José Mário Branco, a par com Sérgio Godinho, está na génese da renovação da música popular portuguesa no início da década de 70.
Depois de nos anos 60 ter gravado 1 EP (Seis Cantigas de Amigo) e 1 Single (A Ronda do Soldadinho) é em 1971 que o primeiro álbum “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” vê a luz do dia. Este é um ano decisivo para José Mário Branco, para além do seu muito aclamado primeiro álbum, efectua os arranjos inovadores e a direcção musical desse disco histórico: “Cantigas de Maio” de José Afonso.
A música imensa de José Mário Branco teria vários pontos altos, entre os quais a edição do duplo álbum “Ser Solidário”. O disco, recusada a sua edição no circuito comercial, seria editado em 1982 com a ajuda do público através da sua aquisição antecipada, escreveu José Mário Branco em carta-cupão:
"Quer você ajudar a produzir o meu próximo LP? Bastará que o compre já, ao preço barato de 500$00, que sinta alguma razão para nos confiar essa quantia, e que possa esperar dois ou três meses para ter nas suas mãos o duplo álbum ‘Ser Solidário’."
"Ser Solidário" encerra, como o próprio reconhece um ciclo, é um disco de catarse e de desilusões em relação à década anterior. Como ponte aparece uma nova versão de “Queixa das almas jovens censuradas” escrita no exílio em Paris, com poema de Natália Correia, e gravado no 1º álbum.
É esta segunda versão de “Queixa das almas jovens censuradas” que, para terminar, sugiro.
José Mário Branco - Queixa das almas jovens censuradas
Sem comentários:
Enviar um comentário