Férias!
E agora uma interrupção nos meus Regresso ao Passado para as minhas primeiras férias de reformado.
Espero estar de volta em meados do mês de Dezembro.
Até lá boas recordações musicais!!!
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
Férias!
E agora uma interrupção nos meus Regresso ao Passado para as minhas primeiras férias de reformado.
Espero estar de volta em meados do mês de Dezembro.
Até lá boas recordações musicais!!!
O Rock Progressivo nos anos 70
Mais um grupo do qual pouco ficou na história da música popular e que faz estreia nestes meus Regresso ao Passado, quem se lembra dos Beggars Opera?
Escoceses de origem os Beggars Opera produziram um Rock Progressivo agradável à época mas nada de verdadeiramente inovador, ouve-se a sua música e logo se dá conta da semelhança com outros grupos bem mais interessantes. À memória vêm os Emerson, Lake and Palmer, ou talvez mais correctamente The Nice pelas semelhanças de Alan Park nos teclados com Keith Emerson.
https://www.discogs.com/ |
"Raymond's Road" era o tema de que me lembrava melhor, pertencia ao primeiro
LP "Act One" e foi publicado em 1970. Para quem for apreciador aqui vão estes
longos onze minutos de "Raymond's Road".
Beggars Opera - Raymond's Road
O Rock Progressivo nos anos 70
Os King Crimson foram uma das bandas mais bem conseguidas do Rock Progressivo, com alguns interregnos ainda existem sob a batuta do seu líder, o guitarrista Robert Fripp, o único que se mantem desde o princípio em 1968. Da formação actual destaca-se ainda Mel Collins regressado depois de ter integrado o grupo de 1970 a 1972 e, para além do já histórico Tony Levin, a presença de três (!!) bateristas.
Muitos outros músicos de relevo passaram pelos King Crimson, lembro-me de Greg Lake, John Wetton, Bill Bruford, Adrian Belew, e os originais Michael Giles e Ian McDonald. E cheguei aos dois nomes que pretendia, ou seja estes dois últimos que pertenceram à formação inicial dos King Crimson tendo ambos saído no ano de 1969.
Michael Giles, baterista e Ian McDonald (1946-2002), teclados e sopros mantiveram-se juntos para a realização de um único álbum, "McDonald and Giles", publicado em 1970.
https://www.discogs.com/ |
Sem dúvida um bom disco que devia ter tido melhor recepção assim como
continuidade. Soa a King Crimson por todos os lados, é verdade, mas não faziam
eles parte dos King Crimson? O duo privilegiou uma faceta mais calma que, para
meu gosto, o torna ainda hoje muito agradável de se ouvir. Começava com o tema
longo "Suite In C" que fica como sugestão de audição.
McDonald and Giles - Suite In C
O Rock Progressivo nos anos 70
Mais um grupo da área do Rock Progressivo que surgiu no ano de 1970 e que gravou de imediato o seu disco de estreia, quem se lembra dos Curved Air?
Sim os grupos de Rock pululavam no final dos anos 60, início da década de 70, em particular aqueles que procuravam explorar novos caminhos para a evolução que o Rock operava desde o surgimentos dos The Beatles. Curved Air era um desses grupos.
Já não era o Rock simples, pró Pop, de êxito fácil, os novos grupos sondavam novos desafios introduzindo instrumentos até então desconhecidos no âmbito das formações tradicionais do Pop-Rock. Era o caso dos Curved Air que, para além dos sintetizadores que então começaram a vulgarizarem-se, electrificaram o violino e passaram-no a usar, via Darryl Way, como instrumento central em muitas das suas composições. E depois tínhamos a voz única e límpida de Sonja Kristina, que eu gostava particularmente, que estabelecia uma ligação periclitante com o virtuosismo musical dos restantes elementos dos Curved Air.
O álbum de estreia, surgiu logo em 1970 designou-se "Airconditioning" e por ele já passei por duas vezes. Não foi o melhor disco do grupo, esse continua a ser "Phantasmagoria" (1972) mas trazia algo de novo ao Rock então tão apelativo.
Desta vez fica para ouvir "Hide And Seek", uma sonoridade original rapidamente
copiada por muitos outros grupos.
Curved Air – Hide And Seek
O Rock Progressivo nos anos 70
Um dos melhores grupos de Rock Progressivo, senão o melhor, foram os Gentle Giant que duraram toda a década de 70 (iniciaram-se em 1970 e terminaram em 1980). Foram também um dos menos conhecidos, talvez por algum experimentalismo que a sua música manifestava mas também pela postura do grupo pouco dado a abordagens comerciais, mesmo depois do fim até hoje recusaram-se a regressar à ribalta.
Com uma discografia composta por onze álbuns de originais, a minha atenção fixou-se nos quatro primeiros trabalhos editados de 1970 a 1972. Pouco a pouco o Rock Progressivo foi perdendo força e também os Gentle Giant não resistiram ao seu declínio.
