O ano de 1965 vê surgir a designação Folk-Rock.
Como o nome indica é um género musical que combina elementos da música Folk e da música Rock. A presença de Bob Dylan no Festival de Newport com o suporte de uma banda de Rock em 1965 é um dos momentos iniciais do Folk-Rock. Já no início do ano tinha saído o 5º álbum de Bob Dylan, "Bringing It All Back Home" onde 7 das 12 faixas tinham o som elétrico de uma banda de Rock. É deste álbum a canção "Mr. Tambourine" ainda com uma sonoridade predominantemente acústica.
Mas a verdadeira explosão do Folk-Rock vai dever-se ao grupo The Byrds quando em 1965 gravam o 1º álbum precisamente intitulado "Mr. Tambourine Man" e ao sucesso que foi a versão da canção "Mr. Tambourine Man" por eles feita.
O som da guitarra (espantoso o riff de abertura) de Roger McGuinn e as harmonias vocais de David Crosby (esse mesmo de Crosby, Stills, Nash & Young), Gene Clark e Roger McGuinn constituíram marca identitária da sonoridade futura dos The Byrds.
O termo Folk-Rock terá mesmo sido utilizado pela primeira vez para caracterizar o som dos The Byrds.
Tinha nascido o Folk-Rock, uma das mais interessantes expressões da música popular.
The Byrds - Mr. Tambourine Man
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
sábado, 28 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
The Beatles - Norwegian Wood (This Bird Has Flown)
A oposição à guerra (Vietname), as manifestações pacifistas, os ideais de paz, amor, liberdade, o crescente consumo de drogas leves, as alterações aos usos e costumes, roupagem excêntrica e cabelos compridos produziram, a partir de 1965, o caldo ideal para o desenvolvimento das manifestações musicais então emergentes.
Bob Dylan, The Beatles, The Rolling Stones iriam ser dos primeiros a produzir profundas mudanças musicais. Senão veja-se-lhes a produção no ano de 1965:
Bob Dylan electrifica a sua música, cria o Folk-Rock e grava 2 excelentes álbuns "Bringing It All Back Home" e "Highway 61 Revisited"; The Beatles gravam "Rubber Soul" e ainda hoje é considerado um dos melhores discos da história da música popular; finalmente The Rolling Stones criam "(I Can't Get No) Satisfaction" e se o álbum de 1965 "Out Of Our Heads" contêm ainda muito material não original, já em 1966 "Aftermath" é todo assinado por Mick Jagger e Keith Richard e é um avanço artístico na discografia do grupo (veja-se "Lady Jane" onde a bateria é eliminada e o dulcimer e o xilofone introduzidos)
Estavam abertas as portas para a revolução musical que se assistiria até ao final da década.
Love, The Doors, Grateful Dead, Jefferson Airplane, The Velvet Underground, Kinks, The Who foram alguns dos nomes maiores que nos iriam encantar e que espero ir aqui recordando.
Mas para já ficamos com The Beatles e a canção "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)" do álbum "Rubber Soul", com George Harrison a utilizar pela 1ª vez a cítara, então inédito no contexto do Rock.
The Beatles - Norwegian Wood (This Bird Has Flown)
Bob Dylan, The Beatles, The Rolling Stones iriam ser dos primeiros a produzir profundas mudanças musicais. Senão veja-se-lhes a produção no ano de 1965:
Bob Dylan electrifica a sua música, cria o Folk-Rock e grava 2 excelentes álbuns "Bringing It All Back Home" e "Highway 61 Revisited"; The Beatles gravam "Rubber Soul" e ainda hoje é considerado um dos melhores discos da história da música popular; finalmente The Rolling Stones criam "(I Can't Get No) Satisfaction" e se o álbum de 1965 "Out Of Our Heads" contêm ainda muito material não original, já em 1966 "Aftermath" é todo assinado por Mick Jagger e Keith Richard e é um avanço artístico na discografia do grupo (veja-se "Lady Jane" onde a bateria é eliminada e o dulcimer e o xilofone introduzidos)
Estavam abertas as portas para a revolução musical que se assistiria até ao final da década.
Love, The Doors, Grateful Dead, Jefferson Airplane, The Velvet Underground, Kinks, The Who foram alguns dos nomes maiores que nos iriam encantar e que espero ir aqui recordando.
Mas para já ficamos com The Beatles e a canção "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)" do álbum "Rubber Soul", com George Harrison a utilizar pela 1ª vez a cítara, então inédito no contexto do Rock.
The Beatles - Norwegian Wood (This Bird Has Flown)
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Blitz Nº 17 de 26 de Fevereiro de 1985
Jornal "Blitz"
Saía há 30 anos o nº 17 do jornal Blitz, uma fotografia de David Byrne dominava toda a capa.
- Na página 2 a confirmação e cancelamento de concertos, anuncia-se Elba Ramalho e Miles Davis, Maria Bethânia já não vem, Tina Turner só em Londres e os Kinks e Stranglers em Madrid.
- Na página 3 fica-se a saber que decorrem negociações para a vinda dos The Cure a Portugal e que "desvaneceram-se as possibilidades" de um concerto dos Smiths, anunciava-se o novo LP dos Smiths, "Meet Is Murder".
- Página 4 sem interesse e com publicidade..
- Página 5 dedicada ao 2º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous. 91 bandas a concurso, lá estavam os Pop Dell'Arte e Ena Pá 2000.
- Página 6 com Scorpions "Mais Que Um grupo de Baladas".
- Página 7 um artigo sobre os Everything But The Girl, "A Arte da Simples Canção".
- As páginas centrais Talking Heads e David Byrne. Uma entrevista, um resumo da história dos Talking Heads e o último álbum "Stop Making Sense", disco ao vivo do filme com o mesmo nome. "O melhor filme de um concerto Rock" de acordo com o New Musical Express.
- Página 10 "Cohen a Beleza", fotografias e o rescaldo da passagem de Leonard Cohen por Cascais.
- Página 11 com "Pregões e Declarações" dos leitores.
- Páginas 12 e 13 sem interesse musical.
- Página 14 ficamos a saber que naquela semana tinham sido editados o disco "Velô" de Caetano Veloso e "One Summer Night" de Paco de Lúcia, eram os mais interessantes.
- Página 15, temos o Top de vários países, nos álbuns os Wham! ocupam o primeiro lugar em Portugal, o melhor só aparecia em 15ª lugar era a "Leitaria Garrett" do Vitorino. Nos EUA Madonna e "Like a Virgin" ocupavam o primeiro lugar, já em Inglaterra o lugar era ocupado por Bruce Springsteen com "Born in the USA".
- A última página ficava com uma entrevista a Anamar.
Ou seja parece um nº do Blitz menos conseguido.
Saía há 30 anos o nº 17 do jornal Blitz, uma fotografia de David Byrne dominava toda a capa.
- Na página 2 a confirmação e cancelamento de concertos, anuncia-se Elba Ramalho e Miles Davis, Maria Bethânia já não vem, Tina Turner só em Londres e os Kinks e Stranglers em Madrid.
- Na página 3 fica-se a saber que decorrem negociações para a vinda dos The Cure a Portugal e que "desvaneceram-se as possibilidades" de um concerto dos Smiths, anunciava-se o novo LP dos Smiths, "Meet Is Murder".
- Página 4 sem interesse e com publicidade..
- Página 5 dedicada ao 2º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous. 91 bandas a concurso, lá estavam os Pop Dell'Arte e Ena Pá 2000.
- Página 6 com Scorpions "Mais Que Um grupo de Baladas".
- Página 7 um artigo sobre os Everything But The Girl, "A Arte da Simples Canção".
- As páginas centrais Talking Heads e David Byrne. Uma entrevista, um resumo da história dos Talking Heads e o último álbum "Stop Making Sense", disco ao vivo do filme com o mesmo nome. "O melhor filme de um concerto Rock" de acordo com o New Musical Express.
- Página 10 "Cohen a Beleza", fotografias e o rescaldo da passagem de Leonard Cohen por Cascais.
- Página 11 com "Pregões e Declarações" dos leitores.
- Páginas 12 e 13 sem interesse musical.
- Página 14 ficamos a saber que naquela semana tinham sido editados o disco "Velô" de Caetano Veloso e "One Summer Night" de Paco de Lúcia, eram os mais interessantes.
- Página 15, temos o Top de vários países, nos álbuns os Wham! ocupam o primeiro lugar em Portugal, o melhor só aparecia em 15ª lugar era a "Leitaria Garrett" do Vitorino. Nos EUA Madonna e "Like a Virgin" ocupavam o primeiro lugar, já em Inglaterra o lugar era ocupado por Bruce Springsteen com "Born in the USA".
- A última página ficava com uma entrevista a Anamar.
Ou seja parece um nº do Blitz menos conseguido.
Os Titãs - Tema Para Os Titãs
Uma segunda abordagem ao conjunto Os Titãs.
Numa colagem total aos The Shadows gravaram em 1963 dois EP com temas somente instrumentais. Genericamente eram músicas de raiz popular moldadas ao som “Shadowsiano”, no 2º EP (com capa evoluída para a época) surge um tema original de nome “Tema Para os Titãs” mas a sonoridade é a mesma, sem dúvida Os Titãs eram mesmo os The Shadows portugueses. Bateria, baixo, 2 guitarras tal como os The Shadows.
Em 1967 com a entrada de José Lello (esse mesmo o do Partido Socialista) a cantar em inglês e a tocar saxofone a sonoridade ir-se-ia alterar, em 1969 chegam a gravar um terceiro EP mas o fim já estava próximo.
Para já, ficamos então com o instrumental “Tema Para os Titãs” pelos próprios Os Titãs, que passados todos estes anos ainda se ouve com agrado.
Os Titãs - Tema Para Os Titãs
Numa colagem total aos The Shadows gravaram em 1963 dois EP com temas somente instrumentais. Genericamente eram músicas de raiz popular moldadas ao som “Shadowsiano”, no 2º EP (com capa evoluída para a época) surge um tema original de nome “Tema Para os Titãs” mas a sonoridade é a mesma, sem dúvida Os Titãs eram mesmo os The Shadows portugueses. Bateria, baixo, 2 guitarras tal como os The Shadows.
Em 1967 com a entrada de José Lello (esse mesmo o do Partido Socialista) a cantar em inglês e a tocar saxofone a sonoridade ir-se-ia alterar, em 1969 chegam a gravar um terceiro EP mas o fim já estava próximo.
Para já, ficamos então com o instrumental “Tema Para os Titãs” pelos próprios Os Titãs, que passados todos estes anos ainda se ouve com agrado.
Os Titãs - Tema Para Os Titãs
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Os Tártaros - Valsa da Meia Noite
Nos anos 60 o país estava musicalmente dominado pelo nacional-cançonetismo, o fado, os ranchos folclóricos e o acordeão era o instrumento nacional.
