Dei por mim a pensar...
Hoje em dia, qualquer música pode ser ouvida, em qualquer lugar, em qualquer momento. De manhã, tarde, noite, em casa, nos transportes, no trabalho, nas férias, estão generalizados os dispositivos electrónicos que permitem o usufruto da audição das músicas mais queridas, regra geral com qualidade de reprodução inferior ao desejável. É assim o mundo actual, a diversidade, o caos, a procura permanente do desfrute de momentos de prazer que atenuem os momentos difíceis ou ampliem os momentos de lazer. Há pois um abandalhamento do gozo musical que faz com que esta esteja presente quando não devia ser necessária. Não bastasse os ditos dispositivos pessoais, por vezes partilhados por dois (é vê-los, nos transportes, a partição dos auriculares), que pelo menos têm a vantagem de “só usa quem quer” (embora, por vezes, até esses equipamentos emitam ruído que incomoda quem ao lado vai), também a sociedade institui a música para todos os lugares e situações, consultórios, hotéis, elevadores, congressos, praias, são disso exemplo. Até nos concertos ao ar livre, o abuso e desrespeito pela música é enorme: níveis de audição superiores ao desejável, vários palcos em simultâneo, onde num palco se ouve, ao longe, o som do outro, e uma boa parte da plateia mais interessada em tudo menos na fruição da música, mais um pretexto que uma real necessidade ou interesse.
Não vou, claro, por este caminho.
E, sem querer institui regras para quando e como se deve ouvir esta ou aquela música, procuro deixar que essa selecção se efectue o mais naturalmente possível. Nas manhãs não há, normalmente, necessidade de ouvir música; a tarde é boa para a descoberta de novas sonoridades (Johnny Flynn, Laura Marling, Kurt Vile, Matthew E. White, etc.) e a noite para os consagrados (de Richard Thompson a John Coltrane). Os Domingos (agora de manhã faz todo o sentido) são bons para reviver The Beatles, The Beach Boys…, o Verão para a música Pop, o Inverno para o Jazz …
Agora a escolha para hoje, recuamos no tempo ao ano de 1961. Bill Evans (1929-1980), músico branco, pianista com influências da música clássica, reconhecido na grande música negra, o Jazz, deixou-nos uma larga obra a influenciar, por sua vez, inúmeros destacados músicos de Jazz. Para ouvir, quando quiserem, como quiserem, mas de preferência em vinil numa boa aparelhagem, “Waltz for Debby” original de Bill Evans de 1956, aqui numa interpretação de 1961.
Bill Evans - Waltz for Debby
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
terça-feira, 31 de outubro de 2017
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
John Coltrane and Johnny Hartman - They Say It's Wonderful
Espaço, agora, para mais algumas recordações soltas sem ligação aparente entre elas. Às duas por três vêm à memória e é altura de aqui as partilhar.
Recuo a 1963 e a uma canção bem antiga do cancioneiro norte-americano.
Enquanto em Inglaterra The Beatles se preparavam para revolucionar e qualificar a música popular de uma forma ímpar, do outro lado do Atlântico o melhor ainda ia directo para o Jazz e seus cantores.
Se as vozes femininas no Jazz eram então muito populares, as vozes masculinas (crooners) estavam em declínio face ao êxito crescente do Rock’n’roll. Os nomes mais marcantes eram ainda os de Frank Sinatra, Bing Crosby, Dean Martin e Nat King Cole.
Para hoje, a escolha vai para um nome menos conhecido: Johnny Hartman (1923-1983).
Já com alguns álbuns gravados é em 1963 que se dá o encontro com um dos maiores músicos de Jazz de todos os tempos, o saxofonista John Coltrane (1926-1967). Deste encontro resultaria um disco que rapidamente se tornaria num clássico, “John Coltrane and Johnny Hartman”.
São 6 temas e são 6 pequenas maravilhas entretanto recuperadas para CD, em 1995. O disco foi gravado com o então melhor Quarteto de John Coltrane, a saber: John Coltrane, saxofone; McCoy Tyner (1938-), piano (que tive o prazer de ver na Casa da Música em 2007); Jimmy Garrison (1934-1976), baixo e Elvin Jones (1927-2004), bateria.
A melhor música americana de há mais de 50 anos, num tema escrito por Irving Berlin, em 1946, de nome “They Say It’s Wonderful”.
John Coltrane and Johnny Hartman - They Say It's Wonderful
Recuo a 1963 e a uma canção bem antiga do cancioneiro norte-americano.
Enquanto em Inglaterra The Beatles se preparavam para revolucionar e qualificar a música popular de uma forma ímpar, do outro lado do Atlântico o melhor ainda ia directo para o Jazz e seus cantores.
Se as vozes femininas no Jazz eram então muito populares, as vozes masculinas (crooners) estavam em declínio face ao êxito crescente do Rock’n’roll. Os nomes mais marcantes eram ainda os de Frank Sinatra, Bing Crosby, Dean Martin e Nat King Cole.
Para hoje, a escolha vai para um nome menos conhecido: Johnny Hartman (1923-1983).
Já com alguns álbuns gravados é em 1963 que se dá o encontro com um dos maiores músicos de Jazz de todos os tempos, o saxofonista John Coltrane (1926-1967). Deste encontro resultaria um disco que rapidamente se tornaria num clássico, “John Coltrane and Johnny Hartman”.
São 6 temas e são 6 pequenas maravilhas entretanto recuperadas para CD, em 1995. O disco foi gravado com o então melhor Quarteto de John Coltrane, a saber: John Coltrane, saxofone; McCoy Tyner (1938-), piano (que tive o prazer de ver na Casa da Música em 2007); Jimmy Garrison (1934-1976), baixo e Elvin Jones (1927-2004), bateria.
A melhor música americana de há mais de 50 anos, num tema escrito por Irving Berlin, em 1946, de nome “They Say It’s Wonderful”.
John Coltrane and Johnny Hartman - They Say It's Wonderful
domingo, 29 de outubro de 2017
Fernando Tordo - O Pedro
Fernando Tordo é um cantautor incontornável da música portuguesa.
Muito cedo começou a cantar e a tocar viola tendo aos 14 anos ingressado no primeiro conjunto Pop. Diz-nos a "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX":
"Em 1964 integrou o conjunto Os Deltons, cantando e tocando guitarra eléctrica em bailes de finalistas e associações recreativas."
Ainda no ano de 1966 vai fazer parte do conjunto português mais relevante da época, os Sheiks. Diz a referida enciclopédia:
"Em Dez. 1966 integrou, substituindo Carlos Mendes, como vocalista principal e «guitarra-ritmo» (guitarra eléctrica com a função de acompanhamento rítmico), o conjunto Sheiks, uma das formações com mais sucesso na época, onde permaneceu aproximadamente ano e meio."
É pois com Fernando Tordo que os Sheiks gravam o último EP, antes de terminarem com as faixas "How Could You Forget", "That's All", "Old Generation" e "Bloody Dreamer".
Em 1969 estreia-se no Festival da Canção da RTP, onde vai ter presença assídua, começa também uma produtiva colaboração com o poeta Ary dos Santos "...que se prolongou por 14 anos, da qual resultaram perto de 400 composições...".
Na sequência do Festival, onde fica em 5º lugar com a canção "Cantiga", é editado o primeiro EP com as faixas "Cantiga", "That Day, "O Pedro" e "Some Words of Love", estas três últimas de sua autoria.
Aqui Fernando Tordo numa fase de influência da canção ligeira que vinha lá de fora, segue para ouvir "O Pedro".
Fernando Tordo - O Pedro
Muito cedo começou a cantar e a tocar viola tendo aos 14 anos ingressado no primeiro conjunto Pop. Diz-nos a "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX":
"Em 1964 integrou o conjunto Os Deltons, cantando e tocando guitarra eléctrica em bailes de finalistas e associações recreativas."
Ainda no ano de 1966 vai fazer parte do conjunto português mais relevante da época, os Sheiks. Diz a referida enciclopédia:
"Em Dez. 1966 integrou, substituindo Carlos Mendes, como vocalista principal e «guitarra-ritmo» (guitarra eléctrica com a função de acompanhamento rítmico), o conjunto Sheiks, uma das formações com mais sucesso na época, onde permaneceu aproximadamente ano e meio."
É pois com Fernando Tordo que os Sheiks gravam o último EP, antes de terminarem com as faixas "How Could You Forget", "That's All", "Old Generation" e "Bloody Dreamer".
Em 1969 estreia-se no Festival da Canção da RTP, onde vai ter presença assídua, começa também uma produtiva colaboração com o poeta Ary dos Santos "...que se prolongou por 14 anos, da qual resultaram perto de 400 composições...".
Na sequência do Festival, onde fica em 5º lugar com a canção "Cantiga", é editado o primeiro EP com as faixas "Cantiga", "That Day, "O Pedro" e "Some Words of Love", estas três últimas de sua autoria.
Aqui Fernando Tordo numa fase de influência da canção ligeira que vinha lá de fora, segue para ouvir "O Pedro".
Fernando Tordo - O Pedro
sábado, 28 de outubro de 2017
Carlos Portugal - Todos Têm Paz No Seu Olhar
Com uma discografia assinalável, mas mesmo assim relativamente pouco conhecido, Carlos Portugal foi um cantor, compositor multifacetado datando as suas primeiras gravações do ano de 1967.
Foram 2 EP que este ano conheceu a anteceder o primeiro formato de longa duração editado no ano seguinte.
12 composições assinadas por Carlos Portugal onde para além da voz assegura a guitarra e a harmónica. Numa toada predominantemente Folk, mais tarde a evoluir para o Pop-Rock, se fez este interessante e ignorado LP.
Na primeira audição deste LP começasse por ter a sensação de algo estranho, para progressivamente se revelar como uma proposta deveras interessante. Um disco destes em 1968 em Portugal, é obra.
A ele havemos de voltar, começamos com "Todos Têm Paz No Seu Olhar" a faixa inicial deste LP.
Carlos Portugal - Todos Têm Paz No Seu Olhar
Foram 2 EP que este ano conheceu a anteceder o primeiro formato de longa duração editado no ano seguinte.
12 composições assinadas por Carlos Portugal onde para além da voz assegura a guitarra e a harmónica. Numa toada predominantemente Folk, mais tarde a evoluir para o Pop-Rock, se fez este interessante e ignorado LP.
Na primeira audição deste LP começasse por ter a sensação de algo estranho, para progressivamente se revelar como uma proposta deveras interessante. Um disco destes em 1968 em Portugal, é obra.
A ele havemos de voltar, começamos com "Todos Têm Paz No Seu Olhar" a faixa inicial deste LP.
