domingo, 13 de novembro de 2016

Adriano Correia de Oliveira - Canção da Fronteira

mundo da canção nº 2

Só no final da década de 60 é que a gravação de LP tomou a primazia em relação aos EP e Singles. Eram poucos os discos de longa duração que por cá eram gravados.

Adriano Correia de Oliveira (1942-1982), depois de, entre 1961 e 1968, editar 10 EP, edita em 1969 o seu primeiro LP de originais, "O Canto e as Armas".

Do fado de Coimbra, à balada e desta à nova canção portuguesa, assim atravessou Adriano a década de 60, "O Canto e as Armas" é, apesar dos arranjos se ficarem pela simplicidade do acompanhamento à viola de Rui Pato, a melhor confirmação da evolução que iria conduzir no ano de 1971 a música popular portuguesa a novos patamares.
Em "O Canto e as Armas" afirmava Adriano Correia de Oliveira:
"Diremos, assim, que a forma de expressão de que se socorre, impropriamente designada por “balada”, é antes o resultado da fusão numa forma simples de dois tipos de linguagem – a da música e a das palavras. Assim, a expressão musical e a literária, se harmonizam e se fundem num todo, em que cada uma, para se atingir perfeita realização, terá igual papel e deverão servir-se mutuamente. Não se trata efectivamente de poesia musicada ou de música que utilize as palavras como mero suporte."

terminando,
"Convirá ainda lembrar,que em toda a “viragem” à realidade, aos problemas concretos da nossa vida colectiva, que consideramos conteúdo e razão de ser deste movimento que cresce em múltiplas formas (com a consequente recusa de quaisquer tendências alienatórias, de tipo musical ou literário), tem importância fundamental, a acção dos estudantes portugueses no seu esforço irreprimível pela valorização da nossa sociedade e também de cada vez mais amplas camadas da população, representando todos o seu suporte social."


É deste LP que a revista "mundo da canção" nº 2, saída em Janeiro de 1970, dá notícia conjuntamente com o LP de José Afonso "Contos Velhos, Rumos Novos".  Os títulos dos 2 LP a dar conta dos ventos de mudança que então se iniciavam.



Deste disco era ainda transcrito o poema "Canção da Fronteira".




Agora, a recordação de "Canção da Fronteira", do ano de 1969, do álbum "O Canto e as Armas".



Adriano Correia de Oliveira - Canção da Fronteira

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