Não se encontrando entre as minhas preferências, gostava muito mais de uma
Daphne praticamente desconhecida, tenho procurado trazer aqui a Tonicha numa
vertente para mim muito mais agradável do que a faceta mais popular, diria
popularucha, pela qual ficou mais conhecida.
Bem conhecida do grande público com êxitos muito comerciais e de gosto fácil,
teve paralelamente um conjunto de gravações que não tiveram a divulgação
merecida. Recorde-se, por exemplo, a colaboração, nos anos 60 com José Cid ou
em 1972 a participação no trabalho de José Niza "Fala do Homem Nascido".
Também do ano de 1972 é o EP com quatro canções do cantor espanhol Patxi Andión que Ary dos Santos tratou de adaptar para português. É dele o texto que
consta na contra-capa do disco:
"Pax Andion (?) é - e já muitos o têm dito - um «caso» musical. Mas, quanto
a mim, a grandeza desse «caso» reside no impacto de uma força profundamente
humana que quase se sente e se aprende fisicamente em todas as suas canções.
Ao ouvi-las é impossível dissociarmo-nos da imagem do homem novo ibérico
que, com os pés assentes na terra e os olhos virados à esperança, canta, sem
dó nem piedade, o seu próprio destino.
Em boa hora decidiu Tonicha interpretar algumas das suas canções, de cuja
versão portuguesa tive o prazer de me ocupar. Também ela à sua maneira,
personifica mais do que nenhuma outra, entre nós, o canto da nova mulher
portuguesa. Cano de amor do povo e de amor pelo povo. Canto personalizado
num talento de facto ímpar mas, por força da sinceridade e do poder de
comunicação humana, tornado colectivo e geral."
Tonicha – Puedo Inventar
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