sexta-feira, 24 de abril de 2015

José Almada - Hóspede

De novo um regresso a José Almada e ao seu primeiro disco, esse supremo LP de nome “Homenagem”.
Se o disco é todo ele de nível excelente, não posso deixar de destacar esse pequeno tema denominado “Hóspede”. A saudosa revista “mundo da canção” escrevia no seu nº 12 de Novembro de 1970, pela mão atenta e exigente de Tito Lívio:

“O melhor tema-musical e poético: «Hóspede».
Uma solidariedade assumida na carne (até onde a coerência e sinceridade?), uma linguagem simples, quotidiana mas igualmente bela e eficaz: «mas ninguém sofre a dor/que os outros têm/daí o mal/é que provém». Uma desmistificação da esmola, da caridade usual: «quando por essas ruas vais sozinho/diz-me acaso encontraste alguém/que te fitasse bem/de face a face/e que parasse no caminho/alguém a quem abrir o coração/a quem dizer toda a verdade».
Mas também um certo entusiasmo ingénuo e crente: «não te envergonhes da pobreza/vem sentar-te à minha mesa/e come do meu pão/mendigo meu amigo/meu irmão».
A voz de José Almada assume aqui uma personalidade própria, diferente, voz quási dolorosa. Dicção e elocução claras, marcação certa das palavras em ordem a uma correcta expressão da imagem poética.”

Quase 40 anos depois, José Almada em 2008 ao vivo, interpreta “Hóspede”, a não perder (pese a menor qualidade do vídeo).




Enquanto não vemos a reedição com a qualidade sonora que a obra de José Almada merece, contentemo-nos com esta cópia em mp3. Para audições múltiplas, segue José Almada (e aquela forma estranha de cantar) e o “Hóspede”, bela recordação!



José Almada - Hóspede

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