Carlos Portugal - Todos Têm Paz No Seu Olhar
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
António Braga - O Menino Negro Não Entrou na Roda
Mais um nome pouco conhecido da música popular portuguesa. Nos anos 70, antes do 25 de Abril de 1974, teve um incremento significativo nomeadamente com o aparecimento de inúmeros cantores ditos de "intervenção". António Braga foi mais um deles.
Pode-se ler em"Canto de Intervenção 1960-1974" de Eduardo M. Raposo:
"Cantor de intervenção, na sua qualidade de cantautor - intérprete, compositor e autor -, entre 1968 e 1973 participou em diversos recitais com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Carlos Paredes, Francisco Fanhais, José Jorge Letria, António Macedo, José Fanha, Manuel Freire e Deniz Cintra, nas universidades de Lisboa e Coimbra e em associações recreativas do Centro, Lisboa e Margem Sul."
Em vinil, daquela época, ficaram gravados 2 discos, um EP em 1970 e um Single em 1972. Para já vamos ficar pelo EP composto pelas seguintes 4 canções:
- Soldadim Catrapim
- O Menino Negro Não Entrou na Roda
- Roda da Senhora Rainha
- Canção para Desfazer Equívocos
Deste disco destaco a bem conseguida interpretação da canção "O Menino Negro Não Entrou na Roda" que ainda ontem recordámos no original de Luis Cília.
António Braga - O Menino Negro Não Entrou na Roda
Pode-se ler em"Canto de Intervenção 1960-1974" de Eduardo M. Raposo:
"Cantor de intervenção, na sua qualidade de cantautor - intérprete, compositor e autor -, entre 1968 e 1973 participou em diversos recitais com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Carlos Paredes, Francisco Fanhais, José Jorge Letria, António Macedo, José Fanha, Manuel Freire e Deniz Cintra, nas universidades de Lisboa e Coimbra e em associações recreativas do Centro, Lisboa e Margem Sul."
Em vinil, daquela época, ficaram gravados 2 discos, um EP em 1970 e um Single em 1972. Para já vamos ficar pelo EP composto pelas seguintes 4 canções:
- Soldadim Catrapim
- O Menino Negro Não Entrou na Roda
- Roda da Senhora Rainha
- Canção para Desfazer Equívocos
Deste disco destaco a bem conseguida interpretação da canção "O Menino Negro Não Entrou na Roda" que ainda ontem recordámos no original de Luis Cília.
António Braga - O Menino Negro Não Entrou na Roda
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Luis Cília - O Menino Negro Não Entrou na Roda
Uma das minhas preferências na música popular portuguesa nas décadas de 60 e 70 vai para Luis Cília. Depois de já ter feito algumas passagens por este cantautor ímpar e não devidamente lembrado, volto a ele para um Regresso ao Passado mais remoto.
Luis Cília nasceu em Angola em 1943 e de acordo com a sua biografia em www.luiscilia.com:
"Veio para Portugal em 1959, para prosseguir os seus estudos.
Em 1962 conheceu o poeta Daniel Filipe que o incentivou a musicar poesia. Datam desse ano as suas primeiras experiências nesse campo ( "Meu país", " O menino negro não entrou na roda", etc.), mais tarde incluídos no seu primeiro disco gravado em França, para a editora Chant du Monde. Em Abril de 1964 partiu para Paris, onde viveu até 1974."
Nesse mesmo ano, 1964, editou em França o primeiro LP "Portugal-Angola: Chants de Lutte", disco editado pela prestigiada editora "Le Chant du Monde". Nele constava a escolha de hoje e que foi o primeiro poema musicado por Luis Cília, "O Menino Negro Não Entrou na Roda".
Numa altura em que Portugal se encontrava em plena guerra colonial, o racismo é o tema abordado nesta belíssima canção com letra do escritor angolano Geraldo Bessa Victor.
Este LP seria regravado em 1973/4 com a designação "Meu País"
Luis Cília - O Menino Negro Não Entrou na Roda
Luis Cília nasceu em Angola em 1943 e de acordo com a sua biografia em www.luiscilia.com:
"Veio para Portugal em 1959, para prosseguir os seus estudos.
Em 1962 conheceu o poeta Daniel Filipe que o incentivou a musicar poesia. Datam desse ano as suas primeiras experiências nesse campo ( "Meu país", " O menino negro não entrou na roda", etc.), mais tarde incluídos no seu primeiro disco gravado em França, para a editora Chant du Monde. Em Abril de 1964 partiu para Paris, onde viveu até 1974."
Nesse mesmo ano, 1964, editou em França o primeiro LP "Portugal-Angola: Chants de Lutte", disco editado pela prestigiada editora "Le Chant du Monde". Nele constava a escolha de hoje e que foi o primeiro poema musicado por Luis Cília, "O Menino Negro Não Entrou na Roda".
Numa altura em que Portugal se encontrava em plena guerra colonial, o racismo é o tema abordado nesta belíssima canção com letra do escritor angolano Geraldo Bessa Victor.
Este LP seria regravado em 1973/4 com a designação "Meu País"
Luis Cília - O Menino Negro Não Entrou na Roda
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
António Bernardino - Cantiga Para os Que Partem
António Bernardino (1942-1996) foi um nome grande do Fado de Coimbra.
As primeiras gravações, conforme "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX", datam de 1964, que adianta:
"Desde a sua chegada a Coimbra e ao longo deste período, manteve-se próximo do grupo ligado à «trova» (A. Portugal, Manuel Alegre), tendo participado num dos fonogramas mais representativos deste «movimento» (LP Flores para Coimbra, 1970).
"Flores para Coimbra" é um LP editado pela Arnaldo Trindade em 1970 na sequência do EP anteriormente publicado que continha as canções: "Flores para Coimbra", "Canção com Lágrimas", "Canção do Exílio" e "Trova da Planície". Com uma discografia muito pouco conhecida, "Flores para Coimbra" foi o disco que teve maior divulgação e é deste trabalho que possuo um exemplar.
Com a colaboração de António Portugal (guitarra), Francisco Martins (Guitarra) e Luís Filipe (Viola), António Bernardino deixa-nos um disco importante, um registo histórico do estado da trova de Coimbra no final da década de 60.
Para recordação "Cantiga Para os Que Partem", letra de Rosalia de Castro, escritora galega, música de José Niza e interpretação de António Bernardino.
(Mais conhecida terá sido a interpretação de Adriano Correia de Oliveira inserida no LP "Cantaremos" de 1970 sob o nome "Cantar de Emigração", também os Duarte & Ciríaco a gravaram no mesmo ano sob o nome "Este Parte, Aquele Parte")
António Bernardino - Cantiga Para os Que Partem
As primeiras gravações, conforme "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX", datam de 1964, que adianta:
"Desde a sua chegada a Coimbra e ao longo deste período, manteve-se próximo do grupo ligado à «trova» (A. Portugal, Manuel Alegre), tendo participado num dos fonogramas mais representativos deste «movimento» (LP Flores para Coimbra, 1970).
"Flores para Coimbra" é um LP editado pela Arnaldo Trindade em 1970 na sequência do EP anteriormente publicado que continha as canções: "Flores para Coimbra", "Canção com Lágrimas", "Canção do Exílio" e "Trova da Planície". Com uma discografia muito pouco conhecida, "Flores para Coimbra" foi o disco que teve maior divulgação e é deste trabalho que possuo um exemplar.
Edição da Orfeu com referência SBNAT 11007 de 1970 |
Com a colaboração de António Portugal (guitarra), Francisco Martins (Guitarra) e Luís Filipe (Viola), António Bernardino deixa-nos um disco importante, um registo histórico do estado da trova de Coimbra no final da década de 60.
Para recordação "Cantiga Para os Que Partem", letra de Rosalia de Castro, escritora galega, música de José Niza e interpretação de António Bernardino.
(Mais conhecida terá sido a interpretação de Adriano Correia de Oliveira inserida no LP "Cantaremos" de 1970 sob o nome "Cantar de Emigração", também os Duarte & Ciríaco a gravaram no mesmo ano sob o nome "Este Parte, Aquele Parte")
António Bernardino - Cantiga Para os Que Partem
terça-feira, 24 de outubro de 2017
António Macedo - Sei de Uma Menina
António Macedo (1946-1999) foi na década de 70 um cantautor que deixou uma pequena mas estimável discografia.
Ficou conhecido pela canção "Erguer a Voz e Cantar" que ficou no ideário popular como "Canta, Amigo, Canta" do refrão da canção:
"Canta canta amigo canta
vem cantar a nossa canção
tu sozinho não és nada
juntos temos o mundo na mão"
"Erguer a Voz e Cantar" fazia parte do primeiro EP editado em 1970 e seria novamente editada em Single após o 25 de Abril já com o nome "Canta, Amigo, Canta".
Este EP era composto por quatro canções a saber: "Retalhos de Uma Noite", "Antes de Ti", "Erguer a Voz e Cantar" e "Sei de Uma Menina".
A postagem de hoje só é possível graças a alguém de nome José Mário, que não conheço, mas que graças à net o encontrei, e que amavelmente me disponibilizou quase a totalidade da discografia de António Macedo.
"Erguer a Voz e Cantar" é sobejamente conhecida, ficamos com "Sei de Uma Menina"
António Macedo - Sei de Uma Menina
Ficou conhecido pela canção "Erguer a Voz e Cantar" que ficou no ideário popular como "Canta, Amigo, Canta" do refrão da canção:
"Canta canta amigo canta
vem cantar a nossa canção
tu sozinho não és nada
juntos temos o mundo na mão"
"Erguer a Voz e Cantar" fazia parte do primeiro EP editado em 1970 e seria novamente editada em Single após o 25 de Abril já com o nome "Canta, Amigo, Canta".
Este EP era composto por quatro canções a saber: "Retalhos de Uma Noite", "Antes de Ti", "Erguer a Voz e Cantar" e "Sei de Uma Menina".
A postagem de hoje só é possível graças a alguém de nome José Mário, que não conheço, mas que graças à net o encontrei, e que amavelmente me disponibilizou quase a totalidade da discografia de António Macedo.
"Erguer a Voz e Cantar" é sobejamente conhecida, ficamos com "Sei de Uma Menina"
António Macedo - Sei de Uma Menina
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Daniel - Para os Meninos da Guerra
Já efectuámos 2 passagem por Daniel, cantor surgido no final da década de 60 inserido no movimento de renovação da canção popular portuguesa. Logo no ano de 1968 edita 2 EP, do primeiro já recordámos "Hino a Joan Baez", no 2º evidenciava-se, a escolha de hoje, "Para os Meninos da Guerra".
O EP era composto por 3 canções, "Para os Meninos da Guerra", "... E Não Havia Sol para o Natal" e "Zé Ninguém sem Nome" e na realidade não me lembrava deste disco, talvez pelo facto de, conforme consegui apurar, ter sido proibido pela censura.
