A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Para a parte final desta passagem pela música Pop feita em Portugal, no feminino, nos anos 60, três canções em que os conjuntos Pop tomavam lugar nas respectivas gravações. A primeira das quais vai para Magdalena Pinto Basto.
Embora apresentado-se em nome próprio na única gravação que efectuou no já distante ano de 1967, Magdalena Pinto Basto é acompanhada em duas das quatro canções pelo então popular conjunto Pop-Rock Os Ekos já suficientemente divulgados neste blogue.
O EP é constituído pelas seguintes canções: "J'Ai Crû à Mon Rêve", "L'Oiseau de Nuit", Satisfied Mind" e "Banks of the Ohio" ou seja quatro versões duas em francês e duas em inglês, é nas duas primeiras que a presença de Os Ekos se faz sentir.
"J'Ai Crû à Mon Rêve" é uma adaptação para francês da bem conhecida "I'm a Believer", original de Neil Diamond mas maior sucesso na interpretação dos The Monkees. Nestes meus Regresso ao Passado já tive ocasião de recordar na versão em português dos nossos Chinchilas também no ano de 1967 e ainda a melhor de todas por Robert Wyatt já em 1974.
Eis então "J'Ai Crû à Mon Rêve" pela Magdalena Pinto Basto que diga-se parecia mais talhada para as duas últimas composições só acompanhada à viola numa inspiração mais Folk.
Magdalena Pinto Basto – J’ai Cru à Mon Rêve
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
quinta-feira, 30 de abril de 2020
quarta-feira, 29 de abril de 2020
Catherine Ribeiro - Lorsque Le Bateau Viendra
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Uma excepção, não era portuguesa, mas era filha de portugueses e por cá gravou um EP, por isso a incluo neste tema sobre a música feita no feminino no Portugal dos anos 60, trata-se de Catherine Ribeiro.
Catherine Ribeiro, actualmente com 78 anos, teve uma carreira musical longa e de particular importância a partir de 1968 com a formação Alpes com os quais adere ao Rock Progressivo.
Até àquele ano tinha gravado alguns EP onde sobressaem algumas versões de canções de Bob Dylan adaptadas à língua francesa. Entre esses EP encontra-se o gravado em Portugal no qual 2 das canções eram precisamente de Bob Dylan. Depois de já ter recordado "Dieu Est à Nos Côtés" (With God On Our Side), para hoje ao outro tema "Lorsque Le Bateau Viendra" no original "When The Ship Comes In".
Mas antes este pequeno texto na contra-capa assinado por Manuel Batoreo:
"CATHRINE RIBEIRO - conhecida em Portugal através de gravações e actuações públicas - nasceu em França, próximo de Lyon, filha de pais portugueses.
Conquistada pelo estilo de Bob Dylan - tal como os seus compatriotas Highes Auffray e Long Chris - Catherine começou a cantar versões francesas das canções do já celebrizado intérprete americano.
A linha geral das suas canções filia-se na chamada "protest song", lançada mundialmente por Dylan, Donovan e Pete Seeger.
As canções gravadas neste disco, apresentado pela etiqueta "Estúdio", constituem como que um resumo dos seu maiores êxitos."
Catherine Ribeiro - Lorsque Le Bateau Viendra
Uma excepção, não era portuguesa, mas era filha de portugueses e por cá gravou um EP, por isso a incluo neste tema sobre a música feita no feminino no Portugal dos anos 60, trata-se de Catherine Ribeiro.
Catherine Ribeiro, actualmente com 78 anos, teve uma carreira musical longa e de particular importância a partir de 1968 com a formação Alpes com os quais adere ao Rock Progressivo.
https://www.discogs.com/ |
Até àquele ano tinha gravado alguns EP onde sobressaem algumas versões de canções de Bob Dylan adaptadas à língua francesa. Entre esses EP encontra-se o gravado em Portugal no qual 2 das canções eram precisamente de Bob Dylan. Depois de já ter recordado "Dieu Est à Nos Côtés" (With God On Our Side), para hoje ao outro tema "Lorsque Le Bateau Viendra" no original "When The Ship Comes In".
Mas antes este pequeno texto na contra-capa assinado por Manuel Batoreo:
"CATHRINE RIBEIRO - conhecida em Portugal através de gravações e actuações públicas - nasceu em França, próximo de Lyon, filha de pais portugueses.
Conquistada pelo estilo de Bob Dylan - tal como os seus compatriotas Highes Auffray e Long Chris - Catherine começou a cantar versões francesas das canções do já celebrizado intérprete americano.
A linha geral das suas canções filia-se na chamada "protest song", lançada mundialmente por Dylan, Donovan e Pete Seeger.
As canções gravadas neste disco, apresentado pela etiqueta "Estúdio", constituem como que um resumo dos seu maiores êxitos."
Catherine Ribeiro - Lorsque Le Bateau Viendra
terça-feira, 28 de abril de 2020
Teresa Paula Brito - Balada de Mais Um Dia
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Teresa Paula Brito tem sido uma das minhas preferências nas passagens que tenho feito na recuperação da música popular portuguesa anterior ao 25 de Abril de 1974. Daí que não seja surpresa a ela voltar neste propósito de mostrar alguma da música Pop feita no feminino na década de 60.
Reportório cuidado e diversificado quer na música mais ligeira, quer noutras paragens mais Pop e Folk.
Hoje retomo o EP "Canções para Fim de Tarde", de 1968, do qual já recordei esse belíssimo tema "Verdes Anos" pertencente ao filme com o mesmo nome de Paulo Rocha.
Na contra-capa deste EP lê-se:
"Teresa Paula Brito é uma afirmação de bom gosto dentro do panorama da nossa música ligeira. Voz, interpretação, personalidade, selecção de reportório são as melhores credenciais que um artista pode exibir; por isso mesmo Teresa dispensa qualquer apresentação especial.
The Strollers evidenciaram-na. A presente gravação, acredita-a como uma autêntica fora de série.
Por isso nós damos este disco com a certeza de que, depois de o ouvir, os adjectivos dará você."
Excelente, digo eu. Senão ouçam esta "Balada de Mais Um Dia", para ouvir de preferência ao cair da tarde.
Teresa Paula Brito - Balada de Mais Um Dia
Teresa Paula Brito tem sido uma das minhas preferências nas passagens que tenho feito na recuperação da música popular portuguesa anterior ao 25 de Abril de 1974. Daí que não seja surpresa a ela voltar neste propósito de mostrar alguma da música Pop feita no feminino na década de 60.
Reportório cuidado e diversificado quer na música mais ligeira, quer noutras paragens mais Pop e Folk.
Hoje retomo o EP "Canções para Fim de Tarde", de 1968, do qual já recordei esse belíssimo tema "Verdes Anos" pertencente ao filme com o mesmo nome de Paulo Rocha.
Na contra-capa deste EP lê-se:
"Teresa Paula Brito é uma afirmação de bom gosto dentro do panorama da nossa música ligeira. Voz, interpretação, personalidade, selecção de reportório são as melhores credenciais que um artista pode exibir; por isso mesmo Teresa dispensa qualquer apresentação especial.
The Strollers evidenciaram-na. A presente gravação, acredita-a como uma autêntica fora de série.
Por isso nós damos este disco com a certeza de que, depois de o ouvir, os adjectivos dará você."
Excelente, digo eu. Senão ouçam esta "Balada de Mais Um Dia", para ouvir de preferência ao cair da tarde.
Teresa Paula Brito - Balada de Mais Um Dia
segunda-feira, 27 de abril de 2020
Teresa - Non, Capisco La Doménica
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Teresa no disco, nome completo Teresa Pinto Coelho, deixou um único EP gravado no distante ano de 1962. Face ao panorama musical nacional naqueles primeiros anos da década de 60 é realmente um registo que podemos dizer invulgar e de nível bem superior ao que era normalmente dado ouvir.
Quatro canções interpretadas num tom jazzistico muito calmo de muito agradável audição. As canções eram: "Dans Mon Île", "Non, Capisco La Doménica", "Lisboa à Noite" e "Fever", ou seja uma em cada língua que não estragava a coerência do todo.
Para hoje "Non, Capisco La Doménica" que era referida assim na contra-capa:
"Seca, fria, aborrecida, é a própria expressão dos domingos citadinos, com descanso obrigatório e visita colectiva às montras das lojas: NON CAPISCO LA DOMÉNICA"
Ainda oportunidade de a ver a interpretar o mesmo tema num antigo programa da RTP apresentado pelo então jovem Carlos Cruz.
Agora em audio do EP.
Teresa - Non, Capisco La Doménica
Teresa no disco, nome completo Teresa Pinto Coelho, deixou um único EP gravado no distante ano de 1962. Face ao panorama musical nacional naqueles primeiros anos da década de 60 é realmente um registo que podemos dizer invulgar e de nível bem superior ao que era normalmente dado ouvir.
Quatro canções interpretadas num tom jazzistico muito calmo de muito agradável audição. As canções eram: "Dans Mon Île", "Non, Capisco La Doménica", "Lisboa à Noite" e "Fever", ou seja uma em cada língua que não estragava a coerência do todo.
Para hoje "Non, Capisco La Doménica" que era referida assim na contra-capa:
"Seca, fria, aborrecida, é a própria expressão dos domingos citadinos, com descanso obrigatório e visita colectiva às montras das lojas: NON CAPISCO LA DOMÉNICA"
Ainda oportunidade de a ver a interpretar o mesmo tema num antigo programa da RTP apresentado pelo então jovem Carlos Cruz.
Agora em audio do EP.
Teresa - Non, Capisco La Doménica
domingo, 26 de abril de 2020
Rita Olivaes - Oração de Fim de Dia
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Depois de ontem ter aqui trazido a Maria Guinot com uma canção de 1968, logo me ocorreu para hoje Rita Olivaes. Ambas efectuaram as primeiras gravações em 1968, ambas eram intérpretes autoras, ambas próximas do movimento das baladas, as duas possuíam bonitas vozes e foram relativamente pouco divulgadas.