Edição do Reino Unido com a ref: 6360020. Preço 216$00 (cerca de 1 €) |
Do surpreendente 1º álbum de 1970, que já recordei várias vezes, aqui vai uma
faixa, "Isn't It Quiet And Cold". Espero que apreciem tanto quanto eu naqueles
tempos e ainda agora também.
Gentle Giant - Isn't It Quiet And Cold
O Rock Progressivo nos anos 70
Keith Emerson fez parte dos The Nice, Greg Lake dos King Crimson e Carl Palmer dos Atomic Rooster. Os três em 1970 formam os Emerson, Lake and Palmer. Apreciei imenso os ELP mas foi sol de pouca dura, não resisti aos primeiros quatro álbuns que adquiri quando foram editados (entre 1970 e 1972) para logo depois deles desligar. Para mim tinham esgotado, à semelhança de muitos grupos de Rock Progressivo da mesma altura, e pareciam-me pretensiosos e progressivamente desajustados no tempo.
Edição portuguesa, em vinil, referência 10.287224.35 |
O melhor estava quando foram novidade pelo que fiquemos no ano de 1970, ano do primeiro álbum homónimo e claramente o trabalho mais bem conseguido do grupo. Predominantemente instrumental, mas com belíssimas intervenções de Greg Lake nas faixas com voz, era composto por seis temas das quais quatro originais e duas adaptações de composições de músicos clássicos, Béla Bartók, Leoš Janáček e Johann Sebastian Bach.
Tendo em conta que já recordei "Take a Pebble", "The Barbarian" e "Lucky Man",
continuo com "Knife-Edge", um arranjo de Keith Emerson sobre composições
de Leoš Janáček e Johann Sebastian Bach.
Emerson, Lake & Palmer - Knife-Edge
O Rock Progressivo nos anos 70
Em 1970 os Genesis eram um grupo muito pouco conhecido, eu pelo menos desconhecia-os de todo. Na realidade só os conheci em 1972 com o excelente "Foxtrot", um dos melhores discos de Rock Progressivo de sempre, para logo de seguida conhecer o anterior ""Nursery Crime" do ano anterior que com muitos bons momentos de Rock não atinge o nível de "Foxtrot".
https://www.discogs.com/ |
Mas antes ainda mais dois LP respectivamente "From Genesis to Revelation" (1968) e "Trespass" (1969) que ficaram para mim desconhecidos durante muito tempo, o que, na verdade, não se perdeu muito dada a inferioridade evidente dos mesmos. Tão pouco se poderão catalogar de Rock Progressivo, embora "Trespass" dele se aproxime em temas como "The Knife" que agora se pode ouvir. De notar que nem Phil Collins, nem Steve Hackett faziam ainda parte do grupo.
De qualquer forma Tony Banks nos teclados e Peter Gabriel na voz e flauta eram
já marcas reconhecíveis do que veio a ser a melhor sonoridade do grupo.
Genesis – The Knife
O Rock Progressivo nos anos 70
Se a memória não me falha "Atom Heart Mother" foi o primeiro LP dos Pink Floyd que adquiri no início dos anos 70. Publicado em 1970 era o 5º álbum do grupo inglês já com reconhecimento em alguns países (Reino Unido, França, EUA, por exemplo) mas ainda longe do estrelado que com o correr da década de 70 iria obter.
"Atom Heart Mother" é provavelmente o álbum mais polémico do grupo, um disco com duas faces bem distintas, a primeira uma suite com mais de 23m gravada com orquestra era uma das experiências mais atrevidas e polémica da fusão da música de um quarteto de Rock e os coros, cordas e metais clássicos. No dizer de Jean-Marie Leduc, em "Pink Floyd", "Atom Heart Mother", a composição, terá provocado o deleite de uma população menos jovem, enquanto o segundo lado, bem mais variado, explorava sons que iam do Folk à música Concreta. Para Roger Waters "Atom Heart Mother é apenas uma passagem. uma experiência"
Edição de 1970 do Reino Unido com a referência SHVL 781 |
O álbum terminava com uma peça instrumental de 13 minutos de nome "Alan's
Psychedelic Breakfast" dividida em três partes "Rise and Shine", "Sunny Side
Up" e "Morning Glory". Era mais um tema a gerar discórdia quanto ao seu valor.
Entre o psicadélico e a música Concreta aprecie-se "Alan's Psychedelic
Breakfast", os Pink Floyd na sua fase mais experimental.
Pink Floyd - Alan's Psychedelic Breakfast
O Rock Progressivo nos anos 70
Mais um grupo de Rock Progressivo que me traz as melhores memórias. Com a música dos The Moody Blues fizeram-se ligações de três gerações. Por volta de 1970 dei a ouvir The Moody Blues ao meu pai e foi o suficiente para o cativar para o universo sonoro do Rock mais imaginativo. O mesmo fiz com a minha filha, agora em CD, já nos anos 90 e passadas duas décadas, quando do Rock Progressivo já nada sobrava, a "velha" música dos The Moody Blues ainda lhe prendeu a a atenção.
Há muito que The Moody Blues deixaram de produzir algo de minimamente interessante, actualmente restam as digressões que John Lodge e Justin Hayward, recordando velhos êxitos, ainda realizam a solo, resta pois recuar e recordar os sete álbuns realizados entre 1967 e 1972 e a bela música que eles encerram.