"Para os Meninos da Guerra" foi depois do 25 de Abril de 1974 publicado em Single conjuntamente com "Se Eu Tivesse um Chicote" e seria provavelmente desta edição que me recordava daquela canção.
Facilmente se entende porque estava anteriormente proibida, ora ouça-se.
Daniel - Para os Meninos da Guerra
O EP era composto por 3 canções, "Para os Meninos da Guerra", "... E Não Havia Sol para o Natal" e "Zé Ninguém sem Nome" e na realidade não me lembrava deste disco, talvez pelo facto de, conforme consegui apurar, ter sido proibido pela censura.
"Para os Meninos da Guerra" foi depois do 25 de Abril de 1974 publicado em Single conjuntamente com "Se Eu Tivesse um Chicote" e seria provavelmente desta edição que me recordava daquela canção.
Facilmente se entende porque estava anteriormente proibida, ora ouça-se.
Daniel - Para os Meninos da Guerra
domingo, 22 de outubro de 2017
Os Plutónicos com Gino Garrido - Só Ela
“Somos um conjunto à base de música moderna, embora procurando usar o lema «mais música, menos barulho», assim respondia Gino Garrido à pergunta da revista “Plateia” sobre as características do seu conjunto Os Plutónicos.
Num artigo intitulado “Seis admiradores dos conjuntos João Paulo e “Os Beatles” criaram uma terceira força: “OS PLUTÓNICOS”!”, à pergunta “Qual é o vosso número de maior sucesso?” Gino Garrido responde: “É realmente difícil responder a isso, porque o gosto do público costuma variar. Mas, pessoalmente prefiro «Só ela».”
“Só Ela” acabaria por ser gravado, em 1967, no único registo de Os Plutónicos.
Na conta capa mais um texto a não perder:
“Há pouco mais de um ano surgiram 'OS PLUTÓNICOS' e GINO GARRIDO.
Jovens que, no início da formação do conjunto, não estavam credores de grandes aspirações, mas, apenas pretendiam construir fortes alicerces numa vontade inabalável de se cunharem de um estilo próprio.
"SÓ ELA", foi a canção que marcou o início da actividade deste conjunto. Em seguida, surgiram 'LAURA' e 'ESTOU SÓ', que, junto dos numerosos fans, obtiveram sucesso devido à facilidade e harmonia com que eram cantaroladas.
Recentemente, com o aparecimento de 'GOOD BYE, MY LOVE', nova etapa começou para este simpático agrupamento musical, de tal forma que, junto dos admiradores marcou profundamente em virtude do ritmo e da expressão, próprios da juventude, que a canção traduz.
E, naturalmente, surgiu a ideia de gravar um disco, aspiração que foi concretizada pela "ALVORADA" através do lançamento deste 45 rotações.
Com desejos de que ele seja plenamente aceite, vos envio votos de felicidades e êxitos futuros.
UMA ADMIRADORA”.
O EP continha 1 “Yé-Yé”, 2 “Sheiks” e 1 “Surf”, sendo “Só Ela” um dos “Sheiks”, aqui vai.
Os Plutónicos com Gino Garrido - Só Ela
Num artigo intitulado “Seis admiradores dos conjuntos João Paulo e “Os Beatles” criaram uma terceira força: “OS PLUTÓNICOS”!”, à pergunta “Qual é o vosso número de maior sucesso?” Gino Garrido responde: “É realmente difícil responder a isso, porque o gosto do público costuma variar. Mas, pessoalmente prefiro «Só ela».”
“Só Ela” acabaria por ser gravado, em 1967, no único registo de Os Plutónicos.
Na conta capa mais um texto a não perder:
“Há pouco mais de um ano surgiram 'OS PLUTÓNICOS' e GINO GARRIDO.
Jovens que, no início da formação do conjunto, não estavam credores de grandes aspirações, mas, apenas pretendiam construir fortes alicerces numa vontade inabalável de se cunharem de um estilo próprio.
"SÓ ELA", foi a canção que marcou o início da actividade deste conjunto. Em seguida, surgiram 'LAURA' e 'ESTOU SÓ', que, junto dos numerosos fans, obtiveram sucesso devido à facilidade e harmonia com que eram cantaroladas.
Recentemente, com o aparecimento de 'GOOD BYE, MY LOVE', nova etapa começou para este simpático agrupamento musical, de tal forma que, junto dos admiradores marcou profundamente em virtude do ritmo e da expressão, próprios da juventude, que a canção traduz.
E, naturalmente, surgiu a ideia de gravar um disco, aspiração que foi concretizada pela "ALVORADA" através do lançamento deste 45 rotações.
Com desejos de que ele seja plenamente aceite, vos envio votos de felicidades e êxitos futuros.
UMA ADMIRADORA”.
O EP continha 1 “Yé-Yé”, 2 “Sheiks” e 1 “Surf”, sendo “Só Ela” um dos “Sheiks”, aqui vai.
Os Plutónicos com Gino Garrido - Só Ela
sábado, 21 de outubro de 2017
Grupo 5 - Meninos do Biafra
Em 1968 a formação portuense Conjunto Sousa Pinto muda de designação e passa a Grupo 5.
Em entrevista ao blog “Ié-Ié” o próprio Sousa Pinto recorda:
“O Grupo 5 foi a continuação do Sousa Pinto. Apenas aconteceu a mudança de nome, por sugestão minha. Não me dava bem com a popularidade.”
Tendo o Conjunto Sousa Pinto gravado 6 EP entre 1962 e 1966, o Grupo 5 vai dar continuidade, com diferentes sonoridades, com mais 3 EP entre 1968 e 1970. E assim entre originais (em português e inglês) e versões de temas de sucesso (dos Monkees aos Wallace Collection) se fizeram estas gravações aqui e acolá com algumas manifestações de um Pop psicadélico que por cá começava a fazer-se sentir.
O grupo despedia-se das gravações em 1970 com o EP “Wight is Wight” podendo-se ler na contra-capa:
“Atravessando, ainda, uma fase experimental que deve ser tomada como equivalente de um constante dinamismo, o GRUPO 5 transpôs, há muito e decididamente, a linha que separa as tentativas das realidades. Atingiu-se um estilo, persiste-se num ritmo de trabalho, avança-se rumo a um objectivo bem determinado: a criação de música portuguesa com qualidade e autenticidade, merecedora de atenção e de respeito. Este disco surge como exemplo das potencialidades e das intenções do GRUPO 5, que sabe o que vale e para onde vai.”
E terminava:
“De costas voltadas para a trivialidade medíocre dos assuntos que são santo-e-senha na música comercial portuguesa (que cada qual escolha as excepções que quiser), o GRUPO 5 aborda temas de implicação social — sérios e actuais.”
Pondo de lado as versões pouco interessantes dos super-êxitos que foram “Wight is Wight” de Michel Delpech e “Daydream” dos Wallace Collection a escolha vai para “Meninos do Biafra” mais condizente com os “… temas de implicação social — sérios e actuais”.
Grupo 5 - Meninos do Biafra
Em entrevista ao blog “Ié-Ié” o próprio Sousa Pinto recorda:
“O Grupo 5 foi a continuação do Sousa Pinto. Apenas aconteceu a mudança de nome, por sugestão minha. Não me dava bem com a popularidade.”
Tendo o Conjunto Sousa Pinto gravado 6 EP entre 1962 e 1966, o Grupo 5 vai dar continuidade, com diferentes sonoridades, com mais 3 EP entre 1968 e 1970. E assim entre originais (em português e inglês) e versões de temas de sucesso (dos Monkees aos Wallace Collection) se fizeram estas gravações aqui e acolá com algumas manifestações de um Pop psicadélico que por cá começava a fazer-se sentir.
O grupo despedia-se das gravações em 1970 com o EP “Wight is Wight” podendo-se ler na contra-capa:
“Atravessando, ainda, uma fase experimental que deve ser tomada como equivalente de um constante dinamismo, o GRUPO 5 transpôs, há muito e decididamente, a linha que separa as tentativas das realidades. Atingiu-se um estilo, persiste-se num ritmo de trabalho, avança-se rumo a um objectivo bem determinado: a criação de música portuguesa com qualidade e autenticidade, merecedora de atenção e de respeito. Este disco surge como exemplo das potencialidades e das intenções do GRUPO 5, que sabe o que vale e para onde vai.”
E terminava:
“De costas voltadas para a trivialidade medíocre dos assuntos que são santo-e-senha na música comercial portuguesa (que cada qual escolha as excepções que quiser), o GRUPO 5 aborda temas de implicação social — sérios e actuais.”
Pondo de lado as versões pouco interessantes dos super-êxitos que foram “Wight is Wight” de Michel Delpech e “Daydream” dos Wallace Collection a escolha vai para “Meninos do Biafra” mais condizente com os “… temas de implicação social — sérios e actuais”.
Grupo 5 - Meninos do Biafra
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Catherine Ribeiro - Dieu Est à Nos Côtés
Há nomes que, vá-se lá saber porquê, não foram, não são devidamente divulgados, pese a sua qualidade e até reconhecimento no país de origem.
Estou-me a lembrar de Catherine Ribeiro, nascida em França, filha de pais portugueses. Desde os anos 60, até à actualidade, muitos discos e espectáculos depois, uma das vozes mais importantes da canção francesa. Possuidora de uma voz impressionante, ficou conhecida como a Nico francesa.
No dizer da wikipédia:
“Catherine Ribeiro is possibly the most unique voice in French rock. Often referred as the French Nico, her Portuguese origins are responsible of the unique character of her voice.” (Na realidade há parecenças físicas e guturais entre as duas)
De acordo com Luís Pinheiro de Almeida em “Biografia do Ié-Ié”, “Nos anos 70 a revista Rock & Folk considerou Catherine Ribeiro uma das 10 melhores vozes do mundo, ao lado de Janis Joplin, Joan Baez, Tina Turner e Aretha Franklin.”
Excelente intérprete de Edith Piaf (Le Blues de Piaf – 1977), mas também de Léo Ferré, com quem se assemelha no dramatismo interpretativo, teve destaque, para além da carreira a solo, a sua ligação ao grupo “Alpes” (Catherine Ribeiro + Alpes) com os quais gravou 8 álbuns.
Identificados com o Rock progressivo dos anos 70, lembram por vezes os Soft Machine ou o grupo francês, então mais conhecido, Magma.
São dos anos 70 temas como “Paix” (15 m) e “Un jour... la mort” (24 m) onde se destacam os seus dotes interpretativos e as suas preocupações sociais.
Do final dos anos 70 vejam o video seguinte “Tous les droits sont dans la nature”.
Ou também dos anos 70, "Paix".
Uma discografia longa e de qualidade a justificar uma audição atenta.