Inversamente Rita Olivaes teve a sua curta discografia, quatro EP, no final dos anos 60 início da década de 70.
Hoje fico logo pelo primeiro disco editado em 1968, onde David Mourão-Ferreira escreveu, na contra-capa, as seguintes palavras:
“Compositora, letrista e intérprete das suas próprias canções, RITA OLIVAES faz a sua entrada no panorama da música ligeira portuguesa de um modo absolutamente invulgar: com audácia e com sobriedade, com frescura e com rigor, com juvenil inspiração e com perfeito domínio dos seus dons. Semelhante aliança de contrários só costuma ser timbre das vocações autênticas e seguras; e não será difícil compreendermos que este é o caso de RITA OLIVAES. Por outro lado, as suas baladas – em que as palavras e a melodia intimamente se correspondem – inserindo-se embora numa genuína tradição “trovadoresca”, nem por isso deixam de ser profundamente “modernas”. Mais uma razão para acrescentarmos que o caso de RITA OLIVAES - como diriam os trovadores - "non ten parelha" entre os de alguns outros que ultimamente têm aparecido..."
Rita Olivaes - Oração de Fim de Dia
Depois de ontem ter aqui trazido a Maria Guinot com uma canção de 1968, logo me ocorreu para hoje Rita Olivaes. Ambas efectuaram as primeiras gravações em 1968, ambas eram intérpretes autoras, ambas próximas do movimento das baladas, as duas possuíam bonitas vozes e foram relativamente pouco divulgadas.
Inversamente Rita Olivaes teve a sua curta discografia, quatro EP, no final dos anos 60 início da década de 70.
Hoje fico logo pelo primeiro disco editado em 1968, onde David Mourão-Ferreira escreveu, na contra-capa, as seguintes palavras:
“Compositora, letrista e intérprete das suas próprias canções, RITA OLIVAES faz a sua entrada no panorama da música ligeira portuguesa de um modo absolutamente invulgar: com audácia e com sobriedade, com frescura e com rigor, com juvenil inspiração e com perfeito domínio dos seus dons. Semelhante aliança de contrários só costuma ser timbre das vocações autênticas e seguras; e não será difícil compreendermos que este é o caso de RITA OLIVAES. Por outro lado, as suas baladas – em que as palavras e a melodia intimamente se correspondem – inserindo-se embora numa genuína tradição “trovadoresca”, nem por isso deixam de ser profundamente “modernas”. Mais uma razão para acrescentarmos que o caso de RITA OLIVAES - como diriam os trovadores - "non ten parelha" entre os de alguns outros que ultimamente têm aparecido..."
Rita Olivaes - Oração de Fim de Dia
sábado, 25 de abril de 2020
Maria Guinot - La Mère Sans Enfant
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
A lembrança mais antiga que possuía da cantora Maria Guinot remontava a 1984, ano em que vence o Festival da Canção da RTP com a canção "Silêncio e Tanta Gente", uma canção muito acima da vulgaridade que este Festival maioritariamente manifestava. Uma grande canção que também a Eurovisão não soube apreciar.
Na realidade Maria Guinot (1945-2018) vinha de um longo interregno pois no final dos anos 60 já se tinha estreado no mundo da música com 2 EP dos quais não me lembrava de todo. 8 canções de autoria da própria que nos deixam a pensar quanto se perdeu por não ter dado continuidade a este início tão auspicioso.
Apresentada somente como Maria era este o texto que acompanhava a edição do primeiro EP:
"Uma palavra, às vezes, basta para definir uma
Artista
Simples...
Simples como as suas poesias que cantam a natureza,
as coisas belas, o
amor puro!
Simples como as suas músicas, baladas que vêm do
longe para ficar perto de nós!
Simples como a sua voz, suave e natural!
Simples, como o o seu nome: simplesmente... MARIA"
Continha 2 canções em francês, escolho "La Mère Sans Enfant"
Maria Guinot - La Mère Sans Enfant
A lembrança mais antiga que possuía da cantora Maria Guinot remontava a 1984, ano em que vence o Festival da Canção da RTP com a canção "Silêncio e Tanta Gente", uma canção muito acima da vulgaridade que este Festival maioritariamente manifestava. Uma grande canção que também a Eurovisão não soube apreciar.
Na realidade Maria Guinot (1945-2018) vinha de um longo interregno pois no final dos anos 60 já se tinha estreado no mundo da música com 2 EP dos quais não me lembrava de todo. 8 canções de autoria da própria que nos deixam a pensar quanto se perdeu por não ter dado continuidade a este início tão auspicioso.
Apresentada somente como Maria era este o texto que acompanhava a edição do primeiro EP:
"Uma palavra, às vezes, basta para definir uma
Artista
Simples...
Simples como as suas poesias que cantam a natureza,
as coisas belas, o
amor puro!
Simples como as suas músicas, baladas que vêm do
longe para ficar perto de nós!
Simples como a sua voz, suave e natural!
Simples, como o o seu nome: simplesmente... MARIA"
Continha 2 canções em francês, escolho "La Mère Sans Enfant"
Maria Guinot - La Mère Sans Enfant
sexta-feira, 24 de abril de 2020
Tonicha - Emporte-Moi Loin d'Ici
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
As duas passagens que fiz da Tonicha foram referentes a gravações já dos anos 70, "Menina" (1971) e "Poema da Auto Estrada" (1972), mas a sua carreira vinha de há quase uma década atrás.
Entre gravações extremamente comercias, por exemplo: "Zumba na Caneca", a trabalhos de maior qualidade que a levaram a gravar com José Cid ou a efectuar versões de canções de Patxi Andión, um pouco de tudo se encontra. Voz bonita mas ecletismo em excesso para meu gosto, tinha qualidades que deveriam ter sido aproveitadas para um repertório mais consistente.
A fase mais Pop começa no final dos anos 60 com a colaboração que teve de José Cid e em 1968 surgia o 1º EP dessa parceria e nele encontrava-se "Emporte-Moi Loin d'Ici". Desta faceta, por ventura menos conhecida mas não menos interessante, "Emporte-Moi Loin d'Ici" escrita por José Cid é a proposta de audição desta voz que tinha potencialidades para ter ido mais longe.
Tonicha - Emporte-Moi Loin d'Ici
As duas passagens que fiz da Tonicha foram referentes a gravações já dos anos 70, "Menina" (1971) e "Poema da Auto Estrada" (1972), mas a sua carreira vinha de há quase uma década atrás.
Entre gravações extremamente comercias, por exemplo: "Zumba na Caneca", a trabalhos de maior qualidade que a levaram a gravar com José Cid ou a efectuar versões de canções de Patxi Andión, um pouco de tudo se encontra. Voz bonita mas ecletismo em excesso para meu gosto, tinha qualidades que deveriam ter sido aproveitadas para um repertório mais consistente.
A fase mais Pop começa no final dos anos 60 com a colaboração que teve de José Cid e em 1968 surgia o 1º EP dessa parceria e nele encontrava-se "Emporte-Moi Loin d'Ici". Desta faceta, por ventura menos conhecida mas não menos interessante, "Emporte-Moi Loin d'Ici" escrita por José Cid é a proposta de audição desta voz que tinha potencialidades para ter ido mais longe.
Tonicha - Emporte-Moi Loin d'Ici
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Mafalda Sofia - Teach Me Tiger
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
"Tudo em MAFALDA SOFIA é naturalmente diferente, original.
O nome, que é o próprio, as linhas do seu rosto de um exotismo caprichoso e principalmente o modo como surge artisticamente.
Neste seu primeiro disco, não é a debutante que aparece, timidamente, mas sim alguém já com a segurança, de uma veterana, interpretando êxitos difíceis numa variedade de géneros e de idiomas, inglês, italiano, hebraico, provando assim que estamos perante um caso singular de talento que se serve de uma voz que não lembra nenhuma outra e que domina perfeitamente.
À Emissora Nacional, que confiou ao incansável Prof. Mota Pereira a direcção desta louvável iniciativa que é o Centro de Preparação de Artistas de Rádio e que já mereceu o aplauso do atento cronista, Leitão de Barros, nos seu «Corvos» geniais, se deve a descoberta, que mais do que uma esperança é já uma certeza insofismável do muito que nos reserva no futuro o talento de MAFALDA SOFIA.", assim se lia na contra-capa do 1º EP de Mafalda Sofia.
Mafalda Sofia, mais uma cantora Pop portuguesa dos anos 60 muito pouco ou nada conhecida. Foram vários os discos EP que gravou naquela década. O primeiro continha a canção de hoje, "Teach Me Tiger", uma interessante versão do original de April Stevens de 1959. A canção sugeria uma sexualidade que antecipava em 10 anos a canção de Jane Birkin "Je T'aime, Moi Non Plus".
Mafalda Sofia interpreta-a muito bem e, a mim, remeteu-me para outras memórias, concretamente para a ambiência que a música de Angelo Badalamenti criava na série Twin Peaks, lembram-se do The Bang Bang Bar?
Mafalda Sofia - Teach Me Tiger
"Tudo em MAFALDA SOFIA é naturalmente diferente, original.
O nome, que é o próprio, as linhas do seu rosto de um exotismo caprichoso e principalmente o modo como surge artisticamente.
Neste seu primeiro disco, não é a debutante que aparece, timidamente, mas sim alguém já com a segurança, de uma veterana, interpretando êxitos difíceis numa variedade de géneros e de idiomas, inglês, italiano, hebraico, provando assim que estamos perante um caso singular de talento que se serve de uma voz que não lembra nenhuma outra e que domina perfeitamente.
À Emissora Nacional, que confiou ao incansável Prof. Mota Pereira a direcção desta louvável iniciativa que é o Centro de Preparação de Artistas de Rádio e que já mereceu o aplauso do atento cronista, Leitão de Barros, nos seu «Corvos» geniais, se deve a descoberta, que mais do que uma esperança é já uma certeza insofismável do muito que nos reserva no futuro o talento de MAFALDA SOFIA.", assim se lia na contra-capa do 1º EP de Mafalda Sofia.
