DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Sempre gostei do grupo inglês The Kinks. Sempre me pareceu que mereciam um maior reconhecimento, os tempos eram outros e The Beatles batiam todos os recordes de popularidade, talvez por isso não tenham tido a notoriedade que a sua música valia.
Em 1971, The Beatles já tinham acabado e The Kinks que tinham iniciado a sua carreira musical em 1964, estavam para dar e durar, resistiram, e quase sempre bem, até ao ao final do século XX.
Tem havido tentativas para um regresso dos The Kinks havendo inclusivé perspectivas de em 2020 termos um novo álbum do grupo, esperemos
Neste nº do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" a página 4 era totalmente ocupada com The Kinks onde o título era uma afirmação de Ray Davies "O rótulo «Underground» começa a não dizer nada...", um rótulo que alguns atribuíam aos The Kinks, diria muito pouco convincente. Talvez essa classificação viesse dos Estados Unidos onde tinham sido proibidos de actuar durante 4 anos por razões pouco claras mas ao que parece por comportamento em palco pouco recomendável.
Sim, The Kinks "... eram um dos melhores grupos do país" conforma se afirmava no texto e quanto ao mais recente álbum: "Acaba de sair o seu último álbum: «Lola Versus Powerman And the Money-Go-Round». Trata-se, provavelmente, de um dos seus melhores trabalhos e é, sem dúvida, uma das maiores surpresas destes últimos meses. O mérito é de Ray Davies, que escreveu as canções que fizeram o estilo do grupo,um estilo que os coloca à parte ma «pop music»."
"Apeman" foi o segundo Single que foi extraído deste LP, as preocupações ecológicas não são só de agora, Ray Davies já se preocupava em 1970, "sail away to a distant shore and make like an apeman" ouve-se na canção e ainda "...the air pollution is a-foggin' [fucking] up my eyes...". E o mundo não se preocupou na altura, nem agora. Para quando?
The Kinks - Apeman
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
terça-feira, 31 de março de 2020
segunda-feira, 30 de março de 2020
Nuno Filipe - Tema para os Meus Amigos
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Nuno Filipe (1947-2002) foi um caso à parte no contexto da música popular nos anos de 1967 a 1971. Antes de se dedicar a compor para o Festival da Canção publicou 3 EP (um acompanhado pelo conjunto Os Álamos), 1 Single e ainda mais 1 EP em que a voz foi para a Teresa Paula Brito (todos tiveram letras de Maria Teresa Horta o que já era uma garantia de qualidade).
Não se identificava com o movimento das baladas então dominante e teve uma interessante e por cá pouco usual aproximação ao Rock Psicadélico que internacionalmente se impunha.
Interessante é a entrevista que vinha publicada na página 3 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" e que se recomenda a sua leitura. No texto inicial dizia-se: A actividade de Nuno Filipe teve início quando musicou e gravou poemas de Maria Teresa Horta. Esses seus primeiros trabalhos são ainda imperfeitos, mas acusam já a influência do que de melhor se fazia lá por fora. A voz de Nono Filipe não é melodiosa, antes rude, lançando as palavras como quem atira pedras às vidraças."
Retomo o primeiro EP que começava com "Tema para os Meus Amigos".
Nuno Filipe - Tema para os Meus Amigos
Nuno Filipe (1947-2002) foi um caso à parte no contexto da música popular nos anos de 1967 a 1971. Antes de se dedicar a compor para o Festival da Canção publicou 3 EP (um acompanhado pelo conjunto Os Álamos), 1 Single e ainda mais 1 EP em que a voz foi para a Teresa Paula Brito (todos tiveram letras de Maria Teresa Horta o que já era uma garantia de qualidade).
Não se identificava com o movimento das baladas então dominante e teve uma interessante e por cá pouco usual aproximação ao Rock Psicadélico que internacionalmente se impunha.
Interessante é a entrevista que vinha publicada na página 3 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" e que se recomenda a sua leitura. No texto inicial dizia-se: A actividade de Nuno Filipe teve início quando musicou e gravou poemas de Maria Teresa Horta. Esses seus primeiros trabalhos são ainda imperfeitos, mas acusam já a influência do que de melhor se fazia lá por fora. A voz de Nono Filipe não é melodiosa, antes rude, lançando as palavras como quem atira pedras às vidraças."
Retomo o primeiro EP que começava com "Tema para os Meus Amigos".
Nuno Filipe - Tema para os Meus Amigos
domingo, 29 de março de 2020
Melanie - What Have They Done to My Song Ma
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Na página 3 deste nº do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" encontrava-se um artigo com o título "«POP 25 Nova Experiência Musical na RTP - programa novo para gente nova".
Apesar dos meus 14 anos, lembro-me bem deste programa que era apresentado pelo José Nuno Martins que se tinha estreado na televisão, se não estou em erro, no programa "Zip-Zip" (1969) ao apresentar as rubricas dedicadas à música. Aqui, em formato bem diferente, apresentava as novidades discográficas do Pop e do Rock nacional e internacional. Era a abertura, tardia, da RTP às novas sonoridades tidas então como sendo "para gente nova", longe iam os tempos de programas como "Melodias de Sempre" e "TV Clube" apresentados por Jorge Alves.
"Pop 25" apresentava novos discos, passava telediscos e actuações ao vivo (lembro-me de um grupo português a interpretar "Empty Pages" dos Traffic, mas não me recordo do nome, seriam os Beatniks?).
O texto refere o clip de Melanie "...em que a imagem procurou captar a essência e o simbolismo da canção", era a canção "What Have They Done to My Song Ma".
Pertencia ao álbum "Candles In The Rain" e com este trabalho ganhava adeptos num universo bem mais alargado do que aquele que tão bem a tinha recebido em Woodstock. Um disco recheado de canções que se tornaram bem conhecidas e representativas do estilo de Melanie, entre elas encontrava-se esta "What Have They Done to My Song Ma".
Melanie - What Have They Done to My Song Ma
Na página 3 deste nº do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" encontrava-se um artigo com o título "«POP 25 Nova Experiência Musical na RTP - programa novo para gente nova".
Apesar dos meus 14 anos, lembro-me bem deste programa que era apresentado pelo José Nuno Martins que se tinha estreado na televisão, se não estou em erro, no programa "Zip-Zip" (1969) ao apresentar as rubricas dedicadas à música. Aqui, em formato bem diferente, apresentava as novidades discográficas do Pop e do Rock nacional e internacional. Era a abertura, tardia, da RTP às novas sonoridades tidas então como sendo "para gente nova", longe iam os tempos de programas como "Melodias de Sempre" e "TV Clube" apresentados por Jorge Alves.
"Pop 25" apresentava novos discos, passava telediscos e actuações ao vivo (lembro-me de um grupo português a interpretar "Empty Pages" dos Traffic, mas não me recordo do nome, seriam os Beatniks?).
O texto refere o clip de Melanie "...em que a imagem procurou captar a essência e o simbolismo da canção", era a canção "What Have They Done to My Song Ma".
Pertencia ao álbum "Candles In The Rain" e com este trabalho ganhava adeptos num universo bem mais alargado do que aquele que tão bem a tinha recebido em Woodstock. Um disco recheado de canções que se tornaram bem conhecidas e representativas do estilo de Melanie, entre elas encontrava-se esta "What Have They Done to My Song Ma".
Melanie - What Have They Done to My Song Ma
sábado, 28 de março de 2020
Objectivo - Gin Blues
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Ainda na página 2 deste nº de "DISCO MÚSICA & MODA" um texto com o título "Disco Apoia Os Bailes de Finalistas e a promoção dos Conjuntos Pop". O título só por si é elucidativo: as Bandas, como agora se diz, eram Conjuntos, a música era Pop, o jornal ajudava a promoção dos ditos e os Bailes de Finalistas eram o principal palco de actuação e de receitas de tantos e tantos conjuntos que então surgiam e desapareciam à mesma velocidade.
O texto refere duas festas de finalistas e quatro conjuntos, respectivamente os Objectivo, os Harbroad, os Beatniks e os Base. Os primeiros e terceiros já por aqui passaram os outros dois não conhecia de todo.
Ainda na página 14 mais uma referência aos Objectivo agora em caixa exclusiva onde se fala dos boatos do fim do grupo e da edição do 2º disco do grupo, o Single que continha "Dance of Death" e "This Is How We Say Goodbye" já disponíveis neste blogue.
Pretexto para voltar ao conjunto Objectivo "... considerado por muitos o melhor conjunto que de momento se encontra entre nós...". Numa altura em que os sons mais pesados, também por cá, começavam a ganhar terreno os Objectivo estão entre os primeiros que optaram por um Rock dito Progressivo.
Logo em 1969 gravam um EP onde a formação, que sofreu muitas alterações nos poucos anos que existiram, era a seguinte: Mário Guia, bateria; Zé Nabo, baixo; Mike Sergeant, guitarra e Kevin Hoidale, orgão. No momento em que escrevo este texto, o EP estava à venda em Discogs.com pelo valor de 289,68 € (que raio de valor!) mais transportes.
E agora deste disco proponho "Gin Blues".
Objectivo - Gin Blues
Ainda na página 2 deste nº de "DISCO MÚSICA & MODA" um texto com o título "Disco Apoia Os Bailes de Finalistas e a promoção dos Conjuntos Pop". O título só por si é elucidativo: as Bandas, como agora se diz, eram Conjuntos, a música era Pop, o jornal ajudava a promoção dos ditos e os Bailes de Finalistas eram o principal palco de actuação e de receitas de tantos e tantos conjuntos que então surgiam e desapareciam à mesma velocidade.
O texto refere duas festas de finalistas e quatro conjuntos, respectivamente os Objectivo, os Harbroad, os Beatniks e os Base. Os primeiros e terceiros já por aqui passaram os outros dois não conhecia de todo.
Ainda na página 14 mais uma referência aos Objectivo agora em caixa exclusiva onde se fala dos boatos do fim do grupo e da edição do 2º disco do grupo, o Single que continha "Dance of Death" e "This Is How We Say Goodbye" já disponíveis neste blogue.
Pretexto para voltar ao conjunto Objectivo "... considerado por muitos o melhor conjunto que de momento se encontra entre nós...". Numa altura em que os sons mais pesados, também por cá, começavam a ganhar terreno os Objectivo estão entre os primeiros que optaram por um Rock dito Progressivo.