Pela curiosidade escolhi um tema de um EP que gravou em Portugal em 1967, que não aparece normalmente referenciado na sua discografia, onde Catherine Ribeiro é acompanhada pelos nossos Sheiks.
Dos 4 temas que compõem este EP ficamos com ”Dieu est à nos Côtés”, versão de “With God On Our Side” de Bob Dylan.
Catherine Ribeiro - Dieu Est à Nos Côtés
Estou-me a lembrar de Catherine Ribeiro, nascida em França, filha de pais portugueses. Desde os anos 60, até à actualidade, muitos discos e espectáculos depois, uma das vozes mais importantes da canção francesa. Possuidora de uma voz impressionante, ficou conhecida como a Nico francesa.
No dizer da wikipédia:
“Catherine Ribeiro is possibly the most unique voice in French rock. Often referred as the French Nico, her Portuguese origins are responsible of the unique character of her voice.” (Na realidade há parecenças físicas e guturais entre as duas)
De acordo com Luís Pinheiro de Almeida em “Biografia do Ié-Ié”, “Nos anos 70 a revista Rock & Folk considerou Catherine Ribeiro uma das 10 melhores vozes do mundo, ao lado de Janis Joplin, Joan Baez, Tina Turner e Aretha Franklin.”
Excelente intérprete de Edith Piaf (Le Blues de Piaf – 1977), mas também de Léo Ferré, com quem se assemelha no dramatismo interpretativo, teve destaque, para além da carreira a solo, a sua ligação ao grupo “Alpes” (Catherine Ribeiro + Alpes) com os quais gravou 8 álbuns.
Identificados com o Rock progressivo dos anos 70, lembram por vezes os Soft Machine ou o grupo francês, então mais conhecido, Magma.
São dos anos 70 temas como “Paix” (15 m) e “Un jour... la mort” (24 m) onde se destacam os seus dotes interpretativos e as suas preocupações sociais.
Do final dos anos 70 vejam o video seguinte “Tous les droits sont dans la nature”.
Ou também dos anos 70, "Paix".
Uma discografia longa e de qualidade a justificar uma audição atenta.
Pela curiosidade escolhi um tema de um EP que gravou em Portugal em 1967, que não aparece normalmente referenciado na sua discografia, onde Catherine Ribeiro é acompanhada pelos nossos Sheiks.
Dos 4 temas que compõem este EP ficamos com ”Dieu est à nos Côtés”, versão de “With God On Our Side” de Bob Dylan.
Catherine Ribeiro - Dieu Est à Nos Côtés
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Há semelhança da melhor canção do ano, também na lista dos melhores álbuns de 1970 foi fácil acertar com a escolha que o "Em Órbita" fez, o eleito só podia ser "Bridge Over Troubled Water" do duo Simon and Garfunkel. Era também a minha escolha e logo a minha satisfação ao ouvir o "Em Órbita" anunciar, da seguinte maneira, a opção do programa:
"O melhor álbum do ano de 1970, é o repositório de um saber levado aos limites da elegância.
Obra saída do instinto visionário de um criador enorme, é o experimentar intenso do mais livre espírito inventivo.
Nela desponta a chama dos momentos que eternizam o respirar do maravilhoso.
«Bridge Over Troubled Water» - é o melhor álbum do ano de 1970."
Sem dúvida, uma obra maior a culminar uma carreira curta mas extraordinária de um duo que marcou o melhor que a música popular produziu nos anos 60.
Não adquiri de imediato este álbum. Sabia que mais tarde ou mais cedo fá-lo-ia, mas não estava na lista dos "difíceis" de encontrar e foi então protelado no tempo. O meu exemplar, referência 63699, é uma edição portuguesa da qual não consegui identificar o ano, custou 290$00 (cerca de 1,45€), já foi há muito, muito tempo.
Como se estivéssemos em 1970 a ouvir o "Em Órbita", na edição da meia-noite à uma, em absoluto silêncio segue para ouvir "So Long, Frank Lloyd Wright".
Simon and Garfunkel - So Long, Frank Lloyd Wright
Há semelhança da melhor canção do ano, também na lista dos melhores álbuns de 1970 foi fácil acertar com a escolha que o "Em Órbita" fez, o eleito só podia ser "Bridge Over Troubled Water" do duo Simon and Garfunkel. Era também a minha escolha e logo a minha satisfação ao ouvir o "Em Órbita" anunciar, da seguinte maneira, a opção do programa:
"O melhor álbum do ano de 1970, é o repositório de um saber levado aos limites da elegância.
Obra saída do instinto visionário de um criador enorme, é o experimentar intenso do mais livre espírito inventivo.
Nela desponta a chama dos momentos que eternizam o respirar do maravilhoso.
«Bridge Over Troubled Water» - é o melhor álbum do ano de 1970."
Sem dúvida, uma obra maior a culminar uma carreira curta mas extraordinária de um duo que marcou o melhor que a música popular produziu nos anos 60.
Não adquiri de imediato este álbum. Sabia que mais tarde ou mais cedo fá-lo-ia, mas não estava na lista dos "difíceis" de encontrar e foi então protelado no tempo. O meu exemplar, referência 63699, é uma edição portuguesa da qual não consegui identificar o ano, custou 290$00 (cerca de 1,45€), já foi há muito, muito tempo.
Como se estivéssemos em 1970 a ouvir o "Em Órbita", na edição da meia-noite à uma, em absoluto silêncio segue para ouvir "So Long, Frank Lloyd Wright".
Simon and Garfunkel - So Long, Frank Lloyd Wright
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Fotheringay - Fotheringay
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Fotheringay é um castelo do século XII situado na vila inglesa com o mesmo nome.
Fotheringay é uma canção da Sandy Denny no álbum "What We Did On Our Holydays" dos Fairport Convention de 1969.
Fotheringay é o nome do grupo de curta duração que Sandy Denny formou em 1970 depois de abandonar, pela primeira vez, os Fairport Convention.
"Fotheringay" é o nome do único álbum que durante a sua existência os Fotheringay editaram.
"Fotheringay" é uma obra-prima do Folk-Rock.
Para o programa "Em Órbita" este disco é o 2º melhor álbum do ano de 1970, tendo sido lido o seguinte texto:
"Para os Fotheringay se transferiu, já no final de 1970, o talento e a sensibilidade de Sandy Denny.
Um álbum cheio de ternura, que nos rasga um percurso de imagens de suave recorte.
Os Fotheringay, pertencem ao escasso número dos que ainda buscam o significado oculto duma recordação perdida nos alvores dos primeiros dias."
Foi neste programa que naturalmente conheci este disco histórico ao qual fiquei para sempre ligado. Com o passar dos tempos "Fotheringay" tornou-se uma referência obrigatória do melhor Folk-Rock alguma vez produzido e, hoje, sem dúvida o melhor trabalho desse excelente ano que foi 1970.
É um disco que guardo quase religiosamente, tem a referência ILPS 9125 e é uma edição inglesa precisamente do ano de 1970. Adquiri-o numa loja do Porto, cujo nome já não me recordo, na rua Passos Manuel num pequeno canto com a venda de alguns LP, espanto meu que imediatamente o comprei.
A este disco, com mais memórias, hei-de voltar, hoje recordamos "The Sea", mais um maravilhoso tema de Sandy Denny.
Fotheringay - The Sea
Fotheringay é um castelo do século XII situado na vila inglesa com o mesmo nome.
Fotheringay é uma canção da Sandy Denny no álbum "What We Did On Our Holydays" dos Fairport Convention de 1969.
Fotheringay é o nome do grupo de curta duração que Sandy Denny formou em 1970 depois de abandonar, pela primeira vez, os Fairport Convention.
"Fotheringay" é o nome do único álbum que durante a sua existência os Fotheringay editaram.
"Fotheringay" é uma obra-prima do Folk-Rock.
Para o programa "Em Órbita" este disco é o 2º melhor álbum do ano de 1970, tendo sido lido o seguinte texto:
"Para os Fotheringay se transferiu, já no final de 1970, o talento e a sensibilidade de Sandy Denny.
Um álbum cheio de ternura, que nos rasga um percurso de imagens de suave recorte.
Os Fotheringay, pertencem ao escasso número dos que ainda buscam o significado oculto duma recordação perdida nos alvores dos primeiros dias."
Foi neste programa que naturalmente conheci este disco histórico ao qual fiquei para sempre ligado. Com o passar dos tempos "Fotheringay" tornou-se uma referência obrigatória do melhor Folk-Rock alguma vez produzido e, hoje, sem dúvida o melhor trabalho desse excelente ano que foi 1970.
É um disco que guardo quase religiosamente, tem a referência ILPS 9125 e é uma edição inglesa precisamente do ano de 1970. Adquiri-o numa loja do Porto, cujo nome já não me recordo, na rua Passos Manuel num pequeno canto com a venda de alguns LP, espanto meu que imediatamente o comprei.
A este disco, com mais memórias, hei-de voltar, hoje recordamos "The Sea", mais um maravilhoso tema de Sandy Denny.
Fotheringay - The Sea
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Chicago - Chicago
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Chegamos ao trio que constitui a melhor produção musical do ano de 1970. Para o 3º lugar o programa "Em Órbita" vai eleger o duplo álbum "Chicago" da banda com o mesmo nome e que formava a segunda proposta da longa discografia que até hoje gerou.
Mais conhecido por "Chicago II", mas na realidade, no original, apenas "Chicago" é um álbum arrojado ao fazer a simbiose das múltiplas propostas musicais de então, do Jazz ao Rock, do Folk à música Clássica.
O duplo álbum da Chicago, é a oportuna desmistificação do argumento que se opõe, duma maneira não informada, aos mais representativos resultados da música não erudita de hoje.", assim considerava o "Em Órbita" este trabalho.
Na realidade isolar uma só composição deste excelente álbum é altamente redutor e não dá a perspectiva da diversidade e coesão musical que os Chicago manifestaram neste registo e na generalidade dos álbuns de início de carreira.
A proposta de audição vai para "Movin' In", depois é comprar "Chicago" e ouvi-lo até ao fim. "This endeavor should be exprienced sequentially.", de acordo com nota da produção.
Chicago - Movin' In
Chegamos ao trio que constitui a melhor produção musical do ano de 1970. Para o 3º lugar o programa "Em Órbita" vai eleger o duplo álbum "Chicago" da banda com o mesmo nome e que formava a segunda proposta da longa discografia que até hoje gerou.
Mais conhecido por "Chicago II", mas na realidade, no original, apenas "Chicago" é um álbum arrojado ao fazer a simbiose das múltiplas propostas musicais de então, do Jazz ao Rock, do Folk à música Clássica.
"O duplo álbum da Chicago foi talvez a mais coerente proposta em álbum conhecida no ano transacto.
