terça-feira, 15 de setembro de 2020

José Afonso - Canto Moço

        DISCO MÚSICA & MODA, nº 5 de 1 de Abril de 1971


As páginas 6 e 7 do nº 5 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" são ocupadas por um artigo assinado por Rui Paulo da Cruz relativo ao Festival da Casa da Imprensa de 1971 realizado no Coliseu a 23 de Março, anunciado como "Festival Música Nova" e que se serviu de entrega dos prémios da música ligeira pela Casa da Imprensa. De acordo com o artigo apurei que os seguintes artistas passaram por aquele espectáculo:

- José Cid com Vitor Mamede e Pedro Osório
- Nuno Filipe
- EFE 5
- Fernando Tordo
- José Jorge Letria
- Carlos Paredes
- Quarteto1111
- Sindicato
- Vitor Santos com Thilo Krasmann, Pedro Osório e Vitor Mamede
- Teresa Paula Brito
- Paulo de Carvalho
- José Manuel Osório
- José Afonso






Eclético quanto baste apresentava algumas das melhores propostas da música ligeira e do Pop-Rock nacional. Motivos mais que suficientes para um grande espectáculo, mas, de acordo com o articulista, "... espectáculo terminado e balanços conscientemente feitos, qualquer espírito mais frio e atento terá compreendido este festival como um zero absoluto para a música nova."

Uma das razões terá sido a qualidade sonora com "...as vozes dos intérpretes... totalmente ofuscadas pela violência das aparelhagens de amplificação." Ai a qualidade do som! era sempre uma barreira tão difícil de ultrapassar.

Destacou-se José Jorge Letria "... o autor e intérprete que apareceu a trilhar um caminho mais certo.", e o unanimismo em torno de José Afonso, "Mal ouviu citar o seu nome, a plateia levantou-se. Em pé. aplaudiu a chegada do novo ídolo.".

Tanto quanto consegui apurar foram premiados neste evento o Thilo Krassmann pelo seu contributo  na valorização da música ligeira portuguesa, os cantores Teresa Paula Brito e Paulo de Carvalho, o instrumentista Vítor Santos, José Afonso pelo álbum "Traz Outro Amigo Também" e o Prémio Especial foi para Rui Mingas "...pela divulgação do folclore da sua terra."

Provavelmente José Afonso estaria proibido de cantar pois "À notícia de que José Afonso não cantaria, o público reagiu numa negativa vigorosa e fez exigência ruidosa de que qualquer coisa soltasse a garganta do «mestre». «Canto Moço» foi o que José Afonso cantou para a assembleia vibrante e por uma das raras vezes unânime."



José Afonso - Canto Moço

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