Entretanto o som das guitarras eléctricas começava a invadir o país, primeiro por Cliff Richard & The Shadows, depois pelos The Beatles, The Rolling Stones, The Dave Clark Five, The Animals ou ainda The Beach Boys. Os primeiros conjuntos nacionais que surgiram eram fiéis seguidores dos The Shadows que tiveram, por cá, uma influência determinante.
Vejamos, por exemplo, Os Tártaros. Já por aqui passaram com “Oh! Rosa Arredonda A Saia”. Eram do Porto e começaram a tocar temas instrumentais carregados de influências dos sempre presentes The Shadows. Em 1965/6 participam nos Concursos Ié-Ié no Monumental em Lisboa, mas antes já tinham 2 EP gravados.
Em 1964 no seu primeiro EP para além do “Twist” já referido “Oh! Rosa Arredonda A Saia” aparece uma valsa, que foi muito popularizada em tudo quanto era baile de Domingo, de nome “Valsa da meia-noite”.
Na contra-capa do disco lia-se:
“Não são, nem por "SOMBRAS", uma nova máxima da música moderna. São sim, um máximo de consagradas interpretações de características tão variadas, tão diferentes, às quais faltava esta: - "GUITARRAS ELÉCTRICAS" - instrumentos da nova vaga que fazem ressurgir, para a juventude, a música eternizada. Indubitavelmente, eles - "TÁRTAROS" - são arautos de novas antiguidades.”
Sem dúvida, um regime atento às novas sonoridades que perigosamente invadiam o país. Não era no Monumental que nos concursos Ié-Ié existia uma faixa onde se lia: “A juventude pode ser alegre sem ser irreverente”? Pois vamos com uma valsinha que não faz mal a ninguém. Para quem souber dançar aqui está uma boa oportunidade para recuperar os bailes dos idos anos 60.
Os Tártaros - Valsa da Meia
Entretanto o som das guitarras eléctricas começava a invadir o país, primeiro por Cliff Richard & The Shadows, depois pelos The Beatles, The Rolling Stones, The Dave Clark Five, The Animals ou ainda The Beach Boys. Os primeiros conjuntos nacionais que surgiram eram fiéis seguidores dos The Shadows que tiveram, por cá, uma influência determinante.
Vejamos, por exemplo, Os Tártaros. Já por aqui passaram com “Oh! Rosa Arredonda A Saia”. Eram do Porto e começaram a tocar temas instrumentais carregados de influências dos sempre presentes The Shadows. Em 1965/6 participam nos Concursos Ié-Ié no Monumental em Lisboa, mas antes já tinham 2 EP gravados.
Em 1964 no seu primeiro EP para além do “Twist” já referido “Oh! Rosa Arredonda A Saia” aparece uma valsa, que foi muito popularizada em tudo quanto era baile de Domingo, de nome “Valsa da meia-noite”.
Na contra-capa do disco lia-se:
“Não são, nem por "SOMBRAS", uma nova máxima da música moderna. São sim, um máximo de consagradas interpretações de características tão variadas, tão diferentes, às quais faltava esta: - "GUITARRAS ELÉCTRICAS" - instrumentos da nova vaga que fazem ressurgir, para a juventude, a música eternizada. Indubitavelmente, eles - "TÁRTAROS" - são arautos de novas antiguidades.”
Sem dúvida, um regime atento às novas sonoridades que perigosamente invadiam o país. Não era no Monumental que nos concursos Ié-Ié existia uma faixa onde se lia: “A juventude pode ser alegre sem ser irreverente”? Pois vamos com uma valsinha que não faz mal a ninguém. Para quem souber dançar aqui está uma boa oportunidade para recuperar os bailes dos idos anos 60.
Os Tártaros - Valsa da Meia
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Os Morgans - Canção do Mar
Nos anos 60 os conjuntos portugueses eram pródigos em pegar numa canção, fosse ela estrangeira ou nacional, ligeira, tradicional ou …fado e dar-lhe um toque de modernidade utilizando para isso os clichés em uso ou seja guitarras com o som à "Shadows” de Hank Marvin.
Os Morgan foram mais um desses conjuntos. Eram do Porto e gravaram em 1965 dois EP, num deles aparece uma versão da “Canção do mar” da Amália Rodrigues dos anos 50.
Do mal, o menos, ficaram só por uma versão instrumental. Ficou assim uma coisa levezinha, desenxabida para se ouvir ao fim da tarde enquanto se bebe uma cerveja sem álcool.
Com o filtro tipo "Shadows" recupera-se "Canção do mar", eram Os Morgans.
Os Morgans - Canção do Mar
Os Morgan foram mais um desses conjuntos. Eram do Porto e gravaram em 1965 dois EP, num deles aparece uma versão da “Canção do mar” da Amália Rodrigues dos anos 50.
Do mal, o menos, ficaram só por uma versão instrumental. Ficou assim uma coisa levezinha, desenxabida para se ouvir ao fim da tarde enquanto se bebe uma cerveja sem álcool.
Com o filtro tipo "Shadows" recupera-se "Canção do mar", eram Os Morgans.
Os Morgans - Canção do Mar
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Os Espaciais - Silêncio
Mais um conjunto português dos anos 60.
Os Espaciais, também conhecidos por Conjunto Académico Os Espaciais (“Académico” ou ainda “Universitário” eram designações tão em voga nos grupos da época), eram do Porto e gravaram vários EP na segunda metade dos anos 60. Por entre instrumentais de músicas tradicionais ou não, versões e originais, surge num EP de 1966 o universal tema do toque de silêncio. “Silêncio” merece o destaque e tem aqui todos os ingredientes da época, guitarra à Hank Marvin (não podia faltar), o harmonioso órgão Hammond (?), baixo e bateria a acompanhar, um verdadeiro “slow” para dançar em silêncio. Mais um com a omnipresença dos The Shadows.
Em 1966, Os Espaciais participam na grande final do Concurso Ié-Ié realizado no Teatro Monumental. Os jornais referem o acontecimento com títulos como: “Explosão Juvenil no Monumental” ou “Final Yé-Yé: delírio e pandemónio” e Os Espaciais ficam pelo 7º lugar. O “DN” (em http://www.oocities.org/vilardemouros1971/claves.htm) descrevia assim essa noite:
“Os ritmos modernos viram ontem à noite, de forma inequívoca, empolgante, a confirmação do seu êxito junto das camadas juvenis. Abertas as bilheteiras, cedo se esgotou a lotação da ampla sala de espectáculos. Os aplausos foram indescritíveis. Quentes, entusiastas, intermináveis. O Teatro Monumental vibrou como nunca se viu. Terminou, em autêntico delírio, a grande maratona de música yé-yé que, desde Agosto findo, através da actuação de cerca de 100 conjuntos, da Metrópole e Ultramar, alvoroçou milhares de jovens, no decurso das várias eliminatórias de apuramento e meias finais realizadas sobre a égide do Grande Concurso Yé-Yé.”
Era este o tempo de Os Espaciais. Estariam, ainda em 1968, na origem dos Psico, e já com este nome venceriam o 1º Concurso Académico de Música Moderna no Cinema Império, mas isto já são outras músicas para outras abordagens.
Para já, tão-somente, recuar à nossa adolescência e deixarmo-nos embalar por este “Silêncio”.
Os Espaciais - Silêncio
Os Espaciais, também conhecidos por Conjunto Académico Os Espaciais (“Académico” ou ainda “Universitário” eram designações tão em voga nos grupos da época), eram do Porto e gravaram vários EP na segunda metade dos anos 60. Por entre instrumentais de músicas tradicionais ou não, versões e originais, surge num EP de 1966 o universal tema do toque de silêncio. “Silêncio” merece o destaque e tem aqui todos os ingredientes da época, guitarra à Hank Marvin (não podia faltar), o harmonioso órgão Hammond (?), baixo e bateria a acompanhar, um verdadeiro “slow” para dançar em silêncio. Mais um com a omnipresença dos The Shadows.
Em 1966, Os Espaciais participam na grande final do Concurso Ié-Ié realizado no Teatro Monumental. Os jornais referem o acontecimento com títulos como: “Explosão Juvenil no Monumental” ou “Final Yé-Yé: delírio e pandemónio” e Os Espaciais ficam pelo 7º lugar. O “DN” (em http://www.oocities.org/vilardemouros1971/claves.htm) descrevia assim essa noite:
“Os ritmos modernos viram ontem à noite, de forma inequívoca, empolgante, a confirmação do seu êxito junto das camadas juvenis. Abertas as bilheteiras, cedo se esgotou a lotação da ampla sala de espectáculos. Os aplausos foram indescritíveis. Quentes, entusiastas, intermináveis. O Teatro Monumental vibrou como nunca se viu. Terminou, em autêntico delírio, a grande maratona de música yé-yé que, desde Agosto findo, através da actuação de cerca de 100 conjuntos, da Metrópole e Ultramar, alvoroçou milhares de jovens, no decurso das várias eliminatórias de apuramento e meias finais realizadas sobre a égide do Grande Concurso Yé-Yé.”
Era este o tempo de Os Espaciais. Estariam, ainda em 1968, na origem dos Psico, e já com este nome venceriam o 1º Concurso Académico de Música Moderna no Cinema Império, mas isto já são outras músicas para outras abordagens.
Para já, tão-somente, recuar à nossa adolescência e deixarmo-nos embalar por este “Silêncio”.
Os Espaciais - Silêncio
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Sonny Boy Williamson & The Yardbirds - Take It Easy Baby
Não é possível falar da British Invasion e do British Blues sem passar pelos The Yardbirds.
Os ingleses The Yardbirds formaram-se em 1963 e duraram até 1968, ficaram marcados pela passagem de 3 futuros reconhecidos guitarristas, primeiro Eric Clapton (64/65), depois Jeff Beck (65/66) e Jimmy Page (66/68). Eric Clapton depois de breve passagem pelos Bluesbreakes de John Mayall integra os poderosos Cream; Jeff Beck forma o seu próprio grupo The Jeff Back Group e Jimmy Page ainda em 1968 forma os Led Zeppelin.
Enquanto em Inglaterra no período de 64 a 67 são publicados vários Singles e EP e somente um LP de estúdio (o primeiro álbum de 1964 é ao vivo) nos EUA são editados quatro LP de estúdio e várias são as turnés por lá realizadas o que mostra a aceitação do grupo.
Do primeiro álbum de 1964 "Five Live Yardbirds", o vídeo de "Louise" um tema de John Lee Hooker com Eric Clapton na guitarra.
O último álbum dos The Yardbirds editado em Inglaterra, em 1966, é uma gravação ao vivo de 1963 onde o grupo acompanha Sonny Boy Williamson (1912?-1965) cantor americano de Blues e tocador de harmónica. Desse álbum ficamos com "Take It Easy Baby" e ouçamos Eric Clapton com apenas 18 anos.
Sonny Boy Williamson & The Yardbirds - Take It Easy Baby
Os ingleses The Yardbirds formaram-se em 1963 e duraram até 1968, ficaram marcados pela passagem de 3 futuros reconhecidos guitarristas, primeiro Eric Clapton (64/65), depois Jeff Beck (65/66) e Jimmy Page (66/68). Eric Clapton depois de breve passagem pelos Bluesbreakes de John Mayall integra os poderosos Cream; Jeff Beck forma o seu próprio grupo The Jeff Back Group e Jimmy Page ainda em 1968 forma os Led Zeppelin.
