sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Sérgio Godinho - Romance de um dia na estrada

Numa distribuição semi-clandestina aparece em 1971 o primeiro EP de Sérgio Godinho, gravado em França, e posteriormente,  no início de 1972, incluído no 1º álbum “Sobreviventes”. Esta gravação a par de “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” de José Mário Branco, “Cantigas de Maio” de José Afonso e “Gente de Aqui e de Agora” de Adriano Correia de Oliveira (todos de 1971) constituem um verdadeiro marco na renovação da música popular portuguesa.
Ainda em 1971, o EP de Sérgio Godinho e “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” de José Mário Branco, são apresentados à imprensa no cinema Roma e teria transmissão radiofónica que eu recordo ouvir.




É assim, não estão os cantores presentes estão os discos, algo entre a repressão e o liberalismo envergonhado. “Romance de um dia na estrada” é o tema principal do EP e estranhamente é o menos conhecido (comparando com a "Linda Joana", "Charlatão" e "Aeio"), na realidade não teve muita divulgação e o próprio Sérgio Godinho nunca o tornou num tema regular dos seus concertos. Sérgio Godinho teve (tem) uma carreira absolutamente ímpar, é um músico de excepção.

Disse, o próprio: «Sou músico. Na música englobo as palavras – sou poeta: englobo o estar no palco – sou cantor: faço melodias e ritmos – sou compositor: um músico usa tudo, as palavras, o palco, não consigo separar.»

Sérgio Godinho é o nosso Caetano Veloso. Sérgio Godinho é o nosso Neil Young. (E eles são o Sérgio Godinho lá da terra deles). Sérgio Godinho é o nosso melhor cantautor vivo. Seria interessante um dia ouvir “Romance de um dia na estrada” com novas roupagens que ele tão bem recria noutros temas igualmente antigos. Aguardemos. Para já ficamos com “Romance de um dia na estrada” tal como a conhecemos há 44 anos.



Sérgio Godinho - Romance de um dia na estrada

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