álbuns eram escolhidos.

Entro agora nos 10 primeiros lugares e vou à tabela de temas buscar a 10ª canção, era "The Man He Was" de Emitt Rhodes.

Emitt Rhodes (1950-2020) foi um cantor, compositor e multi-instrumentista norte-americano, tornou-se primeiramente conhecido ao compor o primeiro e único álbum dos The Merry-Go-Round onde constava a canção "Time Will Show the Wiser" e que conheci na versão dos Fairport Convention (era a primeira faixa do primeiro álbum e que eu tive o prazer de ouvir em 2017 no Festival Fairport's Cropredy Convention com os originais Ian Matthews e Judy DybleAshley Hutchings e Richard Thompson e ainda Simon Nicol).

Depois Emitt Rhodes teve uma curta carreira a solo do qual só me lembro bem do primeiro trabalho "The American Dream". É deste álbum a canção acima referida, "The Man He Was".

O jornal "a memória do elefante" a ela se referia da seguinte maneira:






Emitt Rhodes - The Man He Was


domingo, 21 de janeiro de 2024

Expresso Transatlântico - Ressaca Bailada

Algumas memórias de 2023


Como habitual para terminar estas memórias de 2023 eis alguma da música feita em Portugal e que passou pelos meus ouvidos. Tenho de reconhecer que pelo que vou apercebendo muitos mais álbuns devia ter ouvido no ano passado, mas não há tempo para tudo e tive que fazer as minhas opções, portanto entre o que ouvi relevo os seguintes:

- Carminho - Portuguesa
- Glockenwise - Gótico Português
- Tó Trips - Popular Jaguar
- Margarida Campelo - Supermarket Joy
- Maro - Hortelâ
- Jorge Palma - Vida
- Salvador Sobral - Timbre
- António Zambujo - Cidade
- Expresso Transatlântico - Ressaca Bailada
- Slow J - Afro Fado

A música popular portuguesa está entregue a uma nova geração de cantores, compositores, muitos dos quais quase desconhecidos para mim. Da velha geração de notar a resistência de Jorge Palma, actualmente com 73 anos, e que nos prendou com mais um trabalho, "Vida", a merecer lugar entre o que de melhor se fez entre nós em 2023.


https://mag.sapo.pt/


Agora, a minha escolha para hoje vai para o primeiro álbum dos promissores Expresso Transatlântico, trio lisboeta que já nos tinha dado a conhecer um muito interessante EP em 2021, de nome "Ressaca Bailada", ou os novos caminhos da nossa música popular.





Expresso Transatlântico - Ressaca Bailada

sábado, 20 de janeiro de 2024

Lankum - Clear Away in the Morning

 Algumas memórias de 2023


É da Irlanda a minha escolha para o álbum do ano de 2023.

Recordo primeiro as escolhas que fiz nos últimos anos:

2016 - PJ Harvey - "The Hope Six Demolition Project"
2017 - Laura Marling - "Semper Femina"
2018 - Lucy Dacus - "Historian"
2019 - Angel Olsen - "All Mirrors"
2020 - Adrianne Lenker -  "Songs and Instrumentals"
2021 - Katherine Priddy - "The Eternal Rocks Beneath"
2022 - The Unthanks - "Sorrows Away"

Sempre nutri um gosto especial pela música oriunda da Irlanda, de Van Morrison a The Chieftains, e 2023 foi um ano particularmente bom. Refiro 5 discos que sobressaíram:

- John Francis Flynn - Look Over The Wall See The Sky
- ØXN - CYRM
- Lisa O’Neill - All of This Is Chance
- Soda Blonde - Dream Big
- Lankum - False Lankum



Edição em CD da Rough Trade com a ref: RT0392CD




E a escolha vai para "False Lankum" do grupo Lankum. Demonstração da vitalidade do Folk irlandês aqui apresentado de uma forma menos convencional, onde o tradicional se mistura com sonoridades vanguardistas e inovadoras. É o novo Folk, um Folk bem progressista a seguir com toda a atenção.




