sexta-feira, 31 de julho de 2020

Lee Marvin - Wand'rin' Star

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

Em 1970 uma estranha canção atingiu os Top de vendas e passava com regularidade em alguns programas da nossa rádio. Estranha pois tratava-se de um tema de um filme Western, não se identificava com o Pop-Rock dominante e era interpretava por uma voz que via-se não tinha sido feita para cantar. A voz era a do actor Lee Marvin (1924-1987) e a canção, que já tive oportunidade de recordar já lá vão alguns anos, era "Wand'rin' Star", o filme era "Os Maridos de Elizabeth".

O certo é que no conjunto era, para mim ainda é, agora acrescida de uma boa dose de nostalgia, uma canção irresistível.





Publicada no nº 11 da revista "mundo da canção" em Outubro de 1970, a letra de "Wand'rin' Star" que a ela volto novamente, cantarolemos!



Lee Marvin - Wand'rin' Star

quinta-feira, 30 de julho de 2020

The Moody Blues - Nights In White Satin

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Uma das canções mais bonitas dos anos 60 foi-nos deixada pelos The Moody Blues no álbum conceptual "Days of Future Passed" (1967), trata-se da incontornável "Nights In White Satin", bastante divulgada à época e que promoveram o grupo para a ribalta da melhor música Pop então praticada. Num desafio da editora Decca de adaptarem a sinfonia "New World" de Antonín Dvořák (1841-1904), The Moody Blues responderam com um conjunto de canções, para grupo e orquestra, sobre o ciclo de vida de um dia que muitos consideram o início do Rock Progressivo.

Um disco que muito cedo tomei conhecimento e que tem-me acompanhado desde que o adquiri vai para 50 anos! Um disco transversal a gerações, com ele o meu pai começou a apreciar a nova música Pop     que então explodia, gosto que se prolongou para a minha filha mais velha.

"Nights In White Satin" foi escrita por Justin Hayward recém chegado ao grupo em substituição de Denny Laine (futuro membro dos Wings de Paul McCartney)  e que contribuiria para a nova sonoridade do grupo, até então próxima do Rythm'n'Blues.





A letra vinha publicada, em Outubro de 1970, no nº 11 da revista "mundo da canção", encontrava-se nos "Êxitos de Ontem".
A versão original completa já se encontra neste blogue pelo que desta vez fui buscar uma outra versão, desta vez ao vivo em Red Rocks com a Orquestra Sinfónica do Colorado a 9 de Setembro de 1992, já The Moody Blues viviam de recordações, felizmente boas recordações.



The Moody Blues - Nights In White Satin

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Aretha Franklin - Spirit In the Dark

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Pese o crescimento que se assistia da música Pop-Rock em geral e das suas variantes Hard-Rock e Rock Progressivo que, em 1970, atraiam camadas cada vez maiores da juventude, o Soul e o Rythm'n'Blues de origem negra norte-americana continuavam, através de alguns dos seus melhores intérpretes, a marcar presença bem significativa e a rivalizar nos Top internacionais. Aretha Franklin era uma delas.

Aretha Franklin (1942-2018), a rainha do Soul como justamente ficou conhecida tinha tido na década de 60 anos fulgurantes que a catapultaram para a cena internacional e a tornaram uma figura querida e transversal por largas camadas de entusiastas da música popular.
"... a voz mais bela dos nossos tempos faz de todas as canções um hino." escrevia-se em "Os Grandes Criadores do Jazz" de Gérald Arnaud e Jacques Chesnel, edição original de 1989 e tradução portuguesa e respectiva publicação em 1991.






Em 1970 Aretha Franklin publicou 2 LP, primeiro "This Girl's in Love with You" numa aproximação ao Pop e depois "Spirit In the Dark" mais fiel ao Soul e ao Blues, francamente melhor.

A letra de "Spirit In the Dark", a canção título, vinha publicada no nº 11 da revista "mundo da canção" estávamos então no mês de Outubro de 1970.



Aretha Franklin - Spirit In the Dark

terça-feira, 28 de julho de 2020

Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

Tinha 14 anos quando o álbum "Déjà Vu" dos Crosby, Sttills, Nash & Young foi publicado e lembro-me como ficava boquiaberto quando ouvia alguma das faixas que passavam em alguns programas da nossa rádio. A sensação ao ouvi-lo era de estupefacção, eram, para mim, sonoridades completamente novas, era como que com o surgimento daquele disco estivesse a assistir a algo de novo, único até mesmo revolucionário. Vozes únicas em uníssono ou a solo, temas acústicos simples ou eléctricos sofisticados, uma panóplia de novos sons a descobrir.
O que sentia era contrastante com o parecer de Fernando Cordeiro que assinava um texto, intitulado "Déjà Vu ou uma música que se vai dessacralizando", no nº 11 da revista "mundo da canção".





O disco já não me provoca as mesmas sensações que em 1970, no entanto, continuo, tal como quando o li pela primeira vez, a não me rever no artigo que serve hoje de pretexto para voltar a um dos melhores discos que aquele ano nos deixou.

"Déjà Vu" a canção que abria o lado B do LP com o mesmo nome parecia ser o que merecia melhor apreço no texto em questão, afirmava-se:
"«Déjà Vu» - dos melhores temas do LP. Trabalho vocal tecnicamente engenhoso. Onde o bateria Dallas Taylor, abre a válvula da sua imaginação. Um tema de Crosby a lembrar do Jazz a Donovan."

