Se bem sempre referenciado como um nome grande da nossa música popular ao lado de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sérgio Godinho e José Mário Branco, nunca teve a projecção que qualquer um deles teve. A música de Luís Cília era aparentemente simples e na realidade de uma complexidade e riqueza que ainda hoje admiro quando a ouço, sem dúvida um caso singular e apaixonante. Com uma vasta obra discográfica que se inicia nos anos 60 e que se prolonga principalmente pelos anos 70 e 80 efectuou as primeiras gravações ainda em França onde esteve exilado até ao 25 de Abril de 1974.
Gravou de uma forma muito regular mas os seus discos nunca foram êxitos de vendas nem atingiram níveis de notoriedade expressivos. Talvez a sua coerência e crítica à produção musical pós 25 de Abril tenham contribuído para tal, diz a "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX": "Após o 25 de Abril, continuou a actuar regularmente em França e, descontente com o modo como o PREC afectou o meio musical português (em especial com o tom panfletário de alguns textos de canções), começou a escrever letras que satirizavam os meios político, social e musical portugueses. Este posicionamento crítico está patente nos fonogramas da segunda metade dos anos 70 e início dos anos 80..."
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Em 1975 publica o disco "Resposta", que seria editado também em França no anos
seguinte, e é dele o tema "Parábola Aberta (a certos críticos)" que segue para
audição. Entre o melhor que o ano de 1975 nos deixou.
Luís Cília - Parábola Aberta (a certos críticos)
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