Lankum - Clear Away in the Morning

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Anohni and the Johnsons - Scapegoat

 Algumas memórias de 2023


Hoje é dia de identificar uma lista de discos editados em 2023 e que de alguma forma foram objecto da minha atenção com a respectiva audição mais ou menos completa conforme a empatia que me proporcionaram. Sem qualquer ordem em especial eis os álbuns de 2023 que de alguma maneira me parecerem meritórios de pelo menos uma audição, o que já não é pouco nos tempos que correm.

- Unthank: Smith - Nowhere and Everywhere
- Belle and Sebastian - Late Developers
- Lisa O'Neill - All Of This Is Chance
- Fever Ray - Radical Romantics
- Elvis Costello, Burt Bacharach - The Songs Of Barcharach & Costello
- PJ Harvey - I Inside The Old Year Dying
- Nick Cave, Warren Ellis - Australian Carnage - Live at the Sydney Opera House
- Lankum - False Lankum
- Cat Power - Cat Power Sings Dylan: The 1966 Royal Albert Hall Concert
- Julie Byrne - The Greater Wings
- Boygenius - The Record
- Jaimie Branch -  Fly or Die Fly or Die Fly or Die (World War)
- Sufjan Stevens - Javelin
- Devendra Banhart - Flying Wig
- Slowdive - Everything Is Alive
- Mitski - The Land Is Inhospitable and So Are We
- Anohni and the Johnsons - My Back Was A Bridge For You To Cross
- John Francis Flynn - Look Over The Wall See The Sky
- ØXN - CYRM



https://www.discogs.com/




Depois de 4 excelentes álbuns publicados entre 2000 e 2010 sob o nome de Antony and the Johnsons, um interregno de 13 anos para voltar como Anohni and the Johnsons para mais um meritório trabalho.
No entretanto ficou a mudança de nome de Antony para Anohni e um álbum a solo sob este nome, "Hopelessness" (2016), com uma aproximação à electrónica que não me agradou.

 "My Back Was A Bridge For You To Cross" é o regresso ao Pop elegante e sofisticado a que nos tinha habituado e dele destaco "Scapegoat", uma das melhores, senão a melhor canção de 2023.




Anohni and the Johnsons - Scapegoat

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

PJ Harvey - Prayer at the Gate

Algumas memórias de 2023


Não é dos sobreviventes doa anos 60, mas também não se encontra entre as revelações do ano de 2023. Não encantou, mas também não desiludiu. Continua, no entanto, a ser das propostas mais seguras da música popular actual ao percorrer caminhos de não fácil exploração e não fáceis de catalogar. Trata-se de PJ Harvey.

PJ Harvey encontra-se na casa dos 50 e ao fim de mais de 3 décadas de actividade continua a ser uma proposta segura que o ano de 2023 viu regressar ao fim de 7 anos sem novidades discográficas.

"I Inside the Old Year Dying" é menos acessível que os seu anteriores e não logrou figurar nos lugares cimeiros, entre as diversas classificações existentes, dos melhores álbuns do ano. É, no entanto, preciso dar tempo, e infelizmente hoje em dia há pouco, não tendo a adesão imediata de por exemplo "Let England Shake" (2011).


https://www.discogs.com/


Uma sonoridade estranha onde se vislumbram melodias bem identificáveis com a voz de PJ Harvey, um álbum do qual se vai gostando progressivamente. Começa com "Prayer at the Gate" e começa bem.





PJ Harvey - Prayer at the Gate

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Shirley Collins - Fare Thee Well, My Dearest Dear

Algumas memórias de 2023


E para hoje aquele que considero com o melhor trabalho de 2023 de um sobrevivente dos anos 60. Publicou o primeiro álbum em 1959 e o último é de 2023, 64 anos a separá-los, é obra!

Shirley Collins, actualmente com 88 anos (!!), figura ímpar e reverenciada do Folk britânico, teve um papel primordial no revivalismo do Folk britânico nas décadas de 60 e 70. Quer a solo, em duo com a irmã Dolly Collins (1933-1995), com a The Albion Country Band, para citar algumas das suas colaborações, Shirley Collins, apesar do longo retiro verificado desde os finais dos anos 70 até 2016, tornou-se uma referência obrigatória e influência maior de muitos músicos consagrados do Folk-Rock.