Enquanto em Inglaterra no período de 64 a 67 são publicados vários Singles e EP e somente um LP de estúdio (o primeiro álbum de 1964 é ao vivo) nos EUA são editados quatro LP de estúdio e várias são as turnés por lá realizadas o que mostra a aceitação do grupo.
Do primeiro álbum de 1964 "Five Live Yardbirds", o vídeo de "Louise" um tema de John Lee Hooker com Eric Clapton na guitarra.
O último álbum dos The Yardbirds editado em Inglaterra, em 1966, é uma gravação ao vivo de 1963 onde o grupo acompanha Sonny Boy Williamson (1912?-1965) cantor americano de Blues e tocador de harmónica. Desse álbum ficamos com "Take It Easy Baby" e ouçamos Eric Clapton com apenas 18 anos.
Sonny Boy Williamson & The Yardbirds - Take It Easy Baby
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Them - Baby Pease Don't Go
Continuamos com os grupos da "British Invasion". Da Irlanda do Norte veio um dos mais interessantes grupos com forte influência do Rhythm'n'Blues, os Them.
Os Them formados em 1964 contariam como líder, até 1966, com um dos nomes mais importantes da história da música popular dos últimos 50 anos, Van Morrison.
Ainda em 1964 gravam 2 Singles onde aparece pela primeira vez a celebérrima "Gloria". Em 1966 actuam nos EUA e em Los Angeles têm por companhia em palco os já famosos The Doors. Ao que consta, e não custa a acreditar, os 2 Morrison (Jim pelos The Doors e Van pelos Them) interpretaram conjuntamente "Gloria" durante 20 minutos.
No 2º Single (onde constava "Gloria" no lado B) os Them interpretam o clássico dos Blues "Baby Please Don't Go", um original de Big Joe Williams (1903-1982) gravado em 1935.
Agora a oportunidade de ouvir a gravação dos Them de Outubro de 1964, Van Morrison tinha 19 anos e uma grande carreira pela frente.
Them - Baby Pease Don't Go
Os Them formados em 1964 contariam como líder, até 1966, com um dos nomes mais importantes da história da música popular dos últimos 50 anos, Van Morrison.
Ainda em 1964 gravam 2 Singles onde aparece pela primeira vez a celebérrima "Gloria". Em 1966 actuam nos EUA e em Los Angeles têm por companhia em palco os já famosos The Doors. Ao que consta, e não custa a acreditar, os 2 Morrison (Jim pelos The Doors e Van pelos Them) interpretaram conjuntamente "Gloria" durante 20 minutos.
No 2º Single (onde constava "Gloria" no lado B) os Them interpretam o clássico dos Blues "Baby Please Don't Go", um original de Big Joe Williams (1903-1982) gravado em 1935.
Agora a oportunidade de ouvir a gravação dos Them de Outubro de 1964, Van Morrison tinha 19 anos e uma grande carreira pela frente.
Them - Baby Pease Don't Go
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
The Pretty Things - Pretty Thing
Willie Dixon (1915-1992) compôs, Bo Diddley (1928-2008) gravou e chegou, em 1955, ao 4º lugar nos Top dos EUA. "Pretty Thing" era o nome da canção.
Em 1963 um grupo inglês de Blues-Rock toma o nome da canção, eram The Pretty Things. Alguns Singles gravados, com repercussão em Inglaterra e na Austrália, antecedem o primeiro álbum homónimo "The Pretty Things", de 1965, cuja edição nos EUA contem uma versão, nada mais nada menos, que "Pretty Thing".
The Pretty Things formaram-se em 1963, e muitas formações depois, mantêm-se em actividade sendo o álbum de originais mais recente de 2007 (Balboa Island). O melhor período foi o da década de 60 e nele vai-se destacar um LP que à época passou quase despercebido.
Nas notas da reedição de 2003, em CD, de "S. F. Sorrow" (original de 1968) lê-se:
"...without doubt, the first and most complete "Rock Opera" to de recorded and released."
e ainda
"...and the recording of three astonishing, original and unique LP records is underway at EMI's Abbey Road Studios...
...The records are:
"St. Pepper's Lonely Heart's Club Band" by The Beatles
" Piper At the Gates Of Dawn" by The Pink Floyd
and................
"S. F. Sorrow" by The Pretty Things."
Um dia a este LP voltarei, para já ficamos em 1965 e na versão de "Pretty Thing" pelos The Pretty Things.
The Pretty Things - Pretty Thing
Em 1963 um grupo inglês de Blues-Rock toma o nome da canção, eram The Pretty Things. Alguns Singles gravados, com repercussão em Inglaterra e na Austrália, antecedem o primeiro álbum homónimo "The Pretty Things", de 1965, cuja edição nos EUA contem uma versão, nada mais nada menos, que "Pretty Thing".
The Pretty Things formaram-se em 1963, e muitas formações depois, mantêm-se em actividade sendo o álbum de originais mais recente de 2007 (Balboa Island). O melhor período foi o da década de 60 e nele vai-se destacar um LP que à época passou quase despercebido.
Nas notas da reedição de 2003, em CD, de "S. F. Sorrow" (original de 1968) lê-se:
"...without doubt, the first and most complete "Rock Opera" to de recorded and released."
e ainda
"...and the recording of three astonishing, original and unique LP records is underway at EMI's Abbey Road Studios...
...The records are:
"St. Pepper's Lonely Heart's Club Band" by The Beatles
" Piper At the Gates Of Dawn" by The Pink Floyd
and................
"S. F. Sorrow" by The Pretty Things."
Um dia a este LP voltarei, para já ficamos em 1965 e na versão de "Pretty Thing" pelos The Pretty Things.
The Pretty Things - Pretty Thing
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
John Mayall - Nature’s Disappearing
Saído dos cânticos religiosos e das canções de trabalhos dos negros nos Estados Unidos, o Blues desenvolveu-se durante todo o século XX atingindo uma expressão maior na década de 60 com nomes tão marcantes como B. B. King ou Muddy Waters. Música essencialmente negra influenciou toda uma geração de músicos brancos que iriam incorporar essa sonoridade no ritmo mais acelerado do Rock’n’Roll; algumas bandas, sobejamente conhecidas, fizeram-no e muito bem, por exemplo The Rolling Stones, Fleetwood Mac ou os Led Zeppelin (fundamentalmente nas fases iniciais das respectivas carreiras).
A nível individual o destaque maior vai para John Mayall e os seus Bluesbreakers que esteve na origem do melhor “British Blues” de meados dos anos 60. Por lá sucederam Eric Clapton, Jack Bruce, Peter Green, Mick Taylor, Mick Fleetwood, John McVie, uma verdadeira escola de Blues.
Com uma prolífera discografia, hoje o destaque vai para o LP “USA Union” de 1970. Com a introdução “sui generis” do violino de Don Harris na então formação de John Mayall estamos na presença de um esplêndido álbum onde tudo está bem, a voz nasalada de Mayall e a respectiva harmónica, o já referido (espantoso) violino e ainda a guitarra de Harvey Mandel e o baixo de Larry Taylor. Perfeito
Ficamos pois com mais este apontamento do ano de 1970, eliminem qualquer ruído à vossa volta e ouçam este maravilhoso “Nature’s Disappearing”.
John Mayall - Nature’s Disappearing
A nível individual o destaque maior vai para John Mayall e os seus Bluesbreakers que esteve na origem do melhor “British Blues” de meados dos anos 60. Por lá sucederam Eric Clapton, Jack Bruce, Peter Green, Mick Taylor, Mick Fleetwood, John McVie, uma verdadeira escola de Blues.
Com uma prolífera discografia, hoje o destaque vai para o LP “USA Union” de 1970. Com a introdução “sui generis” do violino de Don Harris na então formação de John Mayall estamos na presença de um esplêndido álbum onde tudo está bem, a voz nasalada de Mayall e a respectiva harmónica, o já referido (espantoso) violino e ainda a guitarra de Harvey Mandel e o baixo de Larry Taylor. Perfeito
Ficamos pois com mais este apontamento do ano de 1970, eliminem qualquer ruído à vossa volta e ouçam este maravilhoso “Nature’s Disappearing”.
John Mayall - Nature’s Disappearing
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Emerson, Lake & Palmer - Lucky Man
Continuamos no ano de 1970.
1970 foi um ano chave no chamado Rock Progressivo. Estilo musical surgido no final dos anos 60, com contributos diferenciados que vão, dos Nice aos Pink Floyd, passando pelos King Crimson, Yes e Jethro Tull, vê surgir em 1970 um dos seus expoentes maiores: Emerson, Lake & Palmer.
A primeira actuação dos Emerson, Lake & Palmer foi no Festival da Ilha de Wight perante 600.000 pessoas e o primeiro LP ainda não tinha sido editado. Tocam “Pictures at an Exibition” (adaptação da obra homónima do compositor russo Modest Mussorgsky), “Nutrocker”, do conhecido bailado de Tchaikovsky, e ainda alguns temas originais que viriam a ser incluídos no primeiro LP. O primeiro LP, foi a melhor gravação dos Emerson, Lake & Palmer, arrojado em “The Barbarian”, inovador em “The Three Fates”, intimista em “Take a Pebble” e popular no êxito que foi “Lucky Man”.
O álbum inicial dos Emerson, Lake & Palmer terminava com a canção “Lucky Man” que foi então muito divulgada, em particular, para quem se lembra, no programa “Página Um”.
“Lucky man” foi a última canção a ser incluída no álbum e é uma balada muito simples de Greg Lake a contrariar o “vanguardismo” dos restantes registos. “Lucy Man” termina com a inclusão de um solo do sintetizador “Moog”, que ficou célebre e popularizou o referido instrumento.
“He had white horses
And ladies by the score
All dressed in satin
And waiting by the door …”
(ou a história de quem tem tudo e morre com uma bala na guerra…)
Emerson, Lake & Palmer - Lucky Man
1970 foi um ano chave no chamado Rock Progressivo. Estilo musical surgido no final dos anos 60, com contributos diferenciados que vão, dos Nice aos Pink Floyd, passando pelos King Crimson, Yes e Jethro Tull, vê surgir em 1970 um dos seus expoentes maiores: Emerson, Lake & Palmer.
A primeira actuação dos Emerson, Lake & Palmer foi no Festival da Ilha de Wight perante 600.000 pessoas e o primeiro LP ainda não tinha sido editado. Tocam “Pictures at an Exibition” (adaptação da obra homónima do compositor russo Modest Mussorgsky), “Nutrocker”, do conhecido bailado de Tchaikovsky, e ainda alguns temas originais que viriam a ser incluídos no primeiro LP. O primeiro LP, foi a melhor gravação dos Emerson, Lake & Palmer, arrojado em “The Barbarian”, inovador em “The Three Fates”, intimista em “Take a Pebble” e popular no êxito que foi “Lucky Man”.