Entre eles está "A Question of Balance" de 1970, que ainda consta em excelente estado de conservação na minha discoteca, e que a ele recorro de tempos a tempos, começando por admirar a capa que naqueles tempos eram complementos verdadeiramente artísticos.
Abandonando o formato conceptual dos álbuns anteriores, "A Question Of
Balance" apresentava ainda um conjunto de canções dignas de registo.
Acrescento às que já divulguei mais esta, "Dawning Is the Day".
The Moody Blues - Dawning Is the Day
O Rock Progressivo nos anos 70
Não sei se já o disse, mas no início dos anos 70 tinha um fraquinho pelo grupo de Rock Progressivo de nome Yes.
O primeiro álbum que me lembro de ter ouvido foi "The Yes Album", de 1971, que logo adquiri pois correspondia a algo que nunca antes tinha ouvido, era tudo novo desde a voz de Jon Anderson à sonoridade criada pelos restantes músicos, a saber nesta altura, Chris Squire (1948-2015), Steve Howe, Tony Kaye e Bill Bruford.
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Mas antes já os Yes tinham gravado 2 LP, o homónimo álbum de 1969 e "Time and Word", dois discos ainda com Peter Banks no lugar que viria a ser de Steve Howe, dois discos que não tiveram o sucesso que "The Yes Album" viria a ter e ainda em busco de um som que a entrada de Steve Howe viria ajudar a definir.
Para recordar os primórdios dos Yes fica o teme título "Time and a Word".
O Rock Progressivo nos anos 70
Isto da catalogação dos músicos e grupos em determinado género tem que se lhe diga. Muitas das vezes nem sequer os imagino em determinado género, mas o rótulo indica-os como tal. Vale o que vale e vale pouco, o que efectivamente interessa é a real qualidade, novidade e criatividade que apresentam. Lembro-me dos Traffic que aparecem nas listagens do Rock Progressivo e que eu, quando me lembro deles, associo mais ao Folk-Rock e ao Jazz-Rock.
Adiante, que, como disse, o importante é a obra que nos deixaram e a dos Traffic não é de menosprezar. Com uma formação centrada em Steve Winwood, Dave Mason , Jim Capaldi (1944-2005) e Chris Wood (1944-1983), também por lá passaram músicos como Ric Grech (1945-1990), ex-Family e ex-Blind Faith, e Rebop Kwaku Baah (1944-1983).
Referência ILPM 9116, edição de 1987 do Reino Unido, faz parte da série: Island Life Collection |
"John Barleycorn Must Die" marca o ano de 1970, é o quarto álbum do grupo e é um dos meus preferidos.
Deste álbum a canção que mais se ouvia era "Empty Pages" que já se encontra
disponível para audição noutro Regresso ao Passado, para hoje sugiro, a
escolha não é fácil pois este trabalho é muito homogéneo, "Glad" a faixa de
abertura composta por Steve Winwood.
Traffic - Glad
O Rock Progressivo nos anos 70
O Rock dito progressivo teve experiências bem radicais no final dos anos 60, início da década de 70. Em particular as que procuraram a fusão do Rock com a música Clássica. Os exemplos mais evidentes são a dos The Moody Blues, em 1967, com "Days of Future Passed", os Procol Harum com "Procol Harum Live: In Concert with the Edmonton Symphony Orchestra" editado em 1972 mas gravado ao vivo no ano anterior, os Deep Purple com "Concerto for Group and Orchestra" em 1969 e talvez menos conhecido os Pink Floyd com a peça "Atom Heart Mother" que ocupava o lado A do álbum com o mesmo nome gravado com a EMI Pops Orchestra em 1970.
Por ventura menos conhecida é a proposta de hoje, o grupo dá pelo nome The Nice, um grupo vanguardista inglês, que existiu de 1967 a 1970 e onde pontificava a figura de Keith Emerson mais conhecido pelos históricos Emerson, Lake and Palmer e o álbum é predominantemente ao vivo tendo o nome de "Five Bridges". O disco foi editado em 1970 já após do fim do grupo e as gravações ao vivo foram realizadas em Croydon em 1969.
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The Nice foram a expressão maior do Rock Progressivo no final da década de 60,
aqui numa experiência sinfónica com o suporte The Sinfonia Of London, onde são
interpretados temas de Sibelius, Tchaikovsky, e a suite "Five Bridges" da
autoria de Keith Emerson e Lee Jackson que ocupava todo o lado A.
The Nice – Five Bridges
O Rock Progressivo nos anos 70
Foram muitos os discos de Rock Progressivo que se editaram no ano de 1970, era um género recém-nascido, em pleno crescimento e pleno de potencialidades que permitiu a muitos grupos afirmarem-se com características muito próprias e facilmente identificáveis. Fosse pela vocalização, pelos instrumentos utilizados ou (e) pelo estilo de composição, mal se ouvia um disco novo rapidamente se reconhecia de que grupo se tratava. É o exemplo de hoje com os Procol Harum cuja voz de Gary Brooker (1945-2022) e o estilo de composição entre o barroco e o Rock Psicadélico os colocavam entre os grupos que eu mais apreciava no seio do Rock progressivo.