Mafalda Sofia, mais uma cantora Pop portuguesa dos anos 60 muito pouco ou nada conhecida. Foram vários os discos EP que gravou naquela década. O primeiro continha a canção de hoje, "Teach Me Tiger", uma interessante versão do original de April Stevens de 1959. A canção sugeria uma sexualidade que antecipava em 10 anos a canção de Jane Birkin "Je T'aime, Moi Non Plus".
Mafalda Sofia interpreta-a muito bem e, a mim, remeteu-me para outras memórias, concretamente para a ambiência que a música de Angelo Badalamenti criava na série Twin Peaks, lembram-se do The Bang Bang Bar?
Mafalda Sofia - Teach Me Tiger
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Helena Rocha – Zigue-Zague
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Helena Rocha é uma cantora portuguesa nascida em Angola na década de 40 e que nos anos 60 ganhou notoriedade ao gravar 3 EP nos anos 1965-1966. Se no primeiro destacava-se a versão de o "Calhambeque", a famosa canção de Roberto Carlos, no segundo a surpresa vai para "Zigue-Zague", também ela uma versão, neste caso de uma canção brasileira de Elis Regina e Jair Rodrigues.
Este segundo EP, do ano de 1965, teve o acompanhamento do Conjunto de Shegundo Galarza e é, para meu gosto, o melhor.
Uma bonita voz e interessante capacidade interpretativa tinha esta Helena Rocha que reconheço já não me lembrava de todo e é agora que tenho todo o prazer de a aqui trazer.
Helena Rocha – Zigue-Zague
Helena Rocha é uma cantora portuguesa nascida em Angola na década de 40 e que nos anos 60 ganhou notoriedade ao gravar 3 EP nos anos 1965-1966. Se no primeiro destacava-se a versão de o "Calhambeque", a famosa canção de Roberto Carlos, no segundo a surpresa vai para "Zigue-Zague", também ela uma versão, neste caso de uma canção brasileira de Elis Regina e Jair Rodrigues.
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Este segundo EP, do ano de 1965, teve o acompanhamento do Conjunto de Shegundo Galarza e é, para meu gosto, o melhor.
Uma bonita voz e interessante capacidade interpretativa tinha esta Helena Rocha que reconheço já não me lembrava de todo e é agora que tenho todo o prazer de a aqui trazer.
Helena Rocha – Zigue-Zague
terça-feira, 21 de abril de 2020
Suzy Paula - Ser Como Um Rapaz
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Suzy Paula, ou Susi Paula, é mais uma cantora portuguesa surgida nos anos 60 ligada ao nacional-cançonetismo ou seja letras de uma pobreza franciscana e músicas do mais superficial e ligeiro possível, nada que incomoda-se o regime, bem pelo contrário.
A sua discografia nos anos 60 resume-se a alguns poucos EP de qualidade duvidosa. Depois de passagem pelo Brasil regressa nos anos 80 dedicando-se a música infantil, sendo a canção "O Areias" a mais conhecida.
É de 1968 a canção escolhida, "Ser Como Um Rapaz"", e tratava-se de uma versão da conhecida canção da Sylvie Vartan "Comme Un Garçon". E era esta, maioritariamente, a qualidade da música Pop que então se praticava em Portugal
Suzy Paula - Ser Como Um Rapaz
Suzy Paula, ou Susi Paula, é mais uma cantora portuguesa surgida nos anos 60 ligada ao nacional-cançonetismo ou seja letras de uma pobreza franciscana e músicas do mais superficial e ligeiro possível, nada que incomoda-se o regime, bem pelo contrário.
A sua discografia nos anos 60 resume-se a alguns poucos EP de qualidade duvidosa. Depois de passagem pelo Brasil regressa nos anos 80 dedicando-se a música infantil, sendo a canção "O Areias" a mais conhecida.
É de 1968 a canção escolhida, "Ser Como Um Rapaz"", e tratava-se de uma versão da conhecida canção da Sylvie Vartan "Comme Un Garçon". E era esta, maioritariamente, a qualidade da música Pop que então se praticava em Portugal
Suzy Paula - Ser Como Um Rapaz
segunda-feira, 20 de abril de 2020
Maria José Valério - Tômbola Twist
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Da minha meninice lembrava da Maria José Valério a canção "Menina dos Telefones" o seu maior sucesso, um bom exemplo do nacional-cançonetismo por cá dominante.
Segundo a "Enciclopédia da Música em Portgal no Século XX": "O seu repertório abrange a música ligeira e o fado (incluindo o fado-canção e fado-musicado), que interpretou em inúmeros espectáculos em Portugal e no estrangeiro (EUA, África, Brasil) ao longo da sua carreira."
Acabou por ficar conhecida por ser a interprete do hino do Sporting "Marcha do Sporting" que cantou em 1954 em "...festa no Tivoli dedicada ao Sporting Clube de Portugal..."
Nos primeiros anos da década de 60 o Twist (género de dança com origem nos EUA que acompanhava os novos ritmos do Rock'n'Roll) imperou e todo o mundo dançava o Twist, entretanto muitas canções passaram a incorporar a designação Twist ("The Twist"-1959 de Hank Ballard terá sido a primeira a dar origem ao género). Fizeram-se inclusive concursos para apurar o Rei do Twist como o ocorrido no Teatro Monumental, em Lisboa, em 1963 do qual saiu vencedor Victor Gomes. Quanto às canções, foram muitas as que adoptaram a designação, eis uma lista tendo algumas já recordado:
"Twisting the Twist" - Thilo's Combo
"Twist para Dois" - Zeca do Rock
"Dancemos o Twist" - Paulo Alexandre com Os Telstars
"Let's Twist Again" - Pedro Osório
"Twist Bocage" - Conjunto de Oliveira Muge
Também os cançonetistas mais tradicionais fizeram aproximação ao Twist como por exemplo nas canções:
"Vamos Dançar o Twist" - Paula Ribas
"Twist em Lisboa" - Madalena Iglésias
"O Twist do Tareco" - Zézinha Pereira
"Tômbola Twist" - Maria José Valério
É esta última que hoje se recorda, fazia parte do EP "Rapariga Destravada" e o ano era o de 1962.
Maria José Valério - Tômbola Twist
Da minha meninice lembrava da Maria José Valério a canção "Menina dos Telefones" o seu maior sucesso, um bom exemplo do nacional-cançonetismo por cá dominante.
Segundo a "Enciclopédia da Música em Portgal no Século XX": "O seu repertório abrange a música ligeira e o fado (incluindo o fado-canção e fado-musicado), que interpretou em inúmeros espectáculos em Portugal e no estrangeiro (EUA, África, Brasil) ao longo da sua carreira."
Acabou por ficar conhecida por ser a interprete do hino do Sporting "Marcha do Sporting" que cantou em 1954 em "...festa no Tivoli dedicada ao Sporting Clube de Portugal..."
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Nos primeiros anos da década de 60 o Twist (género de dança com origem nos EUA que acompanhava os novos ritmos do Rock'n'Roll) imperou e todo o mundo dançava o Twist, entretanto muitas canções passaram a incorporar a designação Twist ("The Twist"-1959 de Hank Ballard terá sido a primeira a dar origem ao género). Fizeram-se inclusive concursos para apurar o Rei do Twist como o ocorrido no Teatro Monumental, em Lisboa, em 1963 do qual saiu vencedor Victor Gomes. Quanto às canções, foram muitas as que adoptaram a designação, eis uma lista tendo algumas já recordado:
"Twisting the Twist" - Thilo's Combo
"Twist para Dois" - Zeca do Rock
"Dancemos o Twist" - Paulo Alexandre com Os Telstars
"Let's Twist Again" - Pedro Osório
"Twist Bocage" - Conjunto de Oliveira Muge
Também os cançonetistas mais tradicionais fizeram aproximação ao Twist como por exemplo nas canções:
"Vamos Dançar o Twist" - Paula Ribas
"Twist em Lisboa" - Madalena Iglésias
"O Twist do Tareco" - Zézinha Pereira
"Tômbola Twist" - Maria José Valério
É esta última que hoje se recorda, fazia parte do EP "Rapariga Destravada" e o ano era o de 1962.
Maria José Valério - Tômbola Twist
domingo, 19 de abril de 2020
Simone de Oliveira - Aqueles Dias Felizes
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Depois da Madalena Iglésias, só podia vir a Simone de Oliveira cúmplice dos mesmos tempos e das mesmas cantigas. Com uma diferença, a Simone de Oliveira era melhor e perdurou melhor no tempo, ainda em 2013 nos surpreendeu com a edição do álbum "Pedaços de Mim". Entre as cantigas e actriz de teatro se tem feito a sua carreira, como actriz estreou-se em 1962 no teatro de revista, como cantora, quer em palco quer em gravações no remoto ano de 1958.
É, portanto, longa a sua carreira tendo sido muitos os momentos que poderia destacar, mas centro-me nos anos 60 e logo o que me vem à cabeça são as suas participações no Festival da Canção da RTP onde marcou presença por 4 vezes, tendo ganho duas delas, a primeira com "Sol de Inverno" em 1965 e a segunda com "A Desfolhada" em 1969. Desta gostei, da outra nem por isso, mas a diferença entre elas é enorme.
Viviam-se anos em que os êxitos internacionais eram aproveitados pelos artistas nacionais para efectuar as suas gravações, Simone de Oliveira também o fez. Eram as influências da música Pop anglo-saxónica nos artistas consagrados nacionais. "Those Were The Days", grande sucesso no ano anterior na voz de Mary Hopkins e então produzida por Paul McCartney foi uma das que Simone de Oliveira gravou também em 1969, "Aqueles Dias felizes" era a tradução.
Simone de Oliveira - Aqueles Dias Felizes
Depois da Madalena Iglésias, só podia vir a Simone de Oliveira cúmplice dos mesmos tempos e das mesmas cantigas. Com uma diferença, a Simone de Oliveira era melhor e perdurou melhor no tempo, ainda em 2013 nos surpreendeu com a edição do álbum "Pedaços de Mim". Entre as cantigas e actriz de teatro se tem feito a sua carreira, como actriz estreou-se em 1962 no teatro de revista, como cantora, quer em palco quer em gravações no remoto ano de 1958.