O álbum inicial dos Emerson, Lake & Palmer terminava com a canção “Lucky Man” que foi então muito divulgada, em particular, para quem se lembra, no programa “Página Um”.
“Lucky man” foi a última canção a ser incluída no álbum e é uma balada muito simples de Greg Lake a contrariar o “vanguardismo” dos restantes registos. “Lucy Man” termina com a inclusão de um solo do sintetizador “Moog”, que ficou célebre e popularizou o referido instrumento.
“He had white horses
And ladies by the score
All dressed in satin
And waiting by the door …”
(ou a história de quem tem tudo e morre com uma bala na guerra…)
Emerson, Lake & Palmer - Lucky Man
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Melanie - Ruby Tuesday
Para as gerações mais novas falar de Melanie será sinónimo de Melanie C que viu o estrelato nos anos 90 como Spice Girl e posteriormente a solo.
Para quem já cá anda há mais algumas décadas a memória conduz-nos a Melanie Safka, essa pequena maravilha do final dos anos 60 início de 70, marca do movimento hippie de então.
Com uma surpreendente voz rouca entre os Blues, o Gospel e o Folk deixar-nos-ia uma discografia assinalável e um conjunto de canções que marcaram a época. “Lay Down”, “Peace Will Come”, ”What Have They Done To My Song Ma”, estão entre elas, ou ainda, o tema agora escolhido, a versão inesquecível, estávamos no ano de 1970, de “Ruby Tuesday“ dos “The Rolling Stones”.
Na voz da Melanie, a da minha geração, aqui fica “Ruby Tuesday".
Melanie - Ruby Tuesday
Com uma surpreendente voz rouca entre os Blues, o Gospel e o Folk deixar-nos-ia uma discografia assinalável e um conjunto de canções que marcaram a época. “Lay Down”, “Peace Will Come”, ”What Have They Done To My Song Ma”, estão entre elas, ou ainda, o tema agora escolhido, a versão inesquecível, estávamos no ano de 1970, de “Ruby Tuesday“ dos “The Rolling Stones”.
Na voz da Melanie, a da minha geração, aqui fica “Ruby Tuesday".
Melanie - Ruby Tuesday
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Lee Marvin - Wand'rin' Star
Estamos em 1970. Um ano onde se pode regressar muitas e muitas vezes dada quantidade e qualidade da produção musical deste ano.
Nestes idos anos, a avassaladora produção de música Pop afasta cada vez mais temas de Bandas Sonoras Originais a chegar ao Top 10. No entanto … Um western musical, uma voz estranha, uma canção chega a nº 1 do top britânico à frente de “Let it be” dos The Beatles. O filme é “Paint Your Wagon” (Os Maridos de Elizabeth), a canção é “Wand'rin' Star”, e a voz a do actor Lee Marvin.
Lee Marvin faz questão de ser ele a interpretar o tema e a não ser dobrado, assim como Clint Eastwood também o fez no mesmo filme. Este não passa de interessante e poucas recordações deixou. Já com o tema principal da banda sonora “Wand'rin' Star” o mesmo não acontece. Às duas por três vem à memória: “I was born under a Wand'rin' Star”, é por isso o tema escolhido. Grande canção! Para relembrar o tema com cenas do filme:
“Wand'rin' Star” a prova de que nem sempre uma grande canção ou um grande intérprete precisam de ter uma grande voz. Bom, o melhor é mesmo ouvir novamente “Wand'rin' Star”, grande recordação.
Lee Marvin - Wand'rin' Star
Nestes idos anos, a avassaladora produção de música Pop afasta cada vez mais temas de Bandas Sonoras Originais a chegar ao Top 10. No entanto … Um western musical, uma voz estranha, uma canção chega a nº 1 do top britânico à frente de “Let it be” dos The Beatles. O filme é “Paint Your Wagon” (Os Maridos de Elizabeth), a canção é “Wand'rin' Star”, e a voz a do actor Lee Marvin.
Lee Marvin faz questão de ser ele a interpretar o tema e a não ser dobrado, assim como Clint Eastwood também o fez no mesmo filme. Este não passa de interessante e poucas recordações deixou. Já com o tema principal da banda sonora “Wand'rin' Star” o mesmo não acontece. Às duas por três vem à memória: “I was born under a Wand'rin' Star”, é por isso o tema escolhido. Grande canção! Para relembrar o tema com cenas do filme:
“Wand'rin' Star” a prova de que nem sempre uma grande canção ou um grande intérprete precisam de ter uma grande voz. Bom, o melhor é mesmo ouvir novamente “Wand'rin' Star”, grande recordação.
Lee Marvin - Wand'rin' Star
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Thilo's Combo - Apache
Boa parte da década de 60 foi por cá dominada pela influência dos The Shadows, agrupamento que acompanhava o Cliff Richard. Os arranjos cristalinos e as harmonias cuidadas eram características evidentes onde se destacava a guitarra, que fez escola, de Hank Marvin.
Na generalidade dos conjuntos portugueses, em particular na primeira metade da década, a sua ascendência foi esmagadora, muitos viveram, pode-se dizer, à “sombra” do som “The Shadows”. Tártaros, Titãs, Morgans, Espaciais, Conjunto Mistério são alguns de muitos exemplos, cuja sonoridade remetia de imediato para o conjunto britânico. Os temas eram quase todos somente instrumentais, e regra geral baseados em temas tradicionais adaptados a estes novos ambientes, ou então a reprodução de músicas dos próprios The Shadows que é o caso agora seleccionado.
“Apache” é um belo instrumental gravado pelos The Shadows em 1960 que é sempre agradável recordar, neste caso The Shadows ao vivo em 2004.
Entretanto, um alemão vindo para Portugal nos anos 50 para dar aulas de acordeão, por cá ficaria e teria enorme notoriedade, particularmente em toda a década de 60. Thilo Krasmann, esse “gigante” alemão que nos habituámos a ver na televisão tinha um conjunto de nome Thilo’s Combo. Influente na introdução da música Pop em Portugal seria também um destacado orquestrador.
Os Thilo’s Combo gravaram mais de uma dezena de EP e logo em 1962 surge, num ritmo excessivamente lento, a versão de “Apache”. Como tem sido habitual, regularmente voltaremos a este manancial enorme que foi a “Shadowmania”, por agora “Apache” e o Thilo’s Combo, com muita, muita calma, estávamos no ano de 1962.
Thilo's Combo - Apache
Na generalidade dos conjuntos portugueses, em particular na primeira metade da década, a sua ascendência foi esmagadora, muitos viveram, pode-se dizer, à “sombra” do som “The Shadows”. Tártaros, Titãs, Morgans, Espaciais, Conjunto Mistério são alguns de muitos exemplos, cuja sonoridade remetia de imediato para o conjunto britânico. Os temas eram quase todos somente instrumentais, e regra geral baseados em temas tradicionais adaptados a estes novos ambientes, ou então a reprodução de músicas dos próprios The Shadows que é o caso agora seleccionado.
“Apache” é um belo instrumental gravado pelos The Shadows em 1960 que é sempre agradável recordar, neste caso The Shadows ao vivo em 2004.
Entretanto, um alemão vindo para Portugal nos anos 50 para dar aulas de acordeão, por cá ficaria e teria enorme notoriedade, particularmente em toda a década de 60. Thilo Krasmann, esse “gigante” alemão que nos habituámos a ver na televisão tinha um conjunto de nome Thilo’s Combo. Influente na introdução da música Pop em Portugal seria também um destacado orquestrador.
Os Thilo’s Combo gravaram mais de uma dezena de EP e logo em 1962 surge, num ritmo excessivamente lento, a versão de “Apache”. Como tem sido habitual, regularmente voltaremos a este manancial enorme que foi a “Shadowmania”, por agora “Apache” e o Thilo’s Combo, com muita, muita calma, estávamos no ano de 1962.
Thilo's Combo - Apache
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Conjunto Mistério - Chapéu Preto
Já referido anteriormente (a propósito da versão “Tired of waiting for you” dos The Kinks) o Conjunto Mistério venceu em 1963 o concurso “Conjuntos Portugueses do tipo do "The Shadows"”. Isto é que era uma verdadeira “Shadowmania”. A 7 de Outubro o Diário Popular (conforme guedelhudos.blogspot.pt) referir-se-ia ao evento da seguinte maneira:
"Perante uma enorme multidão, na sua essência constituída por jovens apaniguados do azougado ritmo dos nossos dias - o twist - terminou na passada sexta-feira no Cinema Roma o certame que a Gerência daquela sala empreendeu no sentido de escolher um agrupamento que maiores afinidades apresentasse com os celebrados Shadows.”
e ainda, que bela prosa:
“Após as respectivas audições, saiu vencedor, como se previa - e por mérito próprio - o agrupamento Mistério, dirigido pelo conceituado Fernando Concha. Com efeito, o popular conjunto caprichou em ofertar-nos um variado e homogéneo sortilégio melódico para todos os paladares.”
Como prémio tiveram uma viagem a Londres onde conheceram The Shadows de quem eram fãs e seguidores. Gravaram alguns tradicionais portugueses com a forte presença da sonoridade emblemática dos The Shadows, como não podia deixar de ser!
Do primeiro EP gravado em 1963, “Chapéu Preto” é disso exemplo e é o que agora se ouve.
Conjunto Mistério - Chapéu Preto
"Perante uma enorme multidão, na sua essência constituída por jovens apaniguados do azougado ritmo dos nossos dias - o twist - terminou na passada sexta-feira no Cinema Roma o certame que a Gerência daquela sala empreendeu no sentido de escolher um agrupamento que maiores afinidades apresentasse com os celebrados Shadows.”
e ainda, que bela prosa:
“Após as respectivas audições, saiu vencedor, como se previa - e por mérito próprio - o agrupamento Mistério, dirigido pelo conceituado Fernando Concha. Com efeito, o popular conjunto caprichou em ofertar-nos um variado e homogéneo sortilégio melódico para todos os paladares.”
Como prémio tiveram uma viagem a Londres onde conheceram The Shadows de quem eram fãs e seguidores. Gravaram alguns tradicionais portugueses com a forte presença da sonoridade emblemática dos The Shadows, como não podia deixar de ser!
Do primeiro EP gravado em 1963, “Chapéu Preto” é disso exemplo e é o que agora se ouve.
Conjunto Mistério - Chapéu Preto
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Os Conchas - Multiplicações
Mais uma vez Os Conchas.
Depois das passagens de “Oh! Carol” e ““Serás tu para mim" (Let it be me) mais uma oportunidade de recordar o duo. Os Conchas foram a par de Daniel Bacelar dos primeiros a efectuar gravações da nova música que nos invadia no início dos anos 60 e que tomava diversas designações, “Ié-Ié”, “Twist”,“Rock’n’roll”. Em 1962 iam já no seu 6º EP (!!) e nele surgia uma versão de “Multiplication” (1961) de Bobby Darin que podemos lembrar com extratos do filme “Come September” (“Idílio em Setembro” em Portugal) com Rock Hudson e Gina Lollobrigida.
