mundo da canção nº 7 de Junho de 1970
Sim, uma onda de originalidade percorria aqueles anos da minha juventude. Estou em 1970, tinha eu 13 anos mas prestava a maior atenção ao que era divulgado na nossa rádio em termos de novidades musicais. A audição dos programas "Página um" e "Em Órbita" assim o permitia. As novidades eram umas atrás das outras e pese a comercialidade de muito que se ouvia, também é verdade que havia uma ousadia na exploração de novos caminhos na música popular que, confesso, julgo não mais ter acontecido.
É nos anos 60 que os grupos Rock começaram a dar um valor acrescido aos LP em detrimento dos tradicionais Singles, ou seja começou-se a desenvolver o conceito que não bastava uma boa ideia para uma canção de sucesso mas era preciso ir mais longe e alargar para o tempo de um LP (Long Playing - longa duração) que os discos de 33 rpm permitiam (cerca de 45 minutos).
O conceito alargou-se, desenvolveu-se e no final da década surgiam as primeiras Ópera-Rock (tema desenvolvido ao longo de todo o disco contando assim uma história que interliga as diversas canções). Alguns dos primeiros exemplos foram "S.F. Sorrow" (1968) pelos The Pretty Things, "Tommy" (1969) pelos The Who e "Jesus Christ Superstar" escrito pela dupla Andrew Lloyd Webber/Tim Rice.
"Jesus Christ Superstar" foi editado em formato duplo, tendo tido várias versões sendo a mais conhecida a realizada em 1973 sendo a banda sonora original do filme com o mesmo nome.
Recordo "Superstar" interpretada por Murray Head, versão original editada no final de 1969.
Nem de propósito, em dia de Natal recordar este "Superstar". Um Bom Natal para todo o mundo.
Murray Head - Superstar
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