Em particular os primeiros discos do grupo que tão grandes canções nos deixaram de "A Whiter Shade of Pale" e "Homburg" à obra prima que foi "Salty Dog" (álbum e canção), sem esquecer por exemplo "In Held 'Twas in I" ou "Whaling Stories".
"Home" é o quarto LP do grupo e foi editado em 1970. Um disco um pouco inferior aos anteriores, pelo menos para meu gosto, talvez à procura de acerto após a saída de Matthew Fisher, organista dos Procol Harum desde a sua formação.
"Dead Man's Dream", um tema relativamente desconhecido do grupo é uma das
minhas preferências deste álbum, é a proposta que fica para audição.
Procol Harum – Dead Man's Dream
O Rock Progressivo nos anos 70
Constituíram-se em meados dos anos 60 e tiveram o seu melhor período na década de 70 onde se encontram os seus mais significativos trabalhos, são os Barclay James Harvest, mais um grupo inglês de Rock Progressivo.
Aos mais atentos não passaram despercebidos os primeiros trabalhos do grupo onde se destacava a canção "Mocking Bird" do segundo álbum "Once Again" (1971), isto antes de ganharem maior notoriedade com discos como "Time Honoured Ghosts" (1975) e o auge da popularidade com o álbum ao vivo "Berlin (A Concert For The People)" de 1982, mas gravado em 1980, junto ao muro que então separava as duas Alemanhas.
Quanto ao ano de 1970 que é o que agora me interessa os Barclay James Harvest publicaram o primeiro LP de nome homónimo e diga-se passou quase despercebido, pelo menos eu não me recordo de todo pelo que tive de ouvir agora. Os anos passaram mas não trouxeram valor acrescentado a este disco
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De "Taking Some Time On", que foi editada em Single, não gostei, seguiu-se "Mother Dear" que me deu algum alento para continuar, assim como com "The Sun Will Never Shine" e lá fui ouvindo sem grande entusiasmo o resto do álbum.
E no final tinha os sons de "When The World Was Woken" no ouvido pelo que fica
como exemplo dos primórdios dos Barclay James Harvest.
Barclay James Harvest - When The World Was Woken
O Rock Progressivo nos anos 70
Um dos projectos musicais mais interessantes da minha juventude e que também abordaram o Rock Progressivo, embora não fossem menos atraentes quando estiveram mais próximos do Blues-Rock e do Folk-Rock, foram os Jethro Tull.
Por cá os Jethro Tull não era um grupo muito conhecido, pelo menos nos primeiros anos (1968-1970) em que publicaram três bem inovadores álbuns e onde a figura de Ian Anderson se foi tornando dominante no grupo, a divulgação maior veio no início dos anos 70 com disco com "Aqualung", "Thick as a Brick" e "Passion Play".
No ano de 1970, que estou a recordar, os Jethro Tull editam "Benefit", o seu terceiro trabalho e no qual constavam temas com riff bem poderosos como então estava em moda no Rock de características mais progressivas.
Edição em vinil da Chrysalis, ref:ILPS 9123, de 1970 importada do Reino Unido |
De um tempo em que as novidades musicais proliferavam de dia para dia, quer em
quantidade quer em diversidade eis o tema de abertura "With You There to
Help Me".
Jethro Tull – With You There to Help Me
O Rock Progressivo nos anos 70
Uma das minhas preferências na área do Rock Progressivo ia para os King Crimson, um dos grupos pioneiros do género que tive oportunidade de ver uma única vez em 1980 no Estádio de Belém em Lisboa.
Um dos que melhor navegaram nas águas do dito Rock Progressivo e talvez os únicos que o conseguiram com a devida qualidade até aos nossos dias, facto que se deverá ao seu líder Robert Fripp e à qualidade dos músicos de que se rodeou ao longo de quase seis décadas com algumas interrupções pelo meio.
Depois do surpreendente "In the Court of the Crimson King" (1969), somos prendados, no ano de 1970, com mais dois álbuns bem representativos das sonoridades que o grupo então explorava, "In the Wake of Poseidon" e "Lizard".
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À época gostava mais do primeiro que do segundo, talvez a sentir a falta da
voz de
Greg Lake
entretanto saído para integrar um dos super grupos de maior sucesso, os
Emerson, Lake and Palmer. Por isso volto a "In the Wake of Poseidon" para sugerir para audição o tema
título. Mais um belo tema que o Rock Progressivo nos deixou.
King Crimson - In the Wake of Poseidon
O Rock Progressivo nos anos 70
Depois dos Soft Machine faz todo o sentido continuar com os Caravan nesta senda que estou a efectuar pelo Rock Progressivo no ano de 1970. Tal como os Soft Machine são oriundos de Canterbury e a sua música insere-se na mesma "Canterbury Scene", aliás os dois grupos tiveram origem em músicos que faziam parte dos Wilde Flowers ou seja as raízes foram as mesmas.
