"É um facto que as «canções de protesto» não concorriam para os top de vendas com os sucessos do nacional e internacional-cançonetismo nem os seus intérpretes disputavam o título de «Rei da Rádio». Limitadas aos círculos mais restritos e esclarecidos de uma sociedade em geral sem opinião - intelectuais, estudantes, activistas políticos e sindicais - as «cancões de protesto» existiam e cumpriam um papel numa sociedade reprimida: beliscavam o poder. E isso acontecia não apenas por razões explícitas de conteúdo mas também, e acima de tudo, porque cimentavam uma cumplicidade anti-regime e representavam um apelo a valores que o salazarismo pretendera extirpar da sociedade portuguesa: a inteligência, a razão, a solidariedade." no prefácio de João Paulo Guerra ao livro "Canto de Intervenção 1960-1974".
"Canto de Intervenção 1960-1974", 2ª edição revista e aumentada, é um trabalho de Eduardo M. Raposo, editado pelo jornal "Público" em 2005, a merecer leitura atenta.
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