Edição em CD da etiqueta Domino com a ref: WIGCD494


"Archangel Hill", o álbum de 2023 e o terceiro após o regresso, "Lodestar" (2016) e "Heart′s Ease" (2020) são os outros dois, continua a revelar uma vitalidade surpreendente e consegue mesmo integrar algumas das listas dos melhores álbuns do ano, o que não é pouco para alguém da sua idade.


A faixa inicial é "Fare Thee Well, My Dearest Dear"  e sobre ela escreve a própria Shirley Collins:

"In 1904 in Monskgate, West Sussex, Ralph Vaughan Williams noted down this exquisite and Poignant song from Mrs Harrier Verral, who, with her husband, Peter, sang over one hundred songs to RVW and other collectors. It is one of many narratives in which the female protagonist cuts her hair, dons male attire and stows away on board ship, but is the only one I know that has Venice as the proposed destination, and is liwise rare in rewarding such entreprise with an unhappy ending."





Shirley Collins - Fare Thee Well, My Dearest Dear

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

John Cale - Mercy

  Algumas memórias de 2023


Já no ano passado, em "Algumas memórias de 2022", o tinha referido e hoje fica a confirmação. 2023 viu ser publicado um novo álbum, com  novas canções, de John Cale o que já não acontecia desde 2012.

John Cale já vai com 81 anos e continua a ser uma das figuras mais importantes que o Rock nos deu e, infelizmente, não tão conhecido quanto devia. Figura de vanguarda do Rock desde os anos 60 quando com apenas 21 anos resolve mudar-se do País de Gales para os Estados Unidos onde conhece músicos como John Cage e La Monte Young. Depois é o que se sabe, co-fundador com Lou Reed dos The Velvet Underground onde permaneceu de 1965 a 1968.

A partir daí carreira a solo partilhada com a de produtor e compositor de bandas sonoras, gravou 19 álbuns de estúdio que nunca conheceram os Top e nunca abandonou o seu carácter inovador o que conduziu a que alguns trabalhos sejam ainda hoje de difícil audição (ouça-se por exemplo "The Academy in Peril" (1972) ou "Church Of Anthrax" (1971)).


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"Mercy" é o álbum de 2023 do qual já se conheciam "Night Crawling" (ver "Algumas memórias de 2022") e  "Story of Blood" e encontra-se entre o que de melhor o ano de 2023 nos deixou. Nem sempre de abordagem fácil, com necessidade de múltiplas audições, é um disco bem recomendável e a rivalizar entre os melhores do ano.





John Cale - Mercy

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Peter Gabriel - Panopticom

 Algumas memórias de 2023


Tomei contacto com a música dos Genesis em 1972 quando foi publicado um dos melhores trabalhos de sempre do Rock Progressivo de nome "Foxtrot". De seguida conheci o anterior "Nursery Crime" (1971) e depois acompanhei de perto a discografia deste grupo até à saída do grupo de Peter Gabriel em 1975. Em meu entender este é um dos casos em que a soma das partes é maior que cada uma delas em separado. Ou seja as partes perderam com a separação.

Os Genesis foram progressivamente abandonando o Rock Progressivo e sob o comando de Phil Collins abraçaram o Pop comercial que lhes granjeou popularidade e fortuna.

Quanto a Peter Gabriel teve um percurso errático, espaçado e nem sempre bem conseguido sob o ponto de vista de composição e orquestração, que as qualidades vocais foram-se mantendo.

Os Genesis terminaram em 2022 e Peter Gabriel, actuamente com 73 anos, surge com um novo álbum de originais. "I/O", após um interregno de 21 anos.


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E. se bem que bem recebido pela generalidade da crítica, não me consigo rever nela, talvez por demasiado preso ao seu passado nos Genesis, mas o que é certo é que não consegui deixar de  sentir algum tédio à medida que o fui ouvindo e não tive paciência para ouvir a 2ª mistura (na realidade existem três misturas do álbum assim designadas: "Bright-Side Mix", "Dark-Side Mix" e "In-Side Mix"). Talvez resulte ao vivo mas não para ouvir em casa, não há pachorra.

O primeiro tema é "Panopticom".





