Foram muitos os músicos a fazer parte das "blacklists" durante o período do McCarthismo (finais dos anos 40, início dos anos 50), Leonard Bernstein na música Clássica, Pete Seeger, mas também Josh White e Lead Belly aqui recentemente lembrados, na música folk, talvez os mais conhecidos.
No final dos anos 50 e em particular no início dos anos 60 assistiu-se a um recrudescer da música Folk ligada a novas causas como o "Civil Rights Movement" e posteriormente contra o envolvimento dos Estados Unidos na guerra do Vietname. Pete Seeger, Bob Dylan, Judy Collins, Janis Ian, Joan Baez são alguns nomes significativos deste período e que por aqui já passaram. Outros, como Phil Ochs, oportunidade para agora recordar.
Phil Ochs (1940-1976) foi um cantor norte-americano comprometido com a canção de protesto e que teve larga atividade nos anos 60 e 70. Mais do que canções de protesto, Phil Ochs considerava as suas canções de "Topical Songs", ou seja canções de crítica social ou política, sendo ele um "singing journalist".
Deixou-nos 7 álbuns de estúdio sendo o primeiro "All the News That's Fit to Sing" (segundo a frase do New York Times "All the News That's Fit to Print") de 1964.
Uma das canções mais conhecidas de Phil Ochs é "Power and Glory" que pertence a "All the News That's Fit to Sing" .
Nas notas do LP pode-se ler:
"POWER AND THE GLORY Considered by many to be Och's "masterpiece" and ranked close to Guthrie's This Land."
Phil Ochs - Power and Glory
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
Lead Belly - The Gallis Pole
De há muito que a música Folk norte-americana teve o reconhecimento que merece. Se na década de 60 do século passado se revelou e foi divulgada um pouco por todo o lado, já antes um conjunto significativo de cantores Folk se tinham imposto embora numa dimensão mais nacional.
"Os primeiros sintomas de uma mutação de estruturas foram sentidas ao ser recuperada pela primeira vez a folk-song, no princípio dos anos quarenta. A partir daí, intérpretes folk como Big Bill Broonzy, Josh White, Huddy Ledbetter ((chamado Leadbelly ou King of the twelve-string-guitar), Pete Seeger e Woody Guthrie, alcançaram ressonância Nacional." lia-se no já aqui muito referenciado "O Mundo da Música Pop".
Dos referidos, Josh White, Pete Seeger e Woody Guthrie já passaram pelo Regresso ao Passado, desta vez recordamos Huddy Ledbetter que ficou conhecido como Lead Belly.
Lead Belly (1888-1949) foi um músico negro norte-americano, cantor de Blues e Folk tendo-se evidenciado a tocar guitarra de 12 cordas. Com problemas frequentes com a justiça, passou diversas vezes pela prisão, onde ganhou notoriedade com a sua música. Nos anos 30 ele é descoberto por John Lomax e o filho Alan Lomax tendo então gravado algumas canções entre as quais, talvez a sua mais conhecida "Goodnight, Irene". Deixou um legado musical admirado por inúmeros músicos que vão de Tom Waits ("Goodnight, Irene"), CCR ("Midnight Special"), aos Nirvana ("Where Did You Sleep Last Night") e aos Led Zeppelin ("Gallows Pole"), só para citar alguns.
A escolha, na longa lista de canções que interpretou, recai sobre um tema tradicional, que ficou conhecida na versão de Lead Belly como "The Gallis Pole" e na versão dos Led Zeppelin como "Gallows Pole". "The Gallis Pole" do álbum "Negro Sinful Songs" de 1939.
Lead Belly - The Gallis Pole
"Os primeiros sintomas de uma mutação de estruturas foram sentidas ao ser recuperada pela primeira vez a folk-song, no princípio dos anos quarenta. A partir daí, intérpretes folk como Big Bill Broonzy, Josh White, Huddy Ledbetter ((chamado Leadbelly ou King of the twelve-string-guitar), Pete Seeger e Woody Guthrie, alcançaram ressonância Nacional." lia-se no já aqui muito referenciado "O Mundo da Música Pop".
Dos referidos, Josh White, Pete Seeger e Woody Guthrie já passaram pelo Regresso ao Passado, desta vez recordamos Huddy Ledbetter que ficou conhecido como Lead Belly.
Lead Belly (1888-1949) foi um músico negro norte-americano, cantor de Blues e Folk tendo-se evidenciado a tocar guitarra de 12 cordas. Com problemas frequentes com a justiça, passou diversas vezes pela prisão, onde ganhou notoriedade com a sua música. Nos anos 30 ele é descoberto por John Lomax e o filho Alan Lomax tendo então gravado algumas canções entre as quais, talvez a sua mais conhecida "Goodnight, Irene". Deixou um legado musical admirado por inúmeros músicos que vão de Tom Waits ("Goodnight, Irene"), CCR ("Midnight Special"), aos Nirvana ("Where Did You Sleep Last Night") e aos Led Zeppelin ("Gallows Pole"), só para citar alguns.
A escolha, na longa lista de canções que interpretou, recai sobre um tema tradicional, que ficou conhecida na versão de Lead Belly como "The Gallis Pole" e na versão dos Led Zeppelin como "Gallows Pole". "The Gallis Pole" do álbum "Negro Sinful Songs" de 1939.
Lead Belly - The Gallis Pole
sábado, 28 de novembro de 2015
Josh White - Freedom Road
"Ao invés da canção popular europeia e a sua interpretação por parte dos filólogos, a canção popular norte-americana não se contenta com temas andinos ou exaltante de uma paixão, mas adopta um compromisso político diretamente relacionado com a problemática da vida quotidiana."
pode-se ler em "O Mundo da Música Pop" no capítulo dedicado ao Folk.
Josh White (1914-1969) foi um cantautor, guitarrista e activista dos direitos civis norte-americano.
A par com outros intérpretes bem conhecidos como Big Bill Broonzy, Huddy Ledbetter (Leadbelly), Pete Seeger e Woody Guthrie deixou marcas no Folk e no Blues com destaque para as canções de carácter político e de protesto.
Josh White foi confidente do presidente Roosevelt com quem discutia os problemas raciais e direitos civis. As suas posições políticas, expressas em muitas canções, levaram a que fosse perseguido e prejudicado na sua carreira durante o período do McCarthismo.
O seu estilo musical vai deixar influências em músicos que vão de Pete Seeger, Peter, Paul and Mary a Ry Cooder ou Bob Dylan, ou ainda Lonnie Donegan para não ficarmos somente pelos Estados Unidos.
Segue uma canção de protesto de nome "Freedom Road", gravada inicialmente em 1944 e posteriormente no álbum "The House I Live In" de 1960.
Josh White - Freedom Road
pode-se ler em "O Mundo da Música Pop" no capítulo dedicado ao Folk.
Josh White (1914-1969) foi um cantautor, guitarrista e activista dos direitos civis norte-americano.
A par com outros intérpretes bem conhecidos como Big Bill Broonzy, Huddy Ledbetter (Leadbelly), Pete Seeger e Woody Guthrie deixou marcas no Folk e no Blues com destaque para as canções de carácter político e de protesto.
Josh White foi confidente do presidente Roosevelt com quem discutia os problemas raciais e direitos civis. As suas posições políticas, expressas em muitas canções, levaram a que fosse perseguido e prejudicado na sua carreira durante o período do McCarthismo.
O seu estilo musical vai deixar influências em músicos que vão de Pete Seeger, Peter, Paul and Mary a Ry Cooder ou Bob Dylan, ou ainda Lonnie Donegan para não ficarmos somente pelos Estados Unidos.
Segue uma canção de protesto de nome "Freedom Road", gravada inicialmente em 1944 e posteriormente no álbum "The House I Live In" de 1960.
Josh White - Freedom Road
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Lonnie Donegan - Rock Island Line
Se, no final da década de 50, no Reino Unido, o Rock'n'Roll emergia com os já aqui recordados Tommy Steele e Cliff Richard, outras ondas musicais manifestavam-se com uma vitalidade surpreendente alterando definitivamente o panorama musical então vigente. Estou a falar no entusiasmo com que a juventude britânica abraçou o Skiffle.
O género musical designado Skiffle é uma fusão de Jazz, Blues com o Folk e que "se podia tocar com a ajuda de instrumentos que toda a gente podia apreender a dominar rapidamente" (de acordo com "O Mundo da Música Pop").
De "O Mundo da Música Pop" citando o estudioso do Folk Alan Lomax:
"Antes da onda skiffle, eram raros os londrinos que faziam a sua própria música. O cantar e o actuar eram coisas para os exibicionistas e artistas profissionais. Mas hoje, os jovens deste país têm as suas canções que adoram cantar."
Chris Barber e Lonnie Donegan estão entre os principais impulsionadores do Skiffle no Reino Unido.
Os dois fizeram parte das formações em nome individual: Chris Barber's Jazz Band e The Lonnie Donegan Skiffle Group e dominaram nos anos 50 a cena musical inglesa.
O primeiro Single de Lonnie Donegan (The Lonnie Donegan Skiffle Group) é editado em 1955 com uma versão de uma canção de Blues americana intitulada "Rock Island Line" e foi a que teve maior êxito.
Lonnie Donegan - Rock Island Line
Curiosidades:
- Ringo Starr teve o seu início no conjunto The Eddie Clayton Skiffle.
- John Lennon era um admirador do Skiffle e de Donegan, a primeira banda de John Lennon, The Quarrymen, era um grupo de Skiffle.
- No virar do século, Janeiro de 2000, é editado o álbum, gravado ao vivo em Belfast, de Van Morrison com Lonnie Donegan e Chris Barber, "The Skiffle Sessions"
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Cliff Richard - Move It
O bem conhecido Cliff Richard, de nome verdadeiro Harry Rodger Webb, nasceu na Índia em 1940 e após a independência em 1947 rumou com os pais para Inglaterra, onde ainda adolescente se interessa pela música Skiffle (género musical, com origem nos EUA, popular no Reino Unido nos anos 50, caracterizado por mistura do Blues, Jazz e Folk, tocado na sua origem com instrumentos rudimentares).
Em 1958 começa a cantar o Rock'n'Roll e com o grupo inglês The Drifters grava o primeiro Single e obtêm o primeiro sucesso com "Move It" considerada a primeira canção britânica de Rock'n'Roll.
"Move it" foi escrita pelo guitarrista dos The Drifters e chegou a nº 2 nas tabelas de Singles do Reino Unido em 1958.
O sucesso internacional viria no ano seguinte com "Living Doll" e a partir daí o êxito nunca mais parou, foi o único artista a ter um nº 1 no Reino Unido em 5 décadas diferentes: 50, 60, 70, 80 e 90.
Altura para recordar "Move It" o início do Rock'n'Roll do lado de cá do Atlântico.
Cliff Richard - Move It
Em 1958 começa a cantar o Rock'n'Roll e com o grupo inglês The Drifters grava o primeiro Single e obtêm o primeiro sucesso com "Move It" considerada a primeira canção britânica de Rock'n'Roll.
O sucesso internacional viria no ano seguinte com "Living Doll" e a partir daí o êxito nunca mais parou, foi o único artista a ter um nº 1 no Reino Unido em 5 décadas diferentes: 50, 60, 70, 80 e 90.
Altura para recordar "Move It" o início do Rock'n'Roll do lado de cá do Atlântico.