Logo em 1969 gravam um EP onde a formação, que sofreu muitas alterações nos poucos anos que existiram, era a seguinte: Mário Guia, bateria; Zé Nabo, baixo; Mike Sergeant, guitarra e Kevin Hoidale, orgão. No momento em que escrevo este texto, o EP estava à venda em Discogs.com pelo valor de 289,68 € (que raio de valor!) mais transportes.
E agora deste disco proponho "Gin Blues".
Objectivo - Gin Blues
sexta-feira, 27 de março de 2020
Santana - Black Magic Woman
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Página 2 do nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA", o destaque vai para as listas de vendas em Portugal (álbuns e Singles), Grã-Bretanha e EUA (só Singles, os de maior interesse já se encontram neste blogue)). Repare-se na qualidade que percorria os Top nacionais quer nos álbuns quer nos Singles, comecemos pelos Singles e veja-se os vinte primeiros, tirando os menos interessantes Mungo Jerry e os infortunados Badfinger praticamente tudo o resto se recomenda.
Santana estava em destaque com "Black Magic Woman" em 2º lugar. Foi o grande sucesso do grupo e que, conjuntamente com "Samba Pa Ti", o tornou tão popular logo no início dos anos 70. lembre-se que "Black Magic Woman" era um um original do guitarrista Peter Green dos Fleetwood Mac que já a tinham gravado em Single em 1968 mas que só conheceu o sucesso com o toque latino que os Santana imprimiram na sua versão. Maravilhoso! Recorde-se.
Santana - Black Magic Woman
Página 2 do nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA", o destaque vai para as listas de vendas em Portugal (álbuns e Singles), Grã-Bretanha e EUA (só Singles, os de maior interesse já se encontram neste blogue)). Repare-se na qualidade que percorria os Top nacionais quer nos álbuns quer nos Singles, comecemos pelos Singles e veja-se os vinte primeiros, tirando os menos interessantes Mungo Jerry e os infortunados Badfinger praticamente tudo o resto se recomenda.
Santana estava em destaque com "Black Magic Woman" em 2º lugar. Foi o grande sucesso do grupo e que, conjuntamente com "Samba Pa Ti", o tornou tão popular logo no início dos anos 70. lembre-se que "Black Magic Woman" era um um original do guitarrista Peter Green dos Fleetwood Mac que já a tinham gravado em Single em 1968 mas que só conheceu o sucesso com o toque latino que os Santana imprimiram na sua versão. Maravilhoso! Recorde-se.
Santana - Black Magic Woman
quinta-feira, 26 de março de 2020
Bob Dylan - Father of Night
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Ainda o Top de vendas em Portugal, agora para os álbuns, publicada no nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que teve edição em Março de 1971. Reparem.
Praticamente tudo boas edições e que se recomendam, ou seja o Top de vendas correspondia a um nível qualitativo invejável que hoje em dia não se verifica. Entre os meus preferidos estavam "Abraxas" dos Santana com entrada directa para o 2º lugar, o 3º LP dos Led Zeppelin, o 1º LP de Emerson, Lake & Palmer e o álbum de José Afonso "Traz Outro Amigo Também". Destaque também para "New Morning" de Bob Dylan e ainda "Candles In The Rain" de Melanie.
Escolho o álbum de Bob Dylan que terminava com "Father of Night".
Bob Dylan - Father of Night
Ainda o Top de vendas em Portugal, agora para os álbuns, publicada no nº 4 do jornal "DISCO MÚSICA & MODA" que teve edição em Março de 1971. Reparem.
Praticamente tudo boas edições e que se recomendam, ou seja o Top de vendas correspondia a um nível qualitativo invejável que hoje em dia não se verifica. Entre os meus preferidos estavam "Abraxas" dos Santana com entrada directa para o 2º lugar, o 3º LP dos Led Zeppelin, o 1º LP de Emerson, Lake & Palmer e o álbum de José Afonso "Traz Outro Amigo Também". Destaque também para "New Morning" de Bob Dylan e ainda "Candles In The Rain" de Melanie.
Escolho o álbum de Bob Dylan que terminava com "Father of Night".
Bob Dylan - Father of Night
quarta-feira, 25 de março de 2020
The Moody Blues - And The Tide Rushes In
DISCO MÚSICA & MODA, nº 4 de Março de 1971
Volto hoje ao jornal "DISCO MÚSICA & MODA", para recuperar o nº 4 publicado a 15 de Março de 1971. Começo pela capa onde o principal destaque ia para uma fotografia do grupo britânico The Moody Blues encimada pelo título "A História dos Moody Blues contada por Graeme Edge" que teria desenvolvimento na última página deste nº deste jornal de divulgação musical. Ainda na primeira página chamada para entrevista a Rolo Duarte e um pequeno texto, "Música Nova", a propósito da distribuição de prémios relativos a 1970 pela Casa da Imprensa.
Àquela data The Moody Blues iam no 6º álbum de originais, o 5º da sua formação clássica, publicado no ano anterior e que marcava a transição do grupo da fase conceptual para um formato mais convencional de um somatório de canções. Mesmo assim o som Progressivo marcava presença não fosse ainda a presença de Mike Pinder com toda a panóplia de equipamento electrónico. O melhor dos The Moody Blues começava a decair. De qualquer forma um disco que ainda me cativou. Como podia ficar indiferente a "Question", "Melancholy Man" ou a este belíssimo "And The Tide Rushes In"?
The Moody Blues - And The Tide Rushes In
Volto hoje ao jornal "DISCO MÚSICA & MODA", para recuperar o nº 4 publicado a 15 de Março de 1971. Começo pela capa onde o principal destaque ia para uma fotografia do grupo britânico The Moody Blues encimada pelo título "A História dos Moody Blues contada por Graeme Edge" que teria desenvolvimento na última página deste nº deste jornal de divulgação musical. Ainda na primeira página chamada para entrevista a Rolo Duarte e um pequeno texto, "Música Nova", a propósito da distribuição de prémios relativos a 1970 pela Casa da Imprensa.
Àquela data The Moody Blues iam no 6º álbum de originais, o 5º da sua formação clássica, publicado no ano anterior e que marcava a transição do grupo da fase conceptual para um formato mais convencional de um somatório de canções. Mesmo assim o som Progressivo marcava presença não fosse ainda a presença de Mike Pinder com toda a panóplia de equipamento electrónico. O melhor dos The Moody Blues começava a decair. De qualquer forma um disco que ainda me cativou. Como podia ficar indiferente a "Question", "Melancholy Man" ou a este belíssimo "And The Tide Rushes In"?
The Moody Blues - And The Tide Rushes In
terça-feira, 24 de março de 2020
Pop Five Music Incorporated – Soul Milk Sea
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Seria do Porto que sairia uma das propostas mais interessantes que o Pop-Rock nacional conheceu naqueles anos, a década de 60, tão importantes e relevantes na história recente da música popular.
Se a generalidade dos conjuntos que tenho vindo a recuperar pecavam por falta de originalidade e cópia descarada das sonoridades lá fora praticadas, primeiro a música francesa e italiana e depois a anglo-saxónica, com conjuntos como The Shadows e depois The Beatles à cabeça, os Pop Five Music Incorporated que pese, particularmente no início, a forte presença de versões, estas correspondiam a propostas mais avançadas e relativamente por cá pouco conhecidas.
Foram mesmo o primeiro conjunto com origem no Porto que se abalançaram na edição de um LP, disco de vinil de longa duração. Estávamos no ano de 1969, o álbum designou-se a "A Peça" e continha temas bem trabalhados que iam de formações bem conhecidas como The Beatles e Bee Gees a propostas, na época bem menos conhecidas, como os Traffic, Jimi Hendrix ou Marvin Gaye.
A escolha recai sobre uma composição praticamente ignorada de George Harrison de nome "Soul Milk Sea", canção composta para um pouco conhecido Jackie Lomax que então a gravou para a recém criada Apple, a editora dos The Beatles.
Pop Five Music Incorporated – Soul Milk Sea
Seria do Porto que sairia uma das propostas mais interessantes que o Pop-Rock nacional conheceu naqueles anos, a década de 60, tão importantes e relevantes na história recente da música popular.
Se a generalidade dos conjuntos que tenho vindo a recuperar pecavam por falta de originalidade e cópia descarada das sonoridades lá fora praticadas, primeiro a música francesa e italiana e depois a anglo-saxónica, com conjuntos como The Shadows e depois The Beatles à cabeça, os Pop Five Music Incorporated que pese, particularmente no início, a forte presença de versões, estas correspondiam a propostas mais avançadas e relativamente por cá pouco conhecidas.
Foram mesmo o primeiro conjunto com origem no Porto que se abalançaram na edição de um LP, disco de vinil de longa duração. Estávamos no ano de 1969, o álbum designou-se a "A Peça" e continha temas bem trabalhados que iam de formações bem conhecidas como The Beatles e Bee Gees a propostas, na época bem menos conhecidas, como os Traffic, Jimi Hendrix ou Marvin Gaye.
A escolha recai sobre uma composição praticamente ignorada de George Harrison de nome "Soul Milk Sea", canção composta para um pouco conhecido Jackie Lomax que então a gravou para a recém criada Apple, a editora dos The Beatles.
Pop Five Music Incorporated – Soul Milk Sea
segunda-feira, 23 de março de 2020
Conjunto de Jaime João - Al Di Lá
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Ainda ontem referi o nome de Jaime João a propósito dos Jotta Herre, hoje, ficamos com ele em nome próprio, ou melhor com o grupo que tomava o seu nome, Conjunto de Jaime João.
Mais uns dos quais praticamente nada se sabe, aqui e ali vai-se descobrindo qualquer coisa, mas nada de muito significativo. Eram do Porto e terão tido uma existência muito curta no início da década de 60. Musicalmente próximos de sonoridades latinas, muito pouco Pop-Rock, como o comprovam o único EP por eles gravado provavelmente em 1961.
Intitulava-se "San Remo 1961" o dito EP onde constavam duas canções daquele famoso festival que teve início em 1951 e ainda hoje perdura. As quatro faixas eram as seguintes: "Al Di Lá" - Guaracha Rock (Guaracha vem da música popular cubana), "Carolina Dai" - Cha Cha Cha, "Marcianita - Fox, "I Go Ape" - Rock.