"Déjà Vu", uma menos conhecida composição, um ponto de encontro com o melhor do álbum, que hoje se recorda.



Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Simon and Garfunkel - Fakin' It

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Em 1970 o duo Simon and Garfunkel gozava de uma uma notoriedade enorme e merecida, em poucos anos Paul Simon e Art Garfunkel tinham construído uma obra ímpar bem justificativa da popularidade granjeada.
Nem sempre é assim, muitas vezes a qualidade da obra fica restrita a níveis da população mais interessada e estudiosa dessa obra ou então o reconhecimento vem, quando vem, anos mais tarde, por vezes depois da morte. Simon and Garfunkel tiveram sucesso e mereceram-no inteiramente, para a história ficaram 5 álbuns, editados entre 1964 e 1970, de qualidade superior. Em 1970 terminavam com o consagrado LP "Bridge Over Troubled Water", obra de referência da melhor música popular, um disco de síntese da década que tinha terminado.




Estou a recordar a revista "mundo da canção" que foi uma das referências musicais da minha adolescência, em Outubro de 1970 no seu nº 11 publica mais uma letra da dupla Simon and Garfunkel, desta vez era "Fakin' It", editada em Single em 1967 e pertencia ao LP "Bookends" (1968).
Recordamo-la novamente.



Simon and Garfunkel - Fakin' It

domingo, 26 de julho de 2020

Judy Dyble, Emitt Rhodes, Peter Green


Em apenas 15 dias desapareceram 3 músicos que de forma diferente apreciava.

Primeiro foi Judy Dyble (1949-2020) a 12 de Julho depois dela nos ter anunciado no ano passado que sofria de cancro nos pulmões. Já o testemunhei em "Judy Dyble (13 de Fevereiro 1949 - 12 de Julho de 2020)".

Depois foi Emitt Rhodes (1950-2020) a 19 de Julho. Músico menos conhecido mas de boa memória de "The Merry-Go-Round" (1967) e "The American Dream" (1970). Curiosamente uma canção o liga a Judy Dyble: "Time Will Shown The Wiser". Dessa ligação já a recordei em "Grandes Versões".

Finalmente, ontem (25 de Julho) foi anunciada a morte de Peter Green que eu tanto apreciava no seu estilo Blues-Rock.
Longe vão os tempos quando em 1966 foi substituir Eric Clapton nos Bluesbreakers de John Mayall. Daí ao sucesso foi um passo que teve a melhor expressão nos três primeiros LP dos Fleetwood Mac: "Fleetwood Mac" (1968), "Mr. Wonderful" (1968) e "Then Play On" (1969). Esquizofrenia e drogas comprometeram uma carreira que se prolongou erraticamente a solo e na formação Peter Green Splinter Group.
Já o recordei em algumas belas canções que ficaram para sempre no património da melhor música popular dos anos 60 e 70. Lembre-se "Albatross", "Man of the World", "Oh Well", "The Green Manalishi" ou "Black Magic Woman" que poucos a ele associam face ao sucesso que teve a versão dos Santana.





É aos famosos concertos de Boston de 5, 6 e 7 de Fevereiro de 1970, disponíveis em 3 CD, que vou buscar "Black Magic Woman", eram os Fleetwood Mac de Peter Green.



Fleetwood Mac - Black Magic Woman

Jimmy Cliff - Wild World

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Um dos meus primeiros contactos com a música Reggae foi através do músico jamaicano Jimmy Cliff. Na realidade não seria bem Reggae mas tinha alguns traços, tratava-se da versão que Jimmy Cliff efectuou em 1970 da canção "Wild World" de Cat Stevens. E se bem me lembro, espero que a memória não me atraiçoe, conheci primeiro a versão de Jimmy Cliff e só posteriormente o original. Bem pelo menos confirmo que "Wild World" conheceu primeiro os Top de vendas na versão de Jimmy Cliff.





Continuo, passados estes anos todos, a preferir a interpretação de Jimmy Cliff ao original, vá-se lá saber porquê.

Em Outubro de 1970 a revista "mundo da canção" incluia a letra de "Wild World" na sua edição nº 11, referindo  letra e música de Cat Stevens e a interpretação de Jimmy Cliff o que reforça a minha ideia que a versão foi, pelo menos por cá, difundida primeiro que o original.



Jimmy Cliff - Wild World

sábado, 25 de julho de 2020

Barry Gibb - I'll Kiss Your Memory

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Robin Gibb (1949-2012), Barry Gibb (1946-) e Maurice Gibb (1949-2003) foram os três irmãos que constituíram o celebérrimo trio Bee Gees (pronúncia das iniciais de Brothers Gibb), uma carreira repleta de sucessos que atravessou 6 décadas.

Tiveram as suas desavenças e nos finais de 1969 iniciaram experiências a solo de curta duração, em meados de 1970 estavam novamente juntos. Nos entretanto Robin editou um álbum, Maurice e Barry um Single cada um. 

Barry Gibb começou a gravar um LP que não chegou a ser editado, sendo publicado somente o Single "I'll Kiss Your Memory", uma bonita canção que não teve grande êxito.





Não passou despercebida à revista "mundo da canção" que publicou a letra da canção no seu nº 11 de Outubro de 1970. Matemos saudades das melodias dos Bee Gees com esta "I'll Kiss Your Memory".




Barry Gibb - I'll Kiss Your Memory

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Neil Diamond - Soolaimón

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Como já anteriormente tinha dito, são inúmeras as canções que Neil Diamond popularizou no início dos anos 70. Já recordei algumas, hoje vai mais uma, "Soolaimón" de título.

