terça-feira, 30 de junho de 2020

Albatroz – Sixty Years On

1972, o Hard-Rock e o Rock Progressivo ganhavam terreno e em Portugal o fenómeno também tinha os seus seguidores. Os novos grupos de Rock que se formavam tinham naquelas referências  as suas principais influências. É o caso da escolha de hoje, os Albatroz.

Os Albatroz constituíram-se em 1971, tiveram uma curta existência e gravaram um só Single pelo que a informação a eles referente é naturalmente escassa. Mesmo assim, uma pesquisa rápida e eis o que consegui.

No nº 18 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" de Outubro de 1971 consta:
"No período em que, como no futebol, se fazem «transferências» com vista à `nova temporada, um novo grupo surgiu em Lisboa, formado por alguns dos maiores nomes da cena Pop nacional. 
Albatroz é o nome e dele fazem parte Jean Sarbib, viola-solo (ex-Quinteto Académico), Rui Pipas, viola-solo (ex-Beatnicks), Pedro Taveira, baterista (ex-Pentágono) e André Sarbib, organista (ex-Grupo 5), o que a priori nos poderá deixar concluir estarmos perante uma formação de grande impacto musical.
De algum tempo a esta parte Jean Sarbib tentava a formação de um agrupamento de Rock, juntamente com seu irmão André, chegado de Angola onde tocou com «Grupo 5». Ocupando grande parte do seu tempo com THE BRIDGE sem dúvida o melhor agrupamento de jazz existente em Portugal, Jean Sarbib, simultaneamente interessado pelo Rock é indubitavelmente um nome de extraordinária projecção no actual panorama musical do país.
Por outro lado, Rui Pipas, que pode talvez ser considerado o melhor solista português de Hard Rock, e que fez anteriormente parte dos Beatniks, parece ter abandonado aquele grupo por «incompatibilidades de ordem musical» com os demais elementos, foi imediatamente convidado pelos irmãos Sarbib para fazer parte de ALBATROZ.
Pedro Taveira, sem dúvida alguma o melhor elemento daquele que até há pouco se poderia considerar um dos melhores, sendo o melhor, agrupamento português, o Pentágono (do Porto), resolveu procurar novas fontes de inspiração, novos horizontes e aceitar o convite para vir para Lisboa e tocar com o recém formado grupo.
Entretanto, o agrupamento acaba de gravar um single e prepara-se para actuar em diversos espectáculos. Aguardemos ALBATROZ e façamos votos para uma longa sobrevivência, deste Super-grupo."

Eram, na realidade, constituídos por alguns dos que eram considerados os melhores músicos portugueses no género. Jorge Lima Barreto num longo texto intitulado "Música Pop Portuguesa no Reino da Mediocridade" que foi publicado no jornal Expresso de 24 de Fevereiro de 1973, no seu crivo bem exigente dizia:
"Houve, em tempos que já lá vão, uma tentativa bizantina de organizar um grupo com a fina-flor da pop portuguesa: o Albatroz. Tudo resultou num fiasco tímido e as tais «starlettes» esfumaram-se no anonimato."

Mais à frente reconhece que "Taveira possui os requisitos necessários para ser um óptimo baterista: agilidade, inventiva, mobilidade, suplesse."


https://www.discogs.com/



O referido Single constava de duas músicas "It Could Happen" de André Sarbib e Terry Thomas e uma versão da bem conhecida "Sixty Years On" de Elton John e Bernie Taupin. Com esta última ficamos.

Nota final: Vi no ano de 1972 no baile de finalistas daquele ano no Café Progresso de Ovar os Albatroz a actuarem. Lembro-me que ocasiões houve em que mais que um baile era um concerto a que se assistia, recordo-me por exemplo de terem tocado "Nothing At All" dos Gentle Giant, tinha eu 15 anos!






Albatroz – Sixty Years On

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