Na contra-capa do EP podia-se ler:
“O Twist impera! Portugal longe de se opôr à sua invasão, abriu-lhe as portas de par em par, nomeando recepcionistas dois jovens de talento: o Duo Os Conchas. Benvindo seja o twist a Portugal, pela mão dos Conchas!”
Se o original é de gosto duvidoso a versão de Os Conchas ainda mais, mas… Que tempos! Já lá vão 53 anos!
Os Conchas - Multiplicações
Depois das passagens de “Oh! Carol” e ““Serás tu para mim" (Let it be me) mais uma oportunidade de recordar o duo. Os Conchas foram a par de Daniel Bacelar dos primeiros a efectuar gravações da nova música que nos invadia no início dos anos 60 e que tomava diversas designações, “Ié-Ié”, “Twist”,“Rock’n’roll”. Em 1962 iam já no seu 6º EP (!!) e nele surgia uma versão de “Multiplication” (1961) de Bobby Darin que podemos lembrar com extratos do filme “Come September” (“Idílio em Setembro” em Portugal) com Rock Hudson e Gina Lollobrigida.
Na contra-capa do EP podia-se ler:
“O Twist impera! Portugal longe de se opôr à sua invasão, abriu-lhe as portas de par em par, nomeando recepcionistas dois jovens de talento: o Duo Os Conchas. Benvindo seja o twist a Portugal, pela mão dos Conchas!”
Se o original é de gosto duvidoso a versão de Os Conchas ainda mais, mas… Que tempos! Já lá vão 53 anos!
Os Conchas - Multiplicações
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Daniel Bacelar - Nunca
De volta a Daniel Bacelar.
Relembremos! Já recuperámos “Fui Louco por ti” canção de 1960 (do tal EP gravado a meias com Os Conchas e tido como o primeiro EP de rock'n’roll gravado em Portugal) tinha então Daniel Bacelar 17 anos. Também já recordámos “Um mundo sem amor” (“A World Without Love” no original) gravado em 1965. Em 1967, com 24 anos grava o último EP com o “Conjunto Os Fliers” e pelo meio ficam mais de 20 canções do Ricky Nelson português.
Diz a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX: “Cantor e compositor. Um dos primeiros músicos cultores do rock’n’roll em Portugal, na linha do teen idol, movimento americano iniciado por Pat Boone, Paul Anka, e Ricky Nelson.”
Em 2010 Daniel Bacelar voltou às gravações, mas fora do circuito comercial. E Daniel Bacelar surpreendeu pela qualidade vocal que mantêm, muito doce e cheia de romantismo, e que sempre o caracterizou. Por entre um conjunto de clássicos da música popular americana, de Willie Nelson a Ray Charles, aparece uma nova versão de “Nunca” original de Daniel Bacelar gravado em 1960 no tal famoso EP “Caloiros da Canção”. Embora me pareça que “Nunca” está desenquadrada neste conjunto de canções que Daniel Bacelar disponibilizou, fica pois como curiosidade. “Nunca”, a mesma canção, o mesmo intérprete, duas versões separadas no tempo 50 anos podem ouvir-se de seguida.
Daniel Bacelar - Nunca (1960)
Daniel Bacelar - Nunca (2010)
Relembremos! Já recuperámos “Fui Louco por ti” canção de 1960 (do tal EP gravado a meias com Os Conchas e tido como o primeiro EP de rock'n’roll gravado em Portugal) tinha então Daniel Bacelar 17 anos. Também já recordámos “Um mundo sem amor” (“A World Without Love” no original) gravado em 1965. Em 1967, com 24 anos grava o último EP com o “Conjunto Os Fliers” e pelo meio ficam mais de 20 canções do Ricky Nelson português.
Diz a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX: “Cantor e compositor. Um dos primeiros músicos cultores do rock’n’roll em Portugal, na linha do teen idol, movimento americano iniciado por Pat Boone, Paul Anka, e Ricky Nelson.”
Em 2010 Daniel Bacelar voltou às gravações, mas fora do circuito comercial. E Daniel Bacelar surpreendeu pela qualidade vocal que mantêm, muito doce e cheia de romantismo, e que sempre o caracterizou. Por entre um conjunto de clássicos da música popular americana, de Willie Nelson a Ray Charles, aparece uma nova versão de “Nunca” original de Daniel Bacelar gravado em 1960 no tal famoso EP “Caloiros da Canção”. Embora me pareça que “Nunca” está desenquadrada neste conjunto de canções que Daniel Bacelar disponibilizou, fica pois como curiosidade. “Nunca”, a mesma canção, o mesmo intérprete, duas versões separadas no tempo 50 anos podem ouvir-se de seguida.
Daniel Bacelar - Nunca (1960)
Daniel Bacelar - Nunca (2010)
Blitz Nº 15 de 12 de Fevereiro de 1985
Jornal "Blitz"
Há precisamente 30 anos saía o nº 15 do jornal Blitz, o destaque da capa ia para Tom Waits.
- As páginas 2 e 3 são preenchidas com pequenas notícias onde se destaca "Smiths: Digressão e Disco", o disco era o excelente «Meat Is Murder».
- Na página 4 com título "Os Ouvintes de Peel" ficamos a saber quais os 50 melhores temas de 1984, dos ouvintes habituais de John Peel na Rádio One, e em 1º lugar estava, claro, «How Soon Is Now» dos Smiths.
- "...habitante do barco dos loucos, canta num fundo de jazz de cabaret, a noite, os rios alcoólicos e as aventuras «on the road»..." no artigo da página 5 dedicado a Tom Waits. «Swordfishtrombone» era o álbum mais recente. Excelente.
- Página 6 dedicada ao que consideravam "A Quarta Onda Pop de Nova Iorque" para falarem dos desconhecidos dB's, Individuals e Bongos.
- Leonard Cohen tinha na altura 50 anos, em 1984 tinha editado «Various Positions» e anunciava-se a vinda de Leonard Cohen pela primeira vez a Portugal. "Leonard Cohen o Músico e o Poeta" ocupam toda a página 7.
- As páginas centrais vão exclusivamente para Miles Davis, "Toco de uma Maneira Estranha". O motivo do artigo é o regresso de Miles Davis às gravações. «Decoy» era o nome e o pretexto para afirmar "quanto mais velho melhor!".
- Página 10 dedicada ao Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous e ao grupo Culto da Ira da cidade do Porto.
- Página 11 perde-se com os artigos "agitpop" e "Ruídos". Adiante.
- Página 12 é para os leitores com "Pregões e Declarações". Adiante.
- Página 13, "Busca no Sótão" recorda e resume a vida dos Hollies e termina com a curiosidade do primeiro episódio da telenovela «Chuva na Areia» ter a música «Stop, Stop, Stop» dos Hollies.
- Na página 14 ficamos a saber que foram editados, entre outros, em Portugal os discos «Stop Making Sense» dos Talking Head e «Swordfishtrombone» de Tom Waits.
- Na página 15 as tabelas de vendas de discos. Em Portugal os Wham destronam Rão Kyao, nos EUA Madonna e o seu «Like a Virgin» destrona Bruce Springsteen e o álbum «Born In USA», na Grã-Bretanha os Foreigner destronam Alison Moyet e na tabela dos discos independentes Jesus and Mary Chain chegam ao primeiro lugar.
Na contra-capa anúncio único da Polygram ao disco «A Lenda dos Heróis do Mar 1981/1984".
Há precisamente 30 anos saía o nº 15 do jornal Blitz, o destaque da capa ia para Tom Waits.
- As páginas 2 e 3 são preenchidas com pequenas notícias onde se destaca "Smiths: Digressão e Disco", o disco era o excelente «Meat Is Murder».
- Na página 4 com título "Os Ouvintes de Peel" ficamos a saber quais os 50 melhores temas de 1984, dos ouvintes habituais de John Peel na Rádio One, e em 1º lugar estava, claro, «How Soon Is Now» dos Smiths.
- "...habitante do barco dos loucos, canta num fundo de jazz de cabaret, a noite, os rios alcoólicos e as aventuras «on the road»..." no artigo da página 5 dedicado a Tom Waits. «Swordfishtrombone» era o álbum mais recente. Excelente.
- Página 6 dedicada ao que consideravam "A Quarta Onda Pop de Nova Iorque" para falarem dos desconhecidos dB's, Individuals e Bongos.
- Leonard Cohen tinha na altura 50 anos, em 1984 tinha editado «Various Positions» e anunciava-se a vinda de Leonard Cohen pela primeira vez a Portugal. "Leonard Cohen o Músico e o Poeta" ocupam toda a página 7.
- As páginas centrais vão exclusivamente para Miles Davis, "Toco de uma Maneira Estranha". O motivo do artigo é o regresso de Miles Davis às gravações. «Decoy» era o nome e o pretexto para afirmar "quanto mais velho melhor!".
- Página 10 dedicada ao Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous e ao grupo Culto da Ira da cidade do Porto.
- Página 11 perde-se com os artigos "agitpop" e "Ruídos". Adiante.
- Página 12 é para os leitores com "Pregões e Declarações". Adiante.
- Página 13, "Busca no Sótão" recorda e resume a vida dos Hollies e termina com a curiosidade do primeiro episódio da telenovela «Chuva na Areia» ter a música «Stop, Stop, Stop» dos Hollies.
- Na página 14 ficamos a saber que foram editados, entre outros, em Portugal os discos «Stop Making Sense» dos Talking Head e «Swordfishtrombone» de Tom Waits.
- Na página 15 as tabelas de vendas de discos. Em Portugal os Wham destronam Rão Kyao, nos EUA Madonna e o seu «Like a Virgin» destrona Bruce Springsteen e o álbum «Born In USA», na Grã-Bretanha os Foreigner destronam Alison Moyet e na tabela dos discos independentes Jesus and Mary Chain chegam ao primeiro lugar.
Na contra-capa anúncio único da Polygram ao disco «A Lenda dos Heróis do Mar 1981/1984".
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Quarteto 1111 - Bissaide
Regresso à música feita em Portugal, continuamos nos anos 60, estamos de volta para mais algumas antiguidades (?), e nada melhor que o Quarteto 1111. Mais um merecido retorno ao Quarteto 1111 (nunca é demais).
Ainda em 1969 é editado o Single “Nas Terras do Fim do Mundo / Bissaide”. “Nas Terras do Fim do Mundo”, numa temática histórica tão frequente no grupo, já aqui foi recordado.
Agora, o destaque vai para o lado B e a música “Bissaide”. “Bissaide” é um tema instrumental e mostra-nos o Quarteto 1111 numa abordagem muito psicadélica tão em voga na música Anglo-Saxónica a que o Quarteto estava atento. Ou seja num lado a nossa tradição no outro o que mais de vanguarda por cá se fazia, talvez por isso o interesse e a importância que o Quarteto 1111 teve. Uma curiosidade, o genérico do saudoso programa “Zip-Zip” tinha por base precisamente este “Bissaide”.