Cliff Richard - Move It
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Tommy Steele - Singing the Blues
"Antes que o Beat fizesse a sua aparição, teve que decorrer bastante tempo. Numa primeira fase, o rock'n'roll expandiu-se de forma universal. Imitando os grandes astros do cinema, foram aparecendo jovens cantores noutros países, em especial na Grã-Bretanha, que puseram termo ao que até aí tinha sido a hegemonia da música estadunidense. Em 1959, a música pop inglesa conseguiu autonomizar-se quase por completo dos preceitos norte-americanos. Tommy Steele destronou Elvis Presley e Cliff Richard converteu-se, com o single Living Doll, no cantor inglês de maior sucesso em 1959." assim descreve "O Mundo da Música Pop" a expansão do Rock'n'Roll na década de 50.
Hoje, Tommy Steele, amanhã Cliff Richard, aqui recordamos a música pop do final da década de 50 em Inglaterra.
Tommy Steele (1936-) é tido como o primeiro ídolo do Rock'n'Roll em Inglaterra, tendo seu percurso artístico sido dividido entre o cinema e a canção. Em 1956 grava o primeiro Single "Rock With the Caveman" e é ainda nesse ano que grava "Singing the Blues", canção com a qual atingiria o primeiro lugar, no Reino Unido, no início de 1957.
Para conhecer melhor o seu início, o melhor é mesmo ler o texto da contracapa do EP então editado com "Singing the Blues":
""Rags to riches'’ . . . "overnight success" . . . “one leap to stardom”. These are the empty phrases of show business, used and used again until they have no meaning. But all of them, and many more, are true when it comes to talking about Tommy Steele, the boy from Bermondsey whose meteoric rise into the top bracket of British popular singers has left everyone gasping.
Tommy Steele went to sea as a lad of fifteen, and not so very much later was sent to hospital for nine dreary months with a serious illness. In the ward he met a man who taught him to play a guitar, and Tommy started to sing, to his own accompaniment. Back at sea he was singing wherever and whenever he could—in the crew's quarters to amuse his mates; in the first class lounge to entertain the passengers; on shore in amateur talent shows. All the time, as he travelled the seven seas, he was listening to the world’s folk singers and developing his own highly personal style of folk singing.
Then come the day of decision. Tommy decided to quit the sea and try for professional recognition as a singer. The urge to sing had become so strong in him that he could no longer be satisfied by an occasional audience. He wanted to sing every night, to people who come especially to hear him. But were there many such people? Tommy didn't know, and he knew it would be a risk finding out. He limited the risk to a fortnight. If no one was willing to employ him as a singer by the end of that time, then he would go back to sea. The extraordinary, quite amazing, utterly fantastic truth is that, long before the two weeks were up Tommy's feet were firmly on the ladder which was to lead him to stardom in less than a month.
On stage, Tommy showed at once that he is a fine artist with a natural gift for holding an audience. On records, he has shown that he is one of those rarest of rare popular singers—an individualist who forces his personality into the wax platter. There is no mistaking the impact of a Steele record. It is alive, vibrating, thrillingly exciting to anyone whose ears are attuned to the music of today.
Tommy is essentially a happy singer, with many of the erratic musical whims of the natural performer; but, above all, he has the most valuable gift that any folk singer can have - vitality. Just to listen to him singing is to feel the strength, the courage, the excitement of youth tingling in every note and phrase. To see him as well is to realize that here is a born entertainer - a youth whose style and whole being vibrates with the pleasure of the rhythms which are his life-blood. A national newspaper has elected him teen-ager of the year; the British record-buying public has rated him their number-one favourite; and here, on this record, he shares his happiness with us all."
Tommy Steele, a resposta britânica a Elvis Presley com uma canção americana "Singing the Blues".
Tommy Steele - Singing the Blues
Hoje, Tommy Steele, amanhã Cliff Richard, aqui recordamos a música pop do final da década de 50 em Inglaterra.
Tommy Steele (1936-) é tido como o primeiro ídolo do Rock'n'Roll em Inglaterra, tendo seu percurso artístico sido dividido entre o cinema e a canção. Em 1956 grava o primeiro Single "Rock With the Caveman" e é ainda nesse ano que grava "Singing the Blues", canção com a qual atingiria o primeiro lugar, no Reino Unido, no início de 1957.
Para conhecer melhor o seu início, o melhor é mesmo ler o texto da contracapa do EP então editado com "Singing the Blues":
""Rags to riches'’ . . . "overnight success" . . . “one leap to stardom”. These are the empty phrases of show business, used and used again until they have no meaning. But all of them, and many more, are true when it comes to talking about Tommy Steele, the boy from Bermondsey whose meteoric rise into the top bracket of British popular singers has left everyone gasping.
Tommy Steele went to sea as a lad of fifteen, and not so very much later was sent to hospital for nine dreary months with a serious illness. In the ward he met a man who taught him to play a guitar, and Tommy started to sing, to his own accompaniment. Back at sea he was singing wherever and whenever he could—in the crew's quarters to amuse his mates; in the first class lounge to entertain the passengers; on shore in amateur talent shows. All the time, as he travelled the seven seas, he was listening to the world’s folk singers and developing his own highly personal style of folk singing.
Then come the day of decision. Tommy decided to quit the sea and try for professional recognition as a singer. The urge to sing had become so strong in him that he could no longer be satisfied by an occasional audience. He wanted to sing every night, to people who come especially to hear him. But were there many such people? Tommy didn't know, and he knew it would be a risk finding out. He limited the risk to a fortnight. If no one was willing to employ him as a singer by the end of that time, then he would go back to sea. The extraordinary, quite amazing, utterly fantastic truth is that, long before the two weeks were up Tommy's feet were firmly on the ladder which was to lead him to stardom in less than a month.
On stage, Tommy showed at once that he is a fine artist with a natural gift for holding an audience. On records, he has shown that he is one of those rarest of rare popular singers—an individualist who forces his personality into the wax platter. There is no mistaking the impact of a Steele record. It is alive, vibrating, thrillingly exciting to anyone whose ears are attuned to the music of today.
Tommy is essentially a happy singer, with many of the erratic musical whims of the natural performer; but, above all, he has the most valuable gift that any folk singer can have - vitality. Just to listen to him singing is to feel the strength, the courage, the excitement of youth tingling in every note and phrase. To see him as well is to realize that here is a born entertainer - a youth whose style and whole being vibrates with the pleasure of the rhythms which are his life-blood. A national newspaper has elected him teen-ager of the year; the British record-buying public has rated him their number-one favourite; and here, on this record, he shares his happiness with us all."
Tommy Steele, a resposta britânica a Elvis Presley com uma canção americana "Singing the Blues".
Tommy Steele - Singing the Blues
terça-feira, 24 de novembro de 2015
The Beatles - Roll Over Beethoven
O Rock'n'Roll, emergente nos Estados Unidos, é marcado não só pela sua expressão musical como pelo espectáculo em si, muitas vezes de insinuação sexual.
Chuck Berry diria:
"Quando os adolescentes começaram a fixar-se em mim, tive de cuidar ao máximo da minha maneira de actuar. De contrário, os pais não teriam deixado os seus filhos assistir ao meu espectáculo." em "O Mundo da Música Pop".
O Rock'n'Roll então florescente vai ter repercussões um pouco por todo o lado, a começar e principalmente no Reino Unido. Formaram-se inúmeros conjuntos com influências notórias do Rock'n'Roll que chegava do outro lado do Atlântico, entre eles constavam The Beatles.
Aos The Beatles não foram alheiras as influências sonoras e estilísticas de músicos como Fats Domino, Carl Perkins, Buddy Holly, Chuck Berry ou Elvis Presley.
Deste último são conhecidas igualmente as performances e a atração que tal exerceu sobre a juventude. Ainda do livro "O Mundo da Música Pop":
"... na primeira formação dos Beatles, Pet Best e Stuart Sutcliffe, personificavam a vitalidade de um Elvis Presley.
Enquanto outros conjuntos rock abrandaram e adoçaram os sons, os Beatles continuaram a manter os sons duros e as actuações desenfreadas e potentes. A sua carreira começou, portanto com um estilo muito semelhante ao rock original. Encontraram o público adepto nas tabernas portuárias de Liverpool e Hamburgo. Em 1961, as suas actuações terminavam sempre em tumultos."
Já o primeiro Single "Love Me Do" circulava em Inglaterra quando The Beatles (já com Ringo Starr) retornam a Hamburgo para uma série de actuações. São de Dezembro de 1962 as gravações de um duplo álbum não oficial "Live! at the Star-Club in Hamburg, Germany; 1962", infelizmente a qualidade destas gravações não é a melhor mas dá-nos ideia das "actuações desenfreadas e potentes" que então efectuavam.
Em Hamburgo, 1962, a influência de Chuck Berry, eram The Beatles e "Roll Over Beethoven".
The Beatles - Roll Over Beethoven
Chuck Berry diria:
"Quando os adolescentes começaram a fixar-se em mim, tive de cuidar ao máximo da minha maneira de actuar. De contrário, os pais não teriam deixado os seus filhos assistir ao meu espectáculo." em "O Mundo da Música Pop".
O Rock'n'Roll então florescente vai ter repercussões um pouco por todo o lado, a começar e principalmente no Reino Unido. Formaram-se inúmeros conjuntos com influências notórias do Rock'n'Roll que chegava do outro lado do Atlântico, entre eles constavam The Beatles.
Aos The Beatles não foram alheiras as influências sonoras e estilísticas de músicos como Fats Domino, Carl Perkins, Buddy Holly, Chuck Berry ou Elvis Presley.
Deste último são conhecidas igualmente as performances e a atração que tal exerceu sobre a juventude. Ainda do livro "O Mundo da Música Pop":
"... na primeira formação dos Beatles, Pet Best e Stuart Sutcliffe, personificavam a vitalidade de um Elvis Presley.
Enquanto outros conjuntos rock abrandaram e adoçaram os sons, os Beatles continuaram a manter os sons duros e as actuações desenfreadas e potentes. A sua carreira começou, portanto com um estilo muito semelhante ao rock original. Encontraram o público adepto nas tabernas portuárias de Liverpool e Hamburgo. Em 1961, as suas actuações terminavam sempre em tumultos."
Já o primeiro Single "Love Me Do" circulava em Inglaterra quando The Beatles (já com Ringo Starr) retornam a Hamburgo para uma série de actuações. São de Dezembro de 1962 as gravações de um duplo álbum não oficial "Live! at the Star-Club in Hamburg, Germany; 1962", infelizmente a qualidade destas gravações não é a melhor mas dá-nos ideia das "actuações desenfreadas e potentes" que então efectuavam.
Em Hamburgo, 1962, a influência de Chuck Berry, eram The Beatles e "Roll Over Beethoven".
The Beatles - Roll Over Beethoven
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Chuck Berry - Maybellene
Mais um nome incontornável no surgimento do Rock'n'Roll, Chuck Berry.
Chuck Berry (1926-) é uma lenda viva, é um dos pioneiros da música que iria marcar a segunda metade do século XX, o Rock'n'Roll.
Nascido em St. Louis, Missouri, cedo desperta para a música, é numa viagem a Chicago em 1955 que efectua a primeira de muitas gravações de sucesso que realizou até finais dos anos 70.
