segunda-feira, 13 de março de 2017

Bob Dylan - Highway 61 Revisited

Passagem por 20 álbuns ímpares da década de 60

Não tinha ainda 4 anos quando a década de 60 se iniciou, daí que as minhas memórias musicais se centrem claramente no final da década. Daí também que os discos mais marcantes sejam referentes ao 2º lustro dos anos 60. Alguns não os "vivi" em tempo real, mas os últimos da década sim, apesar da minha juventude.
Esta escolha não é necessariamente uma lista dos melhores discos da década, embora qualquer deles possa figurar em qualquer eventual lista. São sim discos que de alguma forma me marcaram e que ainda hoje se ouvem como dos mais significativos da música popular dos últimos 50, 60 anos.
A fazer-se uma escolha dos melhores álbuns da década não poderíamos ignorar, nos primeiros anos onde o Jazz era dominante, discos como ""Giants Steps", "My Favorite Things" de John Coltrane,   "Waltz For Debby" de Bill Evans, "The Black Saint And The Sinner Lady" de Charles Mingus ou "Monk's Dream" de Thelonious Monk. Ficamos pelo que genericamente e simplificadamente se designa por Rock e Folk e suas nuances e matizes. De notar ainda na primeira metade dos anos 60 a importância da discografia de Bob Dylan, referência maior da música popular. Procuramos ainda não repetir nenhum autor de forma a alargar o leque de influências.

Posto isto, passemos então a um conjunto de álbuns, outros ficaram de fora, que foram, para mim, determinantes na formação do meu gosto musical.
A passagem é feita por ordem cronológica sem qualquer outra relação.




O ano de 1965 é um ano de viragem na cena musical dos anos 60, com a passagem de algum simplismo da música Pop para uma sofisticação maior e crescente até ao final da década.
Bob Dylan encontra-se nessa encruzilhada e nesse ano edita 2 LP absolutamente marcantes na sua discografia e em toda a história da música dita popular: "Bringing It All Back Home" (ou como ficou por cá conhecido "Subterranean Homesick Blues" e o único e seminal "Highway 61 Revisited". O primeiro semi-eléctrico, semi-acústico e o segundo completamente eléctrico rompendo com a sonoridade acústica Folk de até então.

Na integra só conheci o LP mais tarde, mas temas como "Like a Rolling Stone" foram, desde logo, marcantes e posicionaram Bob Dylan como uma das minhas preferências de sempre.




Bob Dylan - Like A Rolling Stone

2 comentários:

  1. Epá! Gosto mesmo destas memórias musicais contadas na primeira pessoa do singular.

    As referências a discos concretos, circunstâncias concretas em que foram ouvidos e descobertos é um modo muito interessante de conhecer o panorama musical que tínhamos na segunda metade dos anos sessenta, primacial e fundamental para a nossa modernidade.

    Tenho alguns jornais da época e interessa-me situar nesse espaço de alguns anos ( 65-74) o modo como evoluímos em Portugal para conhecer melhor um fenómeno que acompanhei em parte e agora me suscita grande curiosidade: porque deixamos de ser salazaristas e passamos para comunismo e socialismo adoptando-lhe a linguagem, tornando-nos esquerdistas, até hoje, logo logo nas primeiras semanas depois do 25 de Abril de 1974.

    Isto é um modo de dizer porque me refiro apenas às tendências gerais, deixando de lado excepções importantes.


    No fundo isto que V. aqui faz é uma espécie de estudo semiótico muito interessante.

    Vou acompanhar.

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  2. Grato pelo seu comentário. A dar alento a continuar estas deambulações pelas memórias da música popular.

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