De acordo com a wikipédia só no ano de 1970 Neil Diamond publicou: um álbum de originais, "Tap Root Manuscript", um álbum ao vivo, "Gold: Recorded Live at the Troubadour", um álbum compilação "Shilo" e oito Singles entre os quais se encontrava "Soolaimón".

Recordo-me como se fosse hoje da passagem das canções de Neil Diamond na rádio daquele tempo e de ficar com uma sensação mista, por um lado considerar que as canções eram regra geral de assimilação fácil que rapidamente ficavam no ouvido o que não me atraía, por outro não resistir à sua voz e respectivas interpretações. "Soolaimón" é um desses exemplos.




"Soolaimón", a letra vinha publicada no nº 11 da revista "mundo da canção", estávamos em Outubro de 1970. "Soolai, Soolai, Soolaimón..."



Neil Diamond - Soolaimón

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Aguaviva - Cantaré

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Em zafara.com pode-se ler a propósito do grupo espanhol Aguaviva:
" A finales de los 60, el famoso Manolo Díaz, que a la sazón ya había superado su etapa de cantautor para integrarse en la alta dirección de compañías discográficas, fue el instigador musical del asunto, compositor y orientador de todos los temas de los comienzos, aunque nunca subió a un escenario como parte del grupo. José Antonio Muñoz, hombre de letras, poesía y teatro, era a su vez el alma espiritual del fondo intelectual del proyecto, que era básicamente eso : musicar e interpretar en teatro a los poetas malditos y las creaciones propias de contenido crítico político y social en la misma línea."





Os Aguaviva foram um excelente grupo de Folk-Rock espanhol formado nos finais dos anos 60 e com um enorme êxito internacional durante a década de 70. Segundo artigo da revista "mundo da canção" no seu nº 11 de Outubro de 1970, actuaram naquele ano no Teatro Villaret em Lisboa. O artigo relata conversa tida com o ideólogo do grupo Manolo Diaz e com o seu protagonista principal José António Muñoz.





Lembro-me bem de alguns discos deles como por exemplo "La Casa De San Jamás", "Apocalipsis", "Poetas Andaluces De Ahora" ou ainda "No Hay Derecho". Em 1970 ouvia-se "Poetas Andaluces" e este "Cantaré" que hoje fica para audição, música e letra de Manolo Diaz.



Aguaviva - Cantaré

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Paco Ibáñez - La Poesia Es Un Arma Cargada De Futuro

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Continuo com o nº 11 da revista de divulgação musical "mundo da canção" publicado em Outubro de 1970.
Depois da passagem pela música portuguesa e há falta de referências à música brasileira passo para a vizinha Espanha. A primeira nota vai para o nosso conhecido Paco Ibáñez que via assim publicada a letra de mais uma canção sua, era "La Poesia Es Un Arma Cargada De Futuro".



 
Com letra do poeta Gabriel Celaya (1911-1991) música e voz de Paco Ibáñez "La Poesia Es Un Arma Cargada De Futuro" fazia parte do álbum " Paco Ibáñez 2", também conhecido como "La Poésie Espanhole de Nos Jours et de Toujours" ou, ainda mais tarde, "La Poesia Española De Ahora Y De Siempre". O original data do ano de 1967, eis então mais uma bela canção de Paco Ibáñez, "La Poesia Es Un Arma Cargada De Futuro".




Paco Ibáñez - La Poesia Es Un Arma Cargada De Futuro

terça-feira, 21 de julho de 2020

Paulo de Carvalho - Waiting For the Bus

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

Se há figura portuguesa que este nº 11 da revista "mundo da canção" destaque ela era a de Paulo de Carvalho.

Não só a publicidade ao seu último Single editado,




como  um texto onde se citavam as afirmações entusiásticas do autor das duas canções do espanhol Manolo Diaz, onde ele dizia: "Eu penso que Paulo de Carvalho é um dos melhores cantores europeus. No seu estilo talvez não encontremos outro na Europa Continental."




E claro trazia as letras das duas canções respectivamente "Waiting For the Bus" e "Walk On the Grass", era tentativa de internacionalização de Paulo de Carvalho.





Finalmente a ficha mc nº 10 era a ele dedicada e nela se fazia uma breve resenha da sua, já na altura, significativa carreira.





Volto assim novamente à bem agradável "Waiting For the Bus".




Paulo de Carvalho - Waiting For the Bus

segunda-feira, 20 de julho de 2020

António Macedo - Antes de Ti

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Quatro canções, editadas em EP, davam a conhecer em 1970 um novo cantor na música popular portuguesa, António Macedo. Mais um a juntar-se a um conjunto de propostas que nos últimos anos tinham surgido e que vinham renovar, ou mesmo revolucionar, a canção de expressão popular.

À pergunta "- Com quem emparceiraria?", António Macedo respondeu "- Em certos aspectos com o Freire, noutros com a Filarmónica Fraude." Podia-se ler na entrevista que a revista "mundo da canção" lhe fez e que constava no nº 11 da revista publicada em Outubro de 1970. E sim tinha razão da Filarmónica Fraude tinha o sarcasmo das letras, do Manuel Freire o estilo da balada então tão em voga.




O disco novo que o título sugere deveria ser o "Casamento da Menina Manuela" que o texto refere mas que tanto julgo saber só viu a luz do dia em 1972. Naquela data existia somente o 1º registo acima referido. É dele a canção "Antes de Ti" com letra e música do próprio.