Peter Gabriel - Panopticom

domingo, 14 de janeiro de 2024

Iggy Pop - Frenzy

Algumas memórias de 2023


Pois é, Iggy Pop tem 76 anos e disfarça-os bem. Quando em 1981 o vi ao vivo no Pavilhão Infante Sagres no Porto, achei-o ultrapassado. Pese o Punk ainda estar bem fresco e a música dele ter sido considerada percursora desse movimento, pareceu-me musicalmente desinteressante, restando a sua postura enérgica em palco. Talvez a má qualidade sonora que naqueles tempos os concertos de Rock tinham (o Pavilhão Infante Sagres não tinha os mínimos) tenha contribuído para o meu juízo, mas quão errado eu estava.

É certo que os seus discos da década de 80 não encantaram, mas é verdade que sempre soube explorar caminhos não fáceis de percorrer do Rock Alternativo, do Garage Rock ao Punk Rock.

Dentro do género mantem-se como uma figura de topo, revelando uma actualidade e frescura invejáveis, é assim que em 2023 surge ""Every Loser" o seu mais recente longa duração. Nem idade e a escoliose lombar por demais evidente o inibe de continuar com actuações frenéticas a fazer inveja a muitos jovens.


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Bem recebido pela crítica "Every Loser" combina uma série de estilos que não frusta as expectativas dos fãs. Ouça-se "Frenzy", a faixa de abertura, que é o primeiro destaque deste álbum a não ignorar.






Iggy Pop - Frenzy

sábado, 13 de janeiro de 2024

Graham Nash - When It Comes To You

 Algumas memórias de 2023


A solo Graham Nash publicou até à data somente 7 álbuns, dir-se-á que não é muito para quem já vai na provecta idade de 81 anos. No entanto não esquecer a sua discografia e respectivo contributo em grupos de que fez parte, The Hollies e Crosby, Stills and Nash (com e sem Young) e ainda em duo Crosby & Nash.

Figura importante do melhor Folk-Rock americano, pese ser inglês, com evidente destaque nos anos 70 onde se encontra o seu melhor álbum "Song For Beginners" (1971).

Pois em 2023 publicou um álbum novo de nome "Now" o qual teve boa recepção por parte da crítica. Bem escrito, bem tocado, bem cantado, mas com falta de chama. Menos Folk-Rock, mais Pop-Rock demasiado mainstream para meu gosto. Nele não se encontram temas como por exemplo os saudosos: "Military Madness","I Used to Be a King",  "Simple Man" ou "Chicago", por exemplo.


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Um disco bem melódico e nostálgico que penso ganha com múltiplas audições, foi essa sensação quando cheguei ao fim e ouvi "When It Comes To You".





Graham Nash - When It Comes To You

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Cat Stevens - King of a Land

Algumas memórias de 2023


Cat Stevens e a década de 70 são inseparáveis. Em particular os primeiros anos da década onde se situam os melhores trabalhos de Cat Stevens. Ainda nesta década converte-se ao Islão e assim se vão passar muitos anos até ao seu regresso a meio dos anos 90 já não como Cat Stevens mas como Yusuf Islam ou simplesmente Yusuf. Já mais recentemente recupera o seu nome inicial e passa a assinar Yusuf/Cat Stevens.

É assim que surge no álbum de 2023, "King of a Land", um álbum de canções infantis. A voz bem característica ainda está, quase sempre, lá, mas a magia de composição que tanto nos cativou há mais de 50 anos já não se manifesta.


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Aqui e ali parece ouvir-se o antigo Cat Stevens, como por exemplo na faixa título "King of a Land" que agora segue para audição.





Cat Stevens - King of a Land

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Paul Simon - The Lord

  Algumas memórias de 2023


Quando em 2018 Paul Simon publicou "In the Blue Light" fiquei convencido, que ao regravar com individualidades do Jazz um conjunto de canções suas menos conhecidas, que seria a sua última gravação de estúdio. Tinha na altura já 77 anos e começavam-se a denotar algumas falhas vocais que faziam sentir saudades de outros tempos com outras capacidades.