Difícil se torna isolar qualquer dos seus trechos sem se ir lesar, duma forma mais ou menos violenta, o todo-geral em que este trabalho se impõe.O duplo álbum da Chicago, é a oportuna desmistificação do argumento que se opõe, duma maneira não informada, aos mais representativos resultados da música não erudita de hoje.", assim considerava o "Em Órbita" este trabalho.
Na realidade isolar uma só composição deste excelente álbum é altamente redutor e não dá a perspectiva da diversidade e coesão musical que os Chicago manifestaram neste registo e na generalidade dos álbuns de início de carreira.
A proposta de audição vai para "Movin' In", depois é comprar "Chicago" e ouvi-lo até ao fim. "This endeavor should be exprienced sequentially.", de acordo com nota da produção.
Chicago - Movin' In
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Elton John - Elton John
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
No 4º lugar na classificação dos melhores álbuns de 1970 de acordo com o programa "Em Órbita" encontrava-se a revelação do ano, Elton John com o álbum homónimo. Era, em meu entender, um candidato a melhor álbum do ano, tal a qualidade que Elton John manifestou neste LP, havia, porém, candidatos muito fortes que não deixaram que "Elton John" se colocasse ainda mais alto.
Antes do Top 3 ficamos, então, com aquela que foi a melhor obra de Elton John.
Pese já ter alguns Singles e um LP gravados é em 1970 com a edição deste álbum que a figura de Elton John se torna conhecida tal foi o êxito alcançado. Êxito que se se deveu, não só, às capacidades interpretativas e de composição por ele reveladas, mas também à parceria com Bernie Taupin nas letras e os surpreendentes arranjos de Paul Buckmaster.
O meu LP tem a referência DJLPS 406 e trata-se de uma edição portuguesa (a capa é nacional, o vinil deve ser prensagem inglesa) de 1970.
Lembremos a leitura do texto que o "Em Órbita" efectuou ao anunciar o 4º lugar para "Elton John":
" Elton John, é um intérprete difícil de comentar, já que a sua música, sem atingir valores inéditos, não deixa de traçar um modelo de forte impacto.
Em 1970, um só álbum foi amostra suficiente da coerência de um trabalho todo assente em sólidas convicções.
Um encanto novo, recriado em composições de excelente arranjo."
Deste disco mais uma bela recordação, "Border Song".
Elton John - Border Song
No 4º lugar na classificação dos melhores álbuns de 1970 de acordo com o programa "Em Órbita" encontrava-se a revelação do ano, Elton John com o álbum homónimo. Era, em meu entender, um candidato a melhor álbum do ano, tal a qualidade que Elton John manifestou neste LP, havia, porém, candidatos muito fortes que não deixaram que "Elton John" se colocasse ainda mais alto.
Antes do Top 3 ficamos, então, com aquela que foi a melhor obra de Elton John.
Pese já ter alguns Singles e um LP gravados é em 1970 com a edição deste álbum que a figura de Elton John se torna conhecida tal foi o êxito alcançado. Êxito que se se deveu, não só, às capacidades interpretativas e de composição por ele reveladas, mas também à parceria com Bernie Taupin nas letras e os surpreendentes arranjos de Paul Buckmaster.
O meu LP tem a referência DJLPS 406 e trata-se de uma edição portuguesa (a capa é nacional, o vinil deve ser prensagem inglesa) de 1970.
Lembremos a leitura do texto que o "Em Órbita" efectuou ao anunciar o 4º lugar para "Elton John":
" Elton John, é um intérprete difícil de comentar, já que a sua música, sem atingir valores inéditos, não deixa de traçar um modelo de forte impacto.
Em 1970, um só álbum foi amostra suficiente da coerência de um trabalho todo assente em sólidas convicções.
Um encanto novo, recriado em composições de excelente arranjo."
Deste disco mais uma bela recordação, "Border Song".
Elton John - Border Song
domingo, 15 de outubro de 2017
Jethro Tull - Benefit
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Aqui está a minha primeira aquisição de um disco dos Jethro Tull. Trata-se de "Benefit" e é mais um a fazer parte do conjunto de discos que há mais tempo adquiri, tem a referência ILPS 9123 da editora Chrysalis com prensagem do Reino Unido do ano de 1970.
Os Jethro Tull passavam o teste do 3º LP com distinção, o que não era fácil face à qualidade dos dois álbuns anteriores, "This Was" e "Stand Up". Hoje podemos mesmo dizer que o conjunto destes 3 LP foram os que melhor resistiram ao passar do tempo.
"Benefit" encontra-se no top dos melhores trabalhos dos Jethro Tull, para o "Em Órbita" esta música popular de vanguarda constituía o 5º melhor registo do ano de 1970 .
É com ele que o "Em Órbita" entra no Top 5 dos melhores álbuns do ano. E, então, ouvia-se:
"A personalidade de Ian Anderson é já uma constante em todas as edições dos Jethro Tull.
Uma sonoridade possante que não esconde um romântico e apaixonado sentir da música popular destes anos 70.
«Benefit», um trabalho em álbum que traz o estigma de músicos de vanguarda."
O lado B abria com mais uma grande canção, à semelhança do resto do álbum foi completamente subestimada em relação a toda a discografia deste excelente grupo britânico. "To Cry You a Song" é a sugestão para audição.
Jethro Tull - To Cry You a Song
Aqui está a minha primeira aquisição de um disco dos Jethro Tull. Trata-se de "Benefit" e é mais um a fazer parte do conjunto de discos que há mais tempo adquiri, tem a referência ILPS 9123 da editora Chrysalis com prensagem do Reino Unido do ano de 1970.
Os Jethro Tull passavam o teste do 3º LP com distinção, o que não era fácil face à qualidade dos dois álbuns anteriores, "This Was" e "Stand Up". Hoje podemos mesmo dizer que o conjunto destes 3 LP foram os que melhor resistiram ao passar do tempo.
"Benefit" encontra-se no top dos melhores trabalhos dos Jethro Tull, para o "Em Órbita" esta música popular de vanguarda constituía o 5º melhor registo do ano de 1970 .
É com ele que o "Em Órbita" entra no Top 5 dos melhores álbuns do ano. E, então, ouvia-se:
"A personalidade de Ian Anderson é já uma constante em todas as edições dos Jethro Tull.
Uma sonoridade possante que não esconde um romântico e apaixonado sentir da música popular destes anos 70.
«Benefit», um trabalho em álbum que traz o estigma de músicos de vanguarda."
O lado B abria com mais uma grande canção, à semelhança do resto do álbum foi completamente subestimada em relação a toda a discografia deste excelente grupo britânico. "To Cry You a Song" é a sugestão para audição.
Jethro Tull - To Cry You a Song
sábado, 14 de outubro de 2017
James Taylor - Sweet Baby James
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
"Sweet Baby James" é um disco de 5 estrelas de forte inspiração do seu autor James Taylor que assina todas as composições excepto o tradicional "Oh! Susanna" (conforme etiqueta do disco ou "Oh! Susannah" conforme a capa). Um disco intemporal a que sabe sempre voltar seja qual for a razão.
O pretexto hoje é a lista dos melhores álbuns do ano de 1970 de acordo com o programa "Em Órbita", podia ser outra qualquer.
Um grande trabalho este "Sweet Baby James" de James Taylor. Era o 6º melhor álbum de 1970 para o programa de rádio "Em Órbita" que o considerava assim:
"James Taylor parece ter o segredo de temas ainda não encontrados.
«Sweet Baby James» é um álbum que denuncia uma vasta fonte de inspiração que se estende dos «blues» aos tradicionais.
Obra acabada, em toda ela sobressai a agradável impressão de um feliz achado."
Algures adquiri o LP que tem a referência WAR 46043, é uma prensagem nacional, não tendo conseguido identificar a data de edição.
Para audição fica o ternurento tema título "Sweet Baby James".
James Taylor - Sweet Baby James
"Sweet Baby James" é um disco de 5 estrelas de forte inspiração do seu autor James Taylor que assina todas as composições excepto o tradicional "Oh! Susanna" (conforme etiqueta do disco ou "Oh! Susannah" conforme a capa). Um disco intemporal a que sabe sempre voltar seja qual for a razão.
O pretexto hoje é a lista dos melhores álbuns do ano de 1970 de acordo com o programa "Em Órbita", podia ser outra qualquer.
Um grande trabalho este "Sweet Baby James" de James Taylor. Era o 6º melhor álbum de 1970 para o programa de rádio "Em Órbita" que o considerava assim:
"James Taylor parece ter o segredo de temas ainda não encontrados.
«Sweet Baby James» é um álbum que denuncia uma vasta fonte de inspiração que se estende dos «blues» aos tradicionais.
Obra acabada, em toda ela sobressai a agradável impressão de um feliz achado."
Algures adquiri o LP que tem a referência WAR 46043, é uma prensagem nacional, não tendo conseguido identificar a data de edição.
Para audição fica o ternurento tema título "Sweet Baby James".
James Taylor - Sweet Baby James
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
John Denver - Whose Garden Was This
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Muito provavelmente conheci pela primeira vez John Denver através da audição do programa "Em Órbita". John Denver (1943-1997) foi um cantor popular norte-americano com particular sucesso no início da década de 70. O ano de 1970 vê editados os seus 2º e 3º registos, sendo este último de nome "Whose Garden Was This" o escolhido pelo "Em Órbita" como o 7º melhor álbum do ano.
Nunca fui grande apreciador deste cantor, autor e intérprete no entanto reconheça-se as qualidades interpretativas e no caso concreto deste álbum os momentos de prazer que me proporcionou ao ouvi-lo no "Em Órbita".
"Mais do que o valor separado de cada um das suas composições, o álbum de John Denver impõe-se pelo conjunto equilibrado do seu todo.
Raras vezes estamos em frente de um trabalho onde o apetite pelo pormenor é tão revelado.
«Whose Garden Was This», de John Denver, é um álbum que se conquista para a história de futuros longos anos de «Em Órbita»".
Era o texto do "Em Órbita" para o 7º melhor álbum do ano de 1970.
Agora, momento para uma bela recordação, o tema título "Whose Garden Was This", na realidade um original, que passou despercebido, de Tom Paxton.
John Denver - Whose Garden Was This
Muito provavelmente conheci pela primeira vez John Denver através da audição do programa "Em Órbita". John Denver (1943-1997) foi um cantor popular norte-americano com particular sucesso no início da década de 70. O ano de 1970 vê editados os seus 2º e 3º registos, sendo este último de nome "Whose Garden Was This" o escolhido pelo "Em Órbita" como o 7º melhor álbum do ano.
Nunca fui grande apreciador deste cantor, autor e intérprete no entanto reconheça-se as qualidades interpretativas e no caso concreto deste álbum os momentos de prazer que me proporcionou ao ouvi-lo no "Em Órbita".
