The Doors, uma muito breve história
O ano de 1969 foi de grande turbulência na carreia dos The Doors.
Senão vejamos:
Concerto esgotado no Madison Square Garden no início do ano, a que se seguiram as sessões de gravação de “Soft Parade “.
Jam Session conhecida por “Rock is Dead”, ou o desencanto (premonição?) de Jim Morrison com o Rock: “As long as I got breath, the death of rock is the death of me, and rock is dead!”.
Ligação ao “Living Theatre” grupo de teatro radical criticado como sendo um grupo de vagabundos em busca do paraíso.
Em Março o célebre concerto em Miami perante mais de 10 mil pessoas. Jim transpunha para o palco a experiência do “Living Theatre” e interrompia, sistematicamente, as canções para falar/provocar a audiência: “São todos um bando de escravos! O que é que vão fazer para isso acabar?” ou “Quero ver dançar, quero ver divertirem-se.”, “Não existem regras, não existem limites”. Jim é acusado de embriaguez e de comportamento “impúdico e lascivo”, “exibição das partes íntimas” e “simulação de actos de masturbação e copulação oral” (citações do livro "Jim Morrison para lá dos Doors"). O FBI emite mesmo mandato de captura e a revista “Rolling Stone” publica o famoso poster de Jim Morrison “Wanted”.
A reputação do grupo atingiu níveis muito baixos em particular na conservadora Flórida com lançamento de campanhas pela decência em diversas cidades. Em consequência concertos são cancelados por todo o país.
Termina ainda a realização do filme “Feast of Friends”.
Segue-se a edição do livro de poesia “The Lords” de Jim Morrison.
Nas montanhas da Califórnia Jim inicia as filmagens de um novo filme (HWY - An American Pastoral).
Só em Julho realizam, na cidade do México, os primeiros concertos pós-Miami.
É entretanto lançado “Soft Parade”, o 4º álbum, com violenta reação de alguma crítica pela introdução de orquestra de cordas e metais.
Iniciam, ainda em 1969, as gravações do 5º álbum de originais de nome “Morrison Hotel”.
Jim deixa crescer a barba, engorda e aumenta o consumo de álcool.
“Morrison Hotel” sai em Fevereiro de 1970. É o retorno aos Blues (“Gosto de cantar blues – esses blues profundos, longos e desenfreados, sem princípio nem fim específicos” – dizia Jim Morrison) e a um Rock mais pesado.
O álbum abre com o excelente “Roadhouse Blues”.
Também por cá o álbum foi devidamente assinalado. O programa “Em Órbita” considerava “Peace Frog” entre as melhores canções do ano e lia o seguinte texto:
“Os Doors continuam a compor um dos mais polémicos agrupamentos de hoje. Praticantes duma forma desencantada de música popular, amantes do desequilíbrio, da violência e da provocação, as suas criações assumem, desde os primeiros dias, as proporções dum interminável combate. “Peace Frog” é o mais representativo trabalho dos Doors do ano findo.”
“Peace Frog” seguida da muito bela “Blue Sunday” é a proposta para hoje. Para ouvir repetidas vezes.
The Doors - Peace Frog-Blue Sunday
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