António Macedo - Antes de Ti

domingo, 19 de julho de 2020

José Afonso - Era de Noite e Levaram

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

Presença quase obrigatória na revista "mundo da canção" era a de José Afonso (de alguma forma aparece nos primeiros 11 números).
Desta vez o propósito era a publicação da letra da canção "Era de Noite e Levaram" que constava no LP "Contos Velhos Rumos Novos" do ano de 1969.




"Era de Noite e Levaram" para não esquecer ou fazer os mais novos interrogarem sobre um período negro da nossa história onde as pessoas eram presas pela cada da noite. Numa altura em que o fascismo, seja sob que vestes for, surge um pouco por todo o lado recordemos José Afonso lutador incansável e cantor exemplar como demonstra esta canção que volto a lembrar.



José Afonso - Era de Noite e Levaram

sábado, 18 de julho de 2020

Quarteto 1111 - É Tempo de Pensar em Termos De Futuro

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

Em 1970 o Quarteto 1111 era o melhor conjunto Pop-Rock português no activo. Eram sem dúvida os mais criativos e os que juntavam temáticas bem nacionais ao som Rock moderno internacionalmente dominante (infelizmente a Filarmónica Fraude que navegava nas mesmas águas tiveram duração muito curta e já tinham terminado).
O Quarteto 1111 vinha já de 1967 e tinha provas mais que dadas com num conjunto de composições verdadeiramente ímpares para a época, ouça-se "A Lenda De El-Rei D. Sebastião" (1967), "Balada Para D. Inês", "Partindo-se", "Dona Vitória", "Meu Irmão" (todas de 1968) e também "Nas Terras Do Fim Do Mundo" (1969). Mas é no ano de 1970 que o melhor do Quarteto 1111 se superou ao realizar o LP homónimo, um trabalho de fôlego que lhes valeu a censura do regime ao abordar os temas da guerra colonial e da emigração.

Não bastasse o LP editado, o ano de 1970 ainda vê a publicação de um novo Single com as canções "Todo o Mundo e Ninguém" e "É Tempo de Pensar em Termos de Futuro", temas escritos por José Cid e TóZé Brito, este último oriundo dos portuenses Pop Five Music Incorporated em substituição de Mário Rui Terra (baixo) entretanto mobilizado para a guerra no Ultramar. 






As letras das duas canções vinham publicadas em Outubro de 1970 no nº 11 da revista "mundo da canção", ficando para audição o lado B do disco, ou seja, "É Tempo de Pensar em Termos De Futuro". Era ainda o prolongar do melhor que o Quarteto 1111 tinha feito.



Quarteto 1111 - É Tempo de Pensar em Termos De Futuro

sexta-feira, 17 de julho de 2020

José Cheta - Para Lá Daqueles Montes

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

José Cheta foi um cantor cuja actividade artística se centrou na década de 70, para os poucos anos em que gravou foi vasta a produção de Singles e EP que deixou.
Nunca foi do meu particular agrado e também não marcou significativamente a nossa música popular daquela época. A única canção que conseguiu atrair a minha atenção, então um jovem adolescente em busca de novidades, foi precisamente o disco de estreia que contava com a canção que proponho para hoje, "Para Lá Daqueles Montes".

Gravado com a colaboração de José Cid e do Quarteto 1111 na contracapa do EP lia-se:
"Ainda que breve, impõe-se a apresentação de uma nova aparição no nosso meio musical.
E, assim apresentamos José Cheta que além de cantar compõe algumas das suas canções, acompanhando-se à viola.
Este é o seu primeiro disco em que é acompanhado pelo Quarteto 1111.
O seu nome completo é José Cheta da Silva, e nasceu em Odemira em 23 de Janeiro de 1945.
Depois desta breve apresentação, apenas desejamos que José Cheta vá ser do agrado do público."





"Para Lá Daqueles Montes" é uma canção de autoria de José Cid, cuja letra vinha publicada no nº 11 da revista "mundo da canção" em Outubro de 1970. Ei-la.



José Cheta - Para Lá Daqueles Montes

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Chinchilas - D. João

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970

Os Chinchilas foram um grupo Pop-Rock que existiu entre 1964 e 1971 e teve como figura principal o guitarrista Filipe Mendes (1947-2018), o único a manter-se nas várias formações que o grupo teve.
São dele as seguintes palavras retiradas do livro "Biografia do Ié-Ié" de Luís Pinheiro de Almeida:
"Como gostávamos dos Animals, que foi uma das nossas influências, e como estavam na moda os casacos e as criações de chinchilas, e as miúdas achavam os bichinhos muito giros, ficámos Chinchilas.
Começámos nos bailes de finalistas, alongando as músicas, a improvisar e a alongar as partes instrumentais e a entrar no psicadelismo, desde o som distorcido da guitarra às roupas bizarras, passando pela decoração dos instrumentos com motivos psicadélicos."

Gravaram um EP e três Singles, sendo o último editado em 1970 com uma formação reformulada. Continha as canções "Barbarela" e "D. João".






"Aplausos pela Esquerda", era uma rubrica que existiu na revista "mundo da canção" em contraponto a uma outra denominada "Tiros pela "Direita" (subtilezas de conotação política, penso eu) e que no nº 11 de Outubro de 1970 continha uma referência aos Chinchilas e ao novo disco.
Dizia-se que os Chinchilas "...são um dos melhores conjuntos de música pop no nosso país" que "Barbarela" "...é um tema bem construído e melhor desenvolvido..." e já em relação a "D. João" "...achamo-la mais fraca."

