A Música Popular Portuguesa anterior ao 25 de Abril de 1974
Sob este título termino hoje estas passagens pela nossa música popular, não que o já não tivesse feito antes ou que não volte a fazê-lo, depende das ocasiões e da temática em curso. Portanto sob este título, ou outro ou nenhum a música popular portuguesa estará sempre presente neste blogue seja qual for o pretexto.
Para o fim deixei, já o tinha dito ontem, o José Mário Branco, esse expoente máximo da nossa melhor música de cariz popular. Só lamento que, apesar de ainda se encontrar no activo, a sua produção musical não seja mais extensa, álbuns originais contabilizei somente 7 em 50 anos de actividade que se têm vindo a comemorar, primeiro com a reedição em CD dos seus trabalhos originais e agora com o duplo CD "Inéditos (1967-1999)". O último trabalho de originais data do já longínquo ano de 2004.
José Mário Branco nasceu no Porto no ano de 1942. Aos 19 anos é estudante de História na Universidade de Coimbra onde, integrado no Partido Comunista, é politicamente activo. Em 1963 foge para França, aí estabelece contactos com diversas forças de esquerda de oposição ao regime, no ano seguinte começa a compor, sendo as primeiras canções escritas em francês, começa a actuar em festas em cooperativas de trabalhadores.
Em 1968 efectua as primeiras gravações de forma muito artesanal, donde iriam sair as "seis cantigas de amigo". Enviadas para o Fernando Lopes-Graça seriam por cá editadas, no ano seguinte, pelos Arquivos Sonoros Portugueses. Segue-se a auto-edição do Single "Ronda do Soldadinho" introduzido clandestinamente em Portugal e parcialmente apreendido pela PIDE.
"Ronda do Soldadinho" seria musicalmente radicalmente diferente do anterior baseado no Cancioneiro Galaico-Português. A temática é agora a guerra colonial com letra e música do próprio.
José Mário Branco - Ronda do Soldadinho
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