Constituíram-se em 1968 e em 1970 publicam o seu segundo LP, "If I Could Do It All Over Again, I'd Do It All Over You", aquele que eu conheci melhor.
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Se o tema título foi o mais divulgado, tendo sido editado em Single, a
proposta de audição vai, no entanto, para o tema longo "With An Ear To The
Ground You Can Make It" bem condizent
com os sons mais experimentais que os
grupos de Rock Progressivo exploravam naqueles tempos. Aí vai.
Caravan - With An Ear To The Ground You Can Make It
O Rock Progressivo nos anos 70
Os Soft Machine foram um dos grupos mais importantes do Rock Progressivo do Reino Unido. Formados em Canterbury em 1966 foram o centro musical do que ficou conhecido como "Canterbury Scene", conjunto de músicos que privilegiaram O Rock Progressivo, o improviso e o Rock de fusão com o Jazz.
Talvez o grupo que melhor aproximação fez do Rock ao Jazz. Os anos de ouro dos Soft Machine foram de 1968 a 1971, antes da saída de Robert Wyatt, período em que gravaram quatro álbuns seminais bem distintos do que a maior parte dos grupos faziam, mesmos os da área do Rock Progressivo.
"Third" era o terceiro álbum do grupo e foi publicado em 1970. Quatro faixas, cada uma a ocupar cada lado do álbum duplo que era, no tempo do vinil.
Com mais de dezanove minutos segue "Moon In June", da autoria de Robert Wyatt,
uma das minhas preferidas do grupo.
Soft Machine – Moon In June
O Rock Progressivo nos anos 70
Daevid Allen (1938-2015) foi um músico de origem australiana que ficou conhecido por fazer parte da formação inicial de grupos como os Soft Machine e Gong, ambos com origens no ano de 1967. Dois grupos conectados com o Rock Progressivo, os dois com presença discográfica no ano de 1970.
Impedido de regressar a Inglaterra após digressão na Europa com os Soft Machine, então no seu início e ainda sem qualquer gravação efectuada, Daevid Allen fica em Paris onde forma os Gong. O primeiro LP, de nome "Magick Brotrher", só vai surgir em 1970 apresentando uma sonoridade muito psicadélica com laivos jazzísticos bem notórios.
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Deste estranho álbum bem demonstrativo dos caminhos que o Rock explorava
escolho o tema "Gong Song".
Gong - Gong Song
O Rock Progressivo nos anos 70
Aqui continuo eu na senda de álbuns, de 1970, do chamado Rock Progressivo. Depois do desvio que fiz aos Estados Unidos para ouvir Frank Zappa, eis de volta às Ilhas Britânicas, onde o Rock Progressivo nasceu e melhor se deu. E continuo com um grupo que também ele editou dois álbuns em 1970, o grupo é Van der Graaf Generator e os álbuns são: "The Least We Can Do Is Wave to Each Other" e "H to He, Who Am the Only One".
A sonoridade do grupo é única, original e bem identificável não só pela voz do seu líder Peter Hammil mas também, em particular, pela singularidade dos sopros a cargo de David Jackson. Menos populares que os seus congéneres da época, talvez com uma música menos comercial com temas, regra geral longos, que oscilavam entre belas baladas e tema complexos e muito bem elaborados.
Edição do Reino Unido em vinil com a ref: CHC 5 de 1982 |
A escolha de hoje vai para o LP "The Least We Can Do Is Wave to Each Other" sobre o qual disse o próprio Peter Hammil: "Don't listen when you're hustling, because it won't get in your head. Don't listen when you're angry, because you'll smash something. Don't listen when you're depressed, because you'll get more so. Don't listen with any preoccupations, because you'll blow it. And if you're a perpetually angry, depressed hustler with set ideas, don't bother, it wasn't meant for you in the first place".
Sem pressas, sem zangas, sem depressão, com nenhuma preocupação a proposta de
audição vai para "Refugees".
Van der Graaf Generator - Refugees
O Rock Progressivo nos anos 70
Disse no anterior Regresso ao Passado que o Rock Progressivo foi um movimento musical surgido na segunda metade dos anos 60 fundamentalmente britânico. E assim foi, os melhores grupos do género surgiram nas ilhas britânicas. No entanto, alargando a definição de Rock Progressivo, já de si bastante abrangente, podemos encontrar, nomeadamente nos Estados Unidos, grupos que de alguma forma podemos referenciá-los nesta categoria.
Por exemplo The Mothers of Invention. Formados a meio da década de 60, neles pontificava Frank Zappa (1940-1993), figura excêntrica e multifacetada da cena underground norte-americana, desenvolveram um projeto musical cuja sonoridade demonstrava as mais variadas influências, do Rock à distante música Concreta.
O ano de 1970 foi particularmente fértil. The Mothers of Invention publicam dois álbuns, "Burnt Weeny Sandwich" e "Weasels Ripped My Flesh" e Frank Zappa "Chunga's Revenge".
"Chunga's Revenge" seguia-se ao excelente "Hot Rats" (1969), o primeiro que
conheci de Frank Zappa, dele escolhi a faixa longa "The Nancy & Mary
Music" com a sua profusão de géneros.