No entanto eis que em 2023 somos surpreendidos por um novo álbum de originais, "Seven Psalms", entendida como uma peça única constituída por 7 partes não divididas.

Pese a boa recepção pela crítica. tenho para mim que "Seven Psalms" está muito longe do seu melhor quer em composição quer em interpretação onde são evidentes as actuais fragilidades vocais de Paul Simon.


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Para alguns é o derradeiro álbum de Paul Simon, comparando-o a "Blackstar" de David Bowie e "You Want It Dark" de Leonard Cohen, mas já não digo nada, tudo é possível. Para já é "The Lord" que fica para a respectiva audição.





Paul Simon - The Lord

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

The Rolling Stones - Sweet Sounds Of Heaven

 Algumas memórias de 2023


Ainda nos grupos com origem nos anos 60 não podia deixar passar em branco The Rolling Stones. The Rolling Stones já fizeram 60 anos de longevidade, poucos se podem orgulhar disso. E, embora nunca tenha sido fã do grupo, sempre preferi The Beatles, é verdade que o seu contributo para a história do Rock é bem significativa. mais não fosse pela discografia realizada nos anos 60 e pela duração e actividade invejável que o grupo tem. Também assinalável é a pouca variação que o grupo sofreu desde que se constitui há mais de 60 anos. Actualmente reduzidos a trio desde que Charlie Watts faleceu (1941-2021), mantem-se a dupla fundamental Mick Jagger/Keith Richards e ainda Ronnie Wood desde 1975.


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Em 2023 The Rolling Stones publicaram um novo disco de originais,"Hackney Diamonds", num retorno ao Blues-Rock donde provavelmente nunca deveriam ter saído. Já o tinham feito com o álbum de versões "Blue & Lonesome" em 2016 e desta vez, tirando "Rolling Stone Blues" de Muddy Waters, um conjunto de originais bem engendrados maioritariamente da dupla Jagger/Richards.

"Sweet Sounds Of Heaven" é um ponto alto do álbum contando para isso com a colaboração de Lady Gaga e Stevie Wonder, uma canção, que noutros tempos teria tido outra divulgação que agora não teve.





The Rolling Stones - Sweet Sounds Of Heaven

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Strawbs - The Magic Of It All

Algumas memórias de 2023


Parece que grupos com origem nos anos 60 estão completamente obsoletos e que deviam ter há muito terminado, veja-se os exemplos de gravações em 2023 dos Jethro Tull e Yes, por exemplo. Mas parece-me que tal aconteceu sobretudo em grupos da área do Rock Progressivo, um género datado e talvez por isso mais fácil de desiludir.

Para hoje escolhi um grupo do qual já não ouvia falar há muito tempo: Strawbs.

Os Strawbs são um grupo inglês formado ainda na primeira metade dos anos 60 que experimentou, sob o comando de Dave Cousins, actualmente com 78 anos e único elemento permanente do grupo, diferentes abordagens musicais, do Folk ao Rock Progressivo. Foi ele o responsável pela "descoberta" de Sandy Denny tendo com ela gravado em 1967 o álbum  "All Our Own Work", mas só publicado em 1973.

O maior sucesso do grupo foi a canção "Part of the Union" que fazia parte do álbum "Bursting at the Seams (1973), canção rapidamente adoptada pelos sindicatos ingleses, em particular no refrão "You don't get me I'm part of the Union". Para além dos álbuns já citados são também de lembrar "From the Witchwood" (1971), "Grave New World" (1972) e "Hero and Heroine" (1974), álbuns de fusão do Folk com o Rock Progressivo a que alguns designaram de Folk Progressivo.


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"The Magic Of It All" é o último álbum dos Strawbs, provavelmente mesmo o último pois despediram-se dos concertos em 2023 no Festival Fairport's Cropredy Convention. E sem deslumbrar é um trabalho honesto e agradável de se ouvir, com a reconhecível voz de David Cousins ainda a denotar boas capacidades tendo em conta a idade e os problemas de saúde do mesmo.

Fica o tema título, "The Magic Of It All".