É, portanto, longa a sua carreira tendo sido muitos os momentos que poderia destacar, mas centro-me nos anos 60 e logo o que me vem à cabeça são as suas participações no Festival da Canção da RTP onde marcou presença por 4 vezes, tendo ganho duas delas, a primeira com "Sol de Inverno" em 1965 e a segunda com "A Desfolhada" em 1969. Desta gostei, da outra nem por isso, mas a diferença entre elas é enorme.
https://musicasdosanos60.blogspot.com/ |
Viviam-se anos em que os êxitos internacionais eram aproveitados pelos artistas nacionais para efectuar as suas gravações, Simone de Oliveira também o fez. Eram as influências da música Pop anglo-saxónica nos artistas consagrados nacionais. "Those Were The Days", grande sucesso no ano anterior na voz de Mary Hopkins e então produzida por Paul McCartney foi uma das que Simone de Oliveira gravou também em 1969, "Aqueles Dias felizes" era a tradução.
Simone de Oliveira - Aqueles Dias Felizes
sábado, 18 de abril de 2020
Madalena Iglésias - Twist em Lisboa
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Para hoje a proposta é Madalena Iglésias.
Madalena Iglésias (1939-2018) foi uma cantora portuguesa bastante popular principalmente nos anos 60 sendo normalmente associada ao chamado nacional-cançonetismo designação dada à música ligeira então praticada e hegemónica no antigo regime. Ela mais a Simone de Oliveira, o António Calvário e o Artur Garcia eram os principais artistas dominantes na nossa Rádio e Televisão. Os quatro estão presentes no 1º Festival de 1964 com vitória para o António Calvário, os quatro são os únicos participantes no Festival de 1965 com vitória para Simone de Oliveira, os três, menos o Artur Garcia, estão presentes no Festival de 1966 desta vez com a vitória da Madalena Iglésias que participou com três canções. Tinha que ganhar, depois do António Calvário, da Simone de Oliveira faltava a Madalena Iglésias.
Apesar da idade lembro-me bem destes festivais e de rapidamente me aperceber da falta de qualidade e do que politicamente estava por de trás deles (as observações que o meu pai fazia terão sido determinantes). Já agora a canção era "Ele e Ela", a bonita rapariga e o tímido rapaz.
Deixou uma vasta discografia quase toda centrada na década de 60. Recuo a 1963 onde encontro um EP onde consta este "Twist em Lisboa", o nacional-cançonetismo com uns toques de modernidade...
Madalena Iglésias - Twist em Lisboa
Para hoje a proposta é Madalena Iglésias.
Madalena Iglésias (1939-2018) foi uma cantora portuguesa bastante popular principalmente nos anos 60 sendo normalmente associada ao chamado nacional-cançonetismo designação dada à música ligeira então praticada e hegemónica no antigo regime. Ela mais a Simone de Oliveira, o António Calvário e o Artur Garcia eram os principais artistas dominantes na nossa Rádio e Televisão. Os quatro estão presentes no 1º Festival de 1964 com vitória para o António Calvário, os quatro são os únicos participantes no Festival de 1965 com vitória para Simone de Oliveira, os três, menos o Artur Garcia, estão presentes no Festival de 1966 desta vez com a vitória da Madalena Iglésias que participou com três canções. Tinha que ganhar, depois do António Calvário, da Simone de Oliveira faltava a Madalena Iglésias.
Apesar da idade lembro-me bem destes festivais e de rapidamente me aperceber da falta de qualidade e do que politicamente estava por de trás deles (as observações que o meu pai fazia terão sido determinantes). Já agora a canção era "Ele e Ela", a bonita rapariga e o tímido rapaz.
https://musicasdosanos60.blogspot.com/ |
Deixou uma vasta discografia quase toda centrada na década de 60. Recuo a 1963 onde encontro um EP onde consta este "Twist em Lisboa", o nacional-cançonetismo com uns toques de modernidade...
Madalena Iglésias - Twist em Lisboa
sexta-feira, 17 de abril de 2020
Natércia Barreto - São Francisco
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Nascida em Moçambique, Natércia Barreto notabilizou-se em meados da década de 60, sendo então, com apenas 15 anos, eleita "Rainha da Rádio" de Moçambique.
Com uma discografia, que teve início em 1968 e se prolongou até o princípio da década de 80, o peso de versões de êxitos internacionais era grande e passava por sucessos do Festival da Canção da Eurovisão, "Congratulations" do Cliff Richard , canções românticas da época, "Delilah" do Tom Jones ou ainda do Pop-Rock, "Sunglasses" de Tracey Ullman que foi o sucesso maior de Natércio Barreto na sua versão "Óculos de Sol", e muitos outros entre os quais "São Francisco" que era nada mais que o "San Francisco" de Scott McKenzie.
"São Francisco" era a primeira canção do primeiro EP "Canta Para Si!", de 1968, com o seguinte texto, assinado por José Eduardo Pereira, na contra-capa:
"A crença humilde dos passarinhos, a versatilidade das nuvens no céu, a rigidez estranha das ondas do mar, a beleza meiga das noites com lua, a nostalgia tardia dos meninos de mãos livres e a esperança duns 17 anos de esperanças, duns cabelos loiros gaiatos, dum sorriso franco e amigo, duns olhos verdes de olhar aberto para dar, tudo isso na voz e na personalidade de Natércia Barreto (da Techa, como ela simples e natural com é, prefere que lhe chamem) da Rainha da Rádio de Lourenço Marques e Moçambique-65, títulos que eles só, já seguramente nos dizem como é ela na verdade a presença feminina mais popular e mais querida dos microfones de Moçambique.Mas escutemos este seu primeiro disco comercial que Techa, com tanto carinho, preparou para oferecer a todos os seus admiradores. E a gratidão é para ela."
Natércia Barreto - São Francisco
Nascida em Moçambique, Natércia Barreto notabilizou-se em meados da década de 60, sendo então, com apenas 15 anos, eleita "Rainha da Rádio" de Moçambique.
Com uma discografia, que teve início em 1968 e se prolongou até o princípio da década de 80, o peso de versões de êxitos internacionais era grande e passava por sucessos do Festival da Canção da Eurovisão, "Congratulations" do Cliff Richard , canções românticas da época, "Delilah" do Tom Jones ou ainda do Pop-Rock, "Sunglasses" de Tracey Ullman que foi o sucesso maior de Natércio Barreto na sua versão "Óculos de Sol", e muitos outros entre os quais "São Francisco" que era nada mais que o "San Francisco" de Scott McKenzie.
"São Francisco" era a primeira canção do primeiro EP "Canta Para Si!", de 1968, com o seguinte texto, assinado por José Eduardo Pereira, na contra-capa:
"A crença humilde dos passarinhos, a versatilidade das nuvens no céu, a rigidez estranha das ondas do mar, a beleza meiga das noites com lua, a nostalgia tardia dos meninos de mãos livres e a esperança duns 17 anos de esperanças, duns cabelos loiros gaiatos, dum sorriso franco e amigo, duns olhos verdes de olhar aberto para dar, tudo isso na voz e na personalidade de Natércia Barreto (da Techa, como ela simples e natural com é, prefere que lhe chamem) da Rainha da Rádio de Lourenço Marques e Moçambique-65, títulos que eles só, já seguramente nos dizem como é ela na verdade a presença feminina mais popular e mais querida dos microfones de Moçambique.Mas escutemos este seu primeiro disco comercial que Techa, com tanto carinho, preparou para oferecer a todos os seus admiradores. E a gratidão é para ela."
Natércia Barreto - São Francisco
quinta-feira, 16 de abril de 2020
Florbela - Eu Sou a Mesma
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Florbela é a Florbela Queiroz, mais conhecida como actriz do que como cantora, animou muitas noites da RTP com a sua simpática presença. Era eu ainda adolescente, mas sentia na sua presença uma lufada de ar fresco pois apresentava-se como uma mulher sempre alegre, sorridente, transmitindo uma imagem jovem, moderna, emancipada, sem preconceitos.
Em termos musicais as suas gravações são pouco mais que medíocres mas são animadas, bem dispostas como ela era.
Em 1966 grava um EP que contem a canção "Eu Sou a Mesma" que era uma versão em português de "Je n'ai Pas Changé" da cantora francesa Sheila que a havia gravado dois anos antes. O EP continha ainda as canções "Somos Jovens", "Eu Já Sei" e "Fitas de "Cow-Boys"".
Florbela - Eu Sou a Mesma
Florbela é a Florbela Queiroz, mais conhecida como actriz do que como cantora, animou muitas noites da RTP com a sua simpática presença. Era eu ainda adolescente, mas sentia na sua presença uma lufada de ar fresco pois apresentava-se como uma mulher sempre alegre, sorridente, transmitindo uma imagem jovem, moderna, emancipada, sem preconceitos.
Em termos musicais as suas gravações são pouco mais que medíocres mas são animadas, bem dispostas como ela era.
https://www.rtp.pt/ |
Em 1966 grava um EP que contem a canção "Eu Sou a Mesma" que era uma versão em português de "Je n'ai Pas Changé" da cantora francesa Sheila que a havia gravado dois anos antes. O EP continha ainda as canções "Somos Jovens", "Eu Já Sei" e "Fitas de "Cow-Boys"".
Florbela - Eu Sou a Mesma
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Terezita Galarza - Chica Yé-Yé
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Lembram-se de "Let Kiss", a canção que popularizou a dança tradicional finlandesa Yenka nos meados dos anos 60? Pois bem já a ela me referi a propósito das versões portuguesas do Quinteto Académico e do duo Os Diamantes, descobri, entretanto uma outra de uma cantora que nome Terezita Galarza que tanto quanto consegui apurar era filha do famoso Shegundo Galarza que com o seu conjunto abrilhantou os salões de baile um pouco por todo o país.