Muitas foram as composições de Chuck Berry que ficaram como marca do Rock'n'Roll então nascente: "Roll Over Beethoven", "School Day", "Sweet Little Sixteen", "Johnny B. Goode", foram algumas delas.
Em "POPMUSIC-ROCK" a propósito das origens musicais do Rock'n'Roll, lê-se:
"Apenas o jump [forma de Blues tocado de forma acelerada] se impôs com dois Negros, Chuck Berry e Bo Diddley, que praticaram o «pass for white»; o primeiro com Maybellene (1955), cuja rítmica, na fronteira do permissível, foi aceite graças à vocalização límpida e clara de Berry e ao matraquear publicitário de Alan Freed ( o seu empresário)"
e mais adiante,
"Um e outro marcaram o rock'n'roll não pelos seus sucessos pessoais, pois eram Negros, mas pela influência que tiveram nos seus contemporâneos. Entretanto, os temas de Berry louvavam o «verde paraíso» da adolescência (School Day; Sweet Little Sixteen; Oh, Baby Doll), donde um abrandamento do ritmo; nunca a brutalidade da sua primeira gravação veio a ser retomada, demonstrando claramente as concessões exigidas para a sua aceitação no mercado branco."
Relativamente a "Maybellene", a primeira gravação de Chuck Berry, a revista Rolling Stone chega mesmo a escrever "Rock'n'Roll guitar stars here".
E é com mais esta gravação dos primórdios do Rock'n'Roll que ficamos, Chuck Berry e a sua "Maybellene".
Chuck Berry - Maybellene
Chuck Berry (1926-) é uma lenda viva, é um dos pioneiros da música que iria marcar a segunda metade do século XX, o Rock'n'Roll.
Nascido em St. Louis, Missouri, cedo desperta para a música, é numa viagem a Chicago em 1955 que efectua a primeira de muitas gravações de sucesso que realizou até finais dos anos 70.
Muitas foram as composições de Chuck Berry que ficaram como marca do Rock'n'Roll então nascente: "Roll Over Beethoven", "School Day", "Sweet Little Sixteen", "Johnny B. Goode", foram algumas delas.
Em "POPMUSIC-ROCK" a propósito das origens musicais do Rock'n'Roll, lê-se:
"Apenas o jump [forma de Blues tocado de forma acelerada] se impôs com dois Negros, Chuck Berry e Bo Diddley, que praticaram o «pass for white»; o primeiro com Maybellene (1955), cuja rítmica, na fronteira do permissível, foi aceite graças à vocalização límpida e clara de Berry e ao matraquear publicitário de Alan Freed ( o seu empresário)"
e mais adiante,
"Um e outro marcaram o rock'n'roll não pelos seus sucessos pessoais, pois eram Negros, mas pela influência que tiveram nos seus contemporâneos. Entretanto, os temas de Berry louvavam o «verde paraíso» da adolescência (School Day; Sweet Little Sixteen; Oh, Baby Doll), donde um abrandamento do ritmo; nunca a brutalidade da sua primeira gravação veio a ser retomada, demonstrando claramente as concessões exigidas para a sua aceitação no mercado branco."
Relativamente a "Maybellene", a primeira gravação de Chuck Berry, a revista Rolling Stone chega mesmo a escrever "Rock'n'Roll guitar stars here".
E é com mais esta gravação dos primórdios do Rock'n'Roll que ficamos, Chuck Berry e a sua "Maybellene".
Chuck Berry - Maybellene
domingo, 22 de novembro de 2015
Elvis Presley - That's All Right
Mais novo que Bill Haley, mas com um sucesso incomparavelmente superior Elvis Presley foi o maior sucesso branco dos novos ritmos que então emergiam nos Estados Unidos.
Elvis Presley (1935-1977) aprendeu a tocar viola sozinho e começa a ganhar a vida como camionista. Desde muito novo que canta e o Rhythm'n'Blues não lhe é estranho. Tornou-se um dos maiores símbolos da cultura norte-americana e ficou para sempre com o epíteto de "Rei do Rock'n'Roll".
É numa pequena empresa discográfica, a "Sun", que vai efectuar as primeiras gravações comerciais.
Em 1954 é editado o primeiro Single com as canções "That's All Right" e "Blue Moon of Kentucky", com uma sonoridade marcadamente Rockabilly (Rock+Hillbilly - estilo Country and Western).
Para muitos "That's All Right" é para ser considerado o primeiro disco de Rock'n'Roll.
Em 1955 a RCA compra Elvis Presley à Sun Records e transforma-o no sucesso que se conhece.
O início está em "That's All Right", estávamos no ano de 1954.
Elvis Presley - That's All Right
Elvis Presley (1935-1977) aprendeu a tocar viola sozinho e começa a ganhar a vida como camionista. Desde muito novo que canta e o Rhythm'n'Blues não lhe é estranho. Tornou-se um dos maiores símbolos da cultura norte-americana e ficou para sempre com o epíteto de "Rei do Rock'n'Roll".
É numa pequena empresa discográfica, a "Sun", que vai efectuar as primeiras gravações comerciais.
Em 1954 é editado o primeiro Single com as canções "That's All Right" e "Blue Moon of Kentucky", com uma sonoridade marcadamente Rockabilly (Rock+Hillbilly - estilo Country and Western).
Para muitos "That's All Right" é para ser considerado o primeiro disco de Rock'n'Roll.
Em 1955 a RCA compra Elvis Presley à Sun Records e transforma-o no sucesso que se conhece.
O início está em "That's All Right", estávamos no ano de 1954.
Elvis Presley - That's All Right
sábado, 21 de novembro de 2015
Bill Haley - Rock A Beatin' Boogie
Na década de 50 vai nascer um novo estilo musical, baseado nos ritmos da música negra, mas, por vezes suavizados, interpretada sobretudo por brancos. Era o Rock'n'Roll.
"O rock'n'roll levou aos brancos dos Estados Unidos a música dos seus concidadãos negros." em "O Mundo da Música Pop".
Tendo o Rock'n'Roll sido um processo evolucionista não é possível identificar com certeza qual a primeira gravação digna desse nome. Muitos apontam para "Rock A Beatin' Boogie", canção composta por Bill Haley em 1952, então gravada pelos The Esquire Boys, mas só gravada por Bill Halley and his Comets em 1955, como "the very first rock'n'roll song".
"Bill Haley, nascido em Michigan em 1927 [na realidade 1925], soube o que era a sorte no princípio dos anos 50. Aos 13 anos, de uma caixa de charutos fez uma viola. Ganhava 1 dólar por semana, fazendo audições no mercado de leilões, que eram transmitidas do escritório por altifalantes, poi Bill Haley tinha medo de actuar directamente para o público. Quando perfez quinze anos, criou o seu primeiro conjunto e fugiu de casa. No início, as emissoras de rádio não deram por ele. Mas finalmente, logrou o seu primeiro êxito: Rock a beat in Boogie." também em "O Mundo da Música Pop".
"Rock A Beatin' Boogie", os primórdios do Rock'n'Roll, na interpretação de Bill Haley and his Comets é o que segue para audição.
Bill Haley - Rock A Beatin' Boogie
"O rock'n'roll levou aos brancos dos Estados Unidos a música dos seus concidadãos negros." em "O Mundo da Música Pop".
Tendo o Rock'n'Roll sido um processo evolucionista não é possível identificar com certeza qual a primeira gravação digna desse nome. Muitos apontam para "Rock A Beatin' Boogie", canção composta por Bill Haley em 1952, então gravada pelos The Esquire Boys, mas só gravada por Bill Halley and his Comets em 1955, como "the very first rock'n'roll song".
"Bill Haley, nascido em Michigan em 1927 [na realidade 1925], soube o que era a sorte no princípio dos anos 50. Aos 13 anos, de uma caixa de charutos fez uma viola. Ganhava 1 dólar por semana, fazendo audições no mercado de leilões, que eram transmitidas do escritório por altifalantes, poi Bill Haley tinha medo de actuar directamente para o público. Quando perfez quinze anos, criou o seu primeiro conjunto e fugiu de casa. No início, as emissoras de rádio não deram por ele. Mas finalmente, logrou o seu primeiro êxito: Rock a beat in Boogie." também em "O Mundo da Música Pop".
"Rock A Beatin' Boogie", os primórdios do Rock'n'Roll, na interpretação de Bill Haley and his Comets é o que segue para audição.
Bill Haley - Rock A Beatin' Boogie
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Fats Domino - The Fat Man
Depois de produzirem para o mercado negro o Rhythm'n'Blues e os grupos vocais negros, as editoras discográficas independentes foram as primeiras a propor o Rock'n'Roll em maior escala. Até 1955 é graças a essas editoras de carácter regional (Chicago, Los Angeles, Memphis,...) que o fenómeno Rock'n'Roll se vai desenvolver.
Por exemplo, em Los Angeles era a Speciality (Larry Williams, Little Richard) , a Alladin (Lightnin' Hopkins, Charles Brown, Shirley and Lee), a Modern (John Lee Hooker, BB King, Elmore James, Etta James), a Imperial (Fats Domino, Ricky Nelson) ou ainda a Liberty (Bobby Vee, Eddie Cohran)
Foi para a Imperial que Fats Domino, pianista e cantor norte-americano, nascido em New Orleans em 1928, gravou de 1949 a 1962. Pode-se ler em "POPMUSIC-ROCK":
"Foi um ex-R&Bman, Fats Domino, que impôs a marca Imperial (1947). Para ascender ao sucesso, aceitou todas as subserviências, inclinou-se perante toda e qualquer exigência, e o resultado esteve à altura duma tal demissão: o Top Ten em 1956, com I'm In Love Again e oito hits entre 1957 e 1962. A sua reaquisição pela ABC Paramount e a voga do twist fizeram cessar brutalmente a sua popularidade."
Até ao sucesso que foi "Ain't That a Shame" em 1955 foram muitas as gravações efectuadas por Fats Domino para a Imperial, entre elas logo a primeira, "The Fat Man", editada em finais de 1949, chamou a atenção e chega a nº 2 das tabelas de Rhythm'n'Blues.
"The Fat Man" é mais uma a figurar como candidata a primeira canção de Rock'n'Roll.
Fats Domino - The Fat Man
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Blitz nº 55 de 19 de Novembro de 1985
Jornal "Blitz"
O Nº 55 do então jornal semanal de divulgação musical saiu há 30 anos.
Vejamos o conteúdo deste número.
- A capa era ocupada na integra ocupada por fotografia pela banda Pop britânica Prefab Sprout de reconhecida popularidade nos anos 80.
- No OK! da página 2 destacava-se: "Lionel Richie reaparece" e "Bryan Adams sucesso no Canadá".
- Página 3 diversificada entre Breves, onde se anuncia o novo álbum dos ZZ Top, Passatempo com Dire Straits e U2, os Del Amitri são anunciados para o RRV (Rock Rendez Vous).
- A página 4 ocupada com o regulamento para o 3º concurso de música moderna no RRV para 1986.
- Página 5, para além dos anúncios a ocupar quase toda a página, a notícia da deslocação dos Mler Ife Dada a Barcelona para participação na 1ª Bienal de Produções Culturais Juvenis da Europa Mediterrânica.
- Página 6 com o Punk nacional: "Musicalmente , o punk pode não ter muito para oferecer. Mas ele não é, talvez nunca tenha sido, uma corrente estritamente musical. Como ficou provado pela actuação dos Ku de Judas e Grito Final no RRV, mais do que música, o punk é hoje uma forma de militância juvenil colectiva."