Strawbs - The Magic Of It All

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Yes - Cut from the Stars

 Algumas memórias de 2023


Nutri pelo grupo inglês Yes, como talvez já o tenha dito, uma particular preferência no início dos anos 70. Eram efectivamente criativos e muito agradáveis de se ouvir, por um lado vanguardistas e por outro contrastando a tão aprazível e melodiosa voz de Jon Anderson que ainda hoje o é.

Fizeram história e são um marco do Rock Progressivo os álbuns da primeira metade da década de 70, com atenção especial para "The Yes Album" (1971) e "Close to the Edge" (1972). Estão, no entanto, muito datados e não é o género de música que se ouça todos os dias, pelo menos no meu caso.

Sucessivas alterações no grupo proporcionaram progressivos álbuns de menor interesse e deixaram de ser um "sim" â boa música. Em 2023 arrastam-se com apenas Steve Howe da formação clássica e tornaram-se entediantes ao continuarem a gravar pretensos álbuns de Rock Progressivo.


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Embora alguns críticos tenham recebido bem "Mirror to the Sky" (2023), nem muita, muita nostalgia por tempos passados conseguem que recomende este álbum fora do tempo e xaroposo. Um disco muito pobre a não merecer qualquer estrela.





Yes - Cut from the Stars

domingo, 7 de janeiro de 2024

Jethro Tull - Ginnungagap

Algumas memórias de 2023


Há grupos que são um verdadeiro anacronismo. Os Jethro Tull são um exemplo. Muito poucos grupos de Rock dos anos 60 e 70 souberam manter-se até à actualidade a merecerem a devida reverência, a maior parte devia ter saído de cena a seu devido tempo. No caso do Jethro Tull tal devia ter acontecido no final dos anos 70 com a publicação de "Heavy Horses" um dos últimos álbuns do grupo que ouvi na totalidade. A partir daí a imaginação e a qualidade interpretativa foram diminuindo, a figura de Ian Anderson impôs-se por completo e a sonoridade do grupo passou a ser totalmente previsível e nada entusiasmante.

Talvez Ian Anderson deve-se ter seguido carreira a solo e experimentado outros caminhos, talvez no Folk, em vez de manter um grupo que da formação original só ele resta (ou talvez não, o que permitiu-me vê-los ao vivo em 2000 no Coliseu do Porto). Uma coisa é certa, actualmente são uma pálida imagem do que já foram. e aí está a comprová-lo "RökFlöte", o álbum de 2023.


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Acrescentando a evidente perda de voz de Ian Anderson, "RökFlöte" confirma o desapontamento que já há muito vinha revelando. Um álbum para esquecer.





Jethro Tull - Ginnungagap

sábado, 6 de janeiro de 2024

Neil Young - My Heart

  Algumas memórias de 2023


Neil Young, estrela maior do Rock, também marcou, o que já não é novidade, o ano de 2023. Também ele, à semelhança de Joni Mitchell, Van Morrison, Roger Waters e Bob Dylan, andou à volta do seu passado. E foram várias as edições que o provam, vejamos:

- Série ORS: "Official Release Series Discs 22, 23+, 24 & 25", caixa com a reedição dos álbuns "Freedom" (1989), "Ragged Glory" (1990), "Weld" (1991) e "Arc" (1991).


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- Série OBS (Official Bootleg Series)

    OBS02: "High Flyin'" (1977)


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    OBS06: "Somewhere Under the Rainbow" (1973)


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Não os ouvi, só espero que tenham melhor qualidade de som do que "Citizen Kane Jr. Blues" (OBS05) editado em 2022.

Antes de passar ao que mais interessa referir ainda:

- Série SRS (Special Release Series): "Odeon Budokan", edição só em vinil de gravações em Londres e Tóquio da turnê de 1976.



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E finalmente o que considero serem os mais importantes.

- Série SRS (Special Release Series):

Ainda na série SRS foi publicado "Chrome Dreams", conjunto de canções compiladas de gravações efectuadas entre 1974 e 1976 e inicialmente pensadas para serem editadas em 1977 e que entretanto foram integradas em diversos álbuns. Uma excelente compilação de grandes canções que se continuam a ouvir com todo o prazer. De uma década recheada de grandes trabalhos este teria sido um dos melhores se tivesse então visto a luz do dia. Mas, nunca é tarde para nos deleitarmos com mais esta obra de Neil Young.