"Mais do que o valor separado de cada um das suas composições, o álbum de John Denver impõe-se pelo conjunto equilibrado do seu todo.
Raras vezes estamos em frente de um trabalho onde o apetite pelo pormenor é tão revelado.
«Whose Garden Was This», de John Denver, é um álbum que se conquista para a história de futuros longos anos de «Em Órbita»".
Era o texto do "Em Órbita" para o 7º melhor álbum do ano de 1970.
Agora, momento para uma bela recordação, o tema título "Whose Garden Was This", na realidade um original, que passou despercebido, de Tom Paxton.
John Denver - Whose Garden Was This
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Led Zeppelin - Led Zeppelin III
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Talvez por ter sido o primeiro disco dos Led Zeppelin que adquiri, e portanto aquele que à época melhor conhecia, fiquei sempre com um gosto especial por este "Led Zeppelin III".
Também faz parte do lote dos primeiros álbuns que o meu pai me comprou, trata-se de uma prensagem norte-americana de 1970 com a referência SD 7201. Até a capa, numa altura em que o design das capas revestia particular cuidado, exercia um certo fascínio com aquela rodela rotativa que o diferenciava de tudo o que tinha sido feito até então em termos de capas.
Depois era um disco que passava na rádio em programas como o "Página um" e o "Em Órbita", os programas que mais ouvia e melhor me recordo. Foi pois sem surpresa que ouvi o "Em Órbita" a considerá-lo o 8º melhor álbum do ano de 1970.
"Os Led Zeppelin representam o mais significativo ponto dos que romperam em busca de harmonias novas.
As suas criações distribuem-se por valores que vão do diletante ao genial.
Música de climas opressivos, atmosfera incómoda onde se atrai o gosto pelo que ainda não foi provado."
Era o texto lido pelo "Em Órbita" ao anunciar a classificação dos álbuns.
Entre o Blues e o Hard-Rock encontrava-se a balada "Since I've Been Loving You" pela qual nutria um prazer peculiar apesar de ter sido dos temas dos Led Zeppelin um dos menos divulgados.
Led Zeppelin - Since I've Been Loving You
Talvez por ter sido o primeiro disco dos Led Zeppelin que adquiri, e portanto aquele que à época melhor conhecia, fiquei sempre com um gosto especial por este "Led Zeppelin III".
Também faz parte do lote dos primeiros álbuns que o meu pai me comprou, trata-se de uma prensagem norte-americana de 1970 com a referência SD 7201. Até a capa, numa altura em que o design das capas revestia particular cuidado, exercia um certo fascínio com aquela rodela rotativa que o diferenciava de tudo o que tinha sido feito até então em termos de capas.
Depois era um disco que passava na rádio em programas como o "Página um" e o "Em Órbita", os programas que mais ouvia e melhor me recordo. Foi pois sem surpresa que ouvi o "Em Órbita" a considerá-lo o 8º melhor álbum do ano de 1970.
"Os Led Zeppelin representam o mais significativo ponto dos que romperam em busca de harmonias novas.
As suas criações distribuem-se por valores que vão do diletante ao genial.
Música de climas opressivos, atmosfera incómoda onde se atrai o gosto pelo que ainda não foi provado."
Era o texto lido pelo "Em Órbita" ao anunciar a classificação dos álbuns.
Entre o Blues e o Hard-Rock encontrava-se a balada "Since I've Been Loving You" pela qual nutria um prazer peculiar apesar de ter sido dos temas dos Led Zeppelin um dos menos divulgados.
Led Zeppelin - Since I've Been Loving You
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Fairport Convention - Liege & Lief
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Editado no final do ano de 1969 é no ano seguinte que o "Em Órbita" o vai divulgar e, não poderia deixar de ser, considerá-lo na lista dos melhores LP do ano.
No ano anterior já tinha evidenciado "What We Did In Our Holidays" e "Unhalfbricking", faltava "Liege & Lief" a obra-prima dos Fairport Convention. Expressão maior da recuperação do Folk mais tradicional com roupagens modernas, é hoje consensualmente reputado como uma das melhores manifestações de sempre do chamado Folk-Rock.
"«Liege & Lief» foi o último álbum dos Fairport Convention ainda com Sandy Denny.
Todo ele construído numa herança folclórica irlandesa, é uma abertura ao enriquecimento cultural das formas de expressão mais popular.
Um método possível de enraizar, numa tradição distante, uma expressão de características eminentemente actuais."
Para o "Em Órbita" "Liege & Lief" é o 9º melhor álbum do ano de 1970.
Importante relembrar a formação de luxo dos Fairport Convention neste álbum:
Sandy Denny (1947-1978), Richard Thompson, Ashley Hutchings, Dave Swarbrick (1941-2016), Simon Nicols e Dave Mattacks.
Deste histórico disco ficamos com o tradicional "Reynardine" e mais uma oportunidade para ouvir Sandy Denny. Perfeito!
Fairport Convention - Reynardine
Editado no final do ano de 1969 é no ano seguinte que o "Em Órbita" o vai divulgar e, não poderia deixar de ser, considerá-lo na lista dos melhores LP do ano.
No ano anterior já tinha evidenciado "What We Did In Our Holidays" e "Unhalfbricking", faltava "Liege & Lief" a obra-prima dos Fairport Convention. Expressão maior da recuperação do Folk mais tradicional com roupagens modernas, é hoje consensualmente reputado como uma das melhores manifestações de sempre do chamado Folk-Rock.
"«Liege & Lief» foi o último álbum dos Fairport Convention ainda com Sandy Denny.
Todo ele construído numa herança folclórica irlandesa, é uma abertura ao enriquecimento cultural das formas de expressão mais popular.
Um método possível de enraizar, numa tradição distante, uma expressão de características eminentemente actuais."
Para o "Em Órbita" "Liege & Lief" é o 9º melhor álbum do ano de 1970.
Importante relembrar a formação de luxo dos Fairport Convention neste álbum:
Sandy Denny (1947-1978), Richard Thompson, Ashley Hutchings, Dave Swarbrick (1941-2016), Simon Nicols e Dave Mattacks.
Deste histórico disco ficamos com o tradicional "Reynardine" e mais uma oportunidade para ouvir Sandy Denny. Perfeito!
Fairport Convention - Reynardine
terça-feira, 10 de outubro de 2017
Donovan - Open Road
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Continuamos com mais uma presença assídua no programa "Em Órbita". Esteve presente entre os melhores nas classificações do "Em Órbita" em 1966, 67, 68 e 69, 1970 não era excepção, continuava uma referência do programa, para além de constar entre as melhores canções com "Curry Land", também nos álbuns o seu 8º LP "Open Road" aparecia classificado na 10ª posição.
Assim dizia o "Em Órbita":
"Donovan transformou-se ao longo dos seis anos de "Em Órbita", numa das figuras mais queridas e necessárias à sua história.
«Open Road» é ainda a crença mística num mundo de sonho e magia, recusa de alienação contida nas solicitações absurdas do viver de agora."
"Open Road" no lote dos meus primeiros discos adquiridos, referência E 30125 com prensagem norte-americana do ano de 1970. Um disco de viragem na carreira de Donovan, infelizmente depois deste disco foi evidente a perda de "energia" que até então tinha evidenciado.
Deste álbum saiu em Single "Kiki Tiki Tavi" que agora se recorda.
Donovan - Riki Tiki Tavi
Continuamos com mais uma presença assídua no programa "Em Órbita". Esteve presente entre os melhores nas classificações do "Em Órbita" em 1966, 67, 68 e 69, 1970 não era excepção, continuava uma referência do programa, para além de constar entre as melhores canções com "Curry Land", também nos álbuns o seu 8º LP "Open Road" aparecia classificado na 10ª posição.
Assim dizia o "Em Órbita":
"Donovan transformou-se ao longo dos seis anos de "Em Órbita", numa das figuras mais queridas e necessárias à sua história.
«Open Road» é ainda a crença mística num mundo de sonho e magia, recusa de alienação contida nas solicitações absurdas do viver de agora."
"Open Road" no lote dos meus primeiros discos adquiridos, referência E 30125 com prensagem norte-americana do ano de 1970. Um disco de viragem na carreira de Donovan, infelizmente depois deste disco foi evidente a perda de "energia" que até então tinha evidenciado.
Deste álbum saiu em Single "Kiki Tiki Tavi" que agora se recorda.
Donovan - Riki Tiki Tavi
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
"Crosby, Sills, Nash & Young não souberam libertar-se das suas experiências vincadamente pessoais e assim se perdeu, como não acontecera em 1969, uma sonoridade de novo grupo.
«Déjà Vu» é, contudo, um conjunto de gravações reveladoras da personalidade de quatro músicos amantes da melhor música."
Apreciação interessante esta do programa "Em Órbita" em relação ao álbum "Déjà Vu". Sem dúvida que o LP do ano anterior "Crosby, Stills & Nash", do ainda trio com o mesmo nome, constituía uma afirmação mais homogénea do que este "Déjà Vu", agora quarteto, com a inclusão de Neil Young. Aqui era mais notória a participação individual do que a afirmação de uma nova sonoridade de um novo grupo. Sem dúvida, de qualquer forma um grande disco com pormenores únicos que naquele tempo me fascinaram tal os aspectos diferenciadores (quem mais tocava assim?) que então apresentavam face ao panorama musical.
Um disco histórico que marcou uma época e me marcou a mim. Porque muito ouvia e muito gostava, segue "Helpless", uma das contribuições de Neil Young para este disco.
Ah, é verdade, para o programa "Em Órbita" era o 11º melhor álbum do ano. Eram os Crosby, Stills, Nash & Young ou simplesmente CSNY.
Crosby, Stills, Nash & Young - Helpless
"Crosby, Sills, Nash & Young não souberam libertar-se das suas experiências vincadamente pessoais e assim se perdeu, como não acontecera em 1969, uma sonoridade de novo grupo.
«Déjà Vu» é, contudo, um conjunto de gravações reveladoras da personalidade de quatro músicos amantes da melhor música."
Apreciação interessante esta do programa "Em Órbita" em relação ao álbum "Déjà Vu". Sem dúvida que o LP do ano anterior "Crosby, Stills & Nash", do ainda trio com o mesmo nome, constituía uma afirmação mais homogénea do que este "Déjà Vu", agora quarteto, com a inclusão de Neil Young. Aqui era mais notória a participação individual do que a afirmação de uma nova sonoridade de um novo grupo. Sem dúvida, de qualquer forma um grande disco com pormenores únicos que naquele tempo me fascinaram tal os aspectos diferenciadores (quem mais tocava assim?) que então apresentavam face ao panorama musical.