- Na página 7 sob o título "A Noite Nacional" Miguel Esteves Cardoso disserta sobre música popular cá e lá fora. Destacana os dois álbuns do Grupo Etnogáfico de Cantares do Manhouce, dizendo: "Esta é a música insubstituível, que não podemos trocar pelas músicas dos países estrangeiros".
- Na página 8 destaque para a história no Busca no Sótão dos britânicos Dave Clark Five e respectiva discografia na Feira da Ladra.
- Carly Simon «Se não fosse cantora talvez fosse escritora ou cozinheira...» ocupa toda a página 9.
- O êxito do 2º álbum "Steve McQueen" justifica as páginas centrais sobre os Prefab Srout - o encanto das cantigas.
- Páginas 12 e 13 com Pregões e Declarações que já ninguém lê.
- Uma discoteca lisboeta O Central Park justifica o Rondas Nocturnas da página 14.
- Música ao Vivo, Exposições, Televisão, Rádio, Cinema, Locais e Recomendações aso Viajantes constituem o Roteiro da página 15. Na Música ao vivo tínhamos os UHF em Lisboa, Sérgio Godinho nas Caldas da Rainha e os Telectu no Porto.
- Página 16 dedicada ao ZX Spectrum e ao programa The Artist, "...uma criação Softek: com este programa qualquer utilizador do ZX pode fazer elaborados desenhos com o computador, pintando, fazendo sombras, redes, criando gráficos e figuras, à vontade."
- A página 17 tem os discos editados na semana onde destaco "Cores e Aromas" do António Pinho Vargas e "Greatest Songs" de Woody Guthrie e ainda a escolha do Blitz "Hounds of Love" da Kate Bush.
- Os Top ocupam agora 2 páginas, a 18 e 19 , com nada de interessante. Em Portugal é nº 1 "Brothers in Arms" dos Dire Straits, nos EUA, "Soundtracl" de Miami Vice e na Grã Bretanha "The Love Songs" de George Benson (na lista dos Independentes "Love" dos Cult), outras classificações ocupam espaço, os cem amis da Rádio Renascença, a Lista Rebelde do Som da Frente e a lista de No Calor Da Noite.
- Página 20 que é a contar capa totalmente com O «coração» dos Heart, grupo que nunca apreciei particularmente.
O Nº 55 do então jornal semanal de divulgação musical saiu há 30 anos.
Vejamos o conteúdo deste número.
- A capa era ocupada na integra ocupada por fotografia pela banda Pop britânica Prefab Sprout de reconhecida popularidade nos anos 80.
- No OK! da página 2 destacava-se: "Lionel Richie reaparece" e "Bryan Adams sucesso no Canadá".
- Página 3 diversificada entre Breves, onde se anuncia o novo álbum dos ZZ Top, Passatempo com Dire Straits e U2, os Del Amitri são anunciados para o RRV (Rock Rendez Vous).
- A página 4 ocupada com o regulamento para o 3º concurso de música moderna no RRV para 1986.
- Página 5, para além dos anúncios a ocupar quase toda a página, a notícia da deslocação dos Mler Ife Dada a Barcelona para participação na 1ª Bienal de Produções Culturais Juvenis da Europa Mediterrânica.
- Página 6 com o Punk nacional: "Musicalmente , o punk pode não ter muito para oferecer. Mas ele não é, talvez nunca tenha sido, uma corrente estritamente musical. Como ficou provado pela actuação dos Ku de Judas e Grito Final no RRV, mais do que música, o punk é hoje uma forma de militância juvenil colectiva."
- Na página 7 sob o título "A Noite Nacional" Miguel Esteves Cardoso disserta sobre música popular cá e lá fora. Destacana os dois álbuns do Grupo Etnogáfico de Cantares do Manhouce, dizendo: "Esta é a música insubstituível, que não podemos trocar pelas músicas dos países estrangeiros".
- Na página 8 destaque para a história no Busca no Sótão dos britânicos Dave Clark Five e respectiva discografia na Feira da Ladra.
- Carly Simon «Se não fosse cantora talvez fosse escritora ou cozinheira...» ocupa toda a página 9.
- O êxito do 2º álbum "Steve McQueen" justifica as páginas centrais sobre os Prefab Srout - o encanto das cantigas.
- Páginas 12 e 13 com Pregões e Declarações que já ninguém lê.
- Uma discoteca lisboeta O Central Park justifica o Rondas Nocturnas da página 14.
- Música ao Vivo, Exposições, Televisão, Rádio, Cinema, Locais e Recomendações aso Viajantes constituem o Roteiro da página 15. Na Música ao vivo tínhamos os UHF em Lisboa, Sérgio Godinho nas Caldas da Rainha e os Telectu no Porto.
- Página 16 dedicada ao ZX Spectrum e ao programa The Artist, "...uma criação Softek: com este programa qualquer utilizador do ZX pode fazer elaborados desenhos com o computador, pintando, fazendo sombras, redes, criando gráficos e figuras, à vontade."
- A página 17 tem os discos editados na semana onde destaco "Cores e Aromas" do António Pinho Vargas e "Greatest Songs" de Woody Guthrie e ainda a escolha do Blitz "Hounds of Love" da Kate Bush.
- Os Top ocupam agora 2 páginas, a 18 e 19 , com nada de interessante. Em Portugal é nº 1 "Brothers in Arms" dos Dire Straits, nos EUA, "Soundtracl" de Miami Vice e na Grã Bretanha "The Love Songs" de George Benson (na lista dos Independentes "Love" dos Cult), outras classificações ocupam espaço, os cem amis da Rádio Renascença, a Lista Rebelde do Som da Frente e a lista de No Calor Da Noite.
- Página 20 que é a contar capa totalmente com O «coração» dos Heart, grupo que nunca apreciei particularmente.
Little Richard - Taxi Blues
"Demorou uns tempos até que os fabricantes de música popular saíssem dos seus hábitos traçados de há muito. Mas uma vez dispostos a mudar de alvo, exploraram sem quaisquer escrúpulos a música dos negros para satisfação dos interesses comerciais dos brancos. Fabricaram-se novas estrelas, entre as quais esporadicamente algum músico negro com a capacidade suficiente para herdar a herança do Rhythm and Blues, bem assim todo o branco necessário à sua popularização." em "O Mundo da Música Pop" a propósito do surgimento do Rock'n'Roll.
Little Richard, Fats Domino, Chuck Berry foram alguns dos negros a destacarem-se como iniciadores do Rock'n'Roll.
Little Richard (1932-), filho de família pobre e numerosa cedo se vê obrigado a trabalhar para ajudar a sustentar a família, e que ficou conhecido pelas então extravagantes actuações em palco, ganhou notoriedade no mundo da música ao vencer um concurso de canções. Começa então a sua carreira de êxitos.
Várias gravações depois sem sucesso, é em 1955 com "Tutti-Frutti" ( "A-wop-bom-a-loo-mop-a-lomp-bom-bom!"), agora um clássico, que vai alcançar o seu maior êxito. Era o início do Rock'n'Roll.
Anterior a "Tutti-Frutti", no que julgo ser a primeira gravação comercial de Little Richard em finais de 1951, "Taxi Blues", a música de Little Richard no Pré-Rock'n'Roll.
Little Richard - Taxi Blues
Little Richard, Fats Domino, Chuck Berry foram alguns dos negros a destacarem-se como iniciadores do Rock'n'Roll.
Little Richard (1932-), filho de família pobre e numerosa cedo se vê obrigado a trabalhar para ajudar a sustentar a família, e que ficou conhecido pelas então extravagantes actuações em palco, ganhou notoriedade no mundo da música ao vencer um concurso de canções. Começa então a sua carreira de êxitos.
Várias gravações depois sem sucesso, é em 1955 com "Tutti-Frutti" ( "A-wop-bom-a-loo-mop-a-lomp-bom-bom!"), agora um clássico, que vai alcançar o seu maior êxito. Era o início do Rock'n'Roll.
Anterior a "Tutti-Frutti", no que julgo ser a primeira gravação comercial de Little Richard em finais de 1951, "Taxi Blues", a música de Little Richard no Pré-Rock'n'Roll.
Little Richard - Taxi Blues
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Sonny Boy Williamson - Don't Start Me Talkin'
O Rock'n'Roll trouxe à população branca dos Estados Unidos a música que era ouvida pelos negros. A população negra tinha os seus próprios programas de rádio e as suas próprias editoras de discos, as conhecidas race records. O Rhythm'n'Blues, essa evolução citadina e ritmada do Blues, exclusivamente interpretada e consumida pelos negros vai originar numa versão mais polida, o Rock'n'Roll, a ser interpretado indistintamente por brancos e negros.
Nunca é pois demais, voltar às origens e recordar alguns dos principais intérpretes de Rhythm'n'Blues, dois dos quais já aqui passaram: Sonny Boy Williamson e Muddy Waters. Mas lembrar também, por exemplo, Little Richard e Fats Domino.
Sonny Boy Williamson (1912?-1965) foi já aqui recuperado a propósito do álbum de 1963 acompanhado pelos The Yardbirds onde tocava Eric Clapton.
"Don't Start Me Talkin'" é uma canção de Blues, Chicago Blues mais concretamente, gravada por Sonny Boy Williamson em 1955 e então editada em Single e é a proposta para audição.
Nota: Sonny Boy Williamson aqui referido é o Sonny Boy Williamson II, não confundir com Sonny Boy Williamson I (1914-1948) igualmente cantor de Blues.
Sonny Boy Williamson - Don't Start Me Talkin'
Nunca é pois demais, voltar às origens e recordar alguns dos principais intérpretes de Rhythm'n'Blues, dois dos quais já aqui passaram: Sonny Boy Williamson e Muddy Waters. Mas lembrar também, por exemplo, Little Richard e Fats Domino.
Sonny Boy Williamson (1912?-1965) foi já aqui recuperado a propósito do álbum de 1963 acompanhado pelos The Yardbirds onde tocava Eric Clapton.
"Don't Start Me Talkin'" é uma canção de Blues, Chicago Blues mais concretamente, gravada por Sonny Boy Williamson em 1955 e então editada em Single e é a proposta para audição.
Nota: Sonny Boy Williamson aqui referido é o Sonny Boy Williamson II, não confundir com Sonny Boy Williamson I (1914-1948) igualmente cantor de Blues.
Sonny Boy Williamson - Don't Start Me Talkin'
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Muddy Waters - Rollin' Stone
Expressão prematura do Rhythm'n'Blues, o Chicago Blues teve em Muddy Waters um dos seus expoentes máximos. É agora consensual a importância que o Blues de Chicago teve na origem do Rock'n'Roll.
Com a crescente migração da população negra para o norte, o Blues triste do sul vai evoluir para novas formas de expressão musical mais consentâneo com o ritmo de vida das cidades. Os instrumentos vão ser electrificados e novas sonoridades são obtidas por músicos tão criativos como, por exemplo, Muddy Waters (1913-1983) (veja-se a utilização do bottleneck na guitarra eléctrica).
Esta música que durante muito tempo ficou circunscrita à população negra, só viria a ser descoberta pelo grande público branco quando o Rock'n'Roll já era dominante e mandava nas tabelas de vendas.