Frank Zappa - The Nancy & Mary Music
O Rock Progressivo nos anos 70
Começo hoje uma nova etiqueta "O Rock Progressivo nos anos 70". Sabemos que o Rock Progressivo teve origem nos anos 60 o que aliás já destaquei com etiqueta idêntica, "O Rock Progressivo nos anos 60", mas é na década de 70 que vai alcançar o seu esplendor, mas também o seu declínio.
Já sabemos também que as fronteiras do Rock Progressivo não são possíveis de definir com exatidão, contemplando em si vários sub-géneros, pelo procurarei ser o mais abrangente possível de acordo com as minhas memórias e também o meu gosto. Começo com edições do ano de 1970
A escolha, para começar esta selecção, vai para o grupo inglês Family, recorde-se que a música Rock progressiva foi essencialmente um movimento musical inglês, centrado na figura de Roger Chapman.
No ano em questão, 1970, já tinham dois LP editados: "Music in a Doll's House" (1968) e "Family Entertainment" (1969), e publicam, neste ano mais dois LP respectivamente "A Song for Me" e "Anyway", discos que ,confesso não me lembro de então os ouvir. A minha primeira recordação dos Family vai para o Single "In My Own Time" já em 1971 sendo o maior sucesso que o grupo conheceu.
https://www.discogs.com/ |
Do álbum "A Song for Me" escolho o longo tema título numa mistura de sons
vanguardistas dados pelo violino de John Weider e um Rock pesado em
florescimento naquele tempo.
Family - A Song for Me
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
O tempo dos Yardbirds, Cream, Blind Faith e Delaney and Bonnie and Friends tinham ficado na década anterior e em 1970 Eric Clapton, finalmente, inicia carreira a solo.
Uma carreira centrada no Blues-Rock, de que foi um grande executante, mas com derivas por vezes menos interessantes, ouça-se o último "Happy Xmas" (2018). Logo ao primeiro álbum a solo, como que a querer soltar-se do seu passado, podem-se notar abordagens mais Pop para meu gosto menos interessantes. Um disco mais leve e descontraído, mas mesmo assim genericamente bem recebido pela crítica.
Nele constava o tema "After Midnight" que, pela projeção que teve, normalmente se associa a Eric Clapton, é na realidade de J.J. Cale (1938-2014), de quem, aliás, sofreu forte influência tendo inclusive chegado a gravar um álbum em conjunto, "The Road To Escondido" em 2006.
A letra vinha publicada na revista "mundo da canção" nº 16, e é com a proposta de audição de "After Midnight" que concluo a
revisão de mais este nº da revista.
Eric Clapton - After Midnight
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
The Moody Blues, o meu grupo de eleição da juventude. Muito cedo, nos meus 14, 15 anos comecei a adquirir os primeiros LP dos The Moody Blues o que foi relativamente fácil pois quem mos comprava era o meu pai e ele também passu a admirá-los depois de lhe dar a ouvir "Days Of Futured Passed". Depois foi "In Search Of The Lost Chord" e ainda "On The Threshold Of A Dream" que cimentaram a apreciação que ambos fazíamos daquele grupo britânico que tinha rompido com as canções Pop de 2, 3 minutos e abria caminhos de ligação à música clássica com obras conceptuais de longa duração.
"To Our Children's Children's Children" adquiri-o bem mais tarde, pois entretanto é publicado "A Question of Balance" que me apressei a comprar. Neste álbum as mudanças são significativas e pode-se agora detectar, embora continue a gostar muito deste álbum, o início do declínio do grupo. O som complexo e a estrutura conceptual das canções é abandonado sendo assim mais facilmente reproduzido em palco mas perdendo, assim, alguma magia dos trabalhos anteriores.
Neste álbum de 1970 sobressaiam as canções "Question" de Justin Hayward, voz principal e guitarrista, e "Melancholy Man" de Mike Pinder, teclista e principal responsável pela sonoridade vanguardista do grupo
Neste nº 16 da revista "mundo da canção" era a letra de "And The Tide Rushes
In" que vinha publicada, um tema de Ray Thomas (1941-2018), voz, flauta e
pandeireta. Uma grande canção!
The Moody Blues - And The Tide Rushes In
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
O património que The Beatles nos deixou é enorme. Uma década e treze álbuns foram suficientes para alterar o panorama musical da música dita popular, há um antes e depois The Beatles. Mesmo na sua discografia as diferenças são enormes entre 1963, ouça-se "Please Please Me", e 1970, ouça-se "Let It Be" que nem é o álbum mais importante do grupo. Bem, o mais importante é aquele que cada um quiser, mas arrisco-me a afirmar que a maioria faria uma escolha entre o que foi publicado entre 1966 e 1969.
É deste período o duplo álbum "White Album" (1968) que com o passar dos anos foi ganhando, pelo menos em mim, uma importância cada vez maior pela riqueza e constantes descobertas que novas audições provocam.
