O Mundo da Música Pop
Ainda a propósito do prefácio de Joaquim Fernandes ao livro “O Mundo da Música Pop” de Rolf-Ulrich Kaiser com edição em 1973:
“ O salto dos conjuntos para as individualidades*, (antes só que mal acompanhados) não se processou sem que, no panorama musical falho de inventiva, despontasse um raio de esperança: o conjunto 1111. O agrupamento de José Cid entrou de «pé em riste» no mercado discófilo nacional e nos cérebros dos auditores, dominados pelos Calvários & Madalenas. «D. Sebastião» apareceu como «salvador descoberto» em manhã de sol radiante. É esse o caminho – teria gritado muita gente bem intencionada. De facto, as intenções do 1111 pareciam ser, se não a salvação nacional, pelo menos uma panaceia de efeitos confortáveis para os ouvidos. Passada a euforia, José Cid iniciou o caminho do retrocesso, deixando a solução da Provence (chamado de novo em auxílio dos menestréis lusitanos) e apadrinhando sonhos «reformistas» com alguns «balões de oxigénio» considerados essenciais à sobrevivência do culto do fácil e do rentável (José Cheta p. e.).”
(* referia-se a José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Fausto, Francisco Fanhais, Barata Moura, Sérgio Godinho, José Mário Branco)
Do “raio de esperança” que foi o Quarteto 1111 já aqui dei nota por diversas vezes: “A lenda de el-rei D. Sebastião”, “Trovas do vento que passa”, “Nas Terras Do Fim Do Mundo”, do “caminho do retrocesso” ainda hei-de dar. Finalmente os «balões de oxigénio», José Cheta foi um deles.
Em 1970 José Cheta grava o seu primeiro EP com o acompanhamento notório do Quarteto 1111 e dele se destacou “Para lá daqueles montes” uma musiquinha pop, com alguma divulgação, que podemos recordar no vídeo.
“Para lá daqueles montes” foi mesmo assim o melhor que José Cheta cantou. A colaboração de José Cid com José Cheta manteve-se sempre em decrescendo de que é testemunho a muito conhecida e popularucha “Amanhã, amanhã” ou o “culto do fácil e do rentável”.
Apetece dizer, não vale cheta.
José Cheta - Amanhã, amanhã
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