Depois de passagem longa pela música portuguesa publicada no ano de 1975, vou continuar neste ano mas agora na música anglo-saxónica nas escolhas feitas pelo Miguel Esteves Cardoso no texto "O Ovo e o Novo (uma) Discografia duma Década de Rock: 1970-1980" onde para além de uma análise global daquela década faz a escolha ano a ano do que de melhor e mais representativo se fez.
Começo por recordar o que Miguel Esteves Cardoso pensava daqueles anos de 1975 em particular do ano de 1975, dizia ele: "A partir de 1970 a qualidade, medida pela quantidade de lançamentos importantes, decresce progressivamente. Atinge a fossa mais profunda e pestilenta em 1975, recuperando depois nos anos seguintes, até atingir novo auge em 1980".
Acompanham este decréscimo de qualidade nomes como Elton John, os ex-Beatles, James Taylor, os ex-Crosby, Stills, Nash & Young (excepto este último - Neil Young), os Genesis, os Pink Floyd, etc., de um modo geral a maior parte dos grupos associados ao Rock Progressivo. "Nas alturas em que o Rock se abraça a formas musicais que lhe são estrangeiras, convencida de que se está a aperfeiçoar ou dalgum modo a "subir de classe", os resultados desastrosos que se seguem acordam-no impiedosamente", dizia ainda Miguel Esteves Cardoso considerando o surgimento do Punk no ano de 1976.
De qualquer modo destaca um conjunto de discos que são incontornáveis quando passamos pelo ano de 1975 e que hoje começo a recordar.
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Começo com Bob Marley por quem Miguel Esteves Cardoso tinha particular apreço e do qual destacava dois álbuns "Natty Dread" (na realidade de 1974) um "... obra-prima, com canções de enganadora simplicidade que resistirão no tempo..." e o álbum "Live!" "...um documento arrebatador da sua espantosa habilidade musical e do seu poder de comunicação quase total".
Deste último LP escolho a inconfundível "No Woman, No Cry".
Bob Marley - No Woman, No Cry
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