Hoje é a vez de "D. João".




Chinchilas - D. João

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Teresa Paula Brito - Balada do Sino

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


"Teresa Paula Brito é uma mulher inteligente, culta, sensível. No meio pobre, medíocre, do nosso meio musical, a sua voz cresce como um corpo diferente... um grito de autenticidade...", assim começava o artigo, intitulado "Encontro com Teresa Paula Brito", assinado pela Maria Teresa Horta que foi publicado no nº 11 da revista "mundo da canção" que comecei anteontem a recordar e que nos irá fazer companhia mos próximos dias.

Primeiro Nuno Filipe, depois Teresa Paula Brito entrevistada pela Maria Teresa Horta, os três estariam juntos no EP "Minha Senhora de Mim" que seria editado no ano de 1971. Projecto provavelmente já a decorrer aquando desta entrevista pois face à pergunta "No teu próximo disco, quem é que irás cantar?"   Teresa Paula Brito "sorri, divertida"  e  incluía a entrevistadora na resposta.





No ano de 1970, depois da colaboração no álbum "Contos Velhos, Rumos Novos" (1969) de José Afonso, gravou um EP com quatro canções daquele cantor, uma delas era "Balada do Sino" que hoje se recorda.



Teresa Paula Brito - Balada do Sino

terça-feira, 14 de julho de 2020

Nuno Filipe - As Barcas

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Como tem sido costume começo pelo nacional, textos e letras referentes à produção musical portuguesa que vinham publicados no nº 11 da revista de divulgação musical "mundo da canção" de Outubro de 1970.

Logo na página 4 vinha um texto assinado por Tito Lívio referente ao então novo disco de Nuno Filipe.

Nuno Filipe, recorde-se, foi um nome importante mas pouco conhecido cuja actividade musical se centrou no período de 1967 a 1971, tendo gravado em nome próprio 3 EP e 1 Single, acrescente-se ainda o EP "Minha Senhora de Mim" para o qual Teresa Paula Brito deu a voz. A qualidade das letras estava assegurada pela sua cunhada a poetisa Maria Teresa Horta e a composição musical afastava-se da convencional música ligeira ou do movimento baladeiro tão popular na época, para explorar um Pop-Rock psicadélico pouco convencional.
No dizer de Tito Lívio: "Nuno Filipe, dentro da via de uma canção internacionalista e urbana (nas suas coordenadas melódicas, musicais e instrumentais). Embora envolvendo temáticas enraízadas. Como os poemas de Maria Teresa Horta - uma das mais válidas vozes da poesia de hoje."







 O disco em apreço continha as canções "Queixume" e "Cantiga à Mulher" que infelizmente não consegui obter, deixo aqui o pedido para quem tenha e queira disponibilizá-las terei muito gosto em divulgá-las neste meu blogue, assim sendo socorro-me de momento ao EP do ano anterior com a canção "As Barcas".



Nuno Filipe - As Barcas

segunda-feira, 13 de julho de 2020

José Feliciano - Rain

mundo da canção nº 11 de Outubro de 1970


Retorno à revista "mundo da canção" para recuperar mais um número, o nº 11 de Outubro de 1970.
A capa vai para uma fotografia de José Feliciano, que não tem qualquer desenvolvimento no interior a não ser a publicação de uma letra de uma canção, "Rain" era o nome.





O editorial era um "Oxalá que neste Outono...", uma lista de desejos do que se desejava que acontecesse e não acontecesse.




De artigos diversos e publicação de letras de canções genericamente conhecidas quer nacionais quer estrangeiras, assim se fazia mais este nº com que vou fazer os próximos Regresso ao Passado. 
 





Para hoje e para fazer jus à capa a música "Rain" que pertencia ao álbum "10 to 23" do ano de 1969. Uma das mais bonitas que José Feliciano compôs e interpretou.



José Feliciano - Rain

domingo, 12 de julho de 2020

Judy Dyble (13 de Fevereiro 1949 - 12 de Julho de 2020)

Faleceu Judy Dyble
Tomei conhecimento da morte da Judy Dyble, cantora que tardiamente aprendi a apreciar embora já a conhecesse do remoto primeiro LP dos Fairport Convention de 1968.





Conheci-a pessoalmente em 2017, em Cropredy, onde ela actuou com o seu grupo, The Band of Perfect Strangers, e também no concerto final dos Fairport Convention. Estive com ela alguns momentos, tirar umas fotos e assinar-me alguns CD. Transbordava simpatia e não manifestava pressas.







A descoberta da sua música é uma necessidade para quem aprecie o Folk-Rock britânico mas também as suas incursões mais progressivas nomeadamente com os fundadores dos King Crimson.

Recordo-a em "Talking With Stangers", a canção do excelente álbum homónimo de 2009.

Talking with strangers, you open your heart
Talking with strangers, you'll stay apart
Tell them your story, they'll feel your pain
Wrapped in your own world hidden again...





Judy Dyble - Talking With Strangers

Sandy Denny - Quiet Joys Of Brotherhood

Este lote de recordações de 1972 termina da melhor maneira possível, termina com Sandy Denny.