Em 1961 a canção vencedora do Festival de San remo foi "Al Di Lá" e foi a representante da Itália no Festival Eurovisão da Canção daquele ano, Portugal só em 1964 é que começou a participar neste certame. Mas já se tocavam as músicas que nele participavam como se comprava com esta versão de "Al Di Lá" pelo Conjunto de Jaime João.
Conjunto de Jaime João - Al Di Lá
Ainda ontem referi o nome de Jaime João a propósito dos Jotta Herre, hoje, ficamos com ele em nome próprio, ou melhor com o grupo que tomava o seu nome, Conjunto de Jaime João.
Mais uns dos quais praticamente nada se sabe, aqui e ali vai-se descobrindo qualquer coisa, mas nada de muito significativo. Eram do Porto e terão tido uma existência muito curta no início da década de 60. Musicalmente próximos de sonoridades latinas, muito pouco Pop-Rock, como o comprovam o único EP por eles gravado provavelmente em 1961.
Intitulava-se "San Remo 1961" o dito EP onde constavam duas canções daquele famoso festival que teve início em 1951 e ainda hoje perdura. As quatro faixas eram as seguintes: "Al Di Lá" - Guaracha Rock (Guaracha vem da música popular cubana), "Carolina Dai" - Cha Cha Cha, "Marcianita - Fox, "I Go Ape" - Rock.
Em 1961 a canção vencedora do Festival de San remo foi "Al Di Lá" e foi a representante da Itália no Festival Eurovisão da Canção daquele ano, Portugal só em 1964 é que começou a participar neste certame. Mas já se tocavam as músicas que nele participavam como se comprava com esta versão de "Al Di Lá" pelo Conjunto de Jaime João.
Conjunto de Jaime João - Al Di Lá
domingo, 22 de março de 2020
Jotta Herre – North
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Jotta de Jaime João (ex-Conjunto Jaime João) e Herre de Rui Pereira (ex-Walter Behrend e seu Conjunto), eis a origem do nome do conjunto Jotta Herre formado no Porto por volta de 1963.
Quis o destino que no final de 1968 se encontrassem a tocar no antigo hotel Penina, em Portimão, no Algarve e se cruzassem nem mais nem menos com Paul McCartney que se encontrava a passar férias com a sua namorada Linda Eastman. Daí a estarem a tocar juntos e Paul McCartney a compor "Penina" que lhes ofereceu foi um ápice, já o recordei em Regresso ao Passado anterior.
Em Junho do ano seguinte era editado o único EP dos Jotta Herre que para além de "Penina" continha ainda os temas "North", "The Needing of Love" e "To Grandma". O disco teve edição em vários países europeus (10 no dizer da revista Rádio & Televisão de Julho de 1969 em artigo intitulado "«Penina»: Um caminho para o êxito"), mas o sucesso esperado não ocorreu apesar das referência a Paul McCartney ("Usem o meu nome sem hesitações; sirvam-se dele para a vossa publicidade" escreveu Paul McCartney aos Jotta Herre de acordo com a mesma fonte).
Sem mais, hoje é a vez de "North", os arranjos, refira-se, eram de Thilo Krasmann.
Jotta Herre – North
Jotta de Jaime João (ex-Conjunto Jaime João) e Herre de Rui Pereira (ex-Walter Behrend e seu Conjunto), eis a origem do nome do conjunto Jotta Herre formado no Porto por volta de 1963.
Quis o destino que no final de 1968 se encontrassem a tocar no antigo hotel Penina, em Portimão, no Algarve e se cruzassem nem mais nem menos com Paul McCartney que se encontrava a passar férias com a sua namorada Linda Eastman. Daí a estarem a tocar juntos e Paul McCartney a compor "Penina" que lhes ofereceu foi um ápice, já o recordei em Regresso ao Passado anterior.
Em Junho do ano seguinte era editado o único EP dos Jotta Herre que para além de "Penina" continha ainda os temas "North", "The Needing of Love" e "To Grandma". O disco teve edição em vários países europeus (10 no dizer da revista Rádio & Televisão de Julho de 1969 em artigo intitulado "«Penina»: Um caminho para o êxito"), mas o sucesso esperado não ocorreu apesar das referência a Paul McCartney ("Usem o meu nome sem hesitações; sirvam-se dele para a vossa publicidade" escreveu Paul McCartney aos Jotta Herre de acordo com a mesma fonte).
Sem mais, hoje é a vez de "North", os arranjos, refira-se, eram de Thilo Krasmann.
Jotta Herre – North
sábado, 21 de março de 2020
Os Tártaros - Sonho Dum Poeta
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
À semelhança de Os Titãs, o conjunto Os Tártaros praticava um som muito próximo do The Shadows ou seja o que se convencionou chamar Instrumental Surf.
Dezasseis temas repartidos por quatro EP, no período de 1964-1967, foram o legado que Os Tártaros nos deixaram. A influência de The Shadows era tal que, à semelhança de uma boa parte dos conjuntos de então, faziam parte dos denominados "Conjuntos instrumentais do tipo The Shadows". As guitarras eram dominantes e as composições eram em parte baseadas em músicas tradicionais com ritmos do Rock'n'Roll, então chamado Ié-Ié.
Actuaram na RTP e passaram pelo Concurso Ié-Ié, no Teatro Monumental, em Lisboa, onde chegaram à meia-final e classificaram-se em 5º lugar. Em 1966 é publicado o 3º EP onde se notam alterações em relação aos anteriores, menos The Shadows mais The Beatles nas influências, nada de adaptações nem instrumentais mas sim quatro faixas originais e cantadas. Diga-se que parece terem perdido algum do encanto original e as vocalizações também não resultam tão bem como os instrumentais.
"Sonho Dum Poeta", um Shake no dizer da contra-capa, é a proposta para hoje.
Os Tártaros - Sonho Dum Poeta
À semelhança de Os Titãs, o conjunto Os Tártaros praticava um som muito próximo do The Shadows ou seja o que se convencionou chamar Instrumental Surf.
Dezasseis temas repartidos por quatro EP, no período de 1964-1967, foram o legado que Os Tártaros nos deixaram. A influência de The Shadows era tal que, à semelhança de uma boa parte dos conjuntos de então, faziam parte dos denominados "Conjuntos instrumentais do tipo The Shadows". As guitarras eram dominantes e as composições eram em parte baseadas em músicas tradicionais com ritmos do Rock'n'Roll, então chamado Ié-Ié.
Actuaram na RTP e passaram pelo Concurso Ié-Ié, no Teatro Monumental, em Lisboa, onde chegaram à meia-final e classificaram-se em 5º lugar. Em 1966 é publicado o 3º EP onde se notam alterações em relação aos anteriores, menos The Shadows mais The Beatles nas influências, nada de adaptações nem instrumentais mas sim quatro faixas originais e cantadas. Diga-se que parece terem perdido algum do encanto original e as vocalizações também não resultam tão bem como os instrumentais.
"Sonho Dum Poeta", um Shake no dizer da contra-capa, é a proposta para hoje.
Os Tártaros - Sonho Dum Poeta
sexta-feira, 20 de março de 2020
Os Titãs – Vira da Nazaré
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Já efectuei várias passagens pelo conjunto Os Titãs, um referência do Pop-Rock nacional dos anos 60, mais um com origem no Porto, melhor dizendo, neste caso, em Matosinhos. Talvez seja o conjunto português onde a influência dos britânicos The Shadows mais se fez sentir, ouça-se os dois primeiros EP de 1963, somente instrumentais, com guitarras à lá Hank Marvin.
A originalidade vinha das composições que tocavam, alguns temas eram de origem popular com arranjos próximos da sonoridade que aquele grupo britânico praticava. Estão nesta linha temas como "Vira da Nazaré", "Canção da Beira Baixa" ou "Marcha Ribatejana".
Porto, Lisboa, Estoril, Funchal, foram alguns dos sítios onde Os Titãs actuaram e onde terão sido bem recebidos, tudo indica que tinham uma qualidade técnica apreciável, pese o plágio evidente dos referidos The Shadows.
"Vira da Nazaré", uma evidência do som de Os Titãs.
Os Titãs – Vira da Nazaré
Já efectuei várias passagens pelo conjunto Os Titãs, um referência do Pop-Rock nacional dos anos 60, mais um com origem no Porto, melhor dizendo, neste caso, em Matosinhos. Talvez seja o conjunto português onde a influência dos britânicos The Shadows mais se fez sentir, ouça-se os dois primeiros EP de 1963, somente instrumentais, com guitarras à lá Hank Marvin.
A originalidade vinha das composições que tocavam, alguns temas eram de origem popular com arranjos próximos da sonoridade que aquele grupo britânico praticava. Estão nesta linha temas como "Vira da Nazaré", "Canção da Beira Baixa" ou "Marcha Ribatejana".
Porto, Lisboa, Estoril, Funchal, foram alguns dos sítios onde Os Titãs actuaram e onde terão sido bem recebidos, tudo indica que tinham uma qualidade técnica apreciável, pese o plágio evidente dos referidos The Shadows.
"Vira da Nazaré", uma evidência do som de Os Titãs.
Os Titãs – Vira da Nazaré
quinta-feira, 19 de março de 2020
Blusões Negros – Toada Beirã
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Os Blusões Negros, originários de Vila Nova de Gaia, constituíram mais um conjunto a abraçar as novas sonoridades emergentes no panorama internacional. Era o "ritmo Ié-Ié" adaptado a "sucessos do passado e êxitos do presente", conforme diziam na contra-capa do único EP que gravaram.
Participaram em festivais e concursos e fizeram em 1964 a primeira parte do espectáculo da Sylvie Vartan realizado no Porto, no Pavilhão dos Desportos (actual Pavilhão Rosa Mota).
O único EP gravado foi um EP com quatro composições, ei-las: "Tequilla" - Shake, "Coimbra Menina e Moça" - Slow, "Toada Beirã" - Valsa, "Tango dos Barbudos" - Tango.
Recuamos, agora, a 1966 para uma valsa com mistura de ritmos Pop, a "Toada Beirã".