"Blackbird" e "Julia" eram duas canções deste álbum cujas letras constavam no nº 16 da revista "mundo da canção", estávamos já em Março de 1971, a realidade musical era já outra (como as alterações eram tão rápidas) mas a qualidade e o interesse estava, e está ainda hoje, garantido.
"Julia" escrita e interpretada exclusivamente por John Lennon mas creditada
Lennon-McCartney como era habitual é uma canção dedicada a sua mãe Julia
falecida em 1958. E o Regresso ao Passado de hoje termina bem, termina com
"Julia".
The Beatles - Julia
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
1970 foi um grande ano para a música popular, são inúmeros os álbuns, curiosidade: é o ano mais representado na minha discoteca, que merecem fazer parte de qualquer colecção básica da música popular dos últimos 60 anos. Ontem apresentei a lista dos melhores na consideração do programa de rádio "Em Órbita", referência na divulgação da melhor música que então se praticava.
"Bridge Over Troubled Water" era o álbum escolhido para ocupar o 1º lugar, o que na altura achei indiscutível. Com o passar dos anos foi um trabalho que foi, para mim, perdendo algum fulgor e o álbum foi ficando na prateleira com raras audições (muito mais frequentes são as audições do bem menos conhecido "Fotheringay").
Adiante, "Bridge Over Troubled Water", do duo norte-americano Simon and Garfunkel, é um marco na história da música popular e quando o ouço a nostalgia e a lágrima no canto do olho fazem a sua aparição em canções como o tema título e ainda em "The Boxer" e "The Only Living Boy in New York".
Num tom bem mais Pop e descontraído encontrava-se "Cecilia" cuja pauta era
publicada na revista "mundo da canção", nº 16 de Março de 1971. Pretexto para
a ela voltar e a nostalgia também.
Simon and Garfunkel - Cecilia
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
Na página 17 estavam as 15 melhores canções do ano de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita" e somente na página 24 se encontram os 15 melhores álbuns relativos ao mesmo ano e de acordo com o mesmo programa. Vinham assim publicados, no nº 16 da revista "mundo da canção", os textos lidos no referido programa de rádio aquando da divulgação dos mesmos. Momentos inesquecíveis para mim que acompanhei com entusiasmo as transmissões efectuadas em duas noites consecutivas, se a memória não me falha.
Agora, é ler estes textos e recordar ou descobrir estes 15 discos que fazem parte das minhas recordações dos meus 14 anos. E, já agora, pasme-se com a qualidade dos trabalhos escolhidos e note-se a falta de tantos outros que poderiam constar nesta lista, lembro-me de "Moondance" de Van Morrison, " After the Gold Rush" de Neil Young, "Lola Versus Powerman and the Moneygoround Part One" pelos The Kinks, " Workingman’s Dead" dos Grateful Dead, "Abraxas" dos Santana, etc., etc., etc..
E agora a dificuldade na escolha para a audição de hoje. Bem, vamos por ordem, como "Bridge Over Toubled Water" e "Fotheringay" já os divulguei suficientemente, quedo-me pelo 3º Lugar onde se encontra "Chicago II" o 2º duplo álbum do grupo norte-americano Chicago que rompeu com todas as fronteiras do Pop-Rock. Lê-se:
"O duplo álbum da Chicago foi talvez a mais coerente proposta em álbum conhecida no ano transacto.
Difícil se torna isolar qualquer dos seus trechos sem se ir lesar, duma forma mais ou menos violenta, o todo-geral em que este trabalho se impõe.
O duplo álbum da Chicago, é a oportuna desmistificação do argumento que se opõe, duma maneira não informada, aos mais representativos resultados da música não erudita de hoje."
Segue "Poem For The People", esperando que desperte o interesse da audição
completa com "... que este trabalho se impõe".
Chicago - Poem For The People
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
The Doors, o grupo meu preferido da minha juventude. Cinco anos, de 1967 a 1971, foram suficientes para deixarem para sempre uma marca única na história do Rock, não só pela discografia deixada, seis álbuns de estúdio imprescindíveis, como pela influência que teve em muitos nomes bem conhecidos como Echo & The Bunnymen, Iggy Pop, Patti Smith e Nick Cave.
A imaginativa música dos The Doors tinha uma forte base de Blues-Rock enriquecida com todas as matizes que o psicadelismo então dominante introduziu. Acrescente-se a qualidade dos músicos que compunham o grupo e a figura tornada mítica do seu líder, o carismático Jim Morrison, e temos em síntese a melhor música praticada naqueles anos.
A letra publicada no nº 16 da revista "mundo da canção" é "Runnin' Blues" que pertencia ao 4º trabalho de estúdio publicado em 1969, o álbum "Soft Parade".
"Soft Parade" foi o disco menos "alinhado" do grupo em parte pela contribuição
que o guitarrista Robby Kriege teve na composição e pela introdução de
metais e arranjos de orquestra. Um disco que tem sido revisto, para melhor, ao
longo dos anos mas que continua a ser considerado o menos interessante do
grupo, ou não fosse o menor empenho de Jim Morrison neste trabalho.