Muitos grupos de Rock tiveram o seu início e inspiração no Rhythm'n'Blues e em particular nos Blues de Chicago, veja-se o exemplo dos The Rolling Stones, que, para além do som inicial, foram buscar a sua designação a uma canção de Muddy Waters, "Rollin' Stone".
Para audição, precisamente, "Rollin' Stone" gravada em 1950 por Muddy Waters.
Muddy Waters - Rollin' Stone
Com a crescente migração da população negra para o norte, o Blues triste do sul vai evoluir para novas formas de expressão musical mais consentâneo com o ritmo de vida das cidades. Os instrumentos vão ser electrificados e novas sonoridades são obtidas por músicos tão criativos como, por exemplo, Muddy Waters (1913-1983) (veja-se a utilização do bottleneck na guitarra eléctrica).
Esta música que durante muito tempo ficou circunscrita à população negra, só viria a ser descoberta pelo grande público branco quando o Rock'n'Roll já era dominante e mandava nas tabelas de vendas.
Muitos grupos de Rock tiveram o seu início e inspiração no Rhythm'n'Blues e em particular nos Blues de Chicago, veja-se o exemplo dos The Rolling Stones, que, para além do som inicial, foram buscar a sua designação a uma canção de Muddy Waters, "Rollin' Stone".
Para audição, precisamente, "Rollin' Stone" gravada em 1950 por Muddy Waters.
Muddy Waters - Rollin' Stone
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
The Mothers of Invention - Absolutely Free
Até à década de 60 a maior produção musical, um pouco por todo o lado, ia para a música ligeira, com predomínio de linhas melódicas suaves e letras de partir corações. Os cantores mais do que sentirem ou identificarem-se com as letras limitavam-se a interpretá-las de um modo mais ou menos sentimental tão ao agrado do grande público.
O crítico alemão Rolf-Ulrich Kaiser no seu livro "O Mundo da Música Pop" (início dos anos 70) ia mais longe ao considerar que inclusivé o Jazz ("Este jazz de consumo, fomentado hoje em dia por numerosas orquestras norte-americanas de baile,..."), que no seu início era uma música que se tocava na rua, se tinha convertido "numa música estabelecida". E referindo-se ao Festival de Jazz de Berlim notava que "os artistas do outro lado do Atlântico" tinham sido transportados "à custa da companhia aérea Pan America e da organização estatal norte-americana United States Travel Service."
Os anos 60 vêm trazer grandes alterações no mundo da música popular. Mais do que meros intérpretes, muitos dos novos cantores cantam temas seus, muitos, resultado da sua experiência e das suas ideias (veja-se o movimento folk nos Estados Unidos com Bob Dylan à cabeça).
A indústria discográfica, com diferentes velocidades conforme os países, reage tardiamente a um movimento que se diz anti-establishment, até se apoderar dele e dele tirar o devido proveito.
Socorrendo-nos ainda de "O Mundo da Música Pop":
"Deste modo até 1967, começou a falar-se de uma forma já bastante intensa da música pop, matéria tratada nesta obra. Falaram-se em grupos críticos conscientes da realidade, como, por exemplo, o grupo Mothers of Invention. Chamada telefónica para os seus representantes alemães:
- Queríamos fotos e material informativo.
- De quem, por favor?
- Do grupo Mothers of Invention!
- Ah, esses! Mas não temos nada deles...
- Como? Mas se há tanta gente que lhes vai solicitar material ...
- Talvez. Mas, você sabe, falando francamente, esse grupo interessa-nos pouco. Não encaixa no nosso programa..."
The Mothers of Invention iriam actuar nas Jornadas Musicais Internacionais de Essen (julgo que em 1968, onde se iniciaram os alemães Amon Duul e Tangerine Dream). Do mesmo livro: "Pouco depois, porém os califas do ramo convenceram-se. A nova onda, oferece-lhes uma única alternativa: ganhar dinheiro com ela ou não...Publicou-se um folheto informativo especial e no mercado apareceram quatro discos do grupo."
Falta saber como foram transportados para a Alemanha, segundo Rolf-Ulrich Kaiser "É de crer que esta mesma organização (a United States Travel Service) se recusaria terminantemente a transportar conjuntos como os Fugs, Mothers of Invention ou Country Joe and the Fish."
Oportunidade para voltar aos sons dos The Mothers of Invention onde pontificava, recordemos, Frank Zappa. A escolha recai em "Absolutely Free" do álbum de 1968 "We're Only in It for the Money" (nem de propósito!).
"The first word in this song is discorporate. It means to leave your body.". Em tom psicadélico a crítica ao movimento hippie então preponderante.
The Mothers of Invention - Absolutely Free
O crítico alemão Rolf-Ulrich Kaiser no seu livro "O Mundo da Música Pop" (início dos anos 70) ia mais longe ao considerar que inclusivé o Jazz ("Este jazz de consumo, fomentado hoje em dia por numerosas orquestras norte-americanas de baile,..."), que no seu início era uma música que se tocava na rua, se tinha convertido "numa música estabelecida". E referindo-se ao Festival de Jazz de Berlim notava que "os artistas do outro lado do Atlântico" tinham sido transportados "à custa da companhia aérea Pan America e da organização estatal norte-americana United States Travel Service."
Os anos 60 vêm trazer grandes alterações no mundo da música popular. Mais do que meros intérpretes, muitos dos novos cantores cantam temas seus, muitos, resultado da sua experiência e das suas ideias (veja-se o movimento folk nos Estados Unidos com Bob Dylan à cabeça).
A indústria discográfica, com diferentes velocidades conforme os países, reage tardiamente a um movimento que se diz anti-establishment, até se apoderar dele e dele tirar o devido proveito.
Socorrendo-nos ainda de "O Mundo da Música Pop":
"Deste modo até 1967, começou a falar-se de uma forma já bastante intensa da música pop, matéria tratada nesta obra. Falaram-se em grupos críticos conscientes da realidade, como, por exemplo, o grupo Mothers of Invention. Chamada telefónica para os seus representantes alemães:
- Queríamos fotos e material informativo.
- De quem, por favor?
- Do grupo Mothers of Invention!
- Ah, esses! Mas não temos nada deles...
- Como? Mas se há tanta gente que lhes vai solicitar material ...
- Talvez. Mas, você sabe, falando francamente, esse grupo interessa-nos pouco. Não encaixa no nosso programa..."
The Mothers of Invention iriam actuar nas Jornadas Musicais Internacionais de Essen (julgo que em 1968, onde se iniciaram os alemães Amon Duul e Tangerine Dream). Do mesmo livro: "Pouco depois, porém os califas do ramo convenceram-se. A nova onda, oferece-lhes uma única alternativa: ganhar dinheiro com ela ou não...Publicou-se um folheto informativo especial e no mercado apareceram quatro discos do grupo."
Falta saber como foram transportados para a Alemanha, segundo Rolf-Ulrich Kaiser "É de crer que esta mesma organização (a United States Travel Service) se recusaria terminantemente a transportar conjuntos como os Fugs, Mothers of Invention ou Country Joe and the Fish."
Oportunidade para voltar aos sons dos The Mothers of Invention onde pontificava, recordemos, Frank Zappa. A escolha recai em "Absolutely Free" do álbum de 1968 "We're Only in It for the Money" (nem de propósito!).
"The first word in this song is discorporate. It means to leave your body.". Em tom psicadélico a crítica ao movimento hippie então preponderante.
The Mothers of Invention - Absolutely Free
domingo, 15 de novembro de 2015
Quarteto 1111 - Balada para D. Inês
Mais uma passagem pelo Quarteto 1111. Das propostas musicais portuguesas mais interessantes que conhecemos nos idos tempos dos anos 60.
Depois de no ano de 1967 a cena musical ter sido sacudida com o aparecimento do Quarteto 1111 e abalada com a canção "A Lenda de El-Rei D. Sebastião", em 1968 o Quarteto 1111, e o seu principal mentor José Cid, continuam a fazer da música pop mais criativa e inovadora de então como o demonstram os dois EP e um Single que gravaram.
O primeiro EP de 1968 contem para além da "Balada para D. Inês", as canções "Partindo-se" (do mais bonito que o José Cid compôs), "Vale da Ilusão" e Dragão".
"Balada para D. Inês", segue na mesma linha de "A Lenda de El-Rei D. Sebastião", e é com ela que José Cid concorre ao Festival da canção da RTP alcançando o 3º lugar (o Festival em 1968 foi ganho por Carlos Mendes com "Verão").
Tempo de recordarmos "Balada para D. Inês" num tempo em que, claramente, eram os mais qualificados na cenário da música Pop feita em Portugal.
Quarteto 1111 - Balada para D. Inês
Depois de no ano de 1967 a cena musical ter sido sacudida com o aparecimento do Quarteto 1111 e abalada com a canção "A Lenda de El-Rei D. Sebastião", em 1968 o Quarteto 1111, e o seu principal mentor José Cid, continuam a fazer da música pop mais criativa e inovadora de então como o demonstram os dois EP e um Single que gravaram.
O primeiro EP de 1968 contem para além da "Balada para D. Inês", as canções "Partindo-se" (do mais bonito que o José Cid compôs), "Vale da Ilusão" e Dragão".
"Balada para D. Inês", segue na mesma linha de "A Lenda de El-Rei D. Sebastião", e é com ela que José Cid concorre ao Festival da canção da RTP alcançando o 3º lugar (o Festival em 1968 foi ganho por Carlos Mendes com "Verão").
Tempo de recordarmos "Balada para D. Inês" num tempo em que, claramente, eram os mais qualificados na cenário da música Pop feita em Portugal.
Quarteto 1111 - Balada para D. Inês
sábado, 14 de novembro de 2015
Nuno Filipe - A Feira
Ainda a música feita em Portugal no ano de 1968 para trazer à colação um cantor, autor de 4 discos no período de 1967 a 1970, que ficou praticamente desconhecido mas que é fundamental ser recuperado, refiro-me a Nuno Filipe.
Nuno Filipe (1947-2002) é um caso singular no panorama musical português da segunda metade dos anos 60. Os discos podem-se incluir na área do Pop-Rock com influências psicadélicas pouco vulgares por cá, começa-se por estranhar e acaba-se a admirar o que poderia ter sido um caso sério na cena musical não tivesse ele deixado de gravar tão cedo.
Todos os discos foram feitos a partir da poesia de Maria Teresa Horta, de quem era cunhado, o que lhes confere uma riqueza superior. "Cunhado da escritora Maria Teresa Horta, Nuno Filipe soube tirar dessa relação familiar o melhor partido possível." Em "Canta, Amigo, Canta" de João Carlos Calixto.
Na certeza de voltarmos a este, infelizmente esquecido, cantor ficamos com a canção "A Feira" (letra de Maria Teresa Horta e música de Nuno Filipe) do 2º EP de Nuno Filipe, editado em 1968.
Nuno Filipe - A Feira
Nuno Filipe (1947-2002) é um caso singular no panorama musical português da segunda metade dos anos 60. Os discos podem-se incluir na área do Pop-Rock com influências psicadélicas pouco vulgares por cá, começa-se por estranhar e acaba-se a admirar o que poderia ter sido um caso sério na cena musical não tivesse ele deixado de gravar tão cedo.
Todos os discos foram feitos a partir da poesia de Maria Teresa Horta, de quem era cunhado, o que lhes confere uma riqueza superior. "Cunhado da escritora Maria Teresa Horta, Nuno Filipe soube tirar dessa relação familiar o melhor partido possível." Em "Canta, Amigo, Canta" de João Carlos Calixto.