Um disco histórico que marcou uma época e me marcou a mim. Porque muito ouvia e muito gostava, segue "Helpless", uma das contribuições de Neil Young para este disco.
Ah, é verdade, para o programa "Em Órbita" era o 11º melhor álbum do ano. Eram os Crosby, Stills, Nash & Young ou simplesmente CSNY.
Crosby, Stills, Nash & Young - Helpless
domingo, 8 de outubro de 2017
Blood, Sweat and Tears - 3
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Em 1970 os Blood, Sweat and Tears continuavam o seu trabalho inovador de fusão de géneros onde se misturava o Folk, o Blues, o Jazz e o Rock. Mais do que no disco anterior, este disco era quase todo feito de recriação de temas já conhecidos de James Taylor e Laura Nyro aos Traffic e Rolling Stones. O efeito final é surpreendentemente agradável e original ficando a ideia de um promissor futuro que não se veio a revelar, perderam-se ao longo da década e ficaram, e bem, na lista dos esquecidos.
"3" era o terceiro LP do grupo e merecia por parte do programa "Em Órbita" o 12º lugar entre os melhores do ano. Eis a referência do programa para este disco:
"Em 1969 os Blood, Sweat and Tears descobriram e recriaram um filão de inesgotáveis recursos.
Em 1970, o seu terceiro álbum foi o continuar de experiências já conhecidas.
Música levada a um ponto máximo de rigor."
Começava bem este LP com "Hi-De-Ho" um belo tema da parceria Gerry Goffin e Carole King, numa bela interpretação de David Clayton-Thomas.
Blood, Sweat and Tears - Hi-De-Ho
Em 1970 os Blood, Sweat and Tears continuavam o seu trabalho inovador de fusão de géneros onde se misturava o Folk, o Blues, o Jazz e o Rock. Mais do que no disco anterior, este disco era quase todo feito de recriação de temas já conhecidos de James Taylor e Laura Nyro aos Traffic e Rolling Stones. O efeito final é surpreendentemente agradável e original ficando a ideia de um promissor futuro que não se veio a revelar, perderam-se ao longo da década e ficaram, e bem, na lista dos esquecidos.
"3" era o terceiro LP do grupo e merecia por parte do programa "Em Órbita" o 12º lugar entre os melhores do ano. Eis a referência do programa para este disco:
"Em 1969 os Blood, Sweat and Tears descobriram e recriaram um filão de inesgotáveis recursos.
Em 1970, o seu terceiro álbum foi o continuar de experiências já conhecidas.
Música levada a um ponto máximo de rigor."
Começava bem este LP com "Hi-De-Ho" um belo tema da parceria Gerry Goffin e Carole King, numa bela interpretação de David Clayton-Thomas.
Blood, Sweat and Tears - Hi-De-Ho
sábado, 7 de outubro de 2017
Jorge Palma - The Nine Billion Names of God
Jorge Palma no Coliseu do Porto dia 6 de Outubro. Acompanhado pela Orquestra Clássica do Centro dirigida pelo maestro Rui Massena.
Retrospectiva de uma carreira de 45 anos com os seus temas mais conhecidos transfigurados com os arranjos de Rui Massena. Uma agradável noite com um dos mais irreverentes autores da música popular portuguesa das últimas décadas.
O início das gravações a solo data de 1972 quando é editado um Single com as canções "The Nine Billion Names of God" e "Come Morpheus".
Ficamos com o tema principal, entre o vídeo e esta canção a distância é de 45 anos. Eis a diferença.
Jorge Palma - The Nine Billion Names of God
Jim Morrison - Daqui Ninguém Sai Vivo
"Daqui Ninguém Sai Vivo"
"Daqui Ninguém Sai Vivo" é um livro escrito por Jerry Hopkins e Danny Sugerman relatando-nos a vida do cantor Jim Morrison, líder do grupo Rock The Doors, que teve uma curta existência. Faleceu, com 27 anos, a 3 de Julho de 1971. Tinha eu 15 anos e era uma das minhas preferências musicais de então (e de agora também).
Esta edição é de Abril de 1982 e foi publicada pelo "Assírio e Alvim", era o nº 2 da colecção "Rei Lagarto". Custou à época 360$00 ou seja cerca de 1,3€.
No Prefácio de Danny Sugerman pode-se ler:
"Jim Morrison estava no bom caminho para se tornar um herói mítico ainda em vida - ele era , pocos o contestarão, uma lenda viva. A sua morte, envolta em mistério e numa especulação contínua, completou a consagração, assegurando-lhe um lugar no panteão dos artistas dilacerados e talentosos, que sentiram demasiadamente a vida para conseguirem vivê-la: Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire, Lenny Bruce, Dylan Thomas, James Dean, Jimi Hendrix e outros."
para terminar:
"Não importa como Jim morreu. Nem importa particularmente que ele nos tenha deixado tão novo. Só é importante que Jim Morrison viveu e viveu com o objectivo que o nascimento propõe: descobrirmo-nos a nós próprios e o nosso próprio potencial. Ele fê-lo. A curta vida de Jim exprime-o bem. E eu já falei demais.
Nunca mais haverá alguém como ele."
A reler numa primeira oportunidade.
"Daqui Ninguém Sai Vivo" é um livro escrito por Jerry Hopkins e Danny Sugerman relatando-nos a vida do cantor Jim Morrison, líder do grupo Rock The Doors, que teve uma curta existência. Faleceu, com 27 anos, a 3 de Julho de 1971. Tinha eu 15 anos e era uma das minhas preferências musicais de então (e de agora também).
Esta edição é de Abril de 1982 e foi publicada pelo "Assírio e Alvim", era o nº 2 da colecção "Rei Lagarto". Custou à época 360$00 ou seja cerca de 1,3€.
No Prefácio de Danny Sugerman pode-se ler:
"Jim Morrison estava no bom caminho para se tornar um herói mítico ainda em vida - ele era , pocos o contestarão, uma lenda viva. A sua morte, envolta em mistério e numa especulação contínua, completou a consagração, assegurando-lhe um lugar no panteão dos artistas dilacerados e talentosos, que sentiram demasiadamente a vida para conseguirem vivê-la: Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire, Lenny Bruce, Dylan Thomas, James Dean, Jimi Hendrix e outros."
para terminar:
"Não importa como Jim morreu. Nem importa particularmente que ele nos tenha deixado tão novo. Só é importante que Jim Morrison viveu e viveu com o objectivo que o nascimento propõe: descobrirmo-nos a nós próprios e o nosso próprio potencial. Ele fê-lo. A curta vida de Jim exprime-o bem. E eu já falei demais.
Nunca mais haverá alguém como ele."
A reler numa primeira oportunidade.
The Doors - Morrison Hotel
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
"Morrison Hotel" merecia melhor classificação, o passar dos anos diz-me que merecia estar no Top 5 dos álbuns de 1970. À época, o programa "Em Órbita" considera-o na 13ª posição nos melhores LP do ano.
Depois dos desvios orquestrais do álbum "The Soft Parade", The Doors voltam ao som Rock e Blues-Rock que melhor os caracterizava. Um som forte, coeso, com os dois lados do LP a serem abertos por duas tremendas canções Rock, "Roadhouse Blues" e "Land Ho!" respectivamente, e pequenas maravilhas saídas do talento de Jim Morrison como "Blue Sunday", "The Spy" ou "Indian Summer" (este em parceria com Robby Krieger).
No livro "Daqui Ninguém Sai Vivo", a biografia de Jim Morrison por Jerry Hopkins e Danny Sugerman lê-se acerca de "Morrison Hotel":
"Apesar de Morrison Hotel não ter produzido um single de êxito, restabeleceu os Doors como favoritos dos críticos, recolhendo análises favoráveis em quase todas as publicações importantes. Não só não havia cordas ou metais, como também a banda tinha tido tempo de aperfeiçoar algumas das músicas em concerto, antes de gravar - a primeira vez que tinham tido este luxo desde a gravação do seu primeiro álbum. Foi recompensador. Morrison Hotel possuía uma intensidade que tinha faltado aos últimos dois álbuns. A voz de Jim tinha amadurecido, tinha-se tornado mais profunda, e os outros tinham evoluído como músicos. Foi um regresso artístico: os Doors tinham conseguido engatilhar uma colecção de músicas que corriam juntos com uma força assustadora."
Para o "Em Órbita" a apreciação era a seguinte:
"Só em álbum se pode medir duma forma mais exacta a extensão do talento inovador dos Doors.
Grupo fiel a um estilo pouco cómodo, eles são o eclodir da própria violência.
«Morrison Hotel» - um manifesto de inquebrantável força."
Um disco a que sabe sempre bem voltar. Agora com "Land Ho!"
The Doors - Land Ho!
"Morrison Hotel" merecia melhor classificação, o passar dos anos diz-me que merecia estar no Top 5 dos álbuns de 1970. À época, o programa "Em Órbita" considera-o na 13ª posição nos melhores LP do ano.
Depois dos desvios orquestrais do álbum "The Soft Parade", The Doors voltam ao som Rock e Blues-Rock que melhor os caracterizava. Um som forte, coeso, com os dois lados do LP a serem abertos por duas tremendas canções Rock, "Roadhouse Blues" e "Land Ho!" respectivamente, e pequenas maravilhas saídas do talento de Jim Morrison como "Blue Sunday", "The Spy" ou "Indian Summer" (este em parceria com Robby Krieger).
No livro "Daqui Ninguém Sai Vivo", a biografia de Jim Morrison por Jerry Hopkins e Danny Sugerman lê-se acerca de "Morrison Hotel":
"Apesar de Morrison Hotel não ter produzido um single de êxito, restabeleceu os Doors como favoritos dos críticos, recolhendo análises favoráveis em quase todas as publicações importantes. Não só não havia cordas ou metais, como também a banda tinha tido tempo de aperfeiçoar algumas das músicas em concerto, antes de gravar - a primeira vez que tinham tido este luxo desde a gravação do seu primeiro álbum. Foi recompensador. Morrison Hotel possuía uma intensidade que tinha faltado aos últimos dois álbuns. A voz de Jim tinha amadurecido, tinha-se tornado mais profunda, e os outros tinham evoluído como músicos. Foi um regresso artístico: os Doors tinham conseguido engatilhar uma colecção de músicas que corriam juntos com uma força assustadora."
Para o "Em Órbita" a apreciação era a seguinte:
"Só em álbum se pode medir duma forma mais exacta a extensão do talento inovador dos Doors.
Grupo fiel a um estilo pouco cómodo, eles são o eclodir da própria violência.
«Morrison Hotel» - um manifesto de inquebrantável força."
Um disco a que sabe sempre bem voltar. Agora com "Land Ho!"
The Doors - Land Ho!
