domingo, 7 de junho de 2020

José Mário Branco – Por Terras de França

1972 e a música feita em Portugal foi a minha proposta, iniciada ontem e que se vai prolongar pelos próximos dias.
A resistência ao regime é cada vez maior e o ano termina com a famosa Vigília da Capela do Rato, onde um grupo de católicos se propõem fazer uma greve de fome de 48 horas em protesto contra a guerra Colonial e a Ditadura do Estado Novo. A acção termina com a intervenção da polícia e a prisão dos principais mentores, os sonhos de uma transformação por dentro do regime do regime diminuem.
Musicalmente os cantores da área da canção de protesto mantêm-se bem activos, quando não é cá é de lá de fora que surgem as melhores novidades e entre elas encontrava-se o 2º álbum de José Mário Branco.


Edição de 1996 em CD, pela editora EMI, referência 7243 8 35656 2 7


"Margem de Certa Maneira" era o nome do trabalho que dava continuidade na renovação da nossa música popular e na qual José Mário Branco teve um papel fundamental. Foi publicado em Dezembro de 1972 numa altura em que Portugal era condenado na ONU por negar o direito à autodeterminação dos povos das colónias e o regime de Marcello Caetano teimava em não fazer mudanças em direcção à democratização do país.

O álbum começava com "Por Terras de França" e é do livreto da edição em CD as seguintes palavras:
"A pátria, essa, continuava longe. "Não foi por vontade nem por gosto/ que deixei a minha terra", explicava ele, logo no refrão do tema que abre o disco e que balança entre uma ténue crença num futuro diferente ("vou andando por terras de França/ pela viela da esperança") e o desconforto da sensação de tudo continuar na mesma, apesar dos desejos e do empenho na concretização deles ("entre a uva e o mosto/ fica tudo sempre neste pé.")



José Mário Branco – Por Terras de França

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