Edição em CD com a ref: 93624869351


- Série ORS (Original Release Series): 

ORS53: "Before + After", nas palavras do próprio Neil Young: "Songs from my life, recently recorded, create a music montage with no beginnings or endings."


Edição em CD com a ref: 93624849841


Como podem constar múltiplas oportunidades de se deliciarem com um dos melhores e mais produtivos músicos que o Rock produziu. 

Proponho-vos "My Heart" original do álbum "Sleeps with Angels" (1994), um excelente e menos considerado álbum, agora revisto. É Neil Young em 2023.





Neil Young - My Heart

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Bob Dylan - Watching the River Flow

 Algumas memórias de 2023


Bob Dylan publicou em 2023 o seu 40º álbum de estúdio e também ele se dedicou à revisão do seu trabalho passado. Do alto dos seus 82 anos Bob Dylan continua a ser uma referência da melhor música popular actual, Recorde-se o excelente "Rough and Rowdy Ways" (2020) e a turné de 2023 que o trouxe ao Porto e que tive a oportunidade de ver. 

O álbum de 2023 intitula-se "Shadow Kingdom", de acordo como o filme-concerto "Shadow Kingdom: The Early Songs of Bob Dylan", e é composto por 13 canções sendo o instrumental "Sierra's Theme" a única original.

Muitas das vezes, quando um artista começa a rever a sua discografia, é sinónimo de falta de inspiração ou mesmo decadência. Não é o caso de Bob Dylan que faz de "Shadow Kingdom" um álbum sério, actual e que "quase" poderia ter sido composto agora.


Edição em CD com a ref: 19658767492




Associado ao concerto de Bob Dylan, inserido no "World Wide Tour 2021-2024, o ano de 2023 fica marcado por "Shadow Kingdom" uma excelente revisitação de alguns temas da sua obra, alguns poucos conhecidos, e que fica entre o melhor do ano que agora nos deixou.

Recupero "Watching the River Flow" (lado A de Single editado em 1971).





Bob Dylan - Watching the River Flow

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Joni Mitchell - Electricity

Algumas memórias de 2023


O último álbum de originais de Joni Mitchell,"Shine", data de 2007. Foi o fim de uma carreira excepcional que a colocam no topo da música popular, poucos se lhe comparam.

Em 2015 sofreu um aneurisma cerebral que levou a um longo e intenso processo de recuperação, voltar a andar, a cantar e tocar, faculdades que tinha então perdido.

A surpresa surgiu em 2022 quando surge a  fechar o "Newport Folk Festival" tendo por suporte Brandi Carlile e um grupo de amigos. Entretanto, já em 2023, realiza o seu primeiro concerto em nome próprio, o que não acontecia desde 2000. É da primeira aparição que é publicado em 2023 "Joni Mitchell at Newport", um feito notável mas que "peca", compreensivelmente, pela ajuda vocal de Brandi Carlile e do coro ao ultrapassar dificuldades de Joni Mitchell, deixando frequentemente de ser a voz principal.




Mas o melhor estava para vir, e o melhor está no seu passado e nos arquivos que Joni Mitchell tem vindo a editar. Em 2023 surge o 3º volume, um conjunto de 5 CD intitulado "Joni Mitchell Archives – Vol. 3: The Asylum Years (1972–1975)" e é o melhor dos três volumes até agora publicados.


Caixa de 5 CD da editora Rhino com a ref:
 R2 717547 / 603497834303

As composições estão assim agrupadas:

- Graham Nash David Crosby Session, December 13, 1971
- For The Roses Demos, Late 1971 / Early 1972
- Live At Carnegie Hall, February 23, 1972
- Live At Carnegie Hall (Cont.), February 23, 1972
- For The Roses Early Sessions, April 16-21, 1972
- Live At Royal Festival Hall, May 5, 1972
- For The Roses Sessions, July-August 1972
- James Bay Benefit Concert, April 15, 1973
- Court And Spark Demos, Summer 1973
- Wild Tales (Graham Nash) Session, August 25, 1973
- Tonight's The Night (Neil Young) Session, August 26, 1973
- Court And Spark Sessions, September-October, 1973
- Live At Dorothy Chandler Pavilion, March 3, 1974
- Live At Dorothy Chandler Pavilion (Cont), March 3, 1974
- Live at New Victoria Theatre, April 22, 1974
- Live At Wembley Stadium, September 14, 1974
- The Hissing Of Summer Lawns Demos, 1975
- The Hissing Of Summer Lawns Sessions, 1975