Blusões Negros – Toada Beirã
Os Blusões Negros, originários de Vila Nova de Gaia, constituíram mais um conjunto a abraçar as novas sonoridades emergentes no panorama internacional. Era o "ritmo Ié-Ié" adaptado a "sucessos do passado e êxitos do presente", conforme diziam na contra-capa do único EP que gravaram.
Participaram em festivais e concursos e fizeram em 1964 a primeira parte do espectáculo da Sylvie Vartan realizado no Porto, no Pavilhão dos Desportos (actual Pavilhão Rosa Mota).
O único EP gravado foi um EP com quatro composições, ei-las: "Tequilla" - Shake, "Coimbra Menina e Moça" - Slow, "Toada Beirã" - Valsa, "Tango dos Barbudos" - Tango.
Recuamos, agora, a 1966 para uma valsa com mistura de ritmos Pop, a "Toada Beirã".
Blusões Negros – Toada Beirã
quarta-feira, 18 de março de 2020
Os Cinco Bambinos – Let Kiss
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Talvez, por vezes, tenha sido demasiado crítico em relação à qualidade da música praticada pelos conjuntos Pop-Rock nacionais da década de 60. Talvez as dificuldades financeiras e técnicas tenham contribuído para essa falta de qualidade mas também de originalidade, pois muito do que ficou gravado corresponde a versões de canções de razoável êxito internacional o que leva a crer que também seria buscada a via mais fácil para entrar no mercado nacional, num público pouco esclarecido musicalmente.
Os conjuntos formados no Porto não eram excepção e muitos deles estão, pelo menos aos "ouvidos" de hoje, longe da mais elementar qualificação que os salve.
Os Cinco Bambinos foram um conjunto do Porto de quem muito pouco se sabe, valha o Luís Pinheiro de Almeida e a sua "Biografia do Ié-Ié". Fica-se pelo menos a saber que o conjunto foi constituído em 1960 e Vila Nova de Gaia e que gravaram um EP em 1966
Entre as 4 composições consta o instrumental "Let Kiss", bastante popular na época, aqui adaptado num medley onde surgem os tradicionais "Ó Rosa Arredonda a Saia" e Sebastião Come Tudo". Será que o disco faz jus ao grupo ou traduz a real qualidade do grupo? Fica a dúvida.
Os Cinco Bambinos – Let Kiss
Talvez, por vezes, tenha sido demasiado crítico em relação à qualidade da música praticada pelos conjuntos Pop-Rock nacionais da década de 60. Talvez as dificuldades financeiras e técnicas tenham contribuído para essa falta de qualidade mas também de originalidade, pois muito do que ficou gravado corresponde a versões de canções de razoável êxito internacional o que leva a crer que também seria buscada a via mais fácil para entrar no mercado nacional, num público pouco esclarecido musicalmente.
Os conjuntos formados no Porto não eram excepção e muitos deles estão, pelo menos aos "ouvidos" de hoje, longe da mais elementar qualificação que os salve.
Os Cinco Bambinos foram um conjunto do Porto de quem muito pouco se sabe, valha o Luís Pinheiro de Almeida e a sua "Biografia do Ié-Ié". Fica-se pelo menos a saber que o conjunto foi constituído em 1960 e Vila Nova de Gaia e que gravaram um EP em 1966
Entre as 4 composições consta o instrumental "Let Kiss", bastante popular na época, aqui adaptado num medley onde surgem os tradicionais "Ó Rosa Arredonda a Saia" e Sebastião Come Tudo". Será que o disco faz jus ao grupo ou traduz a real qualidade do grupo? Fica a dúvida.
Os Cinco Bambinos – Let Kiss
terça-feira, 17 de março de 2020
Conjunto Académico Orfeu – Você e Eu
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
1963 a 1969 foi o período que o Conjunto Académico Orfeu durou tendo terminado pela razão habitual ou seja o recrutamento para a guerra colonial.
Dizia Mário Ferreira, um dos principais elementos do grupo, ao blogue Ié-Ié em 2010, "Nestes 6 anos, ao mesmo tempo que estudávamos, íamos dando curso ao gosto pela musica; actuamos centenas de vezes, quer em bailes de finalistas, em arraiais que naquele tempo eram às dezenas por ano...", quanto ao nome do grupo ficamos a saber que, "Por volta de 1964 tocávamos em muitos arraiais no Norte sem ter nome, até que um dia fomos entrevistados numa rádio local da época por um locutor de nome Amadeu Meireles, um senhor da rádio nesse tempo.
Quando perguntou como se chamava a banda, dissemos que ainda andávamos a pensar nisso e de imediato disse: como vamos para o ar dentro de 5 minutos, eu acho que vocês se deveriam chamar Orfeu em homenagem ao Deus da Música.
Só juntámos o qualificativo "académico" que era habitual na época para as bandas formadas por estudantes e assim ficou".
No que diz respeito a gravações, dois EP, em 1966 e 1967, foi o que deixaram. O primeiro feito de versões e o segundo de originais cantados em inglês. Na realidade parece que não chegaram a concretizar as suas ideias musicais que em artigo da revista Flama em Janeiro de 1968 era assim expresso:
" No ano que começa, está a criação de um estilo musical que se alimenta no folclore português. Estão dispostos a seguir na esteira do quarteto «1111». É esse para o Conjunto Académico «Orfeu», o único movimento válido de criação musical."
A realidade foi outra e o grupo terminaria ainda antes de concretizar as novas ideias.
Retomo o disco inicial, depois de "NIVRAN" o célebre tema dos The Shadows uma Bossa Nova, é "Você e Eu".
Conjunto Académico Orfeu – Você e Eu
1963 a 1969 foi o período que o Conjunto Académico Orfeu durou tendo terminado pela razão habitual ou seja o recrutamento para a guerra colonial.
Dizia Mário Ferreira, um dos principais elementos do grupo, ao blogue Ié-Ié em 2010, "Nestes 6 anos, ao mesmo tempo que estudávamos, íamos dando curso ao gosto pela musica; actuamos centenas de vezes, quer em bailes de finalistas, em arraiais que naquele tempo eram às dezenas por ano...", quanto ao nome do grupo ficamos a saber que, "Por volta de 1964 tocávamos em muitos arraiais no Norte sem ter nome, até que um dia fomos entrevistados numa rádio local da época por um locutor de nome Amadeu Meireles, um senhor da rádio nesse tempo.
Quando perguntou como se chamava a banda, dissemos que ainda andávamos a pensar nisso e de imediato disse: como vamos para o ar dentro de 5 minutos, eu acho que vocês se deveriam chamar Orfeu em homenagem ao Deus da Música.
Só juntámos o qualificativo "académico" que era habitual na época para as bandas formadas por estudantes e assim ficou".
No que diz respeito a gravações, dois EP, em 1966 e 1967, foi o que deixaram. O primeiro feito de versões e o segundo de originais cantados em inglês. Na realidade parece que não chegaram a concretizar as suas ideias musicais que em artigo da revista Flama em Janeiro de 1968 era assim expresso:
" No ano que começa, está a criação de um estilo musical que se alimenta no folclore português. Estão dispostos a seguir na esteira do quarteto «1111». É esse para o Conjunto Académico «Orfeu», o único movimento válido de criação musical."
A realidade foi outra e o grupo terminaria ainda antes de concretizar as novas ideias.
Retomo o disco inicial, depois de "NIVRAN" o célebre tema dos The Shadows uma Bossa Nova, é "Você e Eu".
Conjunto Académico Orfeu – Você e Eu
segunda-feira, 16 de março de 2020
Conjunto Ruy Manuel – Mas Nada Virá
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Se há conjunto do qual não consigo praticamente nenhuma informação é deste Conjunto Académico Ruy Manuel e só cheguei à conclusão que eram do Porto pois aparecem na colectânea "Rock do Porto 1965/1968".
De resto sabe-se pelo texto da contra-capa do único, penso eu, EP que gravaram em 1966 que eram quatro estudantes e que as quatro composições deste disco eram originais de um dos elementos do grupo o Manuel Barros que era o viola-solo do grupo.
O disco é composto por quatro temas classificadas como Shake, a saber: "Fuga", "Hello", "Vieste Dançar" e Mas Nada Virá". Ficamos com esta última canção de gosto pouco recomendável.
Conjunto Ruy Manuel – Mas Nada Virá
Se há conjunto do qual não consigo praticamente nenhuma informação é deste Conjunto Académico Ruy Manuel e só cheguei à conclusão que eram do Porto pois aparecem na colectânea "Rock do Porto 1965/1968".
De resto sabe-se pelo texto da contra-capa do único, penso eu, EP que gravaram em 1966 que eram quatro estudantes e que as quatro composições deste disco eram originais de um dos elementos do grupo o Manuel Barros que era o viola-solo do grupo.
O disco é composto por quatro temas classificadas como Shake, a saber: "Fuga", "Hello", "Vieste Dançar" e Mas Nada Virá". Ficamos com esta última canção de gosto pouco recomendável.
Conjunto Ruy Manuel – Mas Nada Virá
domingo, 15 de março de 2020
Roger Sarbib - Pepe
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Não nasceu na cidade mas "Fixou-se no Porto em 1945 após casar com Maria de Lurdes Sequeira, brasileira de ascendência portuguesa.", assim refere a "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX" sobre Roger Sarbib de origem argelina e que nos anos 30 acompanhou, em França, nomes importantes como Edith Piaf e Charles Trenet. A partir daquele ano é em Portugal que viverá até à sua morte em 1993. É no Porto que vão nascer os seus filhos André e Jean Sarbib, os dois reconhecidos músicos na área do Jazz depois de nos anos 60 terem passado por diversos conjuntos Pop-Rock portugueses.
Diz ainda aquela Enciclopédia que Roger Sarbib "Até 1963 tocou e dirigiu um conjunto que actuava em bailes e festas acompanhando cantores, apresentando-se várias vezes, a parir de 1959, na televisão."
A sua primeira gravação é um EP de 1961 com as composições "Vilela", "Pepe", "Nosso Concerto" e "Enamorada". "Nosso Concerto" já se encontra neste blogue, proponho "Pepe" um conhecido Fox que fazia parte da banda sonora da comédia musical com o mesmo nome de 1960 e que tinha como protagonista principal o mexicano Mário Moreno mais conhecido por Cantinflas.