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Procol Harum - Home
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Os inevitáveis Procol Harum voltavam a marcar presença na lista elaborada pelo programa "Em Órbita" dos melhores álbuns do ano de 1970.
Já sem Matthew Fisher, o do famoso órgão de "A Whiter Shade Of Pale", os Procol Harum continuavam um percurso singular e rigoroso já longe do êxito daquele tema. Em 1970 é editado o 4º LP "Home" a dar continuidade ao som distintivo e inspirado do grupo. Cheguei a ouvi-lo numa discoteca no Porto em alternativa com um outro que já não me lembro qual e da minha opção, no momento da compra, não ter sobre ele recaído. Provavelmente fiz mal.
O "Em Órbita" coloca-o em 14º lugar com a leitura do seguinte texto:
"Os Procol Harum voltam a surgir numa lista que reúne os melhores quinze álbuns dum ano.
Um conjunto de gravações que, sem atingir o brilhantismo de «Salty Dog», não deixa de possuir os facilmente identificáveis atributos de um grupo importante.
Pujança criadora, faz de «Home» o sobreviver de uma das tradições mais caras a este programa."
"Whaling Stories" um momento ainda alto na discografia dos Procol Harum que, infelizmente na década de 70, não seria igualada.
Procol Harum - Whaling Stories
Os inevitáveis Procol Harum voltavam a marcar presença na lista elaborada pelo programa "Em Órbita" dos melhores álbuns do ano de 1970.
Já sem Matthew Fisher, o do famoso órgão de "A Whiter Shade Of Pale", os Procol Harum continuavam um percurso singular e rigoroso já longe do êxito daquele tema. Em 1970 é editado o 4º LP "Home" a dar continuidade ao som distintivo e inspirado do grupo. Cheguei a ouvi-lo numa discoteca no Porto em alternativa com um outro que já não me lembro qual e da minha opção, no momento da compra, não ter sobre ele recaído. Provavelmente fiz mal.
O "Em Órbita" coloca-o em 14º lugar com a leitura do seguinte texto:
"Os Procol Harum voltam a surgir numa lista que reúne os melhores quinze álbuns dum ano.
Um conjunto de gravações que, sem atingir o brilhantismo de «Salty Dog», não deixa de possuir os facilmente identificáveis atributos de um grupo importante.
Pujança criadora, faz de «Home» o sobreviver de uma das tradições mais caras a este programa."
"Whaling Stories" um momento ainda alto na discografia dos Procol Harum que, infelizmente na década de 70, não seria igualada.
Procol Harum - Whaling Stories
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Dunn & McCashen - Dunn & McCashen
Os 15 melhores álbuns de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Já não me recordava de todo deste álbum que o programa "Em Órbita" considerou na lista dos melhores do ano de 1970, ocupava a 15ª posição o LP homónimo dos relativamente pouco conhecidos Dunn & McCashen.
Dunn & McCashen era um duo com uma primeira edição em 1969 do LP de nome "Mobius" onde constava " Hitchcock Railway" gravado também por Joe Cocker no mesmo ano.
A apreciação que "Em Órbita" efectuou foi a seguinte :
"Dunn & McCashen foram uma afirmada revelação de qualidade, saída de dois músicos seguros que nos transmitiram a convicção de um futuro cheio de possibilidades.
Este álbum, já divulgado nos últimos meses de 1970, é um exemplo de equilíbrio de concepção, onde sem se procurar o efeito espectacular, se consegue atingir a força da obra acabada."
A "revelação" não confirmou "um futuro cheio de possibilidades" , depois deste disco não conhecemos mais nenhum registo do duo, para relembrar este álbum recuperamos o tema de abertura "Alright In The City" também editado em Single.
Dunn & McCashen - Dunn & McCashen
Já não me recordava de todo deste álbum que o programa "Em Órbita" considerou na lista dos melhores do ano de 1970, ocupava a 15ª posição o LP homónimo dos relativamente pouco conhecidos Dunn & McCashen.
Dunn & McCashen era um duo com uma primeira edição em 1969 do LP de nome "Mobius" onde constava " Hitchcock Railway" gravado também por Joe Cocker no mesmo ano.
A apreciação que "Em Órbita" efectuou foi a seguinte :
"Dunn & McCashen foram uma afirmada revelação de qualidade, saída de dois músicos seguros que nos transmitiram a convicção de um futuro cheio de possibilidades.
Este álbum, já divulgado nos últimos meses de 1970, é um exemplo de equilíbrio de concepção, onde sem se procurar o efeito espectacular, se consegue atingir a força da obra acabada."
A "revelação" não confirmou "um futuro cheio de possibilidades" , depois deste disco não conhecemos mais nenhum registo do duo, para relembrar este álbum recuperamos o tema de abertura "Alright In The City" também editado em Single.
Dunn & McCashen - Dunn & McCashen
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Mungo Jerry - In The Summertime
A pior canção de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Da melhor para a pior canção de 1970, de acordo com o programa de rádio "Em Órbita" que então elaborava as listagens referentes ao ano terminado.
Também aqui não foi novidade e, recordo-me, facilmente adivinhei qual seria a canção considerada a pior do ano. Constituiu um enorme êxito de Verão e foi talvez a canção mais ouvida na rádio no ano de 1970, não escapou a ser a pior do ano.
Foram as seguintes as considerações do "Em Órbita" que levaram a considerar "In The Summertime" dos britânicos Mungo Jerry a pior canção do ano:
"Não entraremos este ano na explicação fastidiosa dos argumentos que nos levaram à escolha da pior gravação.
As razões repetem-se duma forma já quase rotineira.
Entre o vasto e tísico material publicado em 1970, a escolha tornou-se menos fácil, já que a competição ao gratuito se instalou nas mais estratégicas posições dos mercados de hoje.
Contudo, o aparecimento de esporádicos surtos do mais acabado mau gosto sempre vêm tornar um pouco mais fácil esta tarefa, que não é mais do que alertamento à existência de um fraudulento e interminável sistema onde se premedita a conquista dos favores de um público pouco ou mal esclarecido.
A pior gravação de 1970 é uma completa manifestação de incapacidade criadora, que assume um carácter particularmente perigoso dada a forma quase científica como explora o instituto deseducado dos que não sabem tomar opções.
Um registo que se afunda na cadência moribunda de um estertor pueril.
"In The Summertime", dos Mungo Jerry, é a pior gravação de 1970."
A meu ver, o passar do tempo confirmou "In The Summertime" era mesmo muito mau.
Mungo Jerry - In The Summertime
Da melhor para a pior canção de 1970, de acordo com o programa de rádio "Em Órbita" que então elaborava as listagens referentes ao ano terminado.
Também aqui não foi novidade e, recordo-me, facilmente adivinhei qual seria a canção considerada a pior do ano. Constituiu um enorme êxito de Verão e foi talvez a canção mais ouvida na rádio no ano de 1970, não escapou a ser a pior do ano.
Foram as seguintes as considerações do "Em Órbita" que levaram a considerar "In The Summertime" dos britânicos Mungo Jerry a pior canção do ano:
"Não entraremos este ano na explicação fastidiosa dos argumentos que nos levaram à escolha da pior gravação.
As razões repetem-se duma forma já quase rotineira.
Entre o vasto e tísico material publicado em 1970, a escolha tornou-se menos fácil, já que a competição ao gratuito se instalou nas mais estratégicas posições dos mercados de hoje.
Contudo, o aparecimento de esporádicos surtos do mais acabado mau gosto sempre vêm tornar um pouco mais fácil esta tarefa, que não é mais do que alertamento à existência de um fraudulento e interminável sistema onde se premedita a conquista dos favores de um público pouco ou mal esclarecido.
A pior gravação de 1970 é uma completa manifestação de incapacidade criadora, que assume um carácter particularmente perigoso dada a forma quase científica como explora o instituto deseducado dos que não sabem tomar opções.
Um registo que se afunda na cadência moribunda de um estertor pueril.
"In The Summertime", dos Mungo Jerry, é a pior gravação de 1970."
A meu ver, o passar do tempo confirmou "In The Summertime" era mesmo muito mau.
Mungo Jerry - In The Summertime
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
As 15 melhores canções de 1970 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Não constituiu surpresa o 1º lugar das melhores canções de 1970 de acordo com o programa de rádio "Em Órbita". Ainda para mais não tinha sido uma das outras 14 entretanto divulgadas. Só podia ser "Bridge Over Troubled Water" do duo norte-americano Simon and Garfunkel. Era sabido do gosto particular que o programa tinha por Simon and Garfunkel, bastava conhecer as classificações dos anos anteriores e estar atento ao longo do ano às emissões do "Em Órbita".
"Bridge Over Troubled Water" a pronunciar um nova grande década ou simplesmente a despedida de uma outra que mudou para sempre a música popular? Parece que a segunda hipótese, para mais marcava o próprio fim do duo que tantas saudades iria deixar.
Eis o texto lido pelo programa na noite da divulgação das 15 melhores canções de 1970 e que eu segui com toda a atenção:
"A melhor gravação de 1970, apaixonada revisão de valores, é o desenterrar solene de um quase perdido sentido de pureza.
Um desenho simples, esboço não acabado, recusa do sentimento subvertido ao desencanto.
Atmosfera de rigor sagrado, memória distante transportada pelo eco dos abismos do tempo, revoar de asas mortas rejuvenescidas no Abrigo do Absoluto.
Reencontro de emoções esquecidas, “Bridge Over Troubled Water”, é a melhor gravação de 1970."
Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
Não constituiu surpresa o 1º lugar das melhores canções de 1970 de acordo com o programa de rádio "Em Órbita". Ainda para mais não tinha sido uma das outras 14 entretanto divulgadas. Só podia ser "Bridge Over Troubled Water" do duo norte-americano Simon and Garfunkel. Era sabido do gosto particular que o programa tinha por Simon and Garfunkel, bastava conhecer as classificações dos anos anteriores e estar atento ao longo do ano às emissões do "Em Órbita".
"Bridge Over Troubled Water" a pronunciar um nova grande década ou simplesmente a despedida de uma outra que mudou para sempre a música popular? Parece que a segunda hipótese, para mais marcava o próprio fim do duo que tantas saudades iria deixar.
Eis o texto lido pelo programa na noite da divulgação das 15 melhores canções de 1970 e que eu segui com toda a atenção:
"A melhor gravação de 1970, apaixonada revisão de valores, é o desenterrar solene de um quase perdido sentido de pureza.
Um desenho simples, esboço não acabado, recusa do sentimento subvertido ao desencanto.
Atmosfera de rigor sagrado, memória distante transportada pelo eco dos abismos do tempo, revoar de asas mortas rejuvenescidas no Abrigo do Absoluto.
Reencontro de emoções esquecidas, “Bridge Over Troubled Water”, é a melhor gravação de 1970."
Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
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