Recordamos então, mais uma vez, o Quarteto 1111 e as suas aventuras musicais em “Bissaide”.
Quarteto 1111 - Bissaide
Ainda em 1969 é editado o Single “Nas Terras do Fim do Mundo / Bissaide”. “Nas Terras do Fim do Mundo”, numa temática histórica tão frequente no grupo, já aqui foi recordado.
Agora, o destaque vai para o lado B e a música “Bissaide”. “Bissaide” é um tema instrumental e mostra-nos o Quarteto 1111 numa abordagem muito psicadélica tão em voga na música Anglo-Saxónica a que o Quarteto estava atento. Ou seja num lado a nossa tradição no outro o que mais de vanguarda por cá se fazia, talvez por isso o interesse e a importância que o Quarteto 1111 teve. Uma curiosidade, o genérico do saudoso programa “Zip-Zip” tinha por base precisamente este “Bissaide”.
Recordamos então, mais uma vez, o Quarteto 1111 e as suas aventuras musicais em “Bissaide”.
Quarteto 1111 - Bissaide
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
DISCO MÚSICA & MODA, nº 12 de 15 de Julho de 1971
Na capa do nº 12 de 15 de Julho de 1971 do jornal anunciava-se a vinda de Elton John a Portugal ao Festival de Vilar de Mouros, noticiava-se a morte de Louis Amstrong e fazia-se uma chamada, para a página 13, para o músico Alexis Korner.
Na página 13 desenvolvia-se o artigo com o percurso de Alexis Korner, dos «Blues Incorporated»
ao C.C.S.. À pergunta "Já ouviram falar dos «Blues Incorporated»?" respondia-se:"Acho que não. Pois é. E então se calhar também não sabem o que têm em comum Mick Jagger, Eric Clayton, Eric Burton, Charlie Watts, Dick Heckstall-Smith, Brian Jones, Paul Jones, entre outros, no princípio das suas carreiras de músicos? Pois a resposta é simples: os «Blues Incorporated» de Alexis Korner."
Mais à frente ficamos a saber que Ginger Baker e Jack Bruce também por lá passaram.
Alexis Korner's Blues Incorporated - Rainy Tuesday
1964 foi o ano que viu multiplicaram-se, em Inglaterra, os grupo com sonoridades tendo por base o Rhythm'n'Blues. Para além dos The Rolling Stones recordo a Graham Bond Organization, os Yarbirds, Manfred Mann, John Mayall e os seus Bluesbreakers ou ainda o Alexis Korner's Blues Incorporated.
Alexis Korner (1928-1984) foi um pioneiro do "British Blues" e por muitos considerado o seu fundador ("The Godfather of British Blues"). No início dos anos 60 formou a Blues Incorporated por onde passaram músicos como: Charlie Watts (The Rolling Stones), Jack Bruce (Cream), Ginger Baker (Cream), Long John Baldry, Graham Bond, Danny Thompson (Pentangle).
Alexis Korner (1928-1984) foi um pioneiro do "British Blues" e por muitos considerado o seu fundador ("The Godfather of British Blues"). No início dos anos 60 formou a Blues Incorporated por onde passaram músicos como: Charlie Watts (The Rolling Stones), Jack Bruce (Cream), Ginger Baker (Cream), Long John Baldry, Graham Bond, Danny Thompson (Pentangle).
alexis-korner.net/ |
Já tardiamente conheci a música de Alexis Korner. Talvez a versão de "Whole Lotta Love", de 1970, pelo grupo CCS, por ele, entretanto, formado, tenha sido a primeira (sem conhecer o nome Alexis Korner). Depois foi um artigo publicado no jornal DISCO MÚSICA & MODA, nº12 de 15 de Julho de 1971, intitulado "Alexis Korner dos Blues Incorporated ao C.C.S." que me chamou a atenção para a importância de Alexis Korner, lia-se:
"Então talvez que Korner seja um dos tais nomes importantes e desconhecidos que tanto contribuíram para a evolução e o lançamento da música popular em Inglaterra. Pois isso é absolutamente verdade."
O 4º registo do grupo tem o nome homónimo, ou seja "Alexis Korner's Blues Incorporated", era de 1965 e dele recupero "Rainy Tuesday".
Alexis Korner's Blues Incorporated - Rainy Tuesday
"Então talvez que Korner seja um dos tais nomes importantes e desconhecidos que tanto contribuíram para a evolução e o lançamento da música popular em Inglaterra. Pois isso é absolutamente verdade."
O 4º registo do grupo tem o nome homónimo, ou seja "Alexis Korner's Blues Incorporated", era de 1965 e dele recupero "Rainy Tuesday".
Alexis Korner's Blues Incorporated - Rainy Tuesday
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
The Rolling Stones por Philippe Bas-Rabérin
"The Rolling Stones" de Philippe Bas-Rabérin é o 2º livro da coleção Rock On editado pela Centelha, no original das edições Albin Michel, em 1981 com um tiragem de 5000 exemplares.
«Tudo aquilo que os pais não querem que os filhos venham a ser». Foi assim quo os Rolling Stones foram saudados por uma grande parte da opinião pública quando, entre 1963 e 1964, a sua carreira começou a tomar forma. Na generalidade, não correspondiam ainda a nada de conhecido no espírito do establishment, nem mesmo das classes médias inglesas de onde são originários. A bem dizer, os cinco companheiros sugeriam tendências mentais que não se ousaram facilmente atribuir ao conjunto da sua geração. Porque senão, para onde se iria e seria possível escapar a isso? O que alimentava a maior parte dos comentários, como sempre acontece quando as massas se apoderam dum «fenómeno», eram os sinais exteriores, os indícios de uma mudança cuja profundidade, por ser suspeita, não deixava de ser escondida sob o que era mais imediatamente apreensível. Cabelos compridos, vestuário descuidado ou considerado exagerado, atitudes indiferentes e comentários à civilidade exigida a cada um, era sobre isto que, antes de mais, assentava a reputação de um grupo, em comparação com o qual os Beatles, aparecidos um pouco antes, constituíam um motivo de alerta muito menor." Assim começa o livro que aborda a história dos The Rolling Stones do seu início até 1981 altura da edição de "Tattoo You".
The Rolling Stones - You Better Move On
Se da «British Invasion» The Beatles foram os primeiros a triunfar nos Estados Unidos, outros rapidamente se lhes seguiram. Já referimos The Dave Clark Five e os Herman's Hermits, mas os mais importantes, ainda no ano de 1964, foram The Rolling Stones.
A primeira digressão pelos EUA foi em Junho de 1964 e "saldou-se por um semi-malogro, provavelmente devido ao êxito ainda exclusivo dos Beatles." em "The Rolling Stones" de Philippe Bas-Rabérin. Mas voltaram logo em Novembro e em Maio de 1965.
Musicalmente The Rolling Stones fizeram parte de um conjunto de grupos ingleses que abraçaram e projetaram o Rhythm'n'Blues negro norte-americano. As primeiras gravações de 1963/4 são férteis em versões de canções de Chuck Berry, Willie Dixon e nas primeiras digressões a companhia de Bo Diddley, Little Richard entre outros.
Começamos com o Blues "Little Red Rooster", um original de Willie Dixon, gravado pelos The Rolling Stones em final de 1964,
e terminamos com "You Better Move On", de Arthur Alexander. Gravado em 1963, editado no 1º EP em Janeiro de 1964, é uma bela interpretação e foi nº 1 em Inglaterra.
The Rolling Stones - You Better Move On
A primeira digressão pelos EUA foi em Junho de 1964 e "saldou-se por um semi-malogro, provavelmente devido ao êxito ainda exclusivo dos Beatles." em "The Rolling Stones" de Philippe Bas-Rabérin. Mas voltaram logo em Novembro e em Maio de 1965.
Do livro "The Rolling Stones" de Phlippe Bas-Rabérin |
Musicalmente The Rolling Stones fizeram parte de um conjunto de grupos ingleses que abraçaram e projetaram o Rhythm'n'Blues negro norte-americano. As primeiras gravações de 1963/4 são férteis em versões de canções de Chuck Berry, Willie Dixon e nas primeiras digressões a companhia de Bo Diddley, Little Richard entre outros.
Começamos com o Blues "Little Red Rooster", um original de Willie Dixon, gravado pelos The Rolling Stones em final de 1964,
e terminamos com "You Better Move On", de Arthur Alexander. Gravado em 1963, editado no 1º EP em Janeiro de 1964, é uma bela interpretação e foi nº 1 em Inglaterra.
The Rolling Stones - You Better Move On
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Herman's Hermits - There's A Kind Of Hush
Os Herman's Hermits estão entre os grupo britânicos a granjear, a meio da década de 60, grande sucesso nos EUA. Em 1965 rivalizavam em popularidade com The Beatles e eram mais bem sucedidos nos EUA do que no Reino Unido. Continuava a "British Invasion". Só em 1965 tiveram 7 Singles no Top Ten americano. Música Pop de consumo rápido como "Mrs Brown, You've Got A Lovely Daughter" ou "I'm Henry VIII, I Am" ambos nº 1 nos Estados Unidos.
Em 1967 gravam a canção que melhor nos ficou na memória, "There's A Kind Of Hush" e que nos leva de volta à nossa mocidade. Muitos lembrar-se-ão de "There's A Kind Of Hush" na versão dos The Carpenters de 1976.
Herman's Hermits - There's A Kind Of Hush
Em 1967 gravam a canção que melhor nos ficou na memória, "There's A Kind Of Hush" e que nos leva de volta à nossa mocidade. Muitos lembrar-se-ão de "There's A Kind Of Hush" na versão dos The Carpenters de 1976.
Herman's Hermits - There's A Kind Of Hush
sábado, 7 de fevereiro de 2015
The Dave Clark Five - Glad All Over
Os anos de 1963-64 (e seguintes) assistiram, nos EUA (e não só), a uma invasão da música feita nas ilhas britânicas (foi a "British Invasion"). The Beatles foram os primeiros a triunfar nos Estados Unidos.
O êxito que The Beatles tiveram nos EUA ajudou a abrir portas a outros grupos britânicos ao ponto de "em 1964, 32% dos hits lhes pertencerem..." em POPMUSIC-ROCK. Incluem-se nesse conjunto grupos como The Dave Clark Five ou os Herman's Hermits.
"Sozinhos em cena, os Beatles não se teriam aguentando muito tempo: uma outra vaga viria ameaça-los - foi o que se julgou mesmo por um momento quando apareceram as cópias não muito toscas tipo Dave Clarke Five. Este grupo era um bocado a resposta da burguesia londrina ao aparecimento dos filhos do proletariado. Bem apoiados pelos media, beneficiando duma boa promoção e dum público importante, teve algumas hipóteses por uns tempos e embarcou na esteira dos Beatles até aos EUA onde triunfou facilmente, porque tudo o que vinha de Inglaterra era aí considerado bom." em "The Beatles" de Alain Dister.