Entre o que conheço a melhor caixa de arquivos do ano de 2023. Altamente recomendado para todos os fãs de Joni Mitchell. Difícil é a escolha de uma das 96 faixas que compõem esta caixa, não preciso de ir longe, fico logo pelo primeiro CD. A faixa é "Electricity", canção ao vivo no Carnegie Hall, em 23 de Fevereiro de 1972, e pertencia ao LP "For The Roses" do mesmo ano.





Joni Mitchell - Electricity

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Roger Waters - Great Gig in the Sky

 Algumas memórias de 2023


Roger Waters está já com 80 anos. Em 2023 deu continuidade à turnê "This Is Not a Drill" que, apesar da controvérsia gerada pelas suas posições nos conflitos russo-ucraniano e israelo-palestiniano, tem sido um sucesso e digno de se ver.

O mesmo já não digo do seu mais recente álbum "The Dark Side of the Moon Redux", revisão do álbum "The Dark Side of the Moon" de 1973 dos tempos idos dos Pink Floyd. Hoje, consensualmente considerado um dos melhores trabalhos de sempre do Rock Progressivo, não tem nesta versão a dimensão que merecia ter.


https://www.discogs.com/


Em 2022 apreciei o seu "The Lockdown Sessions" onde, em confinamento devido ao COVID-!9 reinterpretou temas do seu passado a solo e com os Pink Floyd, no entanto não tive as mesmas sensações com este "The Dark Side of the Moon Redux". Demasiado "Spoken Words" e perda de convicção, parecendo por vezes que se está a ouvir o canal de rádio "Smooth FM", sem a originalidade e eloquência de 1973, era em meu entender, um trabalho que se dispensava.

O exemplo vai para a faixa "Great Gig in the Sky" e quão distante fica do original, ou não?





Roger Waters - Great Gig in the Sky

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Van Morrison - Beyond Words

Algumas memórias de 2023


2023 foi o ano em que alguns músicos bem conhecidos com origem nos anos 60 consideraram efectuar gravações em revisão do seu passado. De modo diferente, uns revisitando a sua própria discografia ou, no caso de hoje, recuperando música da sua infância e que, de alguma forma, o influenciou, falo de Van Morrison.

Van Morrison, actualmente com 78 anos, publicou no ano de 2023 três álbuns continuando com uma actividade discográfica impressionante. Van Morrison, já o devo ter dito não sei quantas vezes, é um dos meus músicos preferidos de sempre e dele tenho quase toda a sua extensa discografia. No entanto, tenho de ser sincero, há já alguns anos que a genialidade de Van Morrison parece ter diminuído ou mesmo desaparecido, efctuando um conjunto de gravações que nada acrescentam ao melhor a que estava habituado. Tenho que recuar a "Three Chords & the Truth" (2019) para encontrar um álbum que mereça múltiplas audições.


CD duplo com a ref: 4819141


São de 2023 os álbuns "Moving On Skiffle" (duplo CD) que, como nome indica se ancora no Skiffle dando-nos a ouvir 34 canções bem interpretadas e agradáveis de se ouvir e "Accentuate the Positive" 19 versões de canções em toada Rock'n'Roll e que dificilmente se ouve 2ª vez, assim pensando não o adquiri. 


https://www.discogs.com/


Pelo meio ficou ainda um terceiro álbum bem original na discografia de Van Morrison pois é somente instrumental e que é constituído por 17 temas não editados das décadas de 70, 80, 90 e 2000. Este álbum inaugura uma nova editora do próprio, "Orangefield Records", que será vocacionada para a edição dos arquivos de Van Morrison.


https://www.vanmorrison.com/


Deste trabalho sugiro "Beyond Words" o tema de abertura.





Van Morrison - Beyond Words