Roger Sarbib - Pepe
Não nasceu na cidade mas "Fixou-se no Porto em 1945 após casar com Maria de Lurdes Sequeira, brasileira de ascendência portuguesa.", assim refere a "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX" sobre Roger Sarbib de origem argelina e que nos anos 30 acompanhou, em França, nomes importantes como Edith Piaf e Charles Trenet. A partir daquele ano é em Portugal que viverá até à sua morte em 1993. É no Porto que vão nascer os seus filhos André e Jean Sarbib, os dois reconhecidos músicos na área do Jazz depois de nos anos 60 terem passado por diversos conjuntos Pop-Rock portugueses.
Diz ainda aquela Enciclopédia que Roger Sarbib "Até 1963 tocou e dirigiu um conjunto que actuava em bailes e festas acompanhando cantores, apresentando-se várias vezes, a parir de 1959, na televisão."
A sua primeira gravação é um EP de 1961 com as composições "Vilela", "Pepe", "Nosso Concerto" e "Enamorada". "Nosso Concerto" já se encontra neste blogue, proponho "Pepe" um conhecido Fox que fazia parte da banda sonora da comédia musical com o mesmo nome de 1960 e que tinha como protagonista principal o mexicano Mário Moreno mais conhecido por Cantinflas.
Roger Sarbib - Pepe
sábado, 14 de março de 2020
Os Nómadas - Georgia On My Mind
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Os Nómadas são praticamente desconhecidos, poucos se devem lembrar deles e a informação existente é tão pouca que não permite tirar grandes conclusões. Sabe-se que eram do Porto e que efectuaram a gravação de um Single com o patrocínio da Molaflex (importante empresa de colchões de S. João da Madeira) com direito a publicidade na capa e no início das duas canções que compõem este disco.
As canções eram dois grandes temas do Rhythm'n'Blues, respectivamente "What'd I Say" e " Georgia On My Mind", grandes êxitos na voz de Ray Charles em 1959 e 1960 e verdadeiros clássicos hoje em dia. Porque já lembrei "What'd I Say", resta "Georgia On My Mind" e a curiosidade do esmero que estes rapazes tinham ao fugir do gosto mais fácil do Pop e do Rock'n'Roll.
Os Nómadas - Georgia On My Mind
Os Nómadas são praticamente desconhecidos, poucos se devem lembrar deles e a informação existente é tão pouca que não permite tirar grandes conclusões. Sabe-se que eram do Porto e que efectuaram a gravação de um Single com o patrocínio da Molaflex (importante empresa de colchões de S. João da Madeira) com direito a publicidade na capa e no início das duas canções que compõem este disco.
As canções eram dois grandes temas do Rhythm'n'Blues, respectivamente "What'd I Say" e " Georgia On My Mind", grandes êxitos na voz de Ray Charles em 1959 e 1960 e verdadeiros clássicos hoje em dia. Porque já lembrei "What'd I Say", resta "Georgia On My Mind" e a curiosidade do esmero que estes rapazes tinham ao fugir do gosto mais fácil do Pop e do Rock'n'Roll.
Os Nómadas - Georgia On My Mind
sexta-feira, 13 de março de 2020
Sousa Pinto e o seu Conjunto - Novo Fado da Severa
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Sousa Pinto foi um nome importante na música Pop e Pop-Rock com origem na cidade do Porto. Em 1960 dá início a formação Sousa Pinto e o seu Conjunto mais tarde também conhecido por Conjunto de Sousa Pinto. Até 1966 são publicados 6 EP, tendo os dois últimos seis canções cada, posteriormente forma o Grupo 5 (1968-1970) e ainda em 1970 está na origem dos Pentágono.
Na discografia que nos deixou os estilos musicais são vários e as influências também, desde a música ligeira italiana e francesa até ao Pop-Rock anglo-saxónico, passando por alguns originais ou canções do nosso cancioneiro. De uma forma geral os conjuntos daquela época faziam incorporar o ritmo que vinha do Rock'n'Roll em temas populares já conhecidos e isso também era evidente em algumas faixas gravadas por Sousa Pinto. Veja-se o caso de hoje "Novo Fado da Severa", um tema tirado do EP de 1965 "Fado Batido em Surf", só os títulos já dizem tudo.
Sousa Pinto e o seu Conjunto - Novo Fado da Severa
Sousa Pinto foi um nome importante na música Pop e Pop-Rock com origem na cidade do Porto. Em 1960 dá início a formação Sousa Pinto e o seu Conjunto mais tarde também conhecido por Conjunto de Sousa Pinto. Até 1966 são publicados 6 EP, tendo os dois últimos seis canções cada, posteriormente forma o Grupo 5 (1968-1970) e ainda em 1970 está na origem dos Pentágono.
Na discografia que nos deixou os estilos musicais são vários e as influências também, desde a música ligeira italiana e francesa até ao Pop-Rock anglo-saxónico, passando por alguns originais ou canções do nosso cancioneiro. De uma forma geral os conjuntos daquela época faziam incorporar o ritmo que vinha do Rock'n'Roll em temas populares já conhecidos e isso também era evidente em algumas faixas gravadas por Sousa Pinto. Veja-se o caso de hoje "Novo Fado da Severa", um tema tirado do EP de 1965 "Fado Batido em Surf", só os títulos já dizem tudo.
Sousa Pinto e o seu Conjunto - Novo Fado da Severa
quinta-feira, 12 de março de 2020
Os Galãs - Oh Tempo Volta p'ra Trás
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
"Os Galãs formaram-se em 1964 no Portuense Rádio Clube, no Porto, onde ensaiavam e se organizavam bailes matinées dançantes todos os domingos.
Actuaram nos mais diversos eventos sociais da época, como no Clube Fenianos, na Feira Popular, na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Casino de Espinho, no Hotel do Pinhal (Ofir), no Coliseu do Porto, no Cine-Teatro Vale Formoso, etc.", assim começa o texto de Luís Pinheiro de Almeida sobre o conjunto Os Galãs no livro "Biografia do Ié-Ié".
Era mais um conjunto como tantos outros que proliferaram no país, neste caso no Porto pois é do Pop-Rock nos anos 60 desta cidade que estou a fazer os actuais Regresso ao Passado. Maior parte não deixou rasto e neste caso também pouco se sabe não fosse algum artigo na imprensa escrita e um disco EP gravado no ano de 1966.
De um artigo da revista Plateia 303 de 1966 (blogue A Música Eléctrica a Preto e Branco) fica-se a saber que Os Galãs estiveram presentes no I Festival de Música do Porto e que foram vencedores do Grupo B dedicado a conjuntos de música de dança.
Quanto ao EP gravado contêm as seguintes 4 composições: "Poema", "Suzy", "Oh Tempo Volta P'ra Trás" e "Fado Mora em Lisboa".
O famoso fado de António Mourão "Oh Tempo Volta P'ra Trás" em ritmo Pop, ei-lo interpretado por Os Galãs.
Os Galãs - Oh Tempo Volta p'ra Trás
"Os Galãs formaram-se em 1964 no Portuense Rádio Clube, no Porto, onde ensaiavam e se organizavam bailes matinées dançantes todos os domingos.
Actuaram nos mais diversos eventos sociais da época, como no Clube Fenianos, na Feira Popular, na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Casino de Espinho, no Hotel do Pinhal (Ofir), no Coliseu do Porto, no Cine-Teatro Vale Formoso, etc.", assim começa o texto de Luís Pinheiro de Almeida sobre o conjunto Os Galãs no livro "Biografia do Ié-Ié".
Era mais um conjunto como tantos outros que proliferaram no país, neste caso no Porto pois é do Pop-Rock nos anos 60 desta cidade que estou a fazer os actuais Regresso ao Passado. Maior parte não deixou rasto e neste caso também pouco se sabe não fosse algum artigo na imprensa escrita e um disco EP gravado no ano de 1966.
De um artigo da revista Plateia 303 de 1966 (blogue A Música Eléctrica a Preto e Branco) fica-se a saber que Os Galãs estiveram presentes no I Festival de Música do Porto e que foram vencedores do Grupo B dedicado a conjuntos de música de dança.
Quanto ao EP gravado contêm as seguintes 4 composições: "Poema", "Suzy", "Oh Tempo Volta P'ra Trás" e "Fado Mora em Lisboa".
O famoso fado de António Mourão "Oh Tempo Volta P'ra Trás" em ritmo Pop, ei-lo interpretado por Os Galãs.
Os Galãs - Oh Tempo Volta p'ra Trás
quarta-feira, 11 de março de 2020
Conjunto Tony Araújo - Foge de Mim
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Nomes há, dos primórdios do Rock'n'Roll nacional, que praticamente ficaram esquecidos, aliás poucos são os que de uma forma marcante são hoje reconhecidos. Os tempos passaram, as memórias foram-se apagando, os estudos daqueles tempos são poucos e os registos escritos ou fonográficos praticamente inexistentes. E do Porto talvez ainda pior face à concentração da informação que sempre se verificou em favor de Lisboa.
Hoje refiro um nome do Porto que se encontra naquela situação, ou seja praticamente não se encontra informação sobre ele, trata-se de Armindo da Costa, então conhecido por Armindo Rock. Felizmente, tem sido feito um esforço na tentativa de salvaguardar e dar a conhecer aqueles tempos, o Rock e o Porto.
A propósito da exposição ocorrida em 2018 intitulada "Musonautas, Visões & Avarias 1960-2010 — 5 Décadas de Inquietação Musical no Porto" o jornal Público escrevia:
"Em 1963, no Porto, já havia invasões de palco em festivais de música. O grande culpado era Armindo Rock, um miúdo com menos de 20 anos que se autoproclamava o “rei do rock and roll e do twist português”. Segundo a imprensa da época, Armindo “espalhava o delírio” e “electrizava os ânimos” da juventude — coisa muito pouco aconselhável em tempos de ditadura fascista, o que levou a polícia a intervir num dos seus concertos e a suspender os festivais de “rock e twist” no Porto, bem como as actuações de Armindo, que mais tarde decidiu adoptar um novo look de menino bem comportado e virar-se para as canções românticas."