Pois Terezita Galarza gravou algures nos anos 60, com o acompanhamento do Conjunto de Shegundo Galarza, um EP em que a canção principal era precisamente "Chegou a Yenka" e que continha mais três temas, a saber: "Quero Ser Alguém", "Chica Yé Yé" e "Olha o Palhaço". Pela imagem e pela voz não seria mais do adolescente quando gravou este disco que julgo ter sido o único.
Continuo em ritmo Ié-Ié com "Chica Yé-Yé".
Terezita Galarza - Chica Yé-Yé
Lembram-se de "Let Kiss", a canção que popularizou a dança tradicional finlandesa Yenka nos meados dos anos 60? Pois bem já a ela me referi a propósito das versões portuguesas do Quinteto Académico e do duo Os Diamantes, descobri, entretanto uma outra de uma cantora que nome Terezita Galarza que tanto quanto consegui apurar era filha do famoso Shegundo Galarza que com o seu conjunto abrilhantou os salões de baile um pouco por todo o país.
Pois Terezita Galarza gravou algures nos anos 60, com o acompanhamento do Conjunto de Shegundo Galarza, um EP em que a canção principal era precisamente "Chegou a Yenka" e que continha mais três temas, a saber: "Quero Ser Alguém", "Chica Yé Yé" e "Olha o Palhaço". Pela imagem e pela voz não seria mais do adolescente quando gravou este disco que julgo ter sido o único.
Continuo em ritmo Ié-Ié com "Chica Yé-Yé".
Terezita Galarza - Chica Yé-Yé
terça-feira, 14 de abril de 2020
Paula Ribas - Vamos Dançar o Twist
A música Pop no feminino no Portugal dos anos 60
Hesitei na escolha do nome para este novo tema que hoje começo. Deveria ser a música Pop-Rock ou somente Pop ou ainda outras tipo a música Ié-Ié, ou a nova música jovem, etc., etc.. Queria que fosse no feminino e de modo a não ser muito restritiva acabou por ficar "A música Pop..." o que permite uma amplitude maior e demonstrativa do que por cá se fazia no feminino.
Como noutros temas o aspecto qualitativo ou os meus gostos pessoais não estão aqui em causa pois caso contrário muito pouco poderia aqui recuperar. O que mais interessa é mostrar o que se produzia no feminino num Portugal atrasado, obscurantista e averso às novidades, neste caso musicais, que internacionalmente floresciam. Como se sabe, prevalecia os cantores e cantoras ligados ao chamado nacional-cançonestimo, tradicionalista e conformista com os valores que o regime fascista impunha.
Mas aqui e ali novas sonoridades começavam a despontar, o Festival da canção da RTP a partir de 1964 contribuiu para isso, tendo os grupos de Pop-Rock dado um empurrão.
A participação feminina era reduzida, muito reduzida, nos grupos de Pop-Rock encontrava-se uma Ana Maria no Conjunto Universitário Hi-Fi e tudo o mais eram cantoras da música ligeira que por vezes se aventuravam numa ou outra canção com um ritmo mais atrevido.
De uma forma aleatória vamos então passar alguns nomes, uma boa parte bem esquecidos, dessa década tão marcante que foram os anos 60. Começo com a Paula Ribas.
Intitulada (ver wikipédia) a "Raínha do Twist" teve uma longa e diversificada carreira, em termos de gravações deixou discos que vão da música ligeira a versões portuguesas de êxitos internacionais e já agora também versões de canções do José Afonso.
Recordo "Vamos Dançar o Twist" versão de 1963 do original de Chubby Checker, "Let Twist Again" (1961).
Paula Ribas - Vamos Dançar o Twist
Hesitei na escolha do nome para este novo tema que hoje começo. Deveria ser a música Pop-Rock ou somente Pop ou ainda outras tipo a música Ié-Ié, ou a nova música jovem, etc., etc.. Queria que fosse no feminino e de modo a não ser muito restritiva acabou por ficar "A música Pop..." o que permite uma amplitude maior e demonstrativa do que por cá se fazia no feminino.
Como noutros temas o aspecto qualitativo ou os meus gostos pessoais não estão aqui em causa pois caso contrário muito pouco poderia aqui recuperar. O que mais interessa é mostrar o que se produzia no feminino num Portugal atrasado, obscurantista e averso às novidades, neste caso musicais, que internacionalmente floresciam. Como se sabe, prevalecia os cantores e cantoras ligados ao chamado nacional-cançonestimo, tradicionalista e conformista com os valores que o regime fascista impunha.
Mas aqui e ali novas sonoridades começavam a despontar, o Festival da canção da RTP a partir de 1964 contribuiu para isso, tendo os grupos de Pop-Rock dado um empurrão.
A participação feminina era reduzida, muito reduzida, nos grupos de Pop-Rock encontrava-se uma Ana Maria no Conjunto Universitário Hi-Fi e tudo o mais eram cantoras da música ligeira que por vezes se aventuravam numa ou outra canção com um ritmo mais atrevido.
De uma forma aleatória vamos então passar alguns nomes, uma boa parte bem esquecidos, dessa década tão marcante que foram os anos 60. Começo com a Paula Ribas.
http://guedelhudos.blogspot.com/ |
Intitulada (ver wikipédia) a "Raínha do Twist" teve uma longa e diversificada carreira, em termos de gravações deixou discos que vão da música ligeira a versões portuguesas de êxitos internacionais e já agora também versões de canções do José Afonso.
Recordo "Vamos Dançar o Twist" versão de 1963 do original de Chubby Checker, "Let Twist Again" (1961).
Paula Ribas - Vamos Dançar o Twist
segunda-feira, 13 de abril de 2020
The Moody Blues - In The Beginning/Lovely To See You
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Termino, como comecei, com The Moody Blues.
The Moody Blues tinham a primazia não só da capa do nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" como da contra-capa, ocupando-a toda, era "A História dos Moody Blues contada por Graeme Edge".
À data do artigo The Moody Blues, aqueles que aprendi a gostar e admirar pela sua grandiosidade e complexidade sonora, iam no seu 6º trabalho de longa duração, o 5º da sua formação clássica. É nas palavras de Graeme Edge, baterista e elemento fundador do grupo, que o artigo relata, sucintamente, os primeiros anos dos The Moody Blues.
Desde os The Moody Blues iniciais de Mike Pinder, Clint Warwick, Graeme Edge, Ray Thomas à formação de 1966, e vigente em 1971, de Mike Pinder, Ray Thomas, Justin Hayward, Graeme Edge e John Lodge (só agora dou conta que as legendas das fotografias estão trocadas) ou seja do Rhythm'n'Blues inicial ao Rock Progressivo dos quais foram um dos mais interessantes e originais protagonistas.
Neste magnífico percurso musical paro no álbum "On the Threshold of a Dream" de 1969, um trabalho repleto de experimentalismo e ficamos com o início "In The Beginning" seguido de "Lovely To See You".
The Moody Blues - In The Beginning/Lovely To See You
Termino, como comecei, com The Moody Blues.
The Moody Blues tinham a primazia não só da capa do nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" como da contra-capa, ocupando-a toda, era "A História dos Moody Blues contada por Graeme Edge".
À data do artigo The Moody Blues, aqueles que aprendi a gostar e admirar pela sua grandiosidade e complexidade sonora, iam no seu 6º trabalho de longa duração, o 5º da sua formação clássica. É nas palavras de Graeme Edge, baterista e elemento fundador do grupo, que o artigo relata, sucintamente, os primeiros anos dos The Moody Blues.
Desde os The Moody Blues iniciais de Mike Pinder, Clint Warwick, Graeme Edge, Ray Thomas à formação de 1966, e vigente em 1971, de Mike Pinder, Ray Thomas, Justin Hayward, Graeme Edge e John Lodge (só agora dou conta que as legendas das fotografias estão trocadas) ou seja do Rhythm'n'Blues inicial ao Rock Progressivo dos quais foram um dos mais interessantes e originais protagonistas.
Neste magnífico percurso musical paro no álbum "On the Threshold of a Dream" de 1969, um trabalho repleto de experimentalismo e ficamos com o início "In The Beginning" seguido de "Lovely To See You".
The Moody Blues - In The Beginning/Lovely To See You
domingo, 12 de abril de 2020
Roberto Carlos - Jesus Cristo
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
O Brasil, Jesus Cristo e a música "Jesus Cristo" são o centro do artigo "Roberto Carlos: Seu último disco provoca polémica" que surgia na página 15 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" nº 4 cuja recuperação estou prestes a terminar.
Num Brasil conservador era no mínimo polémico canções populares que invocassem o nome de Jesus Cristo, mas mesmo assim muitas vozes foram a favor do sucesso que Roberto Carlos protagonizou com a referida "Jesus Cristo". Também a Ópera-Rock "Jesus Christ Super-Star", referida no texto, se preparava para, em 1972, se estrear naquele país.
"Jesus Cristo" fazia parte do seu 12º álbum publicado no ano de 1970, a sua edição em Single, inclusivé em Portugal, só se verificou no ano seguinte. Para os fãs de Roberto Carlos aqui fica a canção.
Roberto Carlos - Jesus Cristo
O Brasil, Jesus Cristo e a música "Jesus Cristo" são o centro do artigo "Roberto Carlos: Seu último disco provoca polémica" que surgia na página 15 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" nº 4 cuja recuperação estou prestes a terminar.
Num Brasil conservador era no mínimo polémico canções populares que invocassem o nome de Jesus Cristo, mas mesmo assim muitas vozes foram a favor do sucesso que Roberto Carlos protagonizou com a referida "Jesus Cristo". Também a Ópera-Rock "Jesus Christ Super-Star", referida no texto, se preparava para, em 1972, se estrear naquele país.
"Jesus Cristo" fazia parte do seu 12º álbum publicado no ano de 1970, a sua edição em Single, inclusivé em Portugal, só se verificou no ano seguinte. Para os fãs de Roberto Carlos aqui fica a canção.
