quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Luís Cília - D. Sancho

Foi há 40 anos!
O panorama musical de Portugal no ano de 1974 foi marcado por 4 discos, a saber:

- Sérgio Godinho – À Queima Roupa
- Fausto – P’ró Que Der E Vier
- Luís Cília – O Guerrilheiro (regravado em 1982 como “O Cancioneiro”)
- José Afonso – Coro Dos Tribunais (gravado em 1974, editado em Janeiro de 1975)

Comecemos pelo que ficou menos conhecido, Luís Cília e “O Guerrilheiro. Luís Cília foi sempre um caso à parte na música popular portuguesa. Depois do inicial "Portugal-Angola: Chants de Lutte", dos 3 discos "La Poésie Portugaise de nos jours et de toujours" e do excelente “Contra a Ideia da Violência a Violência da Ideia” de 1973, Luís Cília surpreende com “O Guerrilheiro”.
“O Guerrilheiro” é um disco com profundas raízes no cancioneiro tradicional e dir-se-ia contra a corrente no ano em que foi gravado.



No site www.luiscilia.com, no dizer do próprio:
Cheguei a 29 de Abril e, perante o sectarismo que se começou a criar, dei uma entrevista em que dizia que considerava o Alfredo Marceneiro um cantor revolucionário. É uma coisa que mantenho, mas que na altura até disse como uma forma de provocação contra aqueles tipos que achavam que o fado era fascista. De resto, um povo que durante 48 anos não tinha tido acesso a um determinado tipo de música e que a seguir ao 25 de Abril apanhou com doses industriais de uma reles música a que chamavam revolucionária onde 'pão' rimava com 'patrão'... Depois havia uma inflação de 'revolucionários'. Este disco foi então a minha reacção, como também o foi ter dado a mim mesmo como meta, durante um ano, não cantar em Lisboa. Porque era em Lisboa que se dava o folclore todo. Daí eu ter arranjado, desde essa altura, alguns inimigos. Resolvi fazer este disco, que era em tudo contrário à corrente. Decidi fazer um disco cultural, embora também tivesse a sua intervenção”.

É precisamente da canção  “O Guerrilheiro” que a CGTP iria adaptar o seu hino. Ficamos, no entanto, com uma canção mais pequena (“O Guerrilheiro” dura 10 m) e que sabe tão bem recordar, “D. Sancho”.


Luís Cília - D. Sancho

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