sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Leonard Cohen - So Long, Marianne

Faleceu Leonard Cohen.


Data de 1956 a edição do primeiro livro de LeonardCohen “Let Us Compare Mythologies”.
“Nessa obra situam-se os primeiros temas que se tornarão inseparáveis da obra deste autor: a história e o misticismo, numa dualidade judaico-cristã, colocando uma forte oposição entre o Belo e o Feio, a Pureza e a Corrupção, o Espírito e a Carne” no dizer de Manuel Cadafaz de Matos no livro “Leonard Cohen – Redescoberta da vida e uma alegoria a Eros” publicado em 1975. Este dualismo verificar-se-á ao longo da sua carreira, entre o aprofundar da sua vida interior, reflectida na escrita ou em períodos de reclusão, e a necessidade de ligação ao mundo exterior, o retorno à música.
Ainda do mesmo livro: “todos esses escravos que vivem (enlatados) nas grandes cidades… poderiam ir perfeitamente viver para as florestas pois felizmente ainda existem grandes florestas e grandes paisagens no mundo” dizia Leonard Cohen em entrevista, em Paris, a Manuel Cadafaz de Matos, em 1974. Ele próprio experimentaria na década de 90 o isolamento num mosteiro budista onde seria ordenado monge.
É em situação de semi-reclusão que conhece e vive com Marianne Ihlen (falecida em Julho deste ano tendo Leonard Cohen dito na altura "acho que vou seguir-te muito em breve"), nos anos 60, na ilha de Hydra, na Grécia. A ela dedicará “So Long, Marianne” no seu primeiro álbum.



Vasculhava eu uns caixotes, com velharias e coisas antigas que se guardam vá-se lá saber porquê, quando encontrei umas folhas por mim manuscritas, muito provavelmente no final dos anos 60, com as letras de três canções do primeiro álbum de Leonard Cohen: “So Long, Marianne”, “Sister of Mercy“ e “Hey, that’s no way to say goodbye”. Como as obtive é uma incógnita que julgo não conseguir desvendar. Senão vejamos, como é que nessa época se conseguia obter as letras de uma música?
Podiam vir impressas na capa do disco. Ok, não era o caso.
Podia ter ouvido essas músicas até conseguir a transcrição das letras. Pouco provável, pois não têm um único erro.
Podiam vir publicadas nalguma revista. Talvez na revista “mundo da canção” que começou a ser publicada em Dezembro de 1969 e reproduzia letras de músicas (algumas a pedido). É uma hipótese, mas logo três canções? E se sim, para quê copiá-las?
Uma coisa é certa. O meu fascínio pelo primeiro álbum, e em particular por estes três temas, de Leonard Cohen era imenso.
Desde logo tornou-se um dos meus autores preferidos. As melodias, a peculiaridade da forma de cantar (declamar?), as orquestrações de Paul Buckmaster e as letras (não esquecer que Leonard Cohen era antes de músico, um poeta) constituíam então um todo único e insuperável. Até hoje!

Lembramos agora as primeiras espiras do lado B do primeiro disco de Leonard Cohen, "So Long, Marianne".




Leonard Cohen - So Long, Marianne

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