Na certeza de voltarmos a este, infelizmente esquecido, cantor ficamos com a canção "A Feira" (letra de Maria Teresa Horta e música de Nuno Filipe) do 2º EP de Nuno Filipe, editado em 1968.
Nuno Filipe - A Feira
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Teresa Paula Brito - Ven Oir el Mar
Em maré de recordação da música feita em Portugal no ano de 1968 mais uma oportunidade para lembrar Teresa Paula Brito.
Teresa Paula Brito (1944-2003) foi uma cantora que abordou vários estilos musicais, a canção ligeira, o jazz e a música popular, sendo possuidora de uma bela e singular voz.
Depois das passagens já aqui feitas de "Chevrolet" no duo "The Strollers" em 1967 e "Verdes Anos" do EP "Canções para Fim de Noite" em 1968, recuperamos agora o 2º EP de 1968. Trata-se de um EP eclético de 4 faixas a saber:
- Those Were lhe Das
- Your Heart Is Free Just Live the Wind
- Ven Oir El Mar
- Para Não Dizer Que Não Falei de Flores
A versão de "Para Não Dizer Que Não Falei de Flores" do brasileiro Geraldo Vandré fica para outra ocasião, por agora oportunidade para ouvir "Ven Oir El Mar" de Eugénio Pepe e Francisco Nicholson acompanhamento do Conjunto de Shegundo Galarza.
Teresa Paula Brito - Ven Oir el Mar
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Daniel - Hino a Joan Baez
Antecipando o surto significativo de novas propostas musicais da nova canção portuguesa ocorrida no final da década de 60, começamos por recordar mais um músico português que, manifestando influências de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, teve a primeira gravação no ano de 1968.
Daniel, de nome, não teve a repercussão nem a importância musical que outros do mesmo género, alguns já aqui lembrados, tiveram num período tão rico da história da música popular. Na contracapa do primeiro EP editado em 1968, Daniel era apresentado como "criador do movimento da nova canção nacional, há qual já alguns jovens aderiram..." e musicalmente encontrávamos para além das já citadas influências baladeira e trovadoresca de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, alinhamento na música Folk oriunda dos Estados Unidos. A capa do EP e o tema título "Hino a Joan Baez" assim o mostrava.
As canções que compõem este EP são: "Hino a Joan Baez", "Vou Passar a Nulidade", "O Sol É Doido" e "Canção da Gente do Mar", todas de autoria de Daniel. A escolha vai para "Hino a Joan Baez".
Daniel - Hino a Joan Baez
Daniel, de nome, não teve a repercussão nem a importância musical que outros do mesmo género, alguns já aqui lembrados, tiveram num período tão rico da história da música popular. Na contracapa do primeiro EP editado em 1968, Daniel era apresentado como "criador do movimento da nova canção nacional, há qual já alguns jovens aderiram..." e musicalmente encontrávamos para além das já citadas influências baladeira e trovadoresca de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, alinhamento na música Folk oriunda dos Estados Unidos. A capa do EP e o tema título "Hino a Joan Baez" assim o mostrava.
As canções que compõem este EP são: "Hino a Joan Baez", "Vou Passar a Nulidade", "O Sol É Doido" e "Canção da Gente do Mar", todas de autoria de Daniel. A escolha vai para "Hino a Joan Baez".
Daniel - Hino a Joan Baez
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Manuel Freire Canta Manuel Freire
Manuel Freire vivia na minha terra Natal, Ovar.
Trabalhava na firma F. Ramada onde era colega do meu falecido pai. Foi pela amizade e identificação política que o meu pai adquiriu o primeiro EP de Manuel Freire editado em 1968 de nome "Manuel Freire Canta Manuel Freire".
O EP Tagus TG 112 é composto pelas seguintes 4 faixas:
1 - Dedicatória (Fernando Miguel Bernardes/Manuel Freire)
2 - Livre (Carlos de Oliveira/Manuel Freire)
3 - Eles (Manuel Freire)
4 - Pedro o Soldado (Manuel Alegre/Manuel Freire)
O acompanhamento à viola é de Fernando Alvim.
É sempre com saudades que retorno a este disco.
Trabalhava na firma F. Ramada onde era colega do meu falecido pai. Foi pela amizade e identificação política que o meu pai adquiriu o primeiro EP de Manuel Freire editado em 1968 de nome "Manuel Freire Canta Manuel Freire".
O EP Tagus TG 112 é composto pelas seguintes 4 faixas:
1 - Dedicatória (Fernando Miguel Bernardes/Manuel Freire)
2 - Livre (Carlos de Oliveira/Manuel Freire)
3 - Eles (Manuel Freire)
4 - Pedro o Soldado (Manuel Alegre/Manuel Freire)
O acompanhamento à viola é de Fernando Alvim.
É sempre com saudades que retorno a este disco.
Manuel Freire - Livre
A novidade do ano de 1968 na música popular portuguesa chamava-se Manuel Freire.
Manuel Freire vinha juntar-se aos cantores de protesto já com percurso reconhecido, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Luís Cília.
Manuel Freire inicia-se nas gravações, no ano de 1968, com a edição de 2 EP: "Manuel Freire Canta Manuel Freire" e "Trovas Trovas Trovas".
Este último seria apreendido pela PIDE pela canção, manifestamente antiguerra colonial, de sua autoria "O Sangue não dá Flôr" ("Poisa a espingarda, irmão/que o sangue não dá flor").
O primeiro EP é composto por quatro emblemáticas canções: "Dedicatória", "Livre", "Eles" e "Pedro o Soldado". Com letra de Carlos de Oliveira e música do próprio Manuel Freire "Livre" vai-se tornar mais um hino, então muito popular, na resistência ao fascismo.
"Não há machado que corte
a raíz ao pensamento
Não há morte para o vento
não há morte
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão
Nada apaga a luz que vive
Num amor num pensamento
Porque é livre como o vento
Porque é livre."
Manuel Freire - Livre
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX
Terceiro volume da importante obra "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX", vai da letra L à P, e é fundamental em consultas referentes à música realizada no nosso país no século passado.
Obra em boa hora lançada pelo Círculo de Leitores em 2010, é uma fonte permanente de novas descobertas, esclarecimentos e enquadramento histórico das mais diversas correntes musicais que ocorreram em Portugal no século XX.
Obra em boa hora lançada pelo Círculo de Leitores em 2010, é uma fonte permanente de novas descobertas, esclarecimentos e enquadramento histórico das mais diversas correntes musicais que ocorreram em Portugal no século XX.
Adriano Correia de Oliveira - Canção Terceira
Adriano Correia de Oliveira (1942-1982) foi uma das principais vozes da resistência ao fascismo. Foi um dos maiores intérpretes do fado de Coimbra, tendo sido um dos que mais cantou a poesia de Manuel Alegre. Fado de Coimbra que Adriano Correia de Oliveira vai ser, através das gravações efetuadas ao longo da década de 60, um dos seus principais transformadores.
"Desencantado com a tradição da serenata e da utilização da canção de Coimbra como expressão da bonomia da vida estudantil, sentiu a necessidade de interpretar textos relacionados com os problemas quer afetavam a sociedade portuguesa.", pode-se ler em "Enciclopédia da Música Em Portugal no Século XX".
É em Coimbra nos finais dos anos 50 que entra em contacto com o movimento estudantil antifascista aderindo aos ideais da democracia e do socialismo refletidas na aproximação ao PCP. Ideais esses que se vão refletir nas suas músicas até ao final da sua vida.
Dotado de um timbre de voz ímpar conviveu com músicos como José Afonso, Rui Pato, António Portugal e José Niza.
A fase mais produtiva é na de 1967 a 1971 onde nos deixou temas inesquecíveis como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração", "Pedro Soldado", "E Alegre se Fez Triste" e tantas outras, algumas das quais hinos de resistência ao regime.
É de 1968 (algumas fontes indicam 1967) "Canção Terceira" com letra de Manuel Alegre, música do Luís Cília. "Canção Terceira" é no original "Canção Final, Canção de Sempre" gravada por Luís Cília em França em 1964 no primeiro álbum "Portugal-Angola: Chants de Lutte". É uma bela canção pouco conhecida, quer no original, quer nesta versão de Adriano Correia de Oliveira que agora recordamos.
Adriano Correia de Oliveira - Canção Terceira
"Desencantado com a tradição da serenata e da utilização da canção de Coimbra como expressão da bonomia da vida estudantil, sentiu a necessidade de interpretar textos relacionados com os problemas quer afetavam a sociedade portuguesa.", pode-se ler em "Enciclopédia da Música Em Portugal no Século XX".
É em Coimbra nos finais dos anos 50 que entra em contacto com o movimento estudantil antifascista aderindo aos ideais da democracia e do socialismo refletidas na aproximação ao PCP. Ideais esses que se vão refletir nas suas músicas até ao final da sua vida.
Dotado de um timbre de voz ímpar conviveu com músicos como José Afonso, Rui Pato, António Portugal e José Niza.
A fase mais produtiva é na de 1967 a 1971 onde nos deixou temas inesquecíveis como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração", "Pedro Soldado", "E Alegre se Fez Triste" e tantas outras, algumas das quais hinos de resistência ao regime.
É de 1968 (algumas fontes indicam 1967) "Canção Terceira" com letra de Manuel Alegre, música do Luís Cília. "Canção Terceira" é no original "Canção Final, Canção de Sempre" gravada por Luís Cília em França em 1964 no primeiro álbum "Portugal-Angola: Chants de Lutte". É uma bela canção pouco conhecida, quer no original, quer nesta versão de Adriano Correia de Oliveira que agora recordamos.
Adriano Correia de Oliveira - Canção Terceira
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
José Afonso - Vejam Bem
Em Portugal, no ano de 1968 a produção discográfica era relativamente pobre e o que de melhor se fazia era de difícil acesso dada a pouca divulgação que se verificava no contexto político da época.
O destaque vai para as novas sonoridades que se desenhavam na música popular portuguesa e que vinham de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Nuno Filipe, Teresa Paula Brito, Quarteto 1111 e pouco mais.
Em 1968 José Afonso edita o 2º LP "Cantares do Andarilho", um álbum entre as baladas e a recuperação de temas populares, um disco com novas opções musicais que José Afonso iria consolidar na discografia posterior.
Na capa interior do LP um texto de Urbano Tavares Rodrigues que vale apena recordar:
"A noite das lágrimas e da raiva. A madrugada das carícias e do sorriso. O dia claro da festa coletiva. Tudo isso se encontra na poesia cantada de José Afonso. A luminosa gargalhada do povo, o seu suor de sangue nas horas de esforço ingrato e de absurda expiação. O lirismo primaveril e feminino das bailias que não morreram. E o orvalho da esperança. E os ecos de um grande coro de fraternidade sonhada e assumida. José Afonso, trovador, é o mais puro veio de água que torna o presente em futuro, que à tradição arranca a chamo do amanhã. No tumulto da contestação, na marcha de mãos dadas, com flores entre os lábios, é ele a figura de proa, o arauto, o aedo, o humilde, o múltiplo, o doce, o soberbo cantador da revolta e da bonança. Singelo José Afonso do Algarve doirado, dos barcos de vela panda, do Alentejo infinito sem redenção, dos Pinhais, da melancolia, dos amores sem medida, do sabor de ser irmão...