Por 2 anos consecutivos, 1970 e 1971, os leitores do jornal Melody Maker votaram Sandy Denny como “a melhor voz feminina”. A sua crescente actividade, o primeiro disco a solo, o dueto com Robert Plant em “The Battle of Evermore “ no álbum “Led Zeppelin IV”, a colaboração na gravação da versão orquestral da Ópera-Rock “Tommy” dos The Who, a participação na banda sonora do filme “Pass of Arms” (que passou despercebido) e ainda nos LP a solo de Ian Matthews (ex-Fairport Convention) e de Richard Thompson (ex-Fairport Convention também) não fizeram aumentar a sua popularidade e os seus discos nunca foram êxitos comerciais.
A própria Sandy Denny dava conta de não atingir largas camadas de público ao afirmar em 1972 em entrevista à BBC:
“I just want to communicate to more people. I communicate to a lot of people but it's not enough yet, you know. And it's not purely from a mercenary point of view. I mean, I just want to, that is my ambition. I want to be happy. I want to be happy in my work. On one day I might reach something a little bit closer to the way I want to evolve (?), you know. But it's all happening in a very slow way and if we've got time left in this world, you know, perhaps I'll get there one day.”

 O ano de 1972 começaria com a gravação de “Rock On” por um conjunto de 11 músicos da "família" Fairport Convention a que deram o nome The Bunch e onde se divertiram a recriar clássicos do Rock’n’roll (Elvis Presley, Buddy Holly, Everly Brothers).


Edição espanhola de 1972 com as ref: 86 384.I, 86.384-I



Na primavera de 1972 grava o segundo álbum a solo de nome “Sandy” com produção de Trevor Lucas (também ex-Fotheringay e seu futuro marido). É mais um excelente, pouco conhecido, registo de Sandy Denny e é também o começo do afastamento das suas raízes Folk. Há ainda um tema de Bob Dylan (Tomorrow Is a Long Time) e um tradicional (Quiet Joys of Brotherhood) brilhantemente interpretado, mas prevalecem, agora, as composições em nome próprio, baladas tristes e melancólicas com arranjos orquestrais que não eram usuais antes do início das gravações a solo.
Mantém-se a companhia de músicos da área Folk-Rock com destaque para Richard Thompson.

Para audição, segue o tradicional “Quiet Joys of Brotherhood” com Sandy Denny a cappela e o subtil violino de Dave Swarbrick, muito, mas mesmo muito bom. Uma obra-prima.



Sandy Denny - Quiet Joys Of Brotherhood

sábado, 11 de julho de 2020

Jackson Heights - Maureen

Continuo com as minha deambulações musicais em torno do ano de 1972 e remexendo na memória lembrei-me dos Jackson Heights.

Lee Jackson é um baixista/cantor inglês que teve o seu melhor e reconhecido valor nos distantes anos 60 e 70.
Primeiro, no super grupo The Nice e, com o fim deste em 1970, no grupo Jackson Heights por ele formado.
Gravaram entre 1970 e 1973 quatro álbuns de êxito mediano e para alguns subestimados. Longe do classicismo dos The Nice, numa toada muito mais Pop, os Jackson Heights conseguem alguma notoriedade ao terceiro álbum, “Ragamuffins Fool” de 1972. E é entre abordagens mais “eruditas”, de que se destaca “Chorale” herdada directamente da parceria com Keith Emerson ainda no tempo dos The Nice, e sons mais eminentemente acessíveis, capazes de entrar nos Top de vendas, como é o caso de “Maureen” então editada em Single, que se faz “Ragamuffins Fool”. 






Mas, nem Jackson Heights nem o seu grupo posterior de nome Refugee conseguiram equiparar-se aos The Nice de boa memória. Lee Jackson afastar-se-ia das lides musicais até à reunião dos The Nice já neste milénio.

“Maureen”, o tema mais divulgado e que então passava na nossa rádio, é uma canção a marcar o ano de 1972 e é com a sua frescura e elegância que ficamos passados tantos anos.



Jackson Heights - Maureen

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Vinegar Joe - Rock'n'Roll Gypsies

Nos primeiros anos da década de 70 assistiu-se, em Portugal, a um verdadeiro “boom” de concertos de música moderna. 

Depois do Festival de Vilar de Mouros e do 1º Festival de Jazz de Cascais, ambos em 1971, assistir-se-ia à realização crescente (ou ao simples anunciar) de concertos centrados fundamentalmente em Lisboa. Eis alguns nos anos de 1972/3:

Steve Lacy – Fevereiro de 1972
If – 1972
Patxi Andión – Novembro de 1972
2º Festival Internacional de Jazz de Cascais - Novembro de 1972
Elis Regina – Dezembro de 1972
Vinegar Joe – Janeiro de 1973
Procol Harum – Fevereiro de 1973
Gal Costa e Gilberto Gil – Fevereiro de 1973
José Feliciano – Fevereiro de 1973
Frank Wright Quartet – Março de 1973
Ronnie Scott – Abril de 1973
Atomic Rooster – Julho de 1973
Blood, Sweat and Tears e Vinegar Joe – Julho de 1973
Freddie King – Julho de 1973

Também neste período surge a hipótese dos The Who tocarem no estádio da luz, os The Moody Blues estiveram quase certos, na agenda estavam ainda os Deep Purple e imaginem os Pink Floyd.
Os Black Sabbath estiveram agendados para Abril de 1973, o concerto foi adiado para Junho por hospitalização do viola-baixo e posteriormente cancelado. Até Paul McCartney e os Wings foram hipótese para Agosto de 1973.

