quarta-feira, 28 de setembro de 2016

The Doors - Hyacinth House

The Doors, uma muito breve história


E chegamos ao último álbum de originais dos The Doors (com Jim Morrison vivo, na realidade The Doors gravaram ainda mais 2 álbuns de muito menor interesse).
Em finais de 1970 The Doors iniciam as gravações de “L.A. Woman” que veria a luz do dia em Abril de 1971.
Jim Morrison já se tinha retirado para Paris (deixando em suspenso o futuro dos The Doors) onde viria a falecer a 3 de Julho. O álbum teve um êxito enorme e as críticas foram quase unânimes quanto à qualidade deste último registo, um único senão, pela primeira vez a voz de Jim Morrison denota alguma falta de clareza a que não será alheio a consumo excessivo de álcool e drogas.
Deste último álbum ficaram para sempre composições como “L.A. Woman”, “Riders on the Storm” ou ainda “Love Her Madly”.

Na edição de Novembro/Dezembro de 1971 do jornal de “Música popular, jazz, erudita e rádio” “a memória do elefante” Octávio A. F. Silva escrevia:
“…pouco antes do desaparecimento de Jim Morrison apareceu o seu último trabalho: «L.A.WOMAN». Neste álbum, ainda uma última criação de génio em RIDERS ON THE STORM. Apelo prolongado e desesperado, envolve-nos na sua densidade ultra-sólida para nos prostrar atentos num encanto pós orgástico. RIDERS ON THE STORM é ainda uma sequência do anteriormente exposto. Porém, os «Doors» chegaram também a algo de muito incaracterístico, que com o desaparecimento de Morrison talvez nunca cheguemos a compreender. Esperemos o futuro dum grupo que foi um dos maiores de toda a música popular dos anos 60, asseverando, no entanto, que as excelentes qualidades dos seus músicos não chegarão com certeza para suprir a falta dum dos génios primeiros dessa mesma música popular.” (claro que acertou em cheio).

Um interessante vídeo com “Riders On The Storm” pode agora ser visto.




A escolha para audição vai para a menos conhecida “Hyancinth House”, onde uma menor qualidade vocal de Jim Morrison é notória, sendo o solo de Ray Manzarek inspirado na composição de Chopin “Polonaise in A-flat major, Op. 53”.

Na edição de Janeiro/Fevereiro de 1972 do jornal “a memória do elefante” “L.A.Woman” aparece entre as dez escolhas dos melhores álbuns de 1971:
“… Desenrolar contínuo de violência que não desmente os propósitos de rotura revelados desde o primeiro momento de acção, L.A.WOMAN é o continuar dos ataques frontais à sociedade americana, atitude de que os Doors nunca desistiram muito embora essa permanência ideológica activa lhes trouxesse demasiados incómodos. A sua grande vitória foi precisamente fazer sentir a impossibilidade da sua recuperação. Aos olhos da classe dominante do seu país, o seu nome esteve sempre ligado a uma sensação de insegurança que obrigava a uma vigilância cuidada de todos os seus movimentos. Doors de Jim Morrison: uma forma que acaba para sossego dos tradicionalistas americanos. L.A.WOMAN: música popular que nos será sempre grato recordar.”


Passados mais de 45 anos de “L.A.Woman” e da morte de Jim Morrison, recordemos então “Hyancinth House”.



The Doors - Hyacinth House

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