Roberto Carlos - Jesus Cristo
sábado, 11 de abril de 2020
Dave Edmunds - I Hear You Knocking
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Confesso que há já muito, muito tempo que não ouvia falar de Dave Edmunds e não fosse este nº de "DISCO MÚSICA & MODA" só vagamente me lembraria do seu nome.
Um Rock simples, genuíno e eficaz caracterizam este galês de origem que um dia abandonou Cardiff para procurar o difícil sucesso em Londres, o que é relatado neste artigo cuja imagem segue.
O seu maior sucesso foi uma canção de nome "I Hear You Knocking" que me recordo muito bem de ouvir em 1970. "I Hear You Knocking" era uma canção de 1955 que teve aqui um tratamento muito peculiar. Teve edição em Portugal em Single, no qual se podia ler na contra-capa:
"Dave Edmunds Rockpile é o intérprete de «I hear you knocking», um grande êxito da actualidade e que ocupaa o 1º lugar do TOP 50 em Inglaterra.
Dave Edmunds toca vários instrumentos e como autor de cançõe tem conseguido certo êxito. Fez parte do grupo Love Spulcture,que se desfez após o êxito obtido com «Sabre Dance» e então Dave passou a dirigir um estúdio de gravação.
Agora Dave voltou e, passou, do anonimato em que vivia no País de Gales, a ser o cantor de que mais discos se vendem em Inglaterra (200000 em três semanas)."
Recuar 50 anos para lembrar "I Hear You Knocking"
Dave Edmunds - I Hear You Knocking
Confesso que há já muito, muito tempo que não ouvia falar de Dave Edmunds e não fosse este nº de "DISCO MÚSICA & MODA" só vagamente me lembraria do seu nome.
Um Rock simples, genuíno e eficaz caracterizam este galês de origem que um dia abandonou Cardiff para procurar o difícil sucesso em Londres, o que é relatado neste artigo cuja imagem segue.
O seu maior sucesso foi uma canção de nome "I Hear You Knocking" que me recordo muito bem de ouvir em 1970. "I Hear You Knocking" era uma canção de 1955 que teve aqui um tratamento muito peculiar. Teve edição em Portugal em Single, no qual se podia ler na contra-capa:
"Dave Edmunds Rockpile é o intérprete de «I hear you knocking», um grande êxito da actualidade e que ocupaa o 1º lugar do TOP 50 em Inglaterra.
Dave Edmunds toca vários instrumentos e como autor de cançõe tem conseguido certo êxito. Fez parte do grupo Love Spulcture,que se desfez após o êxito obtido com «Sabre Dance» e então Dave passou a dirigir um estúdio de gravação.
Agora Dave voltou e, passou, do anonimato em que vivia no País de Gales, a ser o cantor de que mais discos se vendem em Inglaterra (200000 em três semanas)."
Recuar 50 anos para lembrar "I Hear You Knocking"
Dave Edmunds - I Hear You Knocking
sexta-feira, 10 de abril de 2020
José Feliciano - Norwegian Wood
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
José Feliciano nunca esteve entre as minhas preferências musicais mesmo quando a sua música passava com alguma regularidade na nossa rádio, final dos anos 60 início da década seguinte, período onde criou o seu estilo próprio e inconfundível. Numa época em que baseou a sua popularidade na interpretação de êxitos de outros parecia-me que aligeirava temas que o não deviam ser, "(I Can't Get No) Satisfaction" é um bom exemplo. Um público mais alargado aceitava bem as suas interpretações que, reconheça-se, revelavam um artista com uma voz singular e um hábil tocador de viola.
Na página 14 do nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" o artigo principal ia para José Feliciano com uma caixa onde se podia ler "O único latino a quem se reconhece a capacidade interpretativa de um «Blues»".
Com "influências de Ray Charles e Sam Cooke" declarava-se "admirador de Fats Domino, Elvis Presley e Chuck Berry", revelava no seu reportório um ecletismo muito grande, mas os grupos Rock da época tinham um forte acolhimento, veja-se o LP de 1970, "Fireworks", com 5 temas dos The Beatles, 1 dos Creedence Clearwater Revival e outro dos The Rolling Stones.
A sua produção discográfico foi (é) significativa e em 1971 tinha já mais de uma dúzia de LP publicados. De "Fireworks" sugiro a versão instrumental "Norwegian Wood", um original dos The Beatles.
José Feliciano - Norwegian Wood
José Feliciano nunca esteve entre as minhas preferências musicais mesmo quando a sua música passava com alguma regularidade na nossa rádio, final dos anos 60 início da década seguinte, período onde criou o seu estilo próprio e inconfundível. Numa época em que baseou a sua popularidade na interpretação de êxitos de outros parecia-me que aligeirava temas que o não deviam ser, "(I Can't Get No) Satisfaction" é um bom exemplo. Um público mais alargado aceitava bem as suas interpretações que, reconheça-se, revelavam um artista com uma voz singular e um hábil tocador de viola.
Na página 14 do nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" o artigo principal ia para José Feliciano com uma caixa onde se podia ler "O único latino a quem se reconhece a capacidade interpretativa de um «Blues»".
Com "influências de Ray Charles e Sam Cooke" declarava-se "admirador de Fats Domino, Elvis Presley e Chuck Berry", revelava no seu reportório um ecletismo muito grande, mas os grupos Rock da época tinham um forte acolhimento, veja-se o LP de 1970, "Fireworks", com 5 temas dos The Beatles, 1 dos Creedence Clearwater Revival e outro dos The Rolling Stones.
A sua produção discográfico foi (é) significativa e em 1971 tinha já mais de uma dúzia de LP publicados. De "Fireworks" sugiro a versão instrumental "Norwegian Wood", um original dos The Beatles.
José Feliciano - Norwegian Wood
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Faces - Flying
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
"Os Small Faces Morreram? Vivam os Faces", era o título do artigo principal da página 12 deste nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que tenho estado a recordar.
Small Faces (1965-1969), grupo de Rock inglês onde se destacaram os músicos Ronnie Lane e Steve Marriott, o seu disco mais relevante foi "Ogdens' Nut Gone Flake" (1968), um disco conceptual de Rock Psicadélico. A saída de Steve Marriott para formar os Humble Pie precipitou o fim do grupo ou melhor a sua renovação.
Faces (1969-1975) , grupo de Rock inglês nascido dos anteriores Small Faces, reformulados com a entrada de nomes como Ronnie Wood, futuro Rolling Stones onde permanece até aos nossos dias, e Rod Stewart que dispensa apresentações.
O primeiro trabalho de longa duração dos Faces foi logo em 1970, era o álbum "First Step" e parece-me um disco apressado e pouco consistente, o menos interessante dos 4 que o grupo gravou. Dele fica para audição "Flying" escrita pelos dois recém chegados e ainda Ronnie Lane. Na voz o inconfundível Rod Stewart.
Faces - Flying
"Os Small Faces Morreram? Vivam os Faces", era o título do artigo principal da página 12 deste nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que tenho estado a recordar.
Small Faces (1965-1969), grupo de Rock inglês onde se destacaram os músicos Ronnie Lane e Steve Marriott, o seu disco mais relevante foi "Ogdens' Nut Gone Flake" (1968), um disco conceptual de Rock Psicadélico. A saída de Steve Marriott para formar os Humble Pie precipitou o fim do grupo ou melhor a sua renovação.
Faces (1969-1975) , grupo de Rock inglês nascido dos anteriores Small Faces, reformulados com a entrada de nomes como Ronnie Wood, futuro Rolling Stones onde permanece até aos nossos dias, e Rod Stewart que dispensa apresentações.
O primeiro trabalho de longa duração dos Faces foi logo em 1970, era o álbum "First Step" e parece-me um disco apressado e pouco consistente, o menos interessante dos 4 que o grupo gravou. Dele fica para audição "Flying" escrita pelos dois recém chegados e ainda Ronnie Lane. Na voz o inconfundível Rod Stewart.
Faces - Flying
quarta-feira, 8 de abril de 2020
Charlie Parker - 'Round Midnight
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Na mesma página dedicada ao Jazz o jornal "DISCO MÚSICA & MODA" no seu nº 4 num pequeno texto dava-nos conta do cinquentenário do aniversário de Charlie Parker e da angariação de fundos para a abertura de um Centro de Artes na sua terra natal, Kansas City.
Charlie Parker (1920-1955), foi um dos maiores saxofonistas que o Jazz conheceu. Viveu a transição do Swing para o Bop, "um género de jazz que soava diferentemente de todo o jazz anterior", sendo um dos seus principais mentores, "É impossível dizer quem foi o primeiro verdadeiro músico bop, mas o primeiro real gigante do bop, o seu praticante mais fecundo, influente e habilidoso, foi o saxofonista Charlie Parker, uma das maiores figuras do jazz de qualquer estilo ou época.", citações do livro "O Jazz" de Morley Jones. O álcool e a heroína ceifaram-lhe a vida apenas com 35 anos.
Ficaram famosas as actuações de Charlie Parker, conhecido por Bird, no clube que tomou devido a ele o nome de Birdland.
Do álbum "Summit Meeting at Birdland" de 1977 que contem gravações efectuadas naquele clube nos anos de 1951 e 1953, dele recupero a bem conhecida e popular "'Round Midnight" composta por Thelonious Monk em 1944. Com Charlie Parker, no saxofone alto tocam Dizzy Gillespie, trompete, Tommy Potter, baixo e Roy Haynes, bateria.
Charlie Parker - 'Round Midnight
Na mesma página dedicada ao Jazz o jornal "DISCO MÚSICA & MODA" no seu nº 4 num pequeno texto dava-nos conta do cinquentenário do aniversário de Charlie Parker e da angariação de fundos para a abertura de um Centro de Artes na sua terra natal, Kansas City.
Charlie Parker (1920-1955), foi um dos maiores saxofonistas que o Jazz conheceu. Viveu a transição do Swing para o Bop, "um género de jazz que soava diferentemente de todo o jazz anterior", sendo um dos seus principais mentores, "É impossível dizer quem foi o primeiro verdadeiro músico bop, mas o primeiro real gigante do bop, o seu praticante mais fecundo, influente e habilidoso, foi o saxofonista Charlie Parker, uma das maiores figuras do jazz de qualquer estilo ou época.", citações do livro "O Jazz" de Morley Jones. O álcool e a heroína ceifaram-lhe a vida apenas com 35 anos.
