"Desde o final do século XIX, o canto coral é, sem dúvida, a forma mais reconhecida da música afro-americana. E com razão, uma vez que os bancos das igrejas sempre representaram uma espécie de escola primária do jazz: negros ou brancos, muito poucos músicos escaparam ao fascínio que continua a exercer essa "catarse", essa transição irresistível da palavra para o canto, do diálogo entre pregador e fiéis ao transe colectivo, da tristeza ao júbilo que é o ressurgimento mais evidente das origens africanas em terra americana." em "Os Grandes Criadores de Jazz"
Mahalia Jackson (1911-1972) foi o nome maior do Gospel. Muito nova torna-se admiradora de Bessie Smith, é autodidacta no canto e efectua as primeiras gravações na década de 30. Os anos 40 trouxeram-lhe o reconhecimento e o sucesso com canções como "Move On Up a Little Higher", "Let the Power of the Holy Ghost Fall on Me" ou a sua surpreendente interpretação de "Silent Night".
Mahalia Jackson cantando no novo templo que mandou construir (1961) - Os Grandes Criadores de Jazz |
A aproximação ao Jazz vai-lhe valer a crítica dos mais puristas do Gospel, actua no Festival de Jazz de Newport pela primeira vez em 1957. Foi desde os anos 50 activista nos movimentos anti-racistas e em 1963 canta na manifestação pelos direitos na famosa Marcha em Washington pelo Trabalho e Liberdade onde Martin Luther King fez o célebre discurso "I Have a Dream".
Nesta recordação de Mahalia Jackson a canção "Amazing Grace" de 1947.
Mahalia Jackson - Amazing Grace
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