Depois da presença dos The Beatles no ""The Ed Sullivan Show" em Fevereiro de 1964, foi a vez, logo em Março, dos The Dave Clark Five marcarem presença e fazerem sucesso, ao ponto de chegarem a ser mais populares nos Estados Unidos que em Inglaterra. Só no ano de 1964 são editados nos Estados Unidos 8 Singles dos quais se destacavam "Glad All Over" e "Bits and Pieces".
"Glad All Over" foi nº 1 em Inglaterra e o primeiro sucesso da "British Invasion" pós-The Beatles nos EUA. Aqui vai.
The Dave Clark Five - Glad All Over
O êxito que The Beatles tiveram nos EUA ajudou a abrir portas a outros grupos britânicos ao ponto de "em 1964, 32% dos hits lhes pertencerem..." em POPMUSIC-ROCK. Incluem-se nesse conjunto grupos como The Dave Clark Five ou os Herman's Hermits.
"Sozinhos em cena, os Beatles não se teriam aguentando muito tempo: uma outra vaga viria ameaça-los - foi o que se julgou mesmo por um momento quando apareceram as cópias não muito toscas tipo Dave Clarke Five. Este grupo era um bocado a resposta da burguesia londrina ao aparecimento dos filhos do proletariado. Bem apoiados pelos media, beneficiando duma boa promoção e dum público importante, teve algumas hipóteses por uns tempos e embarcou na esteira dos Beatles até aos EUA onde triunfou facilmente, porque tudo o que vinha de Inglaterra era aí considerado bom." em "The Beatles" de Alain Dister.
Depois da presença dos The Beatles no ""The Ed Sullivan Show" em Fevereiro de 1964, foi a vez, logo em Março, dos The Dave Clark Five marcarem presença e fazerem sucesso, ao ponto de chegarem a ser mais populares nos Estados Unidos que em Inglaterra. Só no ano de 1964 são editados nos Estados Unidos 8 Singles dos quais se destacavam "Glad All Over" e "Bits and Pieces".
"Glad All Over" foi nº 1 em Inglaterra e o primeiro sucesso da "British Invasion" pós-The Beatles nos EUA. Aqui vai.
The Dave Clark Five - Glad All Over
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
The Beatles por Alain Dister
"The Beatles" é o 3º volume da coleção Rock On da editora francesa Albin Michel. Foi editado em Portugal pela Centelha em Fevereiro de 1982 com uma tiragem de 5000 exemplares. 195 páginas são o suficiente para se ter o essencial da história dos The Beatles.
The Beatles - 2º EP editado em Portugal
Foi há 51 anos, em Janeiro de 1964, que foi editado em Portugal o 2º EP dos The Beatles. O EP continha 4 faixas a saber: I Want to Hold Your Hand/This Boy/I Saw Her Standing There/Chains.
Na contra capa do disco pode ler-se: “A Imprensa tem noticiado nas últimas semanas com grande destaque os acontecimentos ocorridos em Inglaterra, cada vez que se apresenta em público o conjunto The Beatles – quatro jovens fazem delirar o público inglês, até há pouco considerado o mais reservado do mundo. E nem sequer as augustas personalidades da Corte Britânica escapam à onda de entusiasmo que rola pelas Ilhas. Recentemente a Rainha Mãe e a bela Princesa Margarida saudaram calorosamente The Beatles após o «Royal Variety Show» a que assistiram em Londres – consagrando uma ainda curta mas já brilhantíssima carreira. O público português já conhece The Beatles através do seu primeiro disco publicado com enorme oportunidade pela Parlaphone. A forma entusiástica como aceitou essa gravação obriga-nos, gostosamente, a apresentar este segundo disco.”
The Beatles - I Want To Hold Your Hand
Nos anos 60 as sonoridades em casa dos meus pais iam, além da música clássica, para a jovem e fresca música pop italiana e sobretudo francesa: Françoise Hardy e Silvie Vartan à cabeça. Entretanto o mundo vê surgir o grupo que iria revolucionar, por completo, o panorama musical, sem ele a situação do mundo musical actual, e a sociedade nos seu hábitos e costumes, seria hoje concerteza muito diferente.
Formados em 1960, as primeiras gravações dos The Beatles, surgiriam em 1962 e teriam rapidamente êxito planetário.
No início não tão rápido, pelo menos nos EUA.
"Quando os Beatles desembarcaram nos EUA, eram aí vagamente conhecidos." em "The Beatles" de Alain Dister.
Lê-se ainda no livro "POPMUSIC-ROCK":
"Ainda que celebrados desde há um ano na Grã-Bretanha, os seus discos publicados além-Atlântico começaram por ser fracassos.. Contudo, em Janeiro de 1964, a Capitol desenvolveu todos os esforços para a promoção do conjunto de Liverpool. Foram investidos 50000 dólares na publicidade do disco I Want To Hold Your Hand...
Resultado concludente: em Março, cinco discos anteriores faziam um come back e inscreviam-se no Top Ten; em Julho , a Capitol podia arriscar-se a pôr no mercado, na mesma semana, dois LPs, cinco «singles» e um super - 45 rotações."
Portugal não ficou imune ao fenómeno. Em 1963 é editado o primeiro EP: Do You Want to Know a Secret/I'll Get You/She Loves You/Twist and Shout, logo seguido no início de 1964 do segundo EP: I Want to Hold Your Hand/This Boy/I Saw Her Standing There/Chains (em 1965 já tinham sido editados 12 EP!). E foi o segundo EP, que, lá em casa, veio fazer concorrência directa aos sons mais ligeiros da música pop italiana e francesa.
Foi, portanto, há 51 anos que o 2º EP dos The Beatles foi posto à venda em Portugal e é com a canção "I Want To Hold Your Hand", que não chegou a ser editada em nenhum dos álbuns originais, que ficamos.
The Beatles - I Want To Hold Your Hand
No início não tão rápido, pelo menos nos EUA.
"Quando os Beatles desembarcaram nos EUA, eram aí vagamente conhecidos." em "The Beatles" de Alain Dister.
Lê-se ainda no livro "POPMUSIC-ROCK":
"Ainda que celebrados desde há um ano na Grã-Bretanha, os seus discos publicados além-Atlântico começaram por ser fracassos.. Contudo, em Janeiro de 1964, a Capitol desenvolveu todos os esforços para a promoção do conjunto de Liverpool. Foram investidos 50000 dólares na publicidade do disco I Want To Hold Your Hand...
Resultado concludente: em Março, cinco discos anteriores faziam um come back e inscreviam-se no Top Ten; em Julho , a Capitol podia arriscar-se a pôr no mercado, na mesma semana, dois LPs, cinco «singles» e um super - 45 rotações."
Portugal não ficou imune ao fenómeno. Em 1963 é editado o primeiro EP: Do You Want to Know a Secret/I'll Get You/She Loves You/Twist and Shout, logo seguido no início de 1964 do segundo EP: I Want to Hold Your Hand/This Boy/I Saw Her Standing There/Chains (em 1965 já tinham sido editados 12 EP!). E foi o segundo EP, que, lá em casa, veio fazer concorrência directa aos sons mais ligeiros da música pop italiana e francesa.
Foi, portanto, há 51 anos que o 2º EP dos The Beatles foi posto à venda em Portugal e é com a canção "I Want To Hold Your Hand", que não chegou a ser editada em nenhum dos álbuns originais, que ficamos.
The Beatles - I Want To Hold Your Hand
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Bert Weedon e a guitarra de ouro
O EP de Bert Weedon contém 4 faixas:
Teenage Guitar
Blues Guitar
Guitar Boogie Shuffle
Petite Fleur
Esta última, Petite Fleur, é um original de Sidney Bechet, e transporta-me para os tempos da juventude quando a ouvia diariamente na praia do Furadouro. Era com esta música que terminava por volta das 11 horas da noite a sessão de música que passava na esplanada da praia então cheia de gente, de todas as idades, que se passeava nas noites quentes dos Verões de então.
Bert Weedon (1920-2012) foi um guitarrista inglês dos anos 50 e 60 e influenciou muitos guitarristas da década de 60 e 70.
"Sa guitare a été fabriquée spécialement pour lui en Allemagne. Toutes les parties de métal sont en or. L'amplificateur coûte plus d'un million, et cela permet à Bert Weedon d'avoir une sonorité vraiment à lui!" - lê-se na contra capa do EP.
Este EP é uma edição francesa de 1959.
Bert Weedon - Petite Fleur
"Petite Fleur" é um tema instrumental composto em 1952 pelo clarinetista e saxofonista Sidney Bechet (1897-1959).
Na década de 50 muitos foram os músicos de Jazz negros a escolher a Europa e em particular Paris onde "fugiam da segregação racial e do desprezo de que eram alvo na sua terra", " Durante muitos anos , Sidney esteve confinado a contratos obscuros, indignos do seu talento: só mais tarde, e mais particularmente em França, obteve a consagração que não recebera no seu país." em "Os Grandes Criadores de Jazz".
Foi lá que compôs o êxito que foi "Petite Fleur".
Teve inúmeras versões (algumas cantadas): Frank Pourcel, Hank Marvin, Henri Salvador, Django Reinhard, Charles Aznavour, Petula Clark, são alguns exemplos.
A audição que vos proponho é de Bert Weedon de 1959. Nos anos 60 na esplanada da Praia do Furadouro era habitual passarem, na avenida principal, música ao fim da tarde e à noite e era com “Petite Fleur” que o serão terminava cerca das 23H (outros tempos, com outros fusos horários). "Petite Fleur” a sugerir um bom pé de dança.
Bert Weedon - Petite Fleur
Na década de 50 muitos foram os músicos de Jazz negros a escolher a Europa e em particular Paris onde "fugiam da segregação racial e do desprezo de que eram alvo na sua terra", " Durante muitos anos , Sidney esteve confinado a contratos obscuros, indignos do seu talento: só mais tarde, e mais particularmente em França, obteve a consagração que não recebera no seu país." em "Os Grandes Criadores de Jazz".
Foi lá que compôs o êxito que foi "Petite Fleur".
Teve inúmeras versões (algumas cantadas): Frank Pourcel, Hank Marvin, Henri Salvador, Django Reinhard, Charles Aznavour, Petula Clark, são alguns exemplos.
A audição que vos proponho é de Bert Weedon de 1959. Nos anos 60 na esplanada da Praia do Furadouro era habitual passarem, na avenida principal, música ao fim da tarde e à noite e era com “Petite Fleur” que o serão terminava cerca das 23H (outros tempos, com outros fusos horários). "Petite Fleur” a sugerir um bom pé de dança.
Bert Weedon - Petite Fleur
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Barclay James Harvest - Mocking Bird
Barclay James Harvest é o nome de uma banda que teve razoável sucesso na década de 70.