Ficaram famosas as actuações de Charlie Parker, conhecido por Bird, no clube que tomou devido a ele o nome de Birdland.
Do álbum "Summit Meeting at Birdland" de 1977 que contem gravações efectuadas naquele clube nos anos de 1951 e 1953, dele recupero a bem conhecida e popular "'Round Midnight" composta por Thelonious Monk em 1944. Com Charlie Parker, no saxofone alto tocam Dizzy Gillespie, trompete, Tommy Potter, baixo e Roy Haynes, bateria.
Charlie Parker - 'Round Midnight
terça-feira, 7 de abril de 2020
Duke Ellington - It Don't Mean A Thing (If It Ain't Got That Swing)
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Como habitualmente o jornal "DISCO MÚSICA & MODA" tinha uma página dedicada ao Jazz, desta vez com dois textos principais, um dedicado a Charlie Parker e outro que continuava o trabalho iniciado no nº anterior sobre os elementos constitutivos do Jazz, um género então tão ignorado no nosso país.
Esta segunda parte intitulava-se "Que É O Swing?", uma abordagem ao Swing considerado de "difícil caracterização". Procura-se uma definição em dois musicólogos, simplificando, uma diz que "O swing é uma maneira, própria dos músicos de jazz, de dar vida ao ritmo", outra diz que o Swing é uma "força que provoca no ouvinte um processo psico-fisiológico de participação na afirmação do ritmo."
Seja qual for a definição, se é que ela é possível, acredito mais que seja sentida, ou como li algures que o Swing seja a música popular de Jazz dada a adesão que teve na população, em particular nos jovens que a viviam contrariamente aos mais velhos que a não apreciavam. De certa forma o Swing foi o Rock'n'Roll do seu tempo. Desenvolveu-se nos anos 30 e 40 do século passado e foi suportada pela criação de grandes conjuntos, "big bands", que se tornaram a formação preferida dos músicos de Jazz. As formações de Duke Ellington, Count Basie, Cab Calloway e Tommy Dorsey encontram-se entre as mais conhecidas.
Como em todos os géneros e estilos é difícil determinar qual a primeira composição que lhe deu origem, "It Don't Mean a Thing (If It Ain't Got That Swing)" de 1932 encontra-se como uma das primeiras da época do Swing.
Duke Ellington - It Don't Mean A Thing (If It Ain't Got That Swing)
Como habitualmente o jornal "DISCO MÚSICA & MODA" tinha uma página dedicada ao Jazz, desta vez com dois textos principais, um dedicado a Charlie Parker e outro que continuava o trabalho iniciado no nº anterior sobre os elementos constitutivos do Jazz, um género então tão ignorado no nosso país.
Esta segunda parte intitulava-se "Que É O Swing?", uma abordagem ao Swing considerado de "difícil caracterização". Procura-se uma definição em dois musicólogos, simplificando, uma diz que "O swing é uma maneira, própria dos músicos de jazz, de dar vida ao ritmo", outra diz que o Swing é uma "força que provoca no ouvinte um processo psico-fisiológico de participação na afirmação do ritmo."
Seja qual for a definição, se é que ela é possível, acredito mais que seja sentida, ou como li algures que o Swing seja a música popular de Jazz dada a adesão que teve na população, em particular nos jovens que a viviam contrariamente aos mais velhos que a não apreciavam. De certa forma o Swing foi o Rock'n'Roll do seu tempo. Desenvolveu-se nos anos 30 e 40 do século passado e foi suportada pela criação de grandes conjuntos, "big bands", que se tornaram a formação preferida dos músicos de Jazz. As formações de Duke Ellington, Count Basie, Cab Calloway e Tommy Dorsey encontram-se entre as mais conhecidas.
Como em todos os géneros e estilos é difícil determinar qual a primeira composição que lhe deu origem, "It Don't Mean a Thing (If It Ain't Got That Swing)" de 1932 encontra-se como uma das primeiras da época do Swing.
Duke Ellington - It Don't Mean A Thing (If It Ain't Got That Swing)
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Paulo de Carvalho - Flower To Be Free
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
A promoção discográfica no Portugal dos anos 60 era praticamente nula, em particular no que diz respeito à produção nacional. Era o abismo em comparação com aquilo que as produtoras internacionais faziam no "boom" discográfico que aquela década teve.
Por cá, de uma forma tímida, só no início dos anos 70 é que se verificou uma maior preocupação de algumas editoras na divulgação mais atenta do que ao nacional diz respeito, tendo os Festivais da Canção da RTP sido uma das alavancas para que tal acontecesse.
Reveste-se assim de particular interesse a leitura das páginas centrais deste nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que com o título "Promoção não é croquete" dá uma ideia do estado da arte em 1971. Em concreto a promoção em torno do Festival da Canção daquele ano no que diz respeito à canção "Flor Sem Tempo" interpretada pelo Paulo de Carvalho e que obteve o 2º lugar do certame.
Lê-se: "A «Movieplay» pretendeu canalizar o interesse do público para a sua «flor sem tempo», sugerindo aos leitores de jornais e revistas que ouvissem Rádio. Realmente, quatro dias depois do disco ter sido posto à venda tinham sido vendidos cinco mil exemplares."
"Flor sem tempo" foi editada em Single com duas versões, a original em português já se encontra disponível neste blogue, segue a versão em inglês ou seja "Flower To Be Free".
Paulo de Carvalho - Flower To Be Free
A promoção discográfica no Portugal dos anos 60 era praticamente nula, em particular no que diz respeito à produção nacional. Era o abismo em comparação com aquilo que as produtoras internacionais faziam no "boom" discográfico que aquela década teve.
Por cá, de uma forma tímida, só no início dos anos 70 é que se verificou uma maior preocupação de algumas editoras na divulgação mais atenta do que ao nacional diz respeito, tendo os Festivais da Canção da RTP sido uma das alavancas para que tal acontecesse.
Reveste-se assim de particular interesse a leitura das páginas centrais deste nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que com o título "Promoção não é croquete" dá uma ideia do estado da arte em 1971. Em concreto a promoção em torno do Festival da Canção daquele ano no que diz respeito à canção "Flor Sem Tempo" interpretada pelo Paulo de Carvalho e que obteve o 2º lugar do certame.
Lê-se: "A «Movieplay» pretendeu canalizar o interesse do público para a sua «flor sem tempo», sugerindo aos leitores de jornais e revistas que ouvissem Rádio. Realmente, quatro dias depois do disco ter sido posto à venda tinham sido vendidos cinco mil exemplares."
"Flor sem tempo" foi editada em Single com duas versões, a original em português já se encontra disponível neste blogue, segue a versão em inglês ou seja "Flower To Be Free".
Paulo de Carvalho - Flower To Be Free
domingo, 5 de abril de 2020
Ashton, Gardner and Dyke - I'm Your Spiritual Breadman
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Sob o título "Ashton, Gardner and Dyke - Ou a Ressurreição dum grupo esquecido" publicava o jornal "DISCO MÚSICA & MODA" um artigo, em 1971, no seu nº 4.
Não fosse o sucesso que a canção "The Resurrection Shuffle" teve em 1971 e de certeza que este trio britânico não ocuparia o espaço que teve nesta página do jornal "DISCO MÚSICA & MODA". Na realidade foram o chamado "one-hit wonder", ou seja daqueles que se tornaram conhecidos com apenas um êxito, após o qual desaparecem de cena.
Em 1971 publicam o 2º LP com o nome, diria provocatório, "The Worst of Ashton, Gardner and Dyke", onde participam um conjunto de notáveis músicos, por exemplo: John Lord (Deep Purple) e George Harrison.
Dele selecciono "I'm Your Spiritual Breadman" com a colaboração de Eric Clapton e George Harrison.
Ashton, Gardner and Dyke - I'm Your Spiritual Breadman
Sob o título "Ashton, Gardner and Dyke - Ou a Ressurreição dum grupo esquecido" publicava o jornal "DISCO MÚSICA & MODA" um artigo, em 1971, no seu nº 4.
Não fosse o sucesso que a canção "The Resurrection Shuffle" teve em 1971 e de certeza que este trio britânico não ocuparia o espaço que teve nesta página do jornal "DISCO MÚSICA & MODA". Na realidade foram o chamado "one-hit wonder", ou seja daqueles que se tornaram conhecidos com apenas um êxito, após o qual desaparecem de cena.
Em 1971 publicam o 2º LP com o nome, diria provocatório, "The Worst of Ashton, Gardner and Dyke", onde participam um conjunto de notáveis músicos, por exemplo: John Lord (Deep Purple) e George Harrison.
Dele selecciono "I'm Your Spiritual Breadman" com a colaboração de Eric Clapton e George Harrison.
Ashton, Gardner and Dyke - I'm Your Spiritual Breadman
sábado, 4 de abril de 2020
The Flying Burrito Brothers - Cody, Cody
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
The Byrds foi um grande grupo dos anos 60, que seu sempre gostei, mas que pese todos os elogios e importância que se lhes reconhece não são tão lembrados quanto devido.
De formação irregular, por lá passaram nomes importantes da música popular, como Roger McGuinn (inesquecível o riff de "Mr Tamborine Man"), Gene Clark, David Crosby (esse mesmo dos Crosby, Stills & Nash e que não precisa de apresentações), Michael Clark, Chris Hillman, mas também outros nomes entre os quais destaco Gram Parsons esse nome maior da música Country prematuramente desaparecido.
É com uma entrevista a Chris Hillman que se fez parte da página 7 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que estou actualmente e recuperar. Nela Chris Hillman recorda o início dos The Byrds e parecendo não ter ainda noção exacta da importância que tiveram afirma: "Mas éramos muito jovens. Só agora percebemos como podíamos ter sido grandes e quão imaturos éramos. Não passávamos de rapazolas." Foram do melhor que nos chegou dos Estados Unidos, que fará, digo eu, se não fossem "imaturos".
