1975 - Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso
Finalmente, a minha preferência maior entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1975, nada mais nada menos que Joni Mitchell com o álbum "The Hissing of Summer Lawns", o sétimo da sua carreira que se tinha estreado em 1968.
Para "The Hissing of Summer Lawns" cinco estrelas, foram só três os álbuns aos quais Miguel Esteves Cardoso atribuiu a pontuação máxima, os outros foram: "Born to Run" de Bruce Springsteen e "Natty Dread" de Bob Marley.
Álbum Asylum em vinil, edição alemã com as ref: AS 53 018, (7E-1051), K 53 018 |
Joni Mitchell continuava assim uma década impressionante de que foi uma das principais protagonistas. Poucos a atravessaram com a qualidade, quantidade de produção e criatividade como ela manifestou disco após disco.
Qual deles o melhor? É impossível de dizer, a não ser no gosto de cada um. Folk, Folk-Rock, Jazz, Jazz-Pop, Folk-Jazz são algumas das paragens, ou melhor passagens, da sua discografia num processo evolutivo verdadeiramente ímpar. "The Hissing of Summer Lawns" é um disco avançado no tempo e encontra-se entre os meus preferidos, sobre ele dizia Miguel Esteves Cardoso:
"Em 1975 sai "Hissing of Summer Lawns", um novo momento de partida. A melodia é quase totalmente sacrificada ao ritmo e os textos abandonam, por momentos, a transparência realista de "For the Roses" e "Court and Spark" para se deliciarem com jogos de palavras ou pomas surrealistas. Aparecem pela primeira vez as influências africanas (com os tambores dos guerreiros do Burundi) em "The Jungle Line" e Joni Mitchell lança-se a instrumentos anteriormente desprezados, tocando piano e sintetizador. É um álbum um tanto ou quanto hermético, pouco acessível até, mas, como é sempre o caso com os álbuns pós-75 dela, as canções abrem-se com cada audição. Às vezes pode durar quarenta ou cinquenta audições antes que as canções floresçam, tanto no espaço musical como no que diz respeito à subtileza e à ironia camuflada dos textos. "Hissing of Summer Lawns" é o primeiro Joni Mitchell moderno, mas, sendo o mais experimental de todos, falta-lhe em coesão o que ganha em espontaneidade. Mas, como todos os bons vinhos, amadurece com a passagem do tempo...".
E começava com este maravilho "In France They Kiss On Main Street".
Joni Mitchell - In France They Kiss On Main Street
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