Na área do Pop/Rock com laivos de sinfónico nunca esteve no topo das minhas preferências. Não sobreviveram ao movimento punk do final dos anos 70 e nos anos 80 praticamente desaparecem (mesmo assim destaque para o sucesso do álbum ao vivo “Concert for the People” gravado em Berlim em 1980 e editado em 1982). No entanto há uma faixa do 2º LP, o pouco conhecido “Once Again” de 1971, que ficou no fundo da memória e ao qual é agradável retornar. Estou a falar da canção “Mocking Bird” e é do mais interessante que os Barclay James Harvest produziram. Precisamente do “Concert for the People” realizado perto do então muro de Berlim aqui vai a versão ao vivo de “Mocking Bird”.
Barclay James Harvest, eles ainda andam por aí, mas o interesse é muito reduzido. “Mocking Bird” já não transmite as sensações da época, mas mesmo assim vale a pena … Só áudio, segue a versão de estúdio (melhor do que ao vivo).
Barclay James Harvest - Mocking Bird
Na área do Pop/Rock com laivos de sinfónico nunca esteve no topo das minhas preferências. Não sobreviveram ao movimento punk do final dos anos 70 e nos anos 80 praticamente desaparecem (mesmo assim destaque para o sucesso do álbum ao vivo “Concert for the People” gravado em Berlim em 1980 e editado em 1982). No entanto há uma faixa do 2º LP, o pouco conhecido “Once Again” de 1971, que ficou no fundo da memória e ao qual é agradável retornar. Estou a falar da canção “Mocking Bird” e é do mais interessante que os Barclay James Harvest produziram. Precisamente do “Concert for the People” realizado perto do então muro de Berlim aqui vai a versão ao vivo de “Mocking Bird”.
Barclay James Harvest, eles ainda andam por aí, mas o interesse é muito reduzido. “Mocking Bird” já não transmite as sensações da época, mas mesmo assim vale a pena … Só áudio, segue a versão de estúdio (melhor do que ao vivo).
Barclay James Harvest - Mocking Bird
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
IAN CURTIS * JOY DIVISION
"IAN CURTIS * JOY DIVISION" é uma edição bilingue, publicada em livro pela Assírio & Alvim em 1983, da poesia de Ian Curtis líder e mentor dos Joy Division. Refere-se em nota dos tradutores:
"Este trabalho foi executado a partir de uma edição pirata inglesa da lírica completa dos registos magnéticos da banda Joy Division, por essa mesma edição atribuída ao vocalista Ian Curtis. Na impossibilidade de confronto do texto escrito com a voz gravada de Ian Curtis - e não por se tratar de momentos menos significativos ou menos inspirados -, não se arriscou versão em português para os seguintes poemas: At A Later Day; Gutz; Inside The Line; Warsaw; No Love Lost; Leaders Of Men; Failures; All Of This For You; e Komakino... - ficam pois ao dispor de «cães» e «abutres», diria Curtis!
Tanto o corte das linhas como a escassa e insuficiente pontuação fixadas cingem-se àquilo que a voz de Ian Curtis sugere, e não de acordo com o texto inglês escrito. Por sua vez, a responsabilidade de algumas imprecisões nessa mesma edição pirata, caberá lateralmente à Factory Records, que se recusa divulgar as líricas corretas. Pela intensidade de tudo quanto de si Ian Curtis inscreveu, nos seja a nós outros perdoada esta tentação de culto."
O livro, 4º volume da coleção Rei Lagarto, teve em 1983 duas edições, a primeira de Fevereiro com 3000 exemplares e uma segunda, em Abril, de 2000 exemplares. Depois de já ter adquirido um exemplar da primeira edição, fui premiado, num concurso da Rádio Delírio (rádio pirata, na altura) com outro exemplar, agora da 2ª edição, "Com os cumprimentos da Rádio Delírio".
Joy Division - The Eternal
Continuando num registo muito positivo…
Em 1981, na revista “Música e Som”, num artigo assinado por Miguel Esteves Cardoso de título “Como ser um crítico de Rock – um guia prático” era recomendado o não abuso excessivo de certas palavras entre as quais “excelente”, a qual devia estar reservada “para gravações discográficas de um destes quatro conjuntos: os Velvet Underground, os Doors, os Talking Heads ou os Joy Division.”
Recordamos os Joy Division (1977-1980), os últimos a entrar neste reduzido grupo dos "excelentes". Passados 35 anos a música dos Joy Division continua relativamente pouco conhecida, não sendo devidamente recordada.
Influenciados pelo “punk” e pela “música electrónica” seriam criadores de uma sonoridade muito própria precursora da “new wave” e com repercussão, em particular, em toda a música da década de 80. Uma batida de bateria muito peculiar e a voz de barítono de Ian Curtis seriam características marcantes e identificadoras do som “Joy Division”. As canções, essas mantêm toda a beleza e estranheza que possuíam à época. O tema que atingiu maior notoriedade é o dilacerante “Love will tears us apart” que agora recuperamos.
“A música Pop é demasiado limitada, está demasiado circunscrita para ir longe. Mas pode ir até aqui. Até «Closer». Até. E quem for até «Closer» logo verá estar parado num extremo, numa colina outra inalcançável imensidão. É o cabo da Roca do pequeno continente Pop.” escreveu Miguel Esteves Cardoso em artigo no semanário “O Jornal” em 1982 a propósito do 2º aniversário da edição de “Closer” e da morte de Ian Curtis.
Passados 35 anos fiquemos com os excelentes Joy Division, o excelente tema “The Eternal” do excelente 2º álbum “Closer” publicado em 1980 já após a morte de Ian Curtis.
Joy Division - The Eternal
Em 1981, na revista “Música e Som”, num artigo assinado por Miguel Esteves Cardoso de título “Como ser um crítico de Rock – um guia prático” era recomendado o não abuso excessivo de certas palavras entre as quais “excelente”, a qual devia estar reservada “para gravações discográficas de um destes quatro conjuntos: os Velvet Underground, os Doors, os Talking Heads ou os Joy Division.”
Recordamos os Joy Division (1977-1980), os últimos a entrar neste reduzido grupo dos "excelentes". Passados 35 anos a música dos Joy Division continua relativamente pouco conhecida, não sendo devidamente recordada.
Influenciados pelo “punk” e pela “música electrónica” seriam criadores de uma sonoridade muito própria precursora da “new wave” e com repercussão, em particular, em toda a música da década de 80. Uma batida de bateria muito peculiar e a voz de barítono de Ian Curtis seriam características marcantes e identificadoras do som “Joy Division”. As canções, essas mantêm toda a beleza e estranheza que possuíam à época. O tema que atingiu maior notoriedade é o dilacerante “Love will tears us apart” que agora recuperamos.
“A música Pop é demasiado limitada, está demasiado circunscrita para ir longe. Mas pode ir até aqui. Até «Closer». Até. E quem for até «Closer» logo verá estar parado num extremo, numa colina outra inalcançável imensidão. É o cabo da Roca do pequeno continente Pop.” escreveu Miguel Esteves Cardoso em artigo no semanário “O Jornal” em 1982 a propósito do 2º aniversário da edição de “Closer” e da morte de Ian Curtis.
Passados 35 anos fiquemos com os excelentes Joy Division, o excelente tema “The Eternal” do excelente 2º álbum “Closer” publicado em 1980 já após a morte de Ian Curtis.
Joy Division - The Eternal
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Judith Owen - Cry Me A River
Falecida em 2000 teve os seus maiores êxitos na década de 50, possuía uma voz intimista, muito “cool”, que “saía” bem em temas orquestrados com um toque de Jazz. Estamos a falar da relativamente pouco conhecida Julie London.
O seu maior êxito foi (esse sim bem conhecido) “Cry me a river” que ela interpretaria no filme “The Girl Can't Help It” (“Uma Rapariga com Sorte” em Portugal) de 1956.
O tema foi popularizado através dos anos por muito boa gente: Ella Fitzgerald, Barbra Streisand, Nina Simone, Frank Sinatra, Diana Krall, noutra dimensão Caetano Veloso, etc, etc. Numa versão de 2004, de Richard Thompson, a pouco conhecida Judith Owen, cantora bastante versátil cuja voz combina bem o Pop, o Folk e o Jazz, dá a voz na interpretação de “Cry me a river” de forma superior. Para consolo e sem pressas deleitemo-nos com esta versão.
Judith Owen - Cry Me A River
O tema foi popularizado através dos anos por muito boa gente: Ella Fitzgerald, Barbra Streisand, Nina Simone, Frank Sinatra, Diana Krall, noutra dimensão Caetano Veloso, etc, etc. Numa versão de 2004, de Richard Thompson, a pouco conhecida Judith Owen, cantora bastante versátil cuja voz combina bem o Pop, o Folk e o Jazz, dá a voz na interpretação de “Cry me a river” de forma superior. Para consolo e sem pressas deleitemo-nos com esta versão.
Judith Owen - Cry Me A River
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Judy Collins - Both Sides Now
Judy Collins foi mais um nome a destacar-se na cena Folk norte-americana da década de 60.
Judy Collins, Pete Seeger, Bob Dylan, Joan Baez, Peter, Paul and Mary, Phil Ochs, Tom Paxton, Joni Mitchell fizeram parte de um conjunto fantástico de cantores que tendo por base a música tradicional inovaram e influenciaram até hoje toda a música de cariz popular. Tem participação política activa em particular no movimento contra a guerra no Vietname.
Judy Collins começou a carreira interpretando canções tradicionais, assim como canções do novo Folk americano escritas por Bob Dylan, Phil Ochs, Leonard Cohen ou Joni Mitchell.
Com gravações iniciadas em 1961 será somente em 1967 com a interpretação de "Both Sides Now" de Joni Mitchell que terá reconhecimento internacional.
Primeiro conhecemos "Both Sides Now" na voz de Judy Collins pois só em 1969 é que Joni Mitchell iria incluí-la no álbum "Clouds", "Both Sides Now" encontra-se entre as melhores canções que a década de 60 conheceu.
Que bom recuar a 1967 e ouvi-la na voz fresca de Judy Collins.
Judy Collins - Both Sides Now
Judy Collins, Pete Seeger, Bob Dylan, Joan Baez, Peter, Paul and Mary, Phil Ochs, Tom Paxton, Joni Mitchell fizeram parte de um conjunto fantástico de cantores que tendo por base a música tradicional inovaram e influenciaram até hoje toda a música de cariz popular. Tem participação política activa em particular no movimento contra a guerra no Vietname.
Judy Collins começou a carreira interpretando canções tradicionais, assim como canções do novo Folk americano escritas por Bob Dylan, Phil Ochs, Leonard Cohen ou Joni Mitchell.
Com gravações iniciadas em 1961 será somente em 1967 com a interpretação de "Both Sides Now" de Joni Mitchell que terá reconhecimento internacional.
Primeiro conhecemos "Both Sides Now" na voz de Judy Collins pois só em 1969 é que Joni Mitchell iria incluí-la no álbum "Clouds", "Both Sides Now" encontra-se entre as melhores canções que a década de 60 conheceu.
Que bom recuar a 1967 e ouvi-la na voz fresca de Judy Collins.
Judy Collins - Both Sides Now
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