Os Vinegar Joe, com duas deslocações a Portugal no ano de 1973, são hoje o objecto de recordação.
O grupo de curta duração (1972-1974) deixou 3 álbuns para a história e lançaria dois vocalistas com destacado êxito nas respectivas carreiras a solo: Robert Palmer (1949-2003) e Elkie Brooks (1945-) (lembram-se de “Pearl’s a Singer” de 1977?).





Os Vinegar Joe navegaram por águas bem interessantes, no cruzamento do Rock e dos Blues com enérgicas vocalizações de Elkie Brooks a destacarem-se em concertos de forte excitação física e de grande adesão do público.
Dizia Sérgio Fernandes no jornal “musicalíssimo” em Janeiro de 1973 depois da 1ª passagem dos Vinegar Joe por Portugal:
“Elkie Brooks é uma nova senhora dos blues brancos… Elkie é, realmente, uma excelente intérprete de rhythm and blues, fazendo-nos lembrar a espaços os melhores momentos de Maggie Bell em disco e relembrar, com os seus gritos dilacerantes, a Janis Joplin dos nossos tempos”.

Para recordação segue o tema título do 2º álbum de 1972, “Rock'n'Roll Gypsies”.



Vinegar Joe - Rock'n'Roll Gypsies

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Paul McCartney - Uncle Albert, Admiral Halsey

A propósito do álbum “RAM” de Paul McCartney.

Com o passar dos tempos é comum ficar-se mais tolerante, tornando-se o filtro, das memórias musicais mais remotas, mais largo. Ou seja, muitas músicas a que não se deu, por vezes, a devida atenção, ou porque passaram mais ou menos despercebidas, ou não passaram no filtro exigente da juventude, o simples recordá-las provoca uma sensação de bem-estar de não fácil explicação (na realidade nem sempre é assim, por vezes acontece também interrogarmo-nos de como é que eu gostava desta ou aquela música. Adiante).
Tenho, por vezes, tentado a utilização de um filtro tipo banda larga na esperança de encontrar registos que de alguma forma me tenham escapado.
Por exemplo, tentei-o com The Moody Blues alargando o filtro além 1972 e não fui bem sucedido, o mesmo para os Pink Floyd pós 1973, o mesmo efeito. E podia continuar com muitos outros exemplos.






A reedição de “RAM” de Paul McCartney em 2012 e os adjectivos elogiosos por parte de alguma imprensa (por exemplo, o “Expresso” de 7 de Julho de 2012 dá 5 estrelas a “RAM” e considera-o “uma peça maior” ao nível de “Revolver” ou “Rubber Soul” e em 1 de Setembro de 2012 volta à carga e refere-se à reedição de “RAM” como “obra-prima”) fizeram-me aplicar o mesmo exercício a Paul McCartney, ou seja, vamos lá ouvir, como se fosse a primeira vez, o que ele fez depois da separação dos The Beatles, na expectativa de, de alguma forma, ficar agradavelmente surpreendido.
O primeiro registo de Paul McCartney pós The Beatles foi, ainda em 1970, “McCartney” e foi penoso recordá-lo, simplesmente para esquecer. O segundo foi precisamente “RAM” já lá vão 48 anos e por muito que alargasse o filtro nunca consegui passar das 3 estrelas. Excepção para “Uncle Albert/Admiral Halsey” que provocou a tal sensação de bem-estar e que fica como a escolha para hoje.



Paul McCartney - Uncle Albert, Admiral Halsey

quarta-feira, 8 de julho de 2020

The Moody Blues - Isn't Life Strange

Os anos 60 foram férteis na produção de bons grupos de música em várias variantes, Rock, Pop, Blues, Fusão, etc., de uma forma genérica na chamada música popular anglo-saxónica. Uma das bandas de maior destaque e popularidade foram The Moody Blues.
A primeira formação dos The Moody Blues data de 1964, sendo no entanto a formação de maior êxito a que em 1967 gravaria um dos álbuns de maior importância nas novas sonoridades então emergentes. Refiro-me a ”Days of Future Passed” um disco de fusão com a música clássica. Posteriormente o som orquestral dos The Moody Blues manter-se-ia graças a Michael Pinder e à utilização do Mellotron, instrumento de teclado surgido nos anos 60 que permitia, entre outros, a simulação de sons orquestrais. The Moody Blues foi o grupo que melhor uso deu ao Mellotron.

A música dos The Moody Blues é transversal a várias gerações e será de futuro, creio, uma referência no estudo da música popular da 2ª metade do século XX.
De 1967 a 1971 gravaram:
“Days of Future Passed” – 1967 – O álbum clássico.
“In Search of the Lost Chord” – 1968 – O melhor álbum.
“On the Threshold of a Dream” – 1969 – O álbum experimental.
“To Our Childrens’s Children’s Children” – 1969 – O álbum esquecido.
“A Question of Balance” – 1970 – O álbum mais comercial.
“Every Good Boy Deserves Favour” – 1971 – O álbum mais simples.

Aqui, The Moody Blues deviam, provavelmente, ter acabado, em 5 anos tinham feito 6 álbuns de excepção.
Em 1972 gravam, num último fôlego, “Seventh Sojourn” onde se destacava ainda a bela “For my Lady”, embora o tema mais popular tenha sido “I’m Just a Singer (In a Rock and Roll Band)”.



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Do quinteto clássico de 1967 saíram entretanto Michael Pinder (1978) e Ray Thomas (2002), este falecido em 2018. Se bem que mantendo-se como trio: Justin Hayward, John Lodge e Graeme Edge é Justin Hayward, mas também John Lodge que a solo continuam a divulgar o rico legado do grupo. 

