Adriano Correia de Oliveira (1942-1982) foi uma das principais vozes da resistência ao fascismo. Foi um dos maiores intérpretes do fado de Coimbra, tendo sido um dos que mais cantou a poesia de Manuel Alegre. Fado de Coimbra que Adriano Correia de Oliveira vai ser, através das gravações efetuadas ao longo da década de 60, um dos seus principais transformadores.
"Desencantado com a tradição da serenata e da utilização da canção de Coimbra como expressão da bonomia da vida estudantil, sentiu a necessidade de interpretar textos relacionados com os problemas quer afetavam a sociedade portuguesa.", pode-se ler em "Enciclopédia da Música Em Portugal no Século XX".
É em Coimbra nos finais dos anos 50 que entra em contacto com o movimento estudantil antifascista aderindo aos ideais da democracia e do socialismo refletidas na aproximação ao PCP. Ideais esses que se vão refletir nas suas músicas até ao final da sua vida.
Dotado de um timbre de voz ímpar conviveu com músicos como José Afonso, Rui Pato, António Portugal e José Niza.
A fase mais produtiva é na de 1967 a 1971 onde nos deixou temas inesquecíveis como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração", "Pedro Soldado", "E Alegre se Fez Triste" e tantas outras, algumas das quais hinos de resistência ao regime.
É de 1968 (algumas fontes indicam 1967) "Canção Terceira" com letra de Manuel Alegre, música do Luís Cília. "Canção Terceira" é no original "Canção Final, Canção de Sempre" gravada por Luís Cília em França em 1964 no primeiro álbum "Portugal-Angola: Chants de Lutte". É uma bela canção pouco conhecida, quer no original, quer nesta versão de Adriano Correia de Oliveira que agora recordamos.
Adriano Correia de Oliveira - Canção Terceira
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