Vamos então percorrer mais este nº da revista "mundo da canção" e recordar
tempos em que a liberdade não existia, a censura controlava maior parte da
imprensa audiovisual e escrita. Mesmo assim muitos houve que de alguma forma
se levantaram e ousaram afrontar o regime. Entre eles estava a revista "mundo da canção" que à sua dimensão seu o seu contributo em abrir novos horizontes e
dar voz a quem era ostracizado por boa parte da comunicação social.
Para hoje um artigo e uma canção. O artigo intitulava-se "Previsões
Astrólogo-Cançonetistas para 1971" que de forma satírica gozava com a situação
musical do país. Assim, por exemplo, o Festival de Newport por onde passaram
Joan Baez, Judy Collins e Bob Dylan iria contar com a presença de Gina Maria,
Tony de Matos e a Tonicha.
Ou ainda que o programa "Serões para Trabalhadores" da Emissora Nacional iria
contar com a presença de Francisco Fanhais, José Barata Moura e José Jorge Letria. Ah! Ah! Ah!
De Francisco Fanhais, na altura também conhecido por Padre Fanhais vinha
publicada a letra de "Cantata da Paz". Fazia parte do álbum "Canções da Cidade Nova" que merecia, também neste nº do "mundo da canção", análise não favorável de Tito Lívio que considera "...que nada traz de notável ou razoável contributo à música portuguesa".
Com letra de Sophia de Mello Breyner,
"Cantata da Paz" foi mais um hino de resistência ao fascismo. Como
consequência da actividade do Padre Fanhais, este foi proibido de exercer o
sacerdócio, de dar aulas e cantar. Francisco Fanhais parte para França onde se
radicaliza politicamente tornando-se membro da LUAR.
Padre Fanhais - Cantata da Paz
Padre Fanhais - Cantata da Paz
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