Em 1971, Chris Hillman já não se encontrava nos The Byrds aonde regressaria em 1972-1973, tinha, entretanto, conjuntamente com Gram Parsons, formado The Flying Burrito Brothers, de boa memória e já tinham publicados dois álbuns altamente recomendados para quem aprecia o Country-Rock de que eles foram um dos principais criadores.
Os dois álbuns eram "The Gilded Palace of Sin" e "Burrito Deluxe", deste último "Cody, Cody" é um dos temas composto por Chril Hillmann e Gram Parsons e é o que fica para audição.
The Flying Burrito Brothers - Cody, Cody
The Byrds foi um grande grupo dos anos 60, que seu sempre gostei, mas que pese todos os elogios e importância que se lhes reconhece não são tão lembrados quanto devido.
De formação irregular, por lá passaram nomes importantes da música popular, como Roger McGuinn (inesquecível o riff de "Mr Tamborine Man"), Gene Clark, David Crosby (esse mesmo dos Crosby, Stills & Nash e que não precisa de apresentações), Michael Clark, Chris Hillman, mas também outros nomes entre os quais destaco Gram Parsons esse nome maior da música Country prematuramente desaparecido.
É com uma entrevista a Chris Hillman que se fez parte da página 7 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que estou actualmente e recuperar. Nela Chris Hillman recorda o início dos The Byrds e parecendo não ter ainda noção exacta da importância que tiveram afirma: "Mas éramos muito jovens. Só agora percebemos como podíamos ter sido grandes e quão imaturos éramos. Não passávamos de rapazolas." Foram do melhor que nos chegou dos Estados Unidos, que fará, digo eu, se não fossem "imaturos".
Em 1971, Chris Hillman já não se encontrava nos The Byrds aonde regressaria em 1972-1973, tinha, entretanto, conjuntamente com Gram Parsons, formado The Flying Burrito Brothers, de boa memória e já tinham publicados dois álbuns altamente recomendados para quem aprecia o Country-Rock de que eles foram um dos principais criadores.
Os dois álbuns eram "The Gilded Palace of Sin" e "Burrito Deluxe", deste último "Cody, Cody" é um dos temas composto por Chril Hillmann e Gram Parsons e é o que fica para audição.
The Flying Burrito Brothers - Cody, Cody
sexta-feira, 3 de abril de 2020
Stevie Wonder - If You Really Love Me
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
"Stevie compõe e canta desde os 10. Com essa idade obteve um fenomenal sucesso. E no entanto ele considera a sua última década como pouco mais de que um período de treino e aprendizagem musical. Só agora julga estar em condições de ir tomando a sério a sua música e compara o que fez à parte emersa de iceberg. Há muito mais lá no fundo para mostrar." podia-se ler no no jornal "DISCO MÚSICA & MODA" no seu nº 4 de Março do ano de 1971. Stevie era o Stevie Wonder, nascido em 1950 e que àquela data apresentava já uma carreira impressionante de sucesso, lembre-se que aos 13 anos era já profissional e tinha editado o primeiro LP, "The Jazz Soul of Little Stevie" com apenas 12 anos de idade.
Eram já muitas as canções de Stevie Wonder que eram bem conhecidas, à data as mais recentes eram "Yester-Me, Yester-You, Yesterday" (1969), "Signed, Sealed, Delivered I'm Yours" (1970) e "We Can Work It Out" (1971) todas pertencentes ao LP "Signed, Sealed & Delivered".
O novo trabalho de Stevie Wonder, em 1971, foi "Where I'm Coming From" e remetendo-me ao texto "... é algo inteiramente diferente daquilo que o público tem associado a Stevie Wonder. Poderia ser taxado de «progressivo», dado serem as letras as mais impressivas de quantas temos até agora ouvido nas canções de Stevie. A própria música não tem comparação com a das canções que antes compôs. Diremos que soa mais uma obra que se podia esperar dos Beatles do tempo de Sgt. Pepper."
Deste álbum foi editado em Single a canção "If You Really Love Me", a agradável música Pop pela mão de Stevie Wonder.
Stevie Wonder - If You Really Love Me
"Stevie compõe e canta desde os 10. Com essa idade obteve um fenomenal sucesso. E no entanto ele considera a sua última década como pouco mais de que um período de treino e aprendizagem musical. Só agora julga estar em condições de ir tomando a sério a sua música e compara o que fez à parte emersa de iceberg. Há muito mais lá no fundo para mostrar." podia-se ler no no jornal "DISCO MÚSICA & MODA" no seu nº 4 de Março do ano de 1971. Stevie era o Stevie Wonder, nascido em 1950 e que àquela data apresentava já uma carreira impressionante de sucesso, lembre-se que aos 13 anos era já profissional e tinha editado o primeiro LP, "The Jazz Soul of Little Stevie" com apenas 12 anos de idade.
Eram já muitas as canções de Stevie Wonder que eram bem conhecidas, à data as mais recentes eram "Yester-Me, Yester-You, Yesterday" (1969), "Signed, Sealed, Delivered I'm Yours" (1970) e "We Can Work It Out" (1971) todas pertencentes ao LP "Signed, Sealed & Delivered".
O novo trabalho de Stevie Wonder, em 1971, foi "Where I'm Coming From" e remetendo-me ao texto "... é algo inteiramente diferente daquilo que o público tem associado a Stevie Wonder. Poderia ser taxado de «progressivo», dado serem as letras as mais impressivas de quantas temos até agora ouvido nas canções de Stevie. A própria música não tem comparação com a das canções que antes compôs. Diremos que soa mais uma obra que se podia esperar dos Beatles do tempo de Sgt. Pepper."
Deste álbum foi editado em Single a canção "If You Really Love Me", a agradável música Pop pela mão de Stevie Wonder.
Stevie Wonder - If You Really Love Me
quinta-feira, 2 de abril de 2020
Badfinger - Come and Get It
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Num destes últimos Regresso ao Passado referi-me aos Badfinger como os infortunados. Na realidade, como já dei anteriormente conta, dois dos seus elementos iniciais cometeram suicídio, eram eles Peter Ham (1947-1975) e Tom Evans (1947-1983). Foi no início da década de 70 que se centra a sua discografia e onde tiveram alguma popularidade, a qual não será alheio terem sido apadrinhados pelos The Beatles.
"Badfinder e a «sombra» dos Beatles" é o título do artigo publicado neste nº 4 de "DISCO MÚSICA & MODA" onde se dá conta do início de "... actividade sob os auspícios da Apple e de Paul McCartney.", assim como do maior êxito que estavam a ter nos Estados Unidos em comparação com Inglaterra.
É mesmo de Paul McCartney a canção de hoje e que constituiu o primeiro Single do grupo, "Come and Get It" que tinha sido escrita para o filme "The Magic Christian". The Beatles não a gravaram em nenhum dos álbuns do grupo, existindo uma demo totalmente tocada por McCartney durante as sessões de gravação de "Abbey Road".
Badfinger - Come and Get It
Num destes últimos Regresso ao Passado referi-me aos Badfinger como os infortunados. Na realidade, como já dei anteriormente conta, dois dos seus elementos iniciais cometeram suicídio, eram eles Peter Ham (1947-1975) e Tom Evans (1947-1983). Foi no início da década de 70 que se centra a sua discografia e onde tiveram alguma popularidade, a qual não será alheio terem sido apadrinhados pelos The Beatles.
"Badfinder e a «sombra» dos Beatles" é o título do artigo publicado neste nº 4 de "DISCO MÚSICA & MODA" onde se dá conta do início de "... actividade sob os auspícios da Apple e de Paul McCartney.", assim como do maior êxito que estavam a ter nos Estados Unidos em comparação com Inglaterra.
É mesmo de Paul McCartney a canção de hoje e que constituiu o primeiro Single do grupo, "Come and Get It" que tinha sido escrita para o filme "The Magic Christian". The Beatles não a gravaram em nenhum dos álbuns do grupo, existindo uma demo totalmente tocada por McCartney durante as sessões de gravação de "Abbey Road".
Badfinger - Come and Get It
quarta-feira, 1 de abril de 2020
The Mixtures - The Pushbike Song
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Viramos a página, neste nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" de Março de 1971, e encontramos dois artigos um sobre os Mungo Jerry e outro sobre os Badfinger. Hoje os primeiros, amanhã os segundos.
O artigo com o nome "A Controvérsia Jerry-Mixtures" começa por nos falar dos Mungo Jerry e do seu êxito enorme que que foi "In The Summetime" para depois se centrar na polémica Mungo Jerry versus o grupo australiano The Mixtures com aqueles a acusar estes de plágio.
The Mixtures era uma banda australiana formada no meio da década de 60 e que à boleia dos Mungo Jerry foram sucesso com a sua versão, diria cópia, de "In The Summertime". Em sequência veio "The Pushbike Song", uma espécie de continuação de "In The Summertime" que a imaginação não dava para mais.
Claro que rapidamente desapareceram, enfim, já tinham tido o seu momento de glória.
The Mixtures - The Pushbike Song
Viramos a página, neste nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" de Março de 1971, e encontramos dois artigos um sobre os Mungo Jerry e outro sobre os Badfinger. Hoje os primeiros, amanhã os segundos.
O artigo com o nome "A Controvérsia Jerry-Mixtures" começa por nos falar dos Mungo Jerry e do seu êxito enorme que que foi "In The Summetime" para depois se centrar na polémica Mungo Jerry versus o grupo australiano The Mixtures com aqueles a acusar estes de plágio.
The Mixtures era uma banda australiana formada no meio da década de 60 e que à boleia dos Mungo Jerry foram sucesso com a sua versão, diria cópia, de "In The Summertime". Em sequência veio "The Pushbike Song", uma espécie de continuação de "In The Summertime" que a imaginação não dava para mais.
Claro que rapidamente desapareceram, enfim, já tinham tido o seu momento de glória.
The Mixtures - The Pushbike Song
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