terça-feira, 31 de julho de 2018

Van Morrison - EDPCOOLJAZZ 2018

E finalmente às 20h30m em ponto eis Van Morrison, Van the man.
Já algum público, em desrespeito para com o músico e resto da assistência, parecia ignorar que o concerto já tinha começado e passado algumas canções ainda procuravam os seus lugares com as mãos ocupadas por sandes e copos de cerveja que já deviam ter sido digeridos. Quando é que assistirei em Portugal a um concerto em que as pessoas tomam os seus lugares a seu devido tempo e o início não é perturbado pelos "com licença, com licença" de quem parece estar ali por estar, sem se interessar pelo objecto do espectáculo?
Quanto ao concerto, propriamente dito só há que enaltecer. Desde a qualidade sonora, à prestação de Van Morrison e restantes acompanhantes esteve tudo bem. Van Morrison com os seus 72 anos apresenta uma voz invejável, embora naturalmente diferente da que conhecíamos dos anos 60 e 70, mas só surpreendeu quem não acompanhou a longa e excelente carreira deste músico.




Escondido no seu fato às riscas, chapéu e óculos escuros, cantou e tocou o seu saxofone, durante mais de 90 minutos e assim como entrou assim saiu com apenas uns "thanks" no final. "Encore" não é com ele, foi-se embora e deixou o restante grupo a deliciar-nos com variações em torno de "GLORIA".





Num concerto centrado no Blues e no Jazz onde ele se tem acantonado nos últimos anos, mas aos quais nunca foi alheio, interpretou temas de "GLORIA" (1964) a "Broken Record" (2017) que percorreram mais de 50 anos de uma brilhante carreira. Entre as 20 canções interpretadas lá estava "The Way Young Lovers Do" (1968) na versão 2018 de "You're Driving Me Crazy", o blues "Baby Please Don't Go" (original de 1935) por ele interpretada em 1964 com os Them e aqui acrescida de "Got My Mojo Working" popularizada em 1957 por Muddy Waters e "Days Like This" do álbum homónimo de 1995. Não podia faltar "Moondance" do também álbum homónimo de 1970, o standard "Bye, Bye Blackbird" de "Versatile" (2017), "Have I Told You Lately" do álbum "Avalon Sunset" (1989) sem esquecer "Brown Eye Girl" do primeiro LP a solo "Blowin' Your Mind" (1967).




No final, tal como há 25 anos no Coliseu do Porto, soube a pouco, tal é a quantidade de temas que preenchem a minha memória e que logicamente não ouvi, "Cyprus Avenue", "Ballerina", "Into the Mystic", "Domino", "Listen to the Lion", "Saint Dominic's Preview", "Snow in San Anselmo", só para citar algumas do final dos anos 60, início de 70, do século passado. Mas era pedir demais, era querer meter o Rossio na rua da Betesga.

Nota final para a excelente banda que o acompanhou, tanto quanto consegui apurar formada por: Paul Moran - teclados, trompete, Dave Keary - guitarras,  Paul Moore - baixo, Mez Clough - bateria, Dana Masters - voz, Teena Lyle - vibrafone e percussões.

Para lembrar ficamos com "Magic Time" de 2005, aqui na versão de 2018 do álbum "You're Driving Me Crazy" e que ele também interpretou.




Van Morrison - Magic Time

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