The Doors - Runnin' Blues
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
Os primeiros anos após a separação do grupo The Beatles em 1970 foram interessantes de seguir. Isto pelas expectativas elevadas que se tinha relativamente às carreiras a solo dos quatro músicos que compunham The Beatles. A maior ia directamente para Paul McCartney e a menor para Ringo Starr o menos dotado em composição e com uma voz pouco interessante. John Lennon e George Harrison ficavam algures a meio, mas a curiosidade era enorme.
Passados estes anos todos, a minha memória diz que Paul McCartney não realizou o grande álbum que se esperava, que John Lennon confirmou os seus dotes musicais e George Harrison o que mais surpreendeu, talvez pelo menor protagonismo que tinha tido face à dupla Lennon/McCartney que assinavam a maior parte das músicas do grupo de Liverpool.
John Lennon teve o seu ponto alto com o álbum "Imagine" (1971) mas já no ano anterior tinha tido excelente prestação com a sua Plastic Ono Band. A faixa de abertura de "John Lennon/Plastic Ono Band" era "Mother" cuja letra vinha reproduzida no nº 16 da revista "mundo da canção", estávamos em Março de 1971.
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
Em 1971 The Beatles já não existiam, a sua última publicação datava do ano anterior com o álbum "Let It Be". Portanto a sua falta ainda não se fazia sentir, para mais os quatro elementos elementos dedicavam-se às respectivas carreiras a solo com edição de múltiplos trabalhos que faziam acreditar que as partes ultrapassavam o todo. Sol de pouca dura, no final da década eram uma sombra do que já tinham sido.
George Harrison foi o mais exuberante dos quatro com a publicação do triplo álbum "All Things Must Pass" que o meu pai me ofereceu naquela ano. O melhor que George Harrison nos deixou.
Neste nº 16 da revista "mundo da canção" era publicada a letra de "Isn't It a
Pity", uma das grandes canções deste trabalho. "Isn't It a Pity" tinha duas
versões, uma primeira que já publiquei, com mais de 7 minutos, que foi a mais
conhecida e uma segunda interpretação, mais curta, que contava na face quatro
do álbum. Tinha a particularidade de contar com o seu amigo Eric Clapton na
guitarra, é com esta que ficamos para audição.
George Harrison - Isn't it a Pity (Version Two)
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
Símbolo grande da música popular norte-americana dos anos 60 e 70, lutadora pelos direitos humanos e as a injustiça social Joan Baez foi uma figura marcante na minha juventude e que seguia com toda a atenção, à semelhança aliás de outras figuras com Bob Dylan em particular destaque.
A sua música reflectia o seu envolvimento nas causas daqueles anos nomeadamente a oposição à guerra do Vietname e a defesa dos direitos sociais nos EUA.
Sem referência a nenhuma canção em particular de Joan Baez a revista "mundo da canção" publicava, no seu nº 16 de Março de 1971, um artigo intitulado "Joan Baez - contra o sistema - Ser pacifista não é o mesmo que combater pacificamente pela paz!!..." onde se releva a sua luta "contra o sistema" e de ser "uma activa lutadora pacífica dos direitos do homem".
A escolha da canção para hoje recaiu sobre uma canção relativamente pouco
conhecida "Birmingham Sunday" publicada no LP "Joan Baez/5" de 1965. É uma
canção escrita por Richard Fariña, seu cunhado, também ele cantor e falecido
prematuramente em 1966 com apenas 29 anos. Um ataque do Ku Klux
Klan a uma Igreja Baptista é o tema.
Joan Baez - Birmingham Sunday
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
Ao longo do tempo a canção "He Ain't Heavy, He's My Brother" tem sido alvo das mais variadas interpretações. No entanto, aquelas que lograram maior sucesso foram as efectuadas respectivamente pelos The Hollies em 1969 e logo no ano a seguir por Neil Diamond.
Se bem que destas duas a minha preferência vá claramente para The Hollies com a excelente vocalização de Allan Clarke e arranjos que empregam uma intensidade e inspiram uma liberdade bem superiores à versão de Neil Diamond bem mais contida e pastosa.
Era, no entanto, à versão de
Neil Diamond
que se referia a revista "mundo da canção" quando no seu nº 16 em Março de 1971 publicava a letra de "He Ain't Heavy,
He's My Brother". E é a ela que volto novamente, quem preferir
The Hollies
e as quiser comparar pode recuperá-la
aqui.
Neil Diamond - He Ain't Heavy, He's My Brother
mundo da canção nº 16 de Março de 1971
Nunca percebi bem porquê mas era frequente o mesmo artista trazer publicadas letras das suas composições em páginas diferentes, o que não fazia sentido, na revista "mundo da canção" que eu comprava na minha adolescência. É o que acontece com o o exemplo de hoje com Donovan cujas letras de "Celia Of The Seals" e "Curry Land" vinham publicadas, no nº 16, em páginas distintas respectivamente páginas 18 e 39.
"Celia Of The Seals" passava no programa de rádio "Página Um" e era apresentada como canção de protesto contra o abate das focas para efeitos de consumo.
"Voyna, voyna, voyna, voyna voyna vay..."