Segue do álbum "Seven Sojourn", mais uma bela recordação, “Isn't Life Strange”.



The Moody Blues - Isn't Life Strange

terça-feira, 7 de julho de 2020

Roxy Music - Ladytron


O decréscimo quantitativo/qualitativo de gravações em 1972 era evidente.
No entanto, um conjunto de nomes rompia fulgurantemente na busca de novas experiências sonoras e também visuais: David Bowie com talvez o melhor disco da década, Lou Reed como inultrapassável "Transformer", John Cale com o seu experimentalismo radical, são bons exemplos. Também nos conjuntos Rock há boas novidades e no representativo destas novas tendências a escolha vai para o álbum de estreia dos inovadores e criativos Roxy Music.

Os Roxy Music iriam ser um dos melhores representantes dessas novas sonoridades então em formação. Experimentalismo, sofisticação (de Brian Eno) aliavam-se à imagem e voz neo-romântica de Bryan Ferry (o Rock tinha novamente o seu Frank Sinatra, lembre-se que Jim Morrison tinha morrido no ano anterior). Com uma produção visual exuberante, a imagem “dandy”, anos 30, de Brian Ferry impunha-se a um conjunto de músicos virtuosos onde para além do referido Brian Eno (sintetizadores) se destacavam Phil Manzanera, na guitarra, e o erudito Andy Mackay no saxofone e oboé.


Edição portuguesa com a Ref: 2310 552, data provável 1977



Do primeiro e excelente álbum dos Roxy Music de 1972, proponho o tema "Ladytron" uma boa amostra da mescla vanguardismo/decadentismo que representavam.



Roxy Music - Ladytron

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Plainsong - True Story of Amelia Earhart

Algumas “pérolas” da música popular dos anos 60/70 estão praticamente perdidas, ou melhor esquecidas.

Ocorre-me esta ideia ao ouvir um disco que em 1972 passou injustamente despercebido e que dificilmente alguma vez virá a ter o devido reconhecimento, ou seja uma pequena “pérola” musical perdida no tempo, para ouvir sempre! Refiro-me ao grupo Plainsong e ao álbum “In Search of Amelia Earhart”.  
Situemo-nos: Plainsong foi uma criação de Ian Matthews, ex-Fairport Convention, ex-Matthews Southern Comfort e o álbum, como o nome indica, “In Search of Amelia Earhart”, tem por referência o desaparecimento da aviadora Amelia Earhart (primeira mulher a fazer a travessia aérea do Atlântico) e desaparecida na tentativa de dar a volta ao mundo em 1937. Mero acidente ou acidente com captura pelos japoneses são as hipóteses mais colocadas deste desaparecimento nunca esclarecido (O filme “Amelia” de 2009, com Hilary Swank no papel de Amelia Earhart, fica-se pela falta de comunicação entre Amelia e a ilha Howland onde devia aterrar).


Edição em CD de 2001 da editora Perfect Pitch com a Ref: PP009




No cruzamento do melhor folk britânico (Fairport Convention) e da West Coast dos EUA (Byrds, Buffalo Springfield) fica esta memória dos Plainsong, tão fresco e revigorante como em 1972.

Tema para audição “True Story of Amelia Earhart”, letra e música de Ian Matthews.
Nota: Em 2017 no 50º aniversário dos Fairport Convention estive no Festival em Cropredy, fazendo os Plainsong parte do alinhamento. Actuaram em trio, Ian Matthews, Andy Roberts e Mark Griffiths



Plainsong - True Story of Amelia Earhart

domingo, 5 de julho de 2020

Joni Mitchell - For the Roses


Algumas memórias soltas do ano de 1972.
Entre desilusões, confirmações e esperanças assim decorreu o ano.
No grupo dos primeiros estava à cabeça Elton John, a qualidade invulgar esbarrava com os compromissos comerciais, e perdia-se com canções como “Honky Cat” ou “Rocket Man”; Paul McCartney era uma decepção com canções como “Hi-hi-hi” ou “Mary had a little lamb”, o génio tinha desaparecido; de Ringo Starr e do seu “Back off Boogaloo”, nem falar. Ainda nas desilusões tínhamos os Chicago, inversamente proporcional ao êxito, “Saturday in the Park” é exemplo; outros estavam a caminho e prenunciavam esgotamento criativo, como os The Moody Blues com “I'm Just a Singer (In a Rock and Roll Band)”.

As confirmações foram felizmente muitas: Led Zeppelin, Genesis, Neil Young, David Bowie, Lou Reed, Jethro Tull, Stevie Wonder, Van Morrison, só para citar alguns, confirmavam os bons créditos que já dispunham.

As esperanças iam directas para os Roxy Music, Eagles e America com os respectivos primeiros álbuns, mas as suas histórias não sobreviveriam aos anos 70.

Também do ano de 1972, não foram desilusões, nem confirmações, nem esperanças, foram simplesmente os piores, eis alguns: Chicory Tip - Son of My Father; Donny Osmond - Puppy Love; Hot Butter – Popcorn; The Sweet - Wig Wam Bam; Slade - Mama Weer All Crazee Now dos horripilantes Slade.





Edição alemã, em vinil, com as ref: AS 53 007, (SD 5057), K 53 007



Para terminar bem, porque não se enquadra em lado nenhum, nem está presa a nenhuma classificação, Joni Mitchell.
Era “For the Roses” o 5º álbum e era mais uma obra-prima, segue o tema homónimo, mais uma pérola da música popular.



Joni Mitchell - For the Roses