Num artigo da revista Plateia nº 125 de 1962 intitulado "Prepara-se par vir do Porto a Lisboa o novo candidato a rei do «Rock» e do «Twist» em Portugal: Armindo Rock!" à pergunta " - Então, quando começou a sua carreira artística?" Armindo Rock responde:
"- A minha estreia teve lugar no dia 18 de Março de 1962, no Coliseu do Porto, num programa de variedades «Pica-Pau» com a presença de artistas de nome, alguns até estrangeiros. Fui nessa noite um dos três artistas mais aplaudidos, juntamente com o espanhol Jesus Valência e Neca Rafael. Mais de 2000 pessoas deram-me, com os seus aplausos, o título, que uso sem vaidade, o rei do «rock-and-roll» e do «twist» português."
Afirmava ainda ter no seu reportório "...30 canções de minha autoria...", mas, ao que o próprio diz em comentário feito ao Blogue A Trompa em 2010, "Fiz vários espectáculos como cabeça de cartaz. Não tendo gravado qualquer disco (na Alvorada achavam que eu era maluco) andei nos lugares cimeiros para o Rei da Rádio (António Calvário)" e lembrava: "A partir de 1961 (aos meus 17 anos) com o nome de Armindo do Rock, acompanhado pelo conjunto Tony Araújo que já naquela altura estava equipado com guitarras fender e aparelhagem de som Semprini, muito em voga nos conjuntos italianos e usada também pela orquestra francesa Eddie Vartan. Mais tarde fui co-fundador dos conjuntos Blusões Negros e Tártaros."
Ficamos assim a saber que o Conjunto de Tony Araújo acompanhava Armindo Rock, lembre-se que este conjunto deixou uma gravação de um EP com 4 faixas sendo uma delas "Foge de Mim" da autoria de Armindo Rock.
O blogue O Covil do Vinil, afirma que Armindo Rock está sentado no avião Cessna que constava na capa pelo aventa a hipótese de este disco poder contrariar a afirmação do próprio de nunca ter gravado.
Apesar da qualidade da gravação parecer não ter resistido ao passar dos anos aqui fica graças ao blogue Música dos Anos 60 a canção "Foge de Mim".
Conjunto Tony Araújo - Foge de Mim
Nomes há, dos primórdios do Rock'n'Roll nacional, que praticamente ficaram esquecidos, aliás poucos são os que de uma forma marcante são hoje reconhecidos. Os tempos passaram, as memórias foram-se apagando, os estudos daqueles tempos são poucos e os registos escritos ou fonográficos praticamente inexistentes. E do Porto talvez ainda pior face à concentração da informação que sempre se verificou em favor de Lisboa.
Hoje refiro um nome do Porto que se encontra naquela situação, ou seja praticamente não se encontra informação sobre ele, trata-se de Armindo da Costa, então conhecido por Armindo Rock. Felizmente, tem sido feito um esforço na tentativa de salvaguardar e dar a conhecer aqueles tempos, o Rock e o Porto.
A propósito da exposição ocorrida em 2018 intitulada "Musonautas, Visões & Avarias 1960-2010 — 5 Décadas de Inquietação Musical no Porto" o jornal Público escrevia:
"Em 1963, no Porto, já havia invasões de palco em festivais de música. O grande culpado era Armindo Rock, um miúdo com menos de 20 anos que se autoproclamava o “rei do rock and roll e do twist português”. Segundo a imprensa da época, Armindo “espalhava o delírio” e “electrizava os ânimos” da juventude — coisa muito pouco aconselhável em tempos de ditadura fascista, o que levou a polícia a intervir num dos seus concertos e a suspender os festivais de “rock e twist” no Porto, bem como as actuações de Armindo, que mais tarde decidiu adoptar um novo look de menino bem comportado e virar-se para as canções românticas."
Num artigo da revista Plateia nº 125 de 1962 intitulado "Prepara-se par vir do Porto a Lisboa o novo candidato a rei do «Rock» e do «Twist» em Portugal: Armindo Rock!" à pergunta " - Então, quando começou a sua carreira artística?" Armindo Rock responde:
"- A minha estreia teve lugar no dia 18 de Março de 1962, no Coliseu do Porto, num programa de variedades «Pica-Pau» com a presença de artistas de nome, alguns até estrangeiros. Fui nessa noite um dos três artistas mais aplaudidos, juntamente com o espanhol Jesus Valência e Neca Rafael. Mais de 2000 pessoas deram-me, com os seus aplausos, o título, que uso sem vaidade, o rei do «rock-and-roll» e do «twist» português."
Afirmava ainda ter no seu reportório "...30 canções de minha autoria...", mas, ao que o próprio diz em comentário feito ao Blogue A Trompa em 2010, "Fiz vários espectáculos como cabeça de cartaz. Não tendo gravado qualquer disco (na Alvorada achavam que eu era maluco) andei nos lugares cimeiros para o Rei da Rádio (António Calvário)" e lembrava: "A partir de 1961 (aos meus 17 anos) com o nome de Armindo do Rock, acompanhado pelo conjunto Tony Araújo que já naquela altura estava equipado com guitarras fender e aparelhagem de som Semprini, muito em voga nos conjuntos italianos e usada também pela orquestra francesa Eddie Vartan. Mais tarde fui co-fundador dos conjuntos Blusões Negros e Tártaros."
Ficamos assim a saber que o Conjunto de Tony Araújo acompanhava Armindo Rock, lembre-se que este conjunto deixou uma gravação de um EP com 4 faixas sendo uma delas "Foge de Mim" da autoria de Armindo Rock.
O blogue O Covil do Vinil, afirma que Armindo Rock está sentado no avião Cessna que constava na capa pelo aventa a hipótese de este disco poder contrariar a afirmação do próprio de nunca ter gravado.
Apesar da qualidade da gravação parecer não ter resistido ao passar dos anos aqui fica graças ao blogue Música dos Anos 60 a canção "Foge de Mim".
Conjunto Tony Araújo - Foge de Mim
terça-feira, 10 de março de 2020
Pedro Osório - Deliciosa
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Pedro Osório foi um nome importante na música ligeira portuguesa desde o início da década de 60 até à sua morte em 2012. Não só como maestro e orquestrador mas também como compositor e intérprete de que é testemunho a sua vasta discografia.
Pedro Osório nasceu no Porto e foi aí que deu os primeiros passos no mundo musical. Nascido em 1939, no final dos anos 50 forma o Conjunto de Pedro Osório que se prolongará até 1967, agora, já em Lisboa, integra o Quinteto Académico e ainda nos anos 60 forma o Trio Barroco.
Como Conjunto de Pedro Osório, ou melhor Pedro Osório e o seu Conjunto conforme capa dos discos, são editados 6 EP cuja qualidade é muito discutível. O próprio o reconhece, na sua última entrevista publicada no nº 975 da revista Visão de 10 de Novembro de 2011 à pergunta: "Aquelas primeiras aventuras na música, as bandas pop em que participou, não lhe trazem também boas recordações, de uma certa idade da inocência?", começa por responder: "Não, musicalmente não… Andava a tentar descobrir como é que se fazia, e os resultados finais não me enchiam propriamente de prazer. Foi uma época muito divertida, isso é verdade..."
Divertidas eram também algumas das canções que Pedro Osório gravou, lembram-se de "Era um biquini piquinino às bolinhas amarelas"? Ou "Namorico da Rita" ou ainda "Deliciosa" que consta no 4º EP de 1960 e que agora se recorda.
Pedro Osório - Deliciosa
Pedro Osório foi um nome importante na música ligeira portuguesa desde o início da década de 60 até à sua morte em 2012. Não só como maestro e orquestrador mas também como compositor e intérprete de que é testemunho a sua vasta discografia.
Pedro Osório nasceu no Porto e foi aí que deu os primeiros passos no mundo musical. Nascido em 1939, no final dos anos 50 forma o Conjunto de Pedro Osório que se prolongará até 1967, agora, já em Lisboa, integra o Quinteto Académico e ainda nos anos 60 forma o Trio Barroco.
Como Conjunto de Pedro Osório, ou melhor Pedro Osório e o seu Conjunto conforme capa dos discos, são editados 6 EP cuja qualidade é muito discutível. O próprio o reconhece, na sua última entrevista publicada no nº 975 da revista Visão de 10 de Novembro de 2011 à pergunta: "Aquelas primeiras aventuras na música, as bandas pop em que participou, não lhe trazem também boas recordações, de uma certa idade da inocência?", começa por responder: "Não, musicalmente não… Andava a tentar descobrir como é que se fazia, e os resultados finais não me enchiam propriamente de prazer. Foi uma época muito divertida, isso é verdade..."
Divertidas eram também algumas das canções que Pedro Osório gravou, lembram-se de "Era um biquini piquinino às bolinhas amarelas"? Ou "Namorico da Rita" ou ainda "Deliciosa" que consta no 4º EP de 1960 e que agora se recorda.
Pedro Osório - Deliciosa
segunda-feira, 9 de março de 2020
Toni Hernandez - Um Doido Como Eu
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Tanto quanto se sabe Toni Hernandez e o seu Conjunto foi uma formação musical constituída no Porto e que teve existência entre 1958 e 1963. Musicalmente o conjunto manifestava diversas influências, desde a dominante música italiana, da qual a que melhor me lembro era do conjunto de Marino Marini, aos clássicos norte-americanos de Cole Porter (1891-1964) a quem prestam tributo em programa da RTP no Monte da Virgem em 1961. Pelo meio estavam também presentes as influências do Rock'n'Roll então emergente.
Não gravaram qualquer tema original, somente versões entre as quais se encontra o tema de hoje "Um Doido Como Eu" que apesar do título constar em português é interpretado em inglês. O original trata-se de "A Full Such As I", uma canção do início da década de 50 popularizada principalmente na versão de Elvis Presley de 1959.
Aqui vai a versão de Tony Hernandez e o seu Conjunto, um Rock lento como diz na capa, por sinal uma bela capa daquele que julgo tratar-se ser o 4º EP de 1961.
Toni Hernandez e o seu Conjunto - Um Doido Como Eu
Tanto quanto se sabe Toni Hernandez e o seu Conjunto foi uma formação musical constituída no Porto e que teve existência entre 1958 e 1963. Musicalmente o conjunto manifestava diversas influências, desde a dominante música italiana, da qual a que melhor me lembro era do conjunto de Marino Marini, aos clássicos norte-americanos de Cole Porter (1891-1964) a quem prestam tributo em programa da RTP no Monte da Virgem em 1961. Pelo meio estavam também presentes as influências do Rock'n'Roll então emergente.
Não gravaram qualquer tema original, somente versões entre as quais se encontra o tema de hoje "Um Doido Como Eu" que apesar do título constar em português é interpretado em inglês. O original trata-se de "A Full Such As I", uma canção do início da década de 50 popularizada principalmente na versão de Elvis Presley de 1959.
Aqui vai a versão de Tony Hernandez e o seu Conjunto, um Rock lento como diz na capa, por sinal uma bela capa daquele que julgo tratar-se ser o 4º EP de 1961.
Toni Hernandez e o seu Conjunto - Um Doido Como Eu
domingo, 8 de março de 2020
Walter Behrend - Baby I Wanna Know
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
O início da década de 60 foi, no Porto, fértil na aparição de novos protagonistas na nova música popular que então por cá despontava. Diga-se na verdade alguns vinham mesmo da década de 50 como por exemplo o Pedro Osório, Walter Behrend, Toni Hernandez, mas as gravações desta década são muito reduzidas.
É da wikipédia a seguinte frase:
"Freitas Morna conhece Heinz Worner, grande tocador de acordeão e Walter Behrend que nesse mesmo ano de 1955 cria o primeiro conjunto rock de que há memória em Portugal o "Walter Behrend e o seu conjunto" ensaiando numa cave na Rua António Patrício (Porto) que era frequentada por estudantes daquela época." e sendo assim é ao Porto que cabe o "primeiro conjunto rock", o de Walter Behrend, que hoje volto a recordar.
São vários os EP que Walter Behrend, ou melhor Walter Behrend e os seu Conjunto ou ainda Conjunto Walter Behrend, gravou, não sendo, infelizmente, fácil de encontrar essas gravações. Lá se vai descobrindo alguns temas na internet, foi o que consegui.
"em tempo de twist" assim se chama o EP de 1962 destes pioneiros do Rock'n'Roll em Portugal, aqui com "Baby I Wanna Know"
Walter Behrend - Baby I Wanna Know
O início da década de 60 foi, no Porto, fértil na aparição de novos protagonistas na nova música popular que então por cá despontava. Diga-se na verdade alguns vinham mesmo da década de 50 como por exemplo o Pedro Osório, Walter Behrend, Toni Hernandez, mas as gravações desta década são muito reduzidas.
É da wikipédia a seguinte frase:
"Freitas Morna conhece Heinz Worner, grande tocador de acordeão e Walter Behrend que nesse mesmo ano de 1955 cria o primeiro conjunto rock de que há memória em Portugal o "Walter Behrend e o seu conjunto" ensaiando numa cave na Rua António Patrício (Porto) que era frequentada por estudantes daquela época." e sendo assim é ao Porto que cabe o "primeiro conjunto rock", o de Walter Behrend, que hoje volto a recordar.
São vários os EP que Walter Behrend, ou melhor Walter Behrend e os seu Conjunto ou ainda Conjunto Walter Behrend, gravou, não sendo, infelizmente, fácil de encontrar essas gravações. Lá se vai descobrindo alguns temas na internet, foi o que consegui.
"em tempo de twist" assim se chama o EP de 1962 destes pioneiros do Rock'n'Roll em Portugal, aqui com "Baby I Wanna Know"
Walter Behrend - Baby I Wanna Know
sábado, 7 de março de 2020
Os Espaciais – You Run Away
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
De acordo com várias fontes Os Espaciais foram um grupo constituído no Porto e que existiu no período de 1963 a 1969 ou seja em anos nos quais The Beatles se tornaram o maior fenómeno musical mundial e cuja influência nos conjuntos portugueses foi em crescendo.
Era o caso de Os Espaciais onde era notório, em alguns temas, o gosto pela música dos The Beatles. Entre originais e adaptações gravaram mesmo uma canção da dupla Lennon/McCartney, foi "When I'm 64" que já recordei anteriormente.
Neste retorno a este grupo do Porto que deixou 4 EP para a história do nosso Pop-Rock vou ao de 3º disco de 1967 e saco "You Run Away", um original de Toni Moura que após o fim de Os Espaciais continuaria a sua carreira musical em grupos como os Psico e mais tarde os Tantra com sonoridades bem diferentes desta que agora fica para audição.
Os Espaciais – You Run Away
De acordo com várias fontes Os Espaciais foram um grupo constituído no Porto e que existiu no período de 1963 a 1969 ou seja em anos nos quais The Beatles se tornaram o maior fenómeno musical mundial e cuja influência nos conjuntos portugueses foi em crescendo.
Era o caso de Os Espaciais onde era notório, em alguns temas, o gosto pela música dos The Beatles. Entre originais e adaptações gravaram mesmo uma canção da dupla Lennon/McCartney, foi "When I'm 64" que já recordei anteriormente.
Neste retorno a este grupo do Porto que deixou 4 EP para a história do nosso Pop-Rock vou ao de 3º disco de 1967 e saco "You Run Away", um original de Toni Moura que após o fim de Os Espaciais continuaria a sua carreira musical em grupos como os Psico e mais tarde os Tantra com sonoridades bem diferentes desta que agora fica para audição.
Os Espaciais – You Run Away
sexta-feira, 6 de março de 2020
Os Morgans – Amores de Estudante
O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60
Do Pop-Rock nacional da década de 60 já recordei neste blogue bastantes canções de muitos dos conjuntos que naquela época proliferaram um pouco por todo o lado, mas com particular incidência, como é natural, nas grandes cidades, ou seja Lisboa e Porto. Nas minhas deambulações pela música feita naquele período tão profícuo, particularmente a nível do Reino Unido e dos Estados Unidos da América, a certa altura dei conta da relevância que o Porto, o Grande Porto, teve na difusão daquelas novas sonoridades a nível nacional. Aliás, não foi só nos anos 60, felizmente até aos dias de hoje tem o Porto sido bem representado nos diversos géneros e estilos que a música popular tem tomado. Mas o que agora nos interessa é aquela década de 60, onde praticamente tudo começou, por vezes de forma insípida e de relativa pouca qualidade outras de qualidade mais evidente.
Assim, sob o tema "O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60", lembrarei mais alguns temas, sem nenhuma ordem especial, com a ressalva de, por vezes, a designação Pop-Rock poder não ser a mais evidente podendo estar mais próxima dos padrões da música ligeira então hegemónica.
Começo com Os Morgans que no ano de 1965 editaram 2 EP, no primeiro constava esta delícia tocada em bailes e bailaricos, "Amores de Estudante".
Na contra-capa pode-se ler:
"Os MORGANS atacam! E quando os MORGANS atacam não há nada que resista ao ímpeto das suas violas eléctricas e das suas vozes.
Constituído por ZÉ MANEL "bateria", RUI "viola baixo", RENATO "viola de acompanhamento", MIGUEL "viola de solo-acompanhamento" e ZINO "direcção, voz e viola de solo", os MORGANS lançam agora o seu primeiro disco, predestinado ao êxito."
"Amores de Estudante" é um hino dos estudantes universitários composto, segundo a wikipédia, pelo Orfeão Universitário do Porto em 1937. Uma canção que tem passado gerações e retomada de acordo com os sons da época, do Pop de Os Morgans em 1965 ao Rock dos UHF em 2013.
À semelhança de muitos outros Os Morgans terminaram ao serem chamados para o serviço militar obrigatório, Portugal travava uma guerra injusta e inglória contra os vários movimentos de libertação das Colónias, ou como então se chamavam as Províncias Ultramarinas.
Os Morgans – Amores de Estudante
Do Pop-Rock nacional da década de 60 já recordei neste blogue bastantes canções de muitos dos conjuntos que naquela época proliferaram um pouco por todo o lado, mas com particular incidência, como é natural, nas grandes cidades, ou seja Lisboa e Porto. Nas minhas deambulações pela música feita naquele período tão profícuo, particularmente a nível do Reino Unido e dos Estados Unidos da América, a certa altura dei conta da relevância que o Porto, o Grande Porto, teve na difusão daquelas novas sonoridades a nível nacional. Aliás, não foi só nos anos 60, felizmente até aos dias de hoje tem o Porto sido bem representado nos diversos géneros e estilos que a música popular tem tomado. Mas o que agora nos interessa é aquela década de 60, onde praticamente tudo começou, por vezes de forma insípida e de relativa pouca qualidade outras de qualidade mais evidente.
Assim, sob o tema "O Pop-Rock oriundo do Porto nos anos 60", lembrarei mais alguns temas, sem nenhuma ordem especial, com a ressalva de, por vezes, a designação Pop-Rock poder não ser a mais evidente podendo estar mais próxima dos padrões da música ligeira então hegemónica.
Começo com Os Morgans que no ano de 1965 editaram 2 EP, no primeiro constava esta delícia tocada em bailes e bailaricos, "Amores de Estudante".
Na contra-capa pode-se ler:
"Os MORGANS atacam! E quando os MORGANS atacam não há nada que resista ao ímpeto das suas violas eléctricas e das suas vozes.
Constituído por ZÉ MANEL "bateria", RUI "viola baixo", RENATO "viola de acompanhamento", MIGUEL "viola de solo-acompanhamento" e ZINO "direcção, voz e viola de solo", os MORGANS lançam agora o seu primeiro disco, predestinado ao êxito."
"Amores de Estudante" é um hino dos estudantes universitários composto, segundo a wikipédia, pelo Orfeão Universitário do Porto em 1937. Uma canção que tem passado gerações e retomada de acordo com os sons da época, do Pop de Os Morgans em 1965 ao Rock dos UHF em 2013.
À semelhança de muitos outros Os Morgans terminaram ao serem chamados para o serviço militar obrigatório, Portugal travava uma guerra injusta e inglória contra os vários movimentos de libertação das Colónias, ou como então se chamavam as Províncias Ultramarinas.
Os Morgans – Amores de Estudante
quinta-feira, 5 de março de 2020
Creedence Clearwater Revival - Lookin' Out My Back Door
mundo da canção nº 10 de Setembro de 1970
Este nº 10 da revista "mundo da canção" terminava com a ficha nº 9 dedicada aos Creedence Clearwater Revival. Sem se perder na análise da discografia do grupo, na altura em vésperas do 6º álbum do grupo, todos publicados em pouco mais de dois anos, o artigo centra-se mais na sonoridade do grupo que os levava a granjear a simpatia da generalidade da juventude que então apreciava a música Rock.
Com um "...estilo directo e penetrante..." os CCR ofereciam "... um produto simples, cândido, sem tremeliques ou barreiras..." tornando-se um caso de sucesso e larga aceitação.
Era neste artigo que constava a frase que correspondia ao que eu pensava do grupo e que é referida como sendo da revista "Rolling Stones": "São o limite máximo admissível na comercialidade musical."
Num "...estilo directo que pode vingar em qualquer época", no dizer de John Fogerty, volto ao álbum "Cosmo´s Factory" repleto de canções tão facilmente reconhecíveis como, ao mesmo tempo, irresistíveis. Segue "Lookin' Out My Back Door".
Creedence Clearwater Revival - Lookin' Out My Back Door
Este nº 10 da revista "mundo da canção" terminava com a ficha nº 9 dedicada aos Creedence Clearwater Revival. Sem se perder na análise da discografia do grupo, na altura em vésperas do 6º álbum do grupo, todos publicados em pouco mais de dois anos, o artigo centra-se mais na sonoridade do grupo que os levava a granjear a simpatia da generalidade da juventude que então apreciava a música Rock.
Com um "...estilo directo e penetrante..." os CCR ofereciam "... um produto simples, cândido, sem tremeliques ou barreiras..." tornando-se um caso de sucesso e larga aceitação.
Era neste artigo que constava a frase que correspondia ao que eu pensava do grupo e que é referida como sendo da revista "Rolling Stones": "São o limite máximo admissível na comercialidade musical."
Num "...estilo directo que pode vingar em qualquer época", no dizer de John Fogerty, volto ao álbum "Cosmo´s Factory" repleto de canções tão facilmente reconhecíveis como, ao mesmo tempo, irresistíveis. Segue "Lookin' Out My Back Door".
Creedence Clearwater Revival - Lookin' Out My Back Door
quarta-feira, 4 de março de 2020
José Almada - Anda Madraço
mundo da canção nº 10 de Setembro de 1970
Georges Moustaki, Johnny Tame, Eric Burdon, The Neighborhood, Barry Gibb, José Almada, um conjunto holandês não identificado, Bobby Hanna, Jimmy Cliff, Pop Five Music Incorporated e Aphrodite's Child eram as referências que constavam na rubrica "mc Notícia" da revista "mundo da canção" e que constava no nº 10 de Setembro de 1970.
"José Almada, um novo compositor-intérprete na canção portuguesa, lançado pela etiqueta ZIP-ZIP. É um EP com as composições: Hóspede, Vento Suão, Anda Madraço e Mendigo.", pequena notícia para um pequeno grande disco de um muito pouco divulgado e entretanto praticamente esquecido cantor português da década de 70.
Recorda-se "Anda Madraço".
José Almada - Anda Madraço
Georges Moustaki, Johnny Tame, Eric Burdon, The Neighborhood, Barry Gibb, José Almada, um conjunto holandês não identificado, Bobby Hanna, Jimmy Cliff, Pop Five Music Incorporated e Aphrodite's Child eram as referências que constavam na rubrica "mc Notícia" da revista "mundo da canção" e que constava no nº 10 de Setembro de 1970.
"José Almada, um novo compositor-intérprete na canção portuguesa, lançado pela etiqueta ZIP-ZIP. É um EP com as composições: Hóspede, Vento Suão, Anda Madraço e Mendigo.", pequena notícia para um pequeno grande disco de um muito pouco divulgado e entretanto praticamente esquecido cantor português da década de 70.
Recorda-se "Anda Madraço".
José Almada - Anda Madraço
terça-feira, 3 de março de 2020
Gilberto Gil - Cérebro Electrónico
mundo da canção nº 10 de Setembro de 1970
É sabido que no Brasil as barreiras entre artistas de diferentes estilos foi sempre muito menor que, por exemplo, em Portugal. Existiu no Brasil uma maior mescla e admiração mútua de artistas dos mais variados quadrantes como Caetano Veloso, num extremo e Roberto Carlos do outro.
É sobre essa admiração o artigo intitulado "O yé-yé de Roberto e a música de Gil, Caetano e Gal" que constava na revista "mundo da canção" no seu nº 10 de Setembro de 1970 e cuja passagem estou prestes a terminar.
Segundo o artigo tal corresponde a diferentes fases da importação das influências da música Pop internacional, exemplificando com a música de Gilberto Gil, esta "...corresponderá a uma fase adiantada da música Pop internacional; o ye-yé-yé a uma fase primitiva dessa mesma música Pop.
Era de 1969 o álbum mais recente de Gilberto Gil, o tal que continha o grande êxito "Aquele Abraço". A faixa de abertura era "Cérebro Electrónico" com as influências do mais recente Pop psicadélico.
Gilberto Gil - Cérebro Electrónico
É sabido que no Brasil as barreiras entre artistas de diferentes estilos foi sempre muito menor que, por exemplo, em Portugal. Existiu no Brasil uma maior mescla e admiração mútua de artistas dos mais variados quadrantes como Caetano Veloso, num extremo e Roberto Carlos do outro.
É sobre essa admiração o artigo intitulado "O yé-yé de Roberto e a música de Gil, Caetano e Gal" que constava na revista "mundo da canção" no seu nº 10 de Setembro de 1970 e cuja passagem estou prestes a terminar.
Segundo o artigo tal corresponde a diferentes fases da importação das influências da música Pop internacional, exemplificando com a música de Gilberto Gil, esta "...corresponderá a uma fase adiantada da música Pop internacional; o ye-yé-yé a uma fase primitiva dessa mesma música Pop.
Era de 1969 o álbum mais recente de Gilberto Gil, o tal que continha o grande êxito "Aquele Abraço". A faixa de abertura era "Cérebro Electrónico" com as influências do mais recente Pop psicadélico.
Gilberto Gil - Cérebro Electrónico
segunda-feira, 2 de março de 2020
Eric Burdon and War - Tobacco Road
mundo da canção nº 10 de Setembro de 1970
Mais uma rubrica que vinha publicada no nº 10 da revista "mundo da canção", estávamos em Setembro de 1970.
Com a rubrica "Sabias Que..." tinha-se acesso a algumas notícias de interesse antecipado. Por exemplo ficávamos a saber que estava para sair novo álbum de José Afonso (Traz Outro Amigo Também), de Adriano Correia de Oliveira (Cantaremos), dois EP de Deniz Cintra (muito provavelmente e respectivamente os EP "Manuel" e "Canção de Ódio e Raiva..."), o 1º EP de Carlos Alberto Moniz (Açores), o 1º EP dos Mini-Pop (Certos Senhores Crescidos) e também o próximo álbum dos Rolling Stones (Get Yer Ya-Ya's Out!), o novo, não o primeiro conforme é afirmado, de Neil Young (After The Gold Rush).
A escolha recai sobre a última nota: "Disco de Ouro nos Estados Unidos para ERIC BURDON & WAR (em Portugal editados e distribuídos pela etiqueta Polydor) pelo disco que actualmente têm nas listas."
O álbum era "Eric Burdon Declares "War"" e o primeiro que Eric Burdon realizava depois da dissolução dos seus The Animals. Fica a longa "Tobacco Road".
Eric Burdon and War - Tobacco Road
Mais uma rubrica que vinha publicada no nº 10 da revista "mundo da canção", estávamos em Setembro de 1970.
Com a rubrica "Sabias Que..." tinha-se acesso a algumas notícias de interesse antecipado. Por exemplo ficávamos a saber que estava para sair novo álbum de José Afonso (Traz Outro Amigo Também), de Adriano Correia de Oliveira (Cantaremos), dois EP de Deniz Cintra (muito provavelmente e respectivamente os EP "Manuel" e "Canção de Ódio e Raiva..."), o 1º EP de Carlos Alberto Moniz (Açores), o 1º EP dos Mini-Pop (Certos Senhores Crescidos) e também o próximo álbum dos Rolling Stones (Get Yer Ya-Ya's Out!), o novo, não o primeiro conforme é afirmado, de Neil Young (After The Gold Rush).
A escolha recai sobre a última nota: "Disco de Ouro nos Estados Unidos para ERIC BURDON & WAR (em Portugal editados e distribuídos pela etiqueta Polydor) pelo disco que actualmente têm nas listas."
O álbum era "Eric Burdon Declares "War"" e o primeiro que Eric Burdon realizava depois da dissolução dos seus The Animals. Fica a longa "Tobacco Road".
Eric Burdon and War - Tobacco Road
domingo, 1 de março de 2020
Georges Moustaki - Ma Solitude
mundo da canção nº 10 de Setembro de 1970
O nº 2 da revista "mundo da canção" trazia a letra de "Le Métèque", a canção que celebrizou Georges Moustaki, o nº 7 trazia-nos "Ma Liberté", este nº 10 um pequeno texto intitulado "Georges Moustaki a canção a meia-voz" que nos faz saber que antes de conquistar, com 35 anos, "... as plateias com «Le Metèque».", "...Georges Moustaki escrevia canções para Edith Piaf" e que a sua música o torna "... um ideal diferente de paz e afirmação, proposto e aceite pela juventude."
Em 1970 foi o ano de "Le Métèque", a canção e o álbum que a incluía. Nesse constava também a escolha de hoje "Ma Solitude". Saudades da música francesa dos anos 60, início da década de 70, aqui na voz de um dos seus melhores intérpretes, Georges Moustaki.
Georges Moustaki - Ma Solitude
O nº 2 da revista "mundo da canção" trazia a letra de "Le Métèque", a canção que celebrizou Georges Moustaki, o nº 7 trazia-nos "Ma Liberté", este nº 10 um pequeno texto intitulado "Georges Moustaki a canção a meia-voz" que nos faz saber que antes de conquistar, com 35 anos, "... as plateias com «Le Metèque».", "...Georges Moustaki escrevia canções para Edith Piaf" e que a sua música o torna "... um ideal diferente de paz e afirmação, proposto e aceite pela juventude."
Em 1970 foi o ano de "Le Métèque", a canção e o álbum que a incluía. Nesse constava também a escolha de hoje "Ma Solitude". Saudades da música francesa dos anos 60, início da década de 70, aqui na voz de um dos seus melhores intérpretes, Georges Moustaki.
Georges Moustaki - Ma Solitude
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