José Afonso é a primeira voz da massa que avança em lume de vaga, é a mais alta crista e a mais terna faúlha de luar na praia cólera da poesia, da balada nova."
"Vejam Bem" foi mais uma das canções de José Afonso a tornar-se um hino na resistência ao fascismo.
José Afonso - Vejam Bem
O destaque vai para as novas sonoridades que se desenhavam na música popular portuguesa e que vinham de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Nuno Filipe, Teresa Paula Brito, Quarteto 1111 e pouco mais.
Em 1968 José Afonso edita o 2º LP "Cantares do Andarilho", um álbum entre as baladas e a recuperação de temas populares, um disco com novas opções musicais que José Afonso iria consolidar na discografia posterior.
Na capa interior do LP um texto de Urbano Tavares Rodrigues que vale apena recordar:
"A noite das lágrimas e da raiva. A madrugada das carícias e do sorriso. O dia claro da festa coletiva. Tudo isso se encontra na poesia cantada de José Afonso. A luminosa gargalhada do povo, o seu suor de sangue nas horas de esforço ingrato e de absurda expiação. O lirismo primaveril e feminino das bailias que não morreram. E o orvalho da esperança. E os ecos de um grande coro de fraternidade sonhada e assumida. José Afonso, trovador, é o mais puro veio de água que torna o presente em futuro, que à tradição arranca a chamo do amanhã. No tumulto da contestação, na marcha de mãos dadas, com flores entre os lábios, é ele a figura de proa, o arauto, o aedo, o humilde, o múltiplo, o doce, o soberbo cantador da revolta e da bonança. Singelo José Afonso do Algarve doirado, dos barcos de vela panda, do Alentejo infinito sem redenção, dos Pinhais, da melancolia, dos amores sem medida, do sabor de ser irmão...
José Afonso é a primeira voz da massa que avança em lume de vaga, é a mais alta crista e a mais terna faúlha de luar na praia cólera da poesia, da balada nova."
"Vejam Bem" foi mais uma das canções de José Afonso a tornar-se um hino na resistência ao fascismo.
José Afonso - Vejam Bem
domingo, 8 de novembro de 2015
Tim Buckley - Song of the Magician
A revelação do ano de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Em 1967 a revelação do ano tinha ido para o grupo da West Coast Jefferson Airplane, no ano de 1968 a revelação continuava nos Estados Unidos, mas agora não para um grupo, mas para um cantor, Tim Buckley.
Tim Buckley (1947-1975) teve uma curta e impressionante carreira.
Entre 1966 e 1974 gravou 9 álbuns de originais, percorrendo diversos estilos, começando no Folk-Rock até abordagens mais vanguardistas de fusão com o Jazz e o Funk. Possuía uma voz fora do vulgar e uma capacidade de composição genuína, não era um músico fácil e nunca atingiu níveis significativos de popularidade, faleceu aos 28 anos de overdose de heroína.
Terá sido, provavelmente, no programa "Em Órbita" que tomei conhecimento da música bela e singular de Tim Buckley, que ouvi, e fiquei encantado, com "Once I Was" e "Phantasmagoria In Two".
Ao revelar Tim Buckley "Em Órbita" afirmava:
"Um jovem de 20 anos que já provou à sociedade o muito que há legitimamente a esperar das suas enormes potencialidades de criador nato.
Um talento prolífero que se diversifica em direções várias.
Poeta ao nível dos maiores, musicador inspirado, intérprete inteiramente original, TIM BUCKLEY é uma personalidade a destacar com toda a justiça."
Para recordar Tim Buckley vou ao primeiro álbum de 1966 onde na contracapa se podia ler:
"Tim Buckley an incredibly thin wire, just nineteen-years-old, is already a kind of quintessence of nouvelle, the sensitive apparent in the fineness of his features. The man is a study in fragile contrastes: yet everything is in key, precise.
His songs are exquisitely controlled: quiet, complex mosaics of powerful electric sound, they hold the magic of Japanese water colours. The voice - crisp, full of strength and character - can soar, yet remains tender and dedicated. This is Tim Buckley."
"Song of the Magician", Tim Buckley tinha 19 anos, tão inovador em 1966 como agora! Tim Buckley sempre uma revelação!
Tim Buckley - Song of the Magician
Em 1967 a revelação do ano tinha ido para o grupo da West Coast Jefferson Airplane, no ano de 1968 a revelação continuava nos Estados Unidos, mas agora não para um grupo, mas para um cantor, Tim Buckley.
Tim Buckley (1947-1975) teve uma curta e impressionante carreira.
Entre 1966 e 1974 gravou 9 álbuns de originais, percorrendo diversos estilos, começando no Folk-Rock até abordagens mais vanguardistas de fusão com o Jazz e o Funk. Possuía uma voz fora do vulgar e uma capacidade de composição genuína, não era um músico fácil e nunca atingiu níveis significativos de popularidade, faleceu aos 28 anos de overdose de heroína.
Terá sido, provavelmente, no programa "Em Órbita" que tomei conhecimento da música bela e singular de Tim Buckley, que ouvi, e fiquei encantado, com "Once I Was" e "Phantasmagoria In Two".
Ao revelar Tim Buckley "Em Órbita" afirmava:
"Um jovem de 20 anos que já provou à sociedade o muito que há legitimamente a esperar das suas enormes potencialidades de criador nato.
Um talento prolífero que se diversifica em direções várias.
Poeta ao nível dos maiores, musicador inspirado, intérprete inteiramente original, TIM BUCKLEY é uma personalidade a destacar com toda a justiça."
Para recordar Tim Buckley vou ao primeiro álbum de 1966 onde na contracapa se podia ler:
"Tim Buckley an incredibly thin wire, just nineteen-years-old, is already a kind of quintessence of nouvelle, the sensitive apparent in the fineness of his features. The man is a study in fragile contrastes: yet everything is in key, precise.
His songs are exquisitely controlled: quiet, complex mosaics of powerful electric sound, they hold the magic of Japanese water colours. The voice - crisp, full of strength and character - can soar, yet remains tender and dedicated. This is Tim Buckley."
"Song of the Magician", Tim Buckley tinha 19 anos, tão inovador em 1966 como agora! Tim Buckley sempre uma revelação!
Tim Buckley - Song of the Magician
sábado, 7 de novembro de 2015
The Moody Blues - In Search of the Lost Chord
Os 10 melhores álbuns de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
E chegamos ao nº1, o melhor disco de 1968 de acordo com o júri do programa de rádio "Em Órbita" que então passava no Rádio Clube Português.
E o primeiro ia para ... The Moody Blues com o álbum "In Search of the Lost Chord".
Depois do magnífico "The Days of Future Passed", The Moody Blues surpreendem com uma verdadeira obra-prima. Disco inultrapassável na discografia do grupo.
Para começar lembremos as palavras de Tony Clarke, produtor do grupo, escritas na capa (mais uma maravilha!) interior do LP.
Dizia ele:
"It's as dark as a tomb! shadows appear from nowhere, great long arms reach upward into the gloom, and sinister coiled shapes lurk in every corner - even the walls seem to hold their breath. High up near the ceiling a soft light casts an eerie glow on upturned faces and all around, strange sounding music.
Suddenly, a voice cries out "Great!!... come and have a listen!".
Yes, a recording studio can be a very strange place at 4-30 a.m., especially if it has been invaded by the Moody Blues.
The studio floor resembles a museum for musical instruments, since in this Album every single note, beat, or word is performed by the Moodies themselves. Their versatility never ceases to amaze me from Album to Album, in fact to me they will always be the smallest symphony orchestra in the world."
The Moody Blues - Departure/Ride my SeeSaw
E chegamos ao nº1, o melhor disco de 1968 de acordo com o júri do programa de rádio "Em Órbita" que então passava no Rádio Clube Português.
E o primeiro ia para ... The Moody Blues com o álbum "In Search of the Lost Chord".
Depois do magnífico "The Days of Future Passed", The Moody Blues surpreendem com uma verdadeira obra-prima. Disco inultrapassável na discografia do grupo.
Para começar lembremos as palavras de Tony Clarke, produtor do grupo, escritas na capa (mais uma maravilha!) interior do LP.
Dizia ele:
"It's as dark as a tomb! shadows appear from nowhere, great long arms reach upward into the gloom, and sinister coiled shapes lurk in every corner - even the walls seem to hold their breath. High up near the ceiling a soft light casts an eerie glow on upturned faces and all around, strange sounding music.
Suddenly, a voice cries out "Great!!... come and have a listen!".
Yes, a recording studio can be a very strange place at 4-30 a.m., especially if it has been invaded by the Moody Blues.
The studio floor resembles a museum for musical instruments, since in this Album every single note, beat, or word is performed by the Moodies themselves. Their versatility never ceases to amaze me from Album to Album, in fact to me they will always be the smallest symphony orchestra in the world."
Já o programa "Em Órbita" fazia a seguinte apreciação:
"O requinte máximo de uma encenação musical transposta para disco.
A afirmação categórica de um grupo que legou em 1968 uma experiência única em música popular.
"In Search of the Lost Chord", é um libelo contra o mau gosto, uma impugnação ao que é caduco, cabotino e fácil.
Um desafio de continuidade...
Um repto à imaginação criadora de cada um."
O início esta obra aqui fica como amostra de um disco de qualidade superior que se ouvirá sempre através dos tempos, creio, é "Departure/Ride My SeeSaw".
The Moody Blues - Departure/Ride my SeeSaw
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
The Beatles - The White Album
Os 10 melhores álbuns de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Em 1968, The Beatles encontravam-se entre os melhores.
Depois do êxito estrondoso que "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" obteve no ano anterior não era fácil para The Beatles a gravação do sucedâneo. A começar pelas tensões surgidas em estúdio pela presença problemática de Yoko Ono (o início do fim do grupo a verificar-se em 1970).
No entanto, as canções que compõem o novo disco, um duplo-álbum com a capa branca pelo que ficou conhecido como "The White Album", e que foram quase todas composta durante a meditação que o grupo fez na Índia, sobrevivem ainda hoje entre o melhor que The Beatles produziram.
Confesso que é ao disco dos The Beatles que retorno com maior satisfação.
"Um duplo álbum que enferma do defeito único de ser duplo.
Um trabalho que se fecha sobre si mesmo, reunindo o magnífico e o distante."
Para o programa de rádio "Em Órbita", "The White Album" era o 2º melhor álbum do ano.
Entre as muitas canções que se podiam escolher deste disco histórico, a opção vai para "While My Guitar Gently Weeps", a melhor canção composta por George Harrison.
The Beatles - While My Guitar Gently Weeps
Em 1968, The Beatles encontravam-se entre os melhores.
Depois do êxito estrondoso que "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" obteve no ano anterior não era fácil para The Beatles a gravação do sucedâneo. A começar pelas tensões surgidas em estúdio pela presença problemática de Yoko Ono (o início do fim do grupo a verificar-se em 1970).
No entanto, as canções que compõem o novo disco, um duplo-álbum com a capa branca pelo que ficou conhecido como "The White Album", e que foram quase todas composta durante a meditação que o grupo fez na Índia, sobrevivem ainda hoje entre o melhor que The Beatles produziram.
Confesso que é ao disco dos The Beatles que retorno com maior satisfação.
The Beatles - The White Album |
Um trabalho que se fecha sobre si mesmo, reunindo o magnífico e o distante."
Para o programa de rádio "Em Órbita", "The White Album" era o 2º melhor álbum do ano.
Entre as muitas canções que se podiam escolher deste disco histórico, a opção vai para "While My Guitar Gently Weeps", a melhor canção composta por George Harrison.
The Beatles - While My Guitar Gently Weeps
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Donovan - A Gift from a Flower to a Garden
Os 10 melhores álbuns de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Donovan foi um dos maiores criadores da música popular da segunda metade da década de 60 e início da de 70. A quando da edição de "A Gift from a Flower to a Garden", em 1968, a sua popularidade era já enorme dos dois lados do Atlântico.
Era mais uma obra-prima do ano de 1968. O programa "Em Órbita" considera-o o 3º melhor álbum do ano. "A Gift from a Flower to a Garden" tinha formato de um duplo-álbum, um disco eléctrico, do melhor Folk-Rock (também conhecido por "Wear Your Love Like Heaven") e um acústico com canções para crianças (também conhecido por "For Little Ones"), ou melhor, para todas as idades.
"Deve ser considerada como a obra máxima de Donovan.
Um duplo álbum que encerra todas as potencialidades de um criador insatisfeito, cujos objectivos de perfeição não conhecem limites."
Do álbum acústico ficamos com o belo tema que abre o disco "Song of the Naturalist's Wife".
Donovan - Song of the Naturalist's Wife
Donovan foi um dos maiores criadores da música popular da segunda metade da década de 60 e início da de 70. A quando da edição de "A Gift from a Flower to a Garden", em 1968, a sua popularidade era já enorme dos dois lados do Atlântico.
Era mais uma obra-prima do ano de 1968. O programa "Em Órbita" considera-o o 3º melhor álbum do ano. "A Gift from a Flower to a Garden" tinha formato de um duplo-álbum, um disco eléctrico, do melhor Folk-Rock (também conhecido por "Wear Your Love Like Heaven") e um acústico com canções para crianças (também conhecido por "For Little Ones"), ou melhor, para todas as idades.
"Deve ser considerada como a obra máxima de Donovan.
Um duplo álbum que encerra todas as potencialidades de um criador insatisfeito, cujos objectivos de perfeição não conhecem limites."
Do álbum acústico ficamos com o belo tema que abre o disco "Song of the Naturalist's Wife".
Donovan - Song of the Naturalist's Wife
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Simon and Garfunkel - Bookends
Os 10 melhores álbuns de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
Entre os melhores de 1968 não podia deixar de estar, com toda a justiça, Simon and Garfunkel.
Simon and Garfunkel ficaram para a história como um ícone da contracultura norte-americana da década de 60.
Antes de "Bridge Over Troubled Water", obra prima que poria fim às gravações de Simon and Garfunkel enquanto duo, o ano de 1968 vê surgir o álbum "Bookends". "Bookends" é um álbum irresistível e ao qual se deve voltar com regularidade. Particularmente, o conceptual lado A em torno das diversas fases da vida, de "Save the Life of My Child" a "Old Friends", passando por "America" uma das melhores canções escritas por Paul Simon.
Para o "Em Órbita" era o 4º melhor álbum do ano:
"Em 1968, esta foi uma afirmação solitária de um criador que se situa na elite da moderna geração de poetas norte-americanos: Paul Simon. A interpretação do resultado classificativo deste álbum deve tomar em conta a circunstância da obra ser constituída em cinquenta por cento na base de temas não inéditos.
A destacar: uma das mais maravilhosas organizações do ano que terminou. Um tema que vale por si só toda uma colectânea: America."
E agora uma viagem pela América, "All gone to look for America". A melhor canção de 1968.
Simon and Garfunkel - America
Entre os melhores de 1968 não podia deixar de estar, com toda a justiça, Simon and Garfunkel.
Simon and Garfunkel ficaram para a história como um ícone da contracultura norte-americana da década de 60.
Antes de "Bridge Over Troubled Water", obra prima que poria fim às gravações de Simon and Garfunkel enquanto duo, o ano de 1968 vê surgir o álbum "Bookends". "Bookends" é um álbum irresistível e ao qual se deve voltar com regularidade. Particularmente, o conceptual lado A em torno das diversas fases da vida, de "Save the Life of My Child" a "Old Friends", passando por "America" uma das melhores canções escritas por Paul Simon.
Para o "Em Órbita" era o 4º melhor álbum do ano:
"Em 1968, esta foi uma afirmação solitária de um criador que se situa na elite da moderna geração de poetas norte-americanos: Paul Simon. A interpretação do resultado classificativo deste álbum deve tomar em conta a circunstância da obra ser constituída em cinquenta por cento na base de temas não inéditos.
A destacar: uma das mais maravilhosas organizações do ano que terminou. Um tema que vale por si só toda uma colectânea: America."
E agora uma viagem pela América, "All gone to look for America". A melhor canção de 1968.
Simon and Garfunkel - America
terça-feira, 3 de novembro de 2015
The Doors - Waiting for the Sun
Os 10 melhores álbuns de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
E chegamos ao 5º melhor álbum de 1968 de acordo com o programa de rádio "Em Órbita".
Depois da edição dos 2 primeiros álbuns em 1967, The Doors gravam em 1968 "Waiting for the Sun" que nas listas do "Em Órbita" vai aparecer como o 5º melhor LP do ano.
"Waiting for the Sun", cuja canção título só apareceu em 1970 no álbum "Morrison Hotel", é o álbum de "Celebration of the Lizard", o tema "work in progress" que devia ter ocupado um lado do disco, mas que só vai aparecer no registo ao vivo "Absolutely Live" também de 1970. "Celebration of the Lizard", uma peça musical composta por 7 partes, não chegou a ter a concordância do grupo para a sua edição, aparecendo em "Waiting for the Sun" somente uma parte, "Not to Touch the Earth"; somente a letra aparece na totalidade na capa interior (finalmente em edição comemorativa dos 40 anos do grupo aparece "Celebration of the Lizard" numa versão de estúdio de 17:08 de duração).
"Um grupo musicalmente intolerante, que impõe um modo de pensar e de agir perante a vida de uma forma quase autocrática.
«Doors», fabricam música nas fronteiras do intolerável.
Uma sonoridade quase à beira do abismo."
Representativo deste LP a canção inicial "Hello, I Love You", também editada em Single e nº 1 nos Estados Unidos.
The Doors - Hello, I Love You
E chegamos ao 5º melhor álbum de 1968 de acordo com o programa de rádio "Em Órbita".
Depois da edição dos 2 primeiros álbuns em 1967, The Doors gravam em 1968 "Waiting for the Sun" que nas listas do "Em Órbita" vai aparecer como o 5º melhor LP do ano.
"Waiting for the Sun", cuja canção título só apareceu em 1970 no álbum "Morrison Hotel", é o álbum de "Celebration of the Lizard", o tema "work in progress" que devia ter ocupado um lado do disco, mas que só vai aparecer no registo ao vivo "Absolutely Live" também de 1970. "Celebration of the Lizard", uma peça musical composta por 7 partes, não chegou a ter a concordância do grupo para a sua edição, aparecendo em "Waiting for the Sun" somente uma parte, "Not to Touch the Earth"; somente a letra aparece na totalidade na capa interior (finalmente em edição comemorativa dos 40 anos do grupo aparece "Celebration of the Lizard" numa versão de estúdio de 17:08 de duração).
"Um grupo musicalmente intolerante, que impõe um modo de pensar e de agir perante a vida de uma forma quase autocrática.
«Doors», fabricam música nas fronteiras do intolerável.
Uma sonoridade quase à beira do abismo."
Representativo deste LP a canção inicial "Hello, I Love You", também editada em Single e nº 1 nos Estados Unidos.
The Doors - Hello, I Love You
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
The Moody Blues - Days of Future Passed
Os 10 melhores álbuns de 1968 segundo o programa de rádio "Em Órbita"
A edição no final do ano de 1967 do álbum "Days of Future Passed" dos britânicos The Moody Blues, levou, penso eu, a que o programa "Em Órbita" somente o considera-se na lista dos melhores no ano de 1968.
"Nights in White Satin" foi um tema que teve o reconhecimento do grande público e que levou à descoberta da música, diferente de tudo quanto à época se ouvia, produzida pelos The Moody Blues.
"Days of Futured Passed" foi um disco que marcou a minha juventude e que então ouvia na companhia do meu pai; "Days of Futured Passed" mostrava que a música moderna podia ser transversal a mais que uma geração e assim proporcionou que, juntamente com o meu pai, descobrisse o manancial enorme de boa música que a 2ª metade da década de 60 proporcionou.
Passagem regular no programa "Em Órbita" é por este classificado em 6º lugar nos melhores discos de 1968.
"Uma encenação grandiosa para um retorno à evidência por parte dos «Moody Blues».
Uma obra que pretende ser um musicalmente de grande fôlego, e que se propõe atingir objectivos que nem todos julgavam ao alcance do grupo.
«Days of Futured Passed», uma incursão da música popular no campo da música erudita."
O ideal será audição completa de "Days of Futured Passed", aqui ficamos com o tema inicial "The Day Begins".
"Cold Hearted orb that rules the night,
Removes the colours from our sight,.
Red is grey and yellow white,
But we decide which is right,
And which is an illusion?
Pinprick holes in a colourless sky,
Let insipid figures of light pass by,
The mighty light of ten thousand suns,
Challenges infinity and is soon gone.
Night time, to some a brief interlude,
To others the fear of solitude.
Brave Helios wake up your steeds,
Bring the warmth the countryside needs."
The Moody Blues - The Day Begins
A edição no final do ano de 1967 do álbum "Days of Future Passed" dos britânicos The Moody Blues, levou, penso eu, a que o programa "Em Órbita" somente o considera-se na lista dos melhores no ano de 1968.
"Nights in White Satin" foi um tema que teve o reconhecimento do grande público e que levou à descoberta da música, diferente de tudo quanto à época se ouvia, produzida pelos The Moody Blues.
"Days of Futured Passed" foi um disco que marcou a minha juventude e que então ouvia na companhia do meu pai; "Days of Futured Passed" mostrava que a música moderna podia ser transversal a mais que uma geração e assim proporcionou que, juntamente com o meu pai, descobrisse o manancial enorme de boa música que a 2ª metade da década de 60 proporcionou.
Passagem regular no programa "Em Órbita" é por este classificado em 6º lugar nos melhores discos de 1968.
"Uma encenação grandiosa para um retorno à evidência por parte dos «Moody Blues».
Uma obra que pretende ser um musicalmente de grande fôlego, e que se propõe atingir objectivos que nem todos julgavam ao alcance do grupo.
«Days of Futured Passed», uma incursão da música popular no campo da música erudita."
O ideal será audição completa de "Days of Futured Passed", aqui ficamos com o tema inicial "The Day Begins".
"Cold Hearted orb that rules the night,
Removes the colours from our sight,.
Red is grey and yellow white,
But we decide which is right,
And which is an illusion?
Pinprick holes in a colourless sky,
Let insipid figures of light pass by,
The mighty light of ten thousand suns,
Challenges infinity and is soon gone.
Night time, to some a brief interlude,
To others the fear of solitude.
Brave Helios wake up your steeds,
Bring the warmth the